Sinopse: Prestes a desistir da profissão, ele encontra apoio na professora Alva (Rashida Jones) e no misterioso carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), que vive sozinho em sua casa repleta de brinquedos feitos a mão.
Muitas jovens gerações cresceram assistindo a contos de natal para tv, onde na maioria das histórias reconta a origem do natal, ou então a data festiva é usada como pano de fundo para a história principal. Com tantos bons exemplos, como no caso do clássico "Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho"(1964), ou "O Fantástico Mundo de Jack" (1993), fica dificil de imaginar que nos dias de hoje ainda haja espaço para um filme que explore o natal e venha ser um clássico para ser assistido nos finais de ano. Felizmente "Klaus" vem para nos dizer ao contrário e provando que muito do natal ainda precisa ser explorado.
Dirigido por Sergio Pablos, responsável por títulos como "Meu Malvado Favorito" (2010), o filme se passa em Smeerensburg, remota ilha localizada acima do Círculo Ártico, Jesper (Jason Schwartzman) é um estudante da Academia Postal que enfrenta um sério problema: os habitantes da cidade brigam o tempo todo, sem demonstrar o menor interesse por cartas. Prestes a desistir da profissão, ele encontra apoio na professora Alva (Rashida Jones) e no misterioso carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), que vive sozinho em sua casa repleta de brinquedos feitos a mão.
Quando se acha que os desenhos feitos a mão estão praticamente extintos, eis que Sergio Pablos e os realizadores da netflix nos dizem ao contrário. Os primeiros minutos, aliás, são um choque para os nossos olhos, pois as cores são vibrantes, os traços são cartunescos e fazendo a gente relembrar até mesmo da fase de ouro da Disney quando reinava com produções como essa como um todo. Porém, há um belo casamento com o desenho a mão com os últimos recursos de ponta e fazendo do visual da obra algo ainda mais prazeroso para ser degustado.
Falando em Disney, a premissa do filme lembra um pouco o clássico "A Nova Onda do Imperador" (2000), já que o protagonista Jesper é um personagem mimado e egoísta, mas que aos poucos vai mudando o seu comportamento a partir do momento que pisa na ilha em que se passa os principais acontecimentos da trama. Não deixa de ser curioso também constatarmos que os habitantes que vivem nesse cenário sejam uma espécie de metáfora com relação aos povos do mundo real, onde cada vez mais convivem entre atritos, indiferenças e hostilidades que, por vezes, nem sabem por onde começaram. Nada mal para uma animação infantil tocar em um assunto, por vezes, delicado, mas que precisa ser discutido.
O divertido do filme está nos detalhes que dão origem a lenda do Papai Noel e por onde tudo começou. Curiosamente, há uma transição de tom do filme para humor e momentos de pura emoção e que faz a gente se identificar cada vez mais com os personagens. O final é singelo, delicado e que irá com certeza emocionar muitas pessoas de todas as idades que forem assisti-lo.
"Klaus" é uma grata surpresa vinda do universo da animação e provando que não importa se a produção é realiza com novos ou velhos recursos de ponta, desde que seja feito com coração.
Onde Assistir: Na Netflix.
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