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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Jorge da Capadócia'

Sinopse: Jorge (Alexandre Machafer) recebe sua condecoração como o novo capitão do exército, período em que o Imperador Diocleciano (Roberto Bomtempo) dá início a sua última, derradeira, e sangrenta perseguição aos cristãos, no Império Romano.  

São Jorge, ou São Jorge da Capadócia, é um dos mais conhecidos Santos do catolicismo e de outras religiões e do qual é possui diversos seguidores pelo Brasil e no mundo. Até a pouco tempo eu ficava me perguntando por que não havia um longa-metragem sobre essa conhecida figura histórica, já que até onde eu me lembro nem nos tempos dourados dos épicos norte-americanos houve um filme retratando esse conto conhecido por muitos. Mas eis que surge do nada "Jorge da Capadócia" (2024) produção brasileira com as suas limitações, mas até que nos convence pelo esforço de seus realizadores.

Dirigido, produzido e estrelado por Alexandre Machafer, a trama se passa em de 303 D. C.. Após conquistar mais uma grande batalha, Jorge (Alexandre Machafer) recebeu sua condecoração como o novo capitão do exército, período em que o Imperador Diocleciano (Roberto Bomtempo) dá início a sua última, derradeira, e sangrenta perseguição aos cristãos, no Império Romano. Porém, sendo devoto ao cristianismo, Jorge vai contra as ordens do Imperador e desencadeando uma jornada sem volta, mas que o levará para uma última e pessoal batalha.

Com um orçamento de pouco mais de R$ 3 Milhões de reais, o filme teve problemas de produção para acontecer, principalmente devido ao surgimento da pandemia e pelo corte de ajuda vinda do governo. Porém, Alexandre Machafer mostrou-se persistente na realização de seu sonho, ao reconstituir os fatos que moldaram a lenda sobre Jorge, mas tendo limitações que se tornaram visíveis na tela. É bem na verdade que abertura, por exemplo, até que se equipara ao que é visto em superproduções como "Gladiador" (2000), mas não o suficiente para chegar ao mesmo nível.

Para dizer a verdade, se o filme fosse rodado em um único cenário ainda seria válido, já que ele possui uma linguagem quase teatral, como os atores estivessem recitando um conto já muito conhecido e se limitando a não inventar muito em suas atuações. Quem se sai melhor é Ricardo Soares, interpretando o conselheiro do Imperador que procurar jogar em ambas as partes para melhor se satisfazer. Já Alexandre Machafer até que nos convence como Jorge, porém, se percebe que os seus esforços se debruçaram mais na realização do filme do que a própria atuação em si.

Apesar de suas limitações o filme pode ser sim bem acolhido para o público devoto e que não enxergara os defeitos da produção, mas sim o esforço de ter sido realizada em tempos de incerteza da economia e após a pandemia. Em tempos em que outras igrejas tentam ocupar as salas de cinema, mesmo com quase nenhuma poltrona ocupada, o filme vem em um momento para alertar a todos que vivemos sim em um país laico, onde cada um segue a sua religião e da qual precisa ser respeitada. Curiosamente é essa exatamente a mensagem que o filme nos passa e que desejamos que certos setores venham a compreender ela.

"Jorge da Capadócia" possui as suas limitações e defeitos, mas sua mensagem de respeitarmos as crenças de cada um neste país laico já vale o ingresso.


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Cine Dica: Clube de Cinema - Lançamento Zine Clube

O Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de convidar para o lançamento do ZineClube, nosso zine feito inteiramente por membros do CCPA. O evento de lançamento ocorre em abril, mês em que o Clube completa 76 anos. O evento é gratuito e aberto ao público. No local, haverá distribuição da primeira edição do zine. O bar conta com cardápio com comidas, inclusive opções veganas, e bebidas. Chama os amigos e amigas e vem com a gente!


DATA: 23 de abril, terça-feira

HORÁRIO: 19h30

LOCAL: Vesper Bar (R. Duque de Caxias, 1348)

ENTRADA GRATUITA

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terça-feira, 16 de abril de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Sabor da Vida'

Sinopse: A cozinheira Eugenie e seu patrão Dodin se afeiçoam ao longo de 20 anos, e seu romance dá origem a pratos que impressionam até chefs ilustres.  

O universo da culinária levado ao cinema revela talento, arte e até mesmo obsessão. Em termos de arte e talento testemunhamos através de um ratinho no já clássico "Ratatouille" (2006) enquanto em termos de obsessão assistimos no recente pesado "Menu" (2022). "O Sabor da Vida" (2023) segue por essas linhas, mas com grande leveza e nos criando uma verdadeira água na boca.

Dirigido por Tran Anh Hung, e baseado no romance francês "The Passionate Epicure: La Vie et la Passion de Dodin-Bouffant", o filme é ambientado no final do século 19, onde acompanhamos a vida de Eugenie (Juliette Binoche), uma cozinheira expert, e sua relação com Dodin (Benoît Magimel) com quem trabalha há duas décadas. através de suas profissões ambos se apaixonam e fazendo com que suas tarefas na cozinha se tornem ainda mais prazerosas. Em certa ocasião eles são convidados a fazer um jantar especial para um grande príncipe, mas ao mesmo tempo terão que enfrentar uma adversidade que irá afetar as suas vidas para sempre.

Se nos primeiros quinze minutos de "Sangue Negro" (2007), do diretor Paul Thomas Anderson, nos foi apresentado uma narrativa sem nenhum diálogo, aqui vemos o diretor Tran Anh Hung criar quinze minutos onde ação se passa quase toda dentro de uma cozinha e onde vemos os principais protagonistas realizando pratos cujo sabores se tornam inesquecíveis. A sua câmera não desgruda das mãos dos personagens, focando cada pedaço de carne, vegetal e líquido que é usado para a realização dos pratos e chegando ao ponto de quase sentirmos o cheiro deles. Tudo embalado com uma edição caprichada e da qual sintetiza o perfeccionismo desses personagens com relação a realização dos pratos principais como se fosse uma arte das mais importantes.

Uma forma interessante em nos dizer que toda arte feita pelas mãos do ser humano é o que nos proporcionará a verdadeira magia e não algo feito ao toque de caixa e cujo sabor será sem vida alguma. O destaque, logicamente, vai para o casal central, interpretados por Juliette Binoche e Benoît Magimel e ambos em cena capricham na química ao criarem um vínculo mútuo e do qual é entrelaçado através de suas paixões e que formam um único coração pulsante no enredo. É claro que nem tudo são flores, já que acontece algo inesperado e fazendo um deles ter que seguir em frente para que as suas artes continuem vivas para as demais pessoas apreciarem.

Acima de tudo, é um filme que fala sobre como as pessoas são felizes com o que fazem, mesmo que para isso tenham que se tornarem cada vez menos sociáveis, mas não menos humanas diga-se de passagem. Pessoas partem, mas suas obras continuam vivas nas memorias de todos, pois os seus talentos fazem com que elas se tornem imortais e que servirão de modelo para a geração seguinte. Toda obra deve ser feita com paixão, pois do lado mecânico nada se aprende.

"O Sabor da Vida" é um delicioso filme que nos deixa maravilhado com relação ao universo da culinária que todo prato que for degustado merece ser criado com amor e carinho. 

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Cine Dica: Sala Redenção apresenta mostra em parceria com Instituto Confúcio

“As Montanhas se Separam”

Neste mês, o Instituto Confúcio na UFRGS comemora seu aniversário, completando 12 anos de difusão da língua e da cultura chinesas no Rio Grande do Sul. Para celebrar a data, o instituto apresenta uma mostra de cinema em parceria com a Sala Redenção, entre os dias 15 e 30 de abril. Intitulada “Não há razão para temer o vento”, a programação exibe seis filmes do cinema chinês da “sexta geração”, que focam na temática da família.

Contemplando filmes pós-1990, o cinema chinês da “sexta geração” é uma consequência das transformações políticas, econômicas e sociais que o país enfrentou nas últimas décadas. Em oposição a um cinema puramente comercial, os realizadores deste movimento focam em um cinema social de propostas mais críticas e esteticamente inovadoras. Como resultado, as obras ressaltam o dilema entre o crescimento econômico e seus custos sociais, como por exemplo, a  dificuldade da preservação de patrimônios culturais diante da globalização.

“Não há razão para temer o vento” foca especialmente na temática da família. Dessa forma, a programação busca demonstrar a centralidade da instituição familiar na sociedade chinesa, mesmo diante dos intensos ventos das mudanças políticas, econômicas e sociais. O título da mostra homenageia essa característica, fazendo alusão ao provérbio chinês “Quando as raízes são fortes, não há razão para temer o vento”.

A seleção de filmes inclui “Banhos”, “Três Gerações e Um Destino”, “Voltando para Casa”, “Raio de Sol na Ponta dos Dedos”, “As Montanhas se Separam”, e a animação “Lanterna de Lótus”. A fim de proporcionar uma maior reflexão sobre as obras, a mostra apresenta exibições seguidas de bate-papo às terças e quintas-feiras, às 19h. Além disso, no dia do aniversário do Instituto Confúcio na UFRGS (26 de abril), a partir das 17h, a Sala Redenção recebe um evento especial, com decoração temática e apresentações culturais.  

Todas as sessões têm entrada franca e são abertas à comunidade em geral. O cinema da UFRGS está localizado no campus central da Universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Ervas Secas'

Sinopse: Num local remoto um professor de meia-idade, que anseia por uma transferência para Istambul, desenvolve um comportamento um tanto que incomum.  

Atualmente se diz que vivemos em uma sociedade mesquinha e de que cada cidadão pensa em si mesmo ao invés do seu próximo. Uma coisa é dizer isso e ser jogada ao vento, outra é analisarmos de perto determinado indivíduo e tentarmos, ao menos, procurar achar a causa desse tipo de posicionamento. "Ervas Secas" (2023) procura nos dar uma brecha sobre esse tipo de pessoa, muito embora as respostas não venham de forma facil, mas procurando que a gente levante certos questionamentos.

Dirigido por Nuri Bilge Ceylan, do filme "3 Macacos" (2009), o filme conta a história de um professor chamado Samet (Deniz Celiloğlu) que espera ser nomeado para Istambul após o dever obrigatório em uma pequena aldeia da Turquia. Depois de muito tempo esperando, ele perde toda a esperança de escapar dessa vida sombria. No entanto, seu colega Kenan (Musab Ekici) o ajuda a recuperar a perspectiva, mas ao mesmo tempo surgindo novos problemas que faz com que o protagonista se torne ainda mais complexo do que a gente imagina.

A história do filme é baseada no diário do escritor e professor Akin Aksu, mantido por ele durante seu serviço obrigatório de 3 anos na Anatólia. Com mais de três horas de duração, o diretor Nuri Bilge Caylan procura fazer com que a vastidão da neve vista na tela se torne um personagem primordial para o desenvolvimento da trama e fazendo com que os demais personagens se sintam isolados e fazendo com que alguns anseiam em sair de lá o mais rápido possível. Samet é um que deseja sair o quanto antes, mas cuja permanência faz com que ele se revele aos poucos e nos transmitindo alguém que faz com que a gente consiga questioná-lo facilmente ao longo da projeção.

Toda trama gira em seu entorno, seja através de suas ações, como também a forma como ele enxerga aquele mundo isolado e do qual ele obtém uma ideia de cada pedaço daquele lugar quando ele tira suas fotos e sendo que é através delas que tenhamos uma noção do que ele realmente enxerga sobre cada ponto e pessoa daquele território. Porém, é partir da sala de aula em que o protagonista revela a sua real faceta e fazendo a gente até mesmo temer pelas suas ações perante as crianças e cuja quais ainda estão ainda desenvolvendo os seus sentimentos perante o mundo em que estão vivendo.

É através delas, por exemplo, que questionamos as suas reais intenções sobre elas, principalmente quando determinada aluna o acusa de agir de forma inadequada. Ao mesmo tempo, o local não se revela também como um ambiente dos mais saudáveis, cuja regras de etiqueta nos soa de forma hipócrita, para não dizer quase autoritária. Esse ponto em questão me fez lembrar do recente filme alemão "A Sala dos Professores" (2023) e cujo questionamento com relação ação de determinados personagens em ambiente escolar pode gerar um efeito cascata surpreendente.

O filme ganha contornos ainda mais complexos quando se cria uma espécie de trindade, composta pelo protagonista, seu amigo Kenan e de uma recém-chegada professora chamada Nuray (Merve Dizdar). Através desse triangulo se nasce um jogo de interesses, onde o protagonista não deseja a professora por um certo momento, mas decide conquistá-la a partir do momento que Kenan se interessa por ela. Se nasce, portanto, um jogo psicológico, onde observamos o protagonista desejar a conquista e através de uma lábia que faz a gente questioná-lo devido a sua mesquinharia, mas o tornando um ser ainda mais interessante ao ser observado de perto mesmo com toda a nossa repulsa.

Com o trio, o cineasta Nuri Bilge Ceylan constrói algumas das melhores cenas do filme, onde uma conversa corriqueira se envereda para assuntos que vai desde a política, lado socialista e a hipocrisia que cada vez mais se alastra na vida humana. O protagonista, portanto, por mais que revele os seus verdadeiros defeitos, ele não se entrega para mudanças e se impondo perante aquele mundo que anseia abandoná-lo o quanto antes. Portanto, a cena final é simbólica, pois ele observa o mundo abaixo como se ele fosse microscópico e fazendo se sentir superior perante aquela realidade, mesmo correndo o risco de ficar cada vez mais isolado do mundo e do qual continuará seguindo em frente, independente das mudanças melhores ou piores que aconteceram ao longo dos anos.

"Ervas Secas" é um épico extremamente belo visualmente e ao mesmo tempo um estudo do comportamento humano que se encontra cada vez mais absorvido em seu mundo particular criado para si próprio. 


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Cine Dica: Absolute Cinema Martin Scorsese

Martin Scorsese é conhecido por sua paixão pelo cinema e sua habilidade em contar histórias de forma envolvente. Durante décadas, ele presenteou o público com filmes que se tornaram verdadeiros marcos na história do cinema. Desde clássicos como Taxi Driver, Touro Indomável e Os Bons Companheiros até obras mais recentes como O Lobo de Wall Street e Assassinos da Lua das Flores, Scorsese nos cativa com sua visão artística e narrativa poderosa.

Objetivos

O curso Absolute Cinema Martin Scorsese: Entre a Cruz e a Pistola, ministrado por Ticiano Osório, vai mergulhar na vida e obra de um dos diretores mais influentes e talentosos da história do cinema. Ao longo das aulas serão analisados os 26 filmes de ficção já lançados por Scorsese. O passeio por quase 60 anos de carreira permitirá identificar as marcas e as obsessões do diretor que virou ele próprio um personagem da sua obra.

Ministrante: TICIANO OSÓRIO

Jornalista formado na UFRGS. Trabalha há quase 30 anos no Grupo RBS, onde já foi editor de Esportes, do Segundo Caderno e da editoria "Sua Vida". Em 2019, tornou-se colunista de filmes e séries, atuando no site GZH, no jornal Zero Hora, na Rádio Gaúcha, na RBS TV e no Instagram (@ticianoosorio). Ministrou o curso As Várias Faces do Morcego: 80 Anos de Batman no Cinema pela Cine UM.

Curso

ABSOLUTE CINEMA MARTIN SCORSESE: ENTRE A CRUZ E A PISTOLA

de Ticiano Osório


* Datas

27 e 28 de Abril

(sábado e domingo)


* Horário

14h30 às 17h30

* Local

Cinemateca Capitólio

(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro - Porto Alegre - RS)


** APROVEITE AGORA O LOTE 1 **


INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/2024/04/martin-scorsese.html


Realização

Cine UM Produtora Cultural

Apoio

Cinemateca Capitólio


domingo, 14 de abril de 2024

Cine Dica: Sessão do Cineclube Torres - “Deslembro” Segunda dia 15/04 - 20h

O filme brasileiro “Deslembro” é exibido pelo Cineclube Torres na próxima segunda, dia 15 de abril, às 20h, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo.

A obra, ambientada no Rio de Janeiro, é a versão ficcional da história verídica da diretora Flavia Castro, que aos cinco anos de idade, teve que deixar o país com sua família, exilados pelo regime militar.

Após uma sólida carreira de documentarista e roteirista (Nice, O coração da loucura), a diretora Flávia Castro chegou a este seu primeiro longa de ficção, “Deslembro”, que teve a sua estreia mundial na seleção oficial do Festival de Veneza 2018 (Mostra Orizzonti) e conquistou vários prêmios no Festival do Rio no mesmo ano.

No filme, após seu pai desaparecer durante a ditadura brasileira, a Joana (Jeanne Boudier, alter ego da diretora) é obrigada a ir para o exílio em Paris com o resto de sua família. Quando começa o caminho da redemocratização e é decretada a “Lei da anistia”, que concedeu o “perdão” aos perseguidos políticos, a jovem deve voltar para o Rio de Janeiro e encarar tanto este passado quanto os problemas típicos de uma adolescente.

“Deslembro acaba que é dois filmes em um. Não somente é um recorte social de um Brasil recém-democrático, que ainda carrega as tensões da ditadura. Joana, de certa maneira, também sofre uma revolução interna e carrega toda a tensão sexual de sua idade. Assim, macro e micro se misturam. Ao mesmo tempo que a protagonista se descobre como uma adolescente com desejos e angústias, o Brasil se descobre como democracia.” (Plano Crítico).

Esta obra fica integrada numa trilogia da autora, que ela chama de sua "construção de lembranças": a trilogia começa com seu premiado documentário "Diário de uma busca", em 2011, no qual se entrelaçam a trajetória de vida e a investigação sobre a morte de seu pai, e continua com a ficção apresentada em “Deslembro”.

A trilogia terá seu término no mais recente longa-metragem da diretora, “As Vitrines", ainda em finalização, na qual Flavia volta à sua infância, no Chile, dias depois do golpe militar de 1973, quando muitos militantes de esquerda latino-americanos em exílio buscaram refúgio na embaixada da Argentina, um dos poucos lugares seguros em Santiago.

Esta sessão, assim como a organização das demais sessões do 10º Ciclo de Filmes de Expressão Ibero-Americana que acontecem todas as segundas feiras às 20h na Sala Gilda e Leonardo até final de abril, é do Cineclube Torres, Associação sem fins lucrativos, Ponto de Cultura pela Lei Cultura Viva e Ponto de Memória pelo IBRAM, em atividade desde 2011, contando com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

Deslembro| de Flávia Castro| Brasil | 2019 | 1h 45min


Serviço:

O que: Exibição do filme “Deslembro”, integrado no 10º Ciclo de Filmes de Expressão Ibero-Americana.

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, dia 15/04, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917