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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 24 de março de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (24/03/2022)

 A PIOR PESSOA DO MUNDO

Sinopse: Julie (Renate Reinsve) está chegando aos trinta e sua vida é uma bagunça existencial. Vários de seus talentos foram desperdiçados e seu namorado, Aksel (Anders Danielsen Lie), um escritor de sucesso mais velho que ela, está pressionando para que eles se estabeleçam. 


AMBULÂNCIA – UM DIA DE CRIME

Sinopse: William Sharp é um veterano do exército e como o país em que mora não lhe garante uma boa aposentadoria ou direitos para veteranos, ele precisa achar um emprego para arcar com os custos de uma família. 


GAROTO CHIFFON

Sinopse: O ator em iminência Jérémie está passando por uma crise existencial. Patologicamente ciumento e atormentado por desventuras românticas, profissionais e familiares, ele foge de Paris para se confortar nos braços de sua mãe, que acaba sendo um pouco mais do que invasiva.



ME TIRA DA MIRA

Sinopse: Policial dedicada, Roberta (Cleo) não vai parar enquanto não desvendar os mistérios por trás da morte da atriz Antuérpia Fox (Vera Fischer). Com a ajuda de sua terapeuta, Isabela (Bruna Ciocca), com quem forma uma dupla divertida e implacável, ela se infiltra na Clínica Bianchini de Realinhamento Energético em busca de respostas. 


OS CARAS MALVADOS

Sinopse: Baseado nos quadrinhos de Aaron Blabey, Os Caras Malvados segue um grupo de animais ladrões e suas travessuras. Sr. Lobo, Srta. Tarântula, Sr. Tubarão, Sr. Piranha e Sr. Cobra sempre foram vistos como maus, desajustados e que assustam todo mundo que os vê. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO de 24 a 30 de março de 2022

                                                                              Ataque dos Cães 


 SEMANA DE PORTO ALEGRE 2022

A Cinemateca Capitólio apresenta a programação da Semana de Porto Alegre de 2022 com exibições de importantes filmes realizados na cidade, um fim de semana especial da Sessão Vagalume e a 250ª noite do Projeto Raros, celebrada na véspera do aniversário de 250 anos da capital do Rio Grande do Sul.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4942/semana-de-porto-alegre-2022/


MÃES PARALELAS E ATAQUE DOS CÃES EM EXIBIÇÃO

Os filmes Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar, e Ataque dos Cães, de Jane Campion ganham exibições na Cinemateca Capitólio entre 24 e 30 de março. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4945/ataque-dos-caes/ e http://www.capitolio.org.br/eventos/4926/maes-paralelas/


FILMES DE GABI WONDRA EM DEBATE

Na terça-feira, 29 de março, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta a sessão Filmes de Gabi Wondra. A diretora porto-alegrense radicada na Alemanha participa de um debate após a sessão. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4906/filmes-de-gabi-wondra/


GRADE DE HORÁRIOS

24 a 30 de março de 2022


24 de março (quinta)

15h – Ataque dos Cães

17h15 – Mães Paralelas

19h30 – Beijo Ardente - Overdose


25 de março (sexta)

15h – Ataque dos Cães

17h15 – Mães Paralelas

19h30 – Projeto Raros 250: Space is the Place + Agosto 13 Sexta-Feira 


26 de março (sábado)

15h – Sessão Vagalume: As Aventuras do Avião Vermelho

16h30 – Ataque dos Cães

19h30 – Aqueles Dois


27 de março (domingo)

10h30 – Sessão Vagalume Especial: Cinema Paradiso

15h – Sessão Vagalume: As Aventuras do Avião Vermelho

16h30 – Mães Paralelas

19h – Cão Sem Dono + debate


29 de março (terça)

15h – Ataque dos Cães

17h15 – Mães Paralelas

19h30 – Filmes de Gabi Wondra


30 de março (quinta)

15h – Ataque dos Cães

17h15 – Mães Paralelas

19h30 – Tentilhão

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 24 A 30 DE MARÇO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

FABIAN – O MUNDO ESTÁ ACABANDO


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – FABIAN – O MUNDO ESTÁ ACABANDO *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Fabian oder Der Gang vor die Hunde - Alemanha, 2021, 175min). Direção de Dominik Graf, com Tom Schilling, Saskia Rosendahl, Albrecht Schuch. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Fabian é um aspirante a escritor que se muda de Dresden para Berlim no início dos anos 1930 - quando a Europa estava em recessão e o Hitler ganhava poder na Alemanha. Ele só consegue emprego como redator de publicidade em um jornal de segunda categoria, ao mesmo tempo em que se apaixona por Cornelia, uma jovem que sonha com a carreira no cinema. Com um estilo que combina vários recursos da linguagem cinematográfica, o filme é adaptado do livro “Fabian. Die Geschichte eines Moralisten”, de Erich Kästner, publicado em 1931.


18h30 - A PROFESSORA DE VIOLINO Assista o trailer aqui.


NO DOMINGO, A SESSÃO COMEÇA ÀS 18h45.

(Das Vorspiel - Alemanha/França, 2021, 100min). Direção de Ina Weisse, com Nina Hoss, Simon Abkarian, Jens Albinus. Filmicca, 14 anos. Drama.

Sinopse: A violinista Anna Bronsky é professora em um conservatório e percebe um talento notável no jovem Alexander - apesar dos outros professores serem contra a admissão do estudante. Decidida a tornar o aluno um vencedor, ela o coloca em competição com o filho, Jonas, que também toca violino, e entra em conflito com o próprio marido. Prêmio de melhor atriz no Festival de San Sebastián para Nina Hoss.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – A ESPERA DE LIZ Assista o trailer aqui.

(Brasil/Venezuela, 2021, 110min). Direção de Bruno Torres, com Simone Iliescu, Rosanne Mulholland, Bruno Torres, Zécarlos Machado, Ingra Lyberato. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Angustiada com o desaparecimento do marido, Liz retorna à casa dos pais em busca de apoio e da companhia de sua irmã Lara. Aos poucos, o resgate da relação das duas se torna mais intenso, mas Lara guarda um segredo sobre o real motivo do sumiço de Miguel. Com locações na serra gaúcha, o filme marca a estreia do ator Bruno Torres na direção de um longa-metragem.


16h45 – A FELICIDADE DAS PEQUENAS COISAS Assista o trailer aqui.

(Lunana: A Yak in the Classroom - Butão/China, 2019, 110min). Direção de Pawo Choyning Dorji, com Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cansado da vida em seu pequeno país, um jovem professor butanês resolve tentar a sorte como cantor na Austrália. Mas ele precisa cumprir um último ano de trabalho e é enviado a uma escola distante, em uma aldeia glacial chamada Lunana. Sem conforto algum, o professor começa a ensinar as crianças da aldeia e, aos poucos, descobre os encantos do lugar. O longa é um dos 15 títulos pré-indicados ao Oscar de filme internacional.


MOSTRA VERO DE CINEMA: PORTO ALEGRE COMO CENÁRIO

Em comemoração aos 250 anos de Porto Alegre, a mostra reúne filmes que tiveram locações em cenários da capital gaúcha, desde bairros afastados até locais icônicos do Centro Histórico.


Ingressos a R$ 6,00 (preço único)


QUINTA, DIA 24, ÀS 19h


FILME SOBRE UM BOM FIM

(Brasil, 90min, 2015). Direção de Boca Migotto.

O documentário recupera a importância e a história do bairro porto-alegrense, que é uma referência cultural da cidade. Tudo é lembrado com depoimentos dos jovens da época, hoje nomes bem conhecidos do grande público.


SEXTA, DIA 25, ÀS 19h


NÓS DUAS DESCENDO A ESCADA

(Brasil, 105min, 2015). Direção de Fabiano de Souza.

Adri trabalha em uma livraria e sonha com uma carreira como artista. Mona é uma arquiteta bem sucedida e tem planos de trabalhar em Nova York. O destino delas se cruza pelas ruas de Porto Alegre, onde vivem um romance cheio de dúvidas e juras de amor – e embalado por clássicos do rock gaúcho.


SÁBADO, DIA 26, ÀS 19h


O HOMEM QUE COPIAVA

(Brasil, 124min, 2003). Direção de Jorge Furtado.

André, 20 anos, trabalha como operador de fotocopiadora em uma papelaria e precisa de R$ 38,00 para impressionar a garota dos seus sonhos. Ela é a Silvia, que mora no prédio em frente e trabalha como balconista em uma loja de artigos femininos. Ajudado pelos amigos Cardoso e Marinês, André faz muitos planos para conseguir o dinheiro.


DOMINGO, DIA 27, ÀS 19h


WOOD & STOCK – SEXO, ORÉGANO E ROCK’N’ROLL

(Brasil, 2006, 90min). Direção de Otto Guerra.

Os personagens Wood, Stock, Lady Jane, Rê Bordosa, Rampal, Nanico e Meiaoito, dos quadrinhos de Angeli, enfrentam as dificuldades de um mundo cada vez mais individual e consumista. Afinal, trabalho e contas a pagar são conceitos que não combinam com o universo inconsequente desses bichos-grilos perdidos no tempo.

* Com apresentação da trilha sonora ao vivo em comemoração ao Dia do Cinema Gaúcho.


TERÇA, DIA 29, ÀS 19h


AINDA ORANGOTANGOS

(Brasil, 2008, 85min). Direção de Gustavo Spolidoro.

Rodado em um plano-sequência, o filme acompanha 15 personagens em um tórrido dia do verão porto-alegrense. Entre eles estão um casal de chineses, um Papai Noel bêbado, duas garotas apaixonadas, o porteiro de um prédio e um casal de noivos. O roteiro é adaptado de seis contos do livro homônimo do escritor Paulo Scott.


QUARTA, DIA 30, ÀS 19h


A NUVEM ROSA

(Brasil, 2021, 105min). Direção de Iuli Gerbase.

Giovana e Yago se conhecem em uma festa, passam a noite juntos e são surpreendidos no dia seguinte por uma misteriosa e mortal nuvem rosa, que obriga todos a ficarem dentro de casa. Enquanto esperam a nuvem passar, os dois têm que se inventar como um casal – à medida em que o tempo passa, Yago vive sua própria utopia, mas Giovana não se conforma com a situação. Longa de estreia da diretora, o filme ganhou o mundo pelo seu tom premonitório – mas foi realizado muito antes da pandemia da Covid 19.


* Abrindo o ciclo “O que é o Cinema Gaúcho?” em 2022.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 23 de março de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: 'Drive My Car'

Sinopse: Um ator e diretor de teatro é convidado a encenar O Tio Vânia de Tchécov num festival de teatro em Hiroshima. No carro em que se desloca, conduzido pela discreta jovem Misaki, Kafuku confronta-se com o passado e o mistério sobre a sua mulher. 

O diretor Ryusuke Hamaguchi gosta de explorar sobre personagens solitários, cuja a principal busca dos mesmos está em querer ser ouvido além de ouvir o próximo. No seu recente filme "Roda do Destino" (2022), por exemplo, assistimos a três histórias distintas, mas que ambas falam sobre pessoas em busca de um significado na vida, além de fazer as pazes com o passado através de outras pessoas. "Drive My Car" (2021) é poderoso em todos os sentidos, ao aproximar os personagens centrais através de suas dores e necessidades, mas que no final irão se completarem.

Adaptado de um conto de Haruki Murakami, o filme segue duas pessoas solitárias que encontram coragem para enfrentar o seu passado. Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) é um ator e diretor de sucesso no teatro, casado com Oto (Reika Kirishima), uma mulher muito bonita, porém também uma roteirista com muitos segredos, com que divide sua vida, seu passado e colaboração artística. Quando Oto morre repentinamente, Kafuku é deixado com muitas perguntas sem respostas de seu relacionamento com ela e arrependimento de nunca conseguir compreendê-la completamente. Dois anos depois, ainda sem conseguir sair do luto, ele aceita dirigir uma peça no teatro de Hiroshima, embarcando em seu precioso carro Saab 900. Lá, ele conhece e tem que lidar com Misaki Watari (Toko Miura), uma jovem chauffeur, com que tem que deixar o carro. Apesar de suas dúvidas iniciais, uma relação muito especial se desenvolve entre os dois.

Com três horas de duração,  Ryusuke Hamaguchi não tem pressa em apresentar e desenvolver os seus personagens principais, mas sim deseja que a gente embarque na história e que sejamos levados por ela. Se em um primeiro momento o diálogo do casal central na abertura da trama possa soar estranho, aos poucos, as respostas vêm à tona e sendo tudo moldurado com relação ao universo do teatro e que serve de energia de impulso para os personagens centrais. Quanto Oto sai de cena a melancolia domina Yusuke, pois a culpa lhe corrói, mas cuja a dor ameniza quando surge uma nova forma de redenção.

Redenção essa que vem não somente pelo fato dele conseguir a oportunidade de dirigir uma peça de teatro, como também a partir do momento em que conhece a motorista Misaki Watari. A personagem, aliás, talvez seja a melhor e a mais enigmática personagem da trama, pois pelo seu olhar profundo e cicatrizes no seu rosto constatam o fato dela possuir um passado nebuloso e que somente aos poucos será revelado. Ambos acabam se alinhando com relação a dores e perdas e cujos os sentimentos serão colocados para fora em momentos em que os dois revisitam os seus passados não resolvidos.

Curiosamente, a relação entre os dois é construída a partir de ótimos diálogos e cuja a maioria acontecem dentro do carro. Um artificio que foi muito utilizado, por exemplo, pelo cineasta iraniano Abbas Kiarostami, cuja as suas maiores obras os protagonistas dirigem um carro e dialogando com personagens ao lado. Curiosamente, neste filme há um diálogo revelador que acontece no banco detrás do veículo em um determinado momento do filme, sendo que dois personagens se revelam não somente através de palavras, como também de olhares que tem mais a dizer do que se possa imaginar.

No final das contas, é um filme que fala sobre a solidão cada vez mais acentuada na vida das pessoas hoje em dia, cujo os sentimentos na maioria das vezes não são revelados por medo, quando na verdade é preciso ser revelados no momento certo. Ao final da projeção, os personagens centrais obtiveram a sua redenção, mesmo que para isso tenha sido necessário revirar certos escombros do passado e cuja as revelações não podem as vezes serem encaradas sozinho. "Drive My Car" é sobre uma cruzada humana cheia de dor, porém, de grande recompensação em sua reta final. 


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terça-feira, 22 de março de 2022

Cine Dica: Streaming: 'Lamb'

 Sinopse: María e Ingvar, um casal sem filhos, descobrem um misterioso recém-nascido na sua quinta na Islândia. A perspectiva inesperada de uma vida familiar tráz-lhes muita felicidade, antes de começar a destruí-los.  

Diferente do que se imagina os contos de fadas foram originalmente criados para serem contos mais sombrios, porém, obtendo apenas uma suavizada no decorrer dos séculos que se passavam. Muitas dessas histórias vêm do folclore, das quais transitam entre o fantástico, mas tendo algum fundamento. "Lamb" é um conto esquisito, curioso e que nos deixa um tanto que perplexos.

Dirigido por Valdimar Jóhannsson, o filme conta a história de Ingvar e Maria, que são dois pastores de ovelha vivendo em uma planície isolada na Islândia. Ambos sofrem com a morte recente da filha pequena, até o dia em que um milagre de Natal lhes proporciona uma nova e inesperada criança para cuidar. O casal abraça este presente dos céus, sem imaginar que talvez estejam infringindo algumas regras da natureza.

O filme foi produzido pela mesma produtora de filmes como "Hereditário" (2018) e a "A Bruxa" (2015) e tendo esse conhecimento você já pode se preparar para o que está por vir. Para começo de conversa, o filme se envereda para essa onda de "pós terror", porém, ele não se distancia do gênero fantástico, mesmo ele ficando escondido boa parte do tempo. Contudo, a palavra “escondido” é uma forma de dizer um tanto que errônea, já que o fantástico está presente na tela e na forma de Ada, uma menina meio ovelha e cuja a sua presença nos fascina pelo seu peso de mistério sobre a sua real origem dentro da trama.

Porém, só o fato do casal central em adotar ela tão facilmente já nos deixa com a pulga atrás da orelha, mesmo quando as respostas aos poucos vão vindo no seu devido tempo. Valdimar Jóhannsson, contudo, não tem pressa em apresentar a história, pois ele simplesmente filma belas paisagens montanhosas da Islândia de uma forma que nos passe aquela sensação de local intocável e sem a presença do lado complexo do homem vindo da cidade grande. Neste último caso, isso é muito bem representado com a chegada do irmão, do qual o mesmo trás certo desiquilíbrio naquele cenário criado pelo casal, mas mal sabendo que ele seria a menor das preocupações.

Curiosamente, o filme possui poucos diálogos, cuja as expressões do casal principal falam mais por si do que meras palavras largadas ao vento. Vale destacar a presença forte dos animais, sendo que o olhar das ovelhas nos passa os mais diversos sentimentos, seja de ternura ou medo. O medo, aliás, é algo que espreita no decorrer do filme, mesmo quando não temos uma ideia do que seja, muito embora tenhamos certa suspeita. A revelação, por sua vez, irá com que muitos debatam sobre o seu simbolismo, pois não será nenhum pouco facil de ser digerido.

Do elenco se destaca Noomi Rapace, da qual a mesma transmite para sua personagem, tanto um grau de inocência, como também certo egoísmo e beirando a loucura com o desejo manter a pequena criança ovelha a qualquer custo. Talvez o filme nos faça resgatar as mais diversas histórias de determinados folclores que nós ouvíamos no passado, mas uma vez que eles são adaptados de uma maneira fiel e crua a sensação que nos passa é de pura estranheza e complexidade. Talvez o próprio diretor queira nos passar a ideia que ainda há segredos no universo da natureza pouco ainda explorados e que talvez nem possam ser visitados.

"Lamb" é um filme estranho, inquietante, mas é justamente por isso que somos atraídos por ele. 


Onde Assistir: Mubi

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segunda-feira, 21 de março de 2022

Cine Dica: Streaming: 'Onde eu Moro'

Sinopse: A realidade complexa e repleta de nuances das pessoas que vivem como moradores em situação de rua. 

O recente e premiado "Nomadland" (2020) foi um filme que soube muito bem transitar entre a ficção com momentos de realísticos e quase documentais. O filme estrelado por Frances McDormand retratava uma boa parcela da sociedade norte americana que cada vez mais se tornaram nômades e embarcando em um caminho sem volta pela estrada adentro. O curta metragem "Onde eu Moro" (2022) fala de uma parcela da sociedade que, ao invés de ir para estrada, decide continuar como moradores de rua pelas grandes cidades e aguardando na esperança dos líderes do governo tomarem alguma uma providência.

Dirigido por Jon Shenk e pelo brasileiro Pedro Kos, o documentário retrata a Costa Oeste dos Estados Unidos, onde os dois documentaristas acompanham a realidade complexa dos moradores de rua. Ao descobrir suas verdadeiras histórias de vida, em contraste à agitada realidade urbana das cidades, os diretores tentam levantar um importante debate sobre a crise humanitária que não para de crescer na América. Curiosamente, não deixa de ser um retrato global que acontece hoje em dia.

Os realizadores procuram primeiro apresentar as grandes metrópoles onde se passa a história, para logo em seguida direcionar as suas atenções para os moradores de rua que vão fazer parte do fio condutor da trama. Embora menos de quarenta minutos a obra consegue fisgar o lado emocional de cada uma dessas pessoas, sendo que cada um ali possui um sonho para ser alcançado, embora ele possa estar mais distante do que imaginamos. Não tem como não se emocionar com alguns depoimentos, sendo que que eles colocam para fora as suas dores e feridas emocionais, sendo que as mesmas já são nítidas através de olhares cansados e que pedem por dias e noites de sono.

Com sobrevoos em que se registra filas quilométricas de cabanas aglomeradas nas principais ruas dessas metrópoles, o governo procura achar uma solução, muito embora a ideia deles seja riscar essas pessoas do mapa. Ao invés de levarem para um lugar apropriado, a justiça manda a polícia prender ou mandar embora esses moradores que pedem socorro. A pergunta que sempre fica é. para onde eles vão?

Atualmente EUA possui mais de quinhentos mil moradores de rua e, curiosamente, parece que quanto mais os prédios das elites se levantam e alcançam os céus mais aumenta o número de pessoas que levantam as mãos pedindo ajuda. O documentário não traz uma solução para o fato, mas busca fazer com que a gente pense sobre esses tempos cada vez mais capitalistas e menos humanos. Indicado ao Oscar de Melhor Curta Metragem de 2022, "Onde eu Moro" é a realidade nua e crua sobre a possibilidade de que moradores de rua estarem morrendo na frente de nossas casas é muito maior do que se imagina.  

Onde Assistir: Netflix. 

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domingo, 20 de março de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate: "Mães Paralelas"

Pedro Almodóvar possui uma sensibilidade descomunal ao criar uma visão pessoal sobre o universo feminino e ao mesmo entrelaça-lo com a sua vida pessoal em vários aspectos. No meu entendimento, os últimos filmes do realizador que inclui "Julieta" (2016) e "Dor e Glória" (2019) procuram se enveredar até mesmo por questões políticas que o realizador testemunhou ao longo de sua vida, mesmo tendo ficado somente nas entrelinhas. "Madres Paralelas" (2021) talvez seja o filme mais político do cineasta, mesmo quando o tema fica em segundo plano, pois a questão fica explicitamente quando se é destacado.

Em "Madres Paralelas", duas mulheres dão à luz no mesmo dia e no mesmo hospital. Uma delas Janis, de meia idade, não teve a gravidez planejada, mas já se sente preparada para ser mãe. A outra que se chama Ana, adolescente, engravidou por acidente e sente medo do que está por vir. A partir de suas experiências, as duas criam um forte laço unido pela maternidade.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui. 


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