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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 25 de abril de 2019

Cine Dica: Noites na Cinemateca: Cinema e Música

BIXA TRAVESTY E MAIS TRÊS LONGAS SÃO DESTAQUES DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO PROJETO NOITES NA CINEMATECA

No sábado, 27 de abril, a Cinemateca Capitólio Petrobras inaugura um novo projeto que deverá mobilizar a atenção dos cinéfilos, o Noites na Cinemateca, que a cada dois meses promoverá maratonas cinematográficas temáticas nas madrugada de sábado para domingo. Nesta primeira edição do Noites na Cinemateca, com início marcado para a meia-noite, o tema dos filmes selecionados é a música, exibindo quatro títulos de diferentes nacionalidades: o premiado documentário brasileiro Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla, sobre a cantora paulista Linn da Quebrada, o mítico documentário inglês Let It Be, sobre o derradeiro encontro da banda The Beatles, um filme surpresa (internacionalmente cultuada produção da década de 70, nunca lançada nos cinemas brasileiros), e o drama russo Verão, sobre a cena roqueira na Rússia durante a década de 1980.
O Noites na Cinemateca faz parte das ações do projeto Cinemateca Capitólio Petrobras – programação especial 2019. Entre os meses de março e novembro deste ano, a Cinemateca Capitólio Petrobras promoverá uma programação especial com 26 atividades com patrocínio master da Petrobras através da Lei Rouanet/Governo Federal e cooperação cultural da Fundacine – Fundação Cinema RS e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal da Cultura.
O ingresso para o Noites na Cinemateca tem o valor de R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia), e é válido para os quatro filmes da maratona. Entre um filme e outro, haverá pequenos intervalos para os espectadores dispostos a atravessarem esta madrugada de música e cinema poderem recarregar suas energias. Caso haja disponibilidade de lugares, também serão colocados à venda ingressos para quem desejar assistir a apenas parte da programação.

PROGRAMAÇÃO

Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla (Brasil, 2018, 75 minutos)
Linn da Quebrada, cantora transexual negra, é apresentada ao público neste documentário que captura a sua esfera pública e privada, ambas marcadas não apenas pela força de sua presença de palco, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça, aliada a um discurso político contundente. Vencedor do Teddy Award de melhor documentário no Festival de Berlim em 2018 e do prêmio do público no último Festival de Brasília, este original retrato de uma das mais potentes artistas surgidas no Brasil em anos recentes – ainda inédito nos cinemas brasileiros – o ganha sua primeira exibição em Porto Alegre, abrindo a primeira edição do Noites na Cinemateca.

Let It Be, de Michael Lindsay-Hogg (Inglaterra, 1970, 81 minutos)
Quinto filme feito pelo grupo de rock inglês The Beatles, lançado em maio de 1970, um ano após ser gravado junto com o álbum homônimo. Originalmente a ideia do filme era mostrar a banda gravando e criando um álbum em estúdio. Mas quando começaram as gravações os integrantes dos Beatles viviam em meio a uma série de conflitos e quando o filme foi finalmente lançado a banda já havia se separado. O filme ficaria então reconhecido como o documentário sobre o fim da banda. As câmeras captaram discussões, o gradual desinteresse dos músicos e uma briga notória entre Paul McCartney e George Harrison. A artista conceitual Yoko Ono, casada com John Lennon, acusada como um dos pivôs da separação do grupo, também é vista em várias cenas do filme. A parte final do documentário é um mini-show realizado no telhado do estúdio em Saville Row. As filmagens começaram em 2 de janeiro de 1969 e terminaram no final do mesmo mês. Algumas músicas gravadas durante as filmagens jamais foram lançadas oficialmente pelo grupo. 

Filme Surpresa (98 minutos)
Filme de culto, nunca lançado nos cinemas brasileiros, esta obra única realizada na década de 70 e assinada por um artista célebre, vai surpreender o público com sua inventividade e invenções formais. 

Verão, de Kirill Serebrennikov (Rússia/França, 2018, 126 minutos)
No verão de 1981, o rock underground chegava na Rússia Soviética, mais precisamente em Leningrado, onde hoje localiza-se a cidade de São Petersburgo. Sob a influência de artistas internacionais, como Led Zeppelin e David Bowie, o rock vibrava na cidade, marcando o nascimento de uma nova geração de artistas independentes. O jovem Viktor Tsoi (Teo Yoo) ganhou fama internacional e tornou-se o primeiro grande representante russo do gênero. Além da música, ele também ficou conhecido pelas polêmicas relacionadas a sua vida pessoal, como o triângulo amoroso que viveu junto com o seu mentor musical, Mike, e a esposa dele, Natasha.

GRADE DE HORÁRIOS
23:59 – Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla (Brasil, 2018, 75 minutos)
02:00 – Let It Be, de Michael Lindsay-Hogg (Inglaterra, 1970, 81 minutos)
04:00 – Filme Surpresa (98 minutos)
06:00 – Verão, de Kirill Serebrennikov (Rússia/França, 2018, 126 minutos)

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Um Banho de Vida' - Um Tudo ou Nada

Sinopse: Bertrand está no auge dos seus quarentas anos e sofre de depressão. Depois de um tratamento infeliz, ele começa a frequentar a piscina de seu bairro, onde se junta a uma equipe de nado sincronizado masculina. Sob o comando de Delphine, uma ex-atleta vitoriosa, Bertrand e os novos companheiros decidem participar do Campeonato Mundial de Nado Sincronizado. 

Existe um novo grupo de profissionais dentro cinema atual francês e que se envolve em alguns dos principais atores de lá. Guillaume Canet, Jean Dujardin, Mathieu Amalric e Gilles Lellouche estão quase sempre atuando nos filmes um dos outros ou vice e versa. “Um Banho de Vida” marca a estreia na direção do último e conta com Canet e Amalric como protagonistas. O cinéfilo antenado irá reparar que os realizadores se inspiraram no já clássico “Ou Tudo ou Nada” (1997), comédia britânica que concorreu ao Oscar em 1998, em que protagonistas de meia idade, desempregados, viravam strippers para obter reconhecimento e algum lucro. Agora, substitua o strip-tease pelo nado sincronizado e obterá uma trama que, se não é original, ela ao menos diverte e faz a gente se identificar com os personagens.
Além dos talentos que são vistos na tela, Lellouche se mostra um hábil  diretor de  atores, mas sua obra se leva mais a sério do que se deveria em alguns momentos, além de se estender um pouco em algumas situações dispensáveis, mesmo quando elas se tornam em alguns momentos importantes para compreendermos melhor as motivações de cada um dos personagens principais. Uma das boas sacadas da trama é a troca de papeis geralmente criados pela sociedade. Aqui são os homens, alguns bem-sucedidos, mas que começam a sentir dificuldades financeiras, ou alguns frustrados perante a vida e que procuram na atividade de natação uma forma de buscar uma redenção pessoal e para assim conseguir forças para prosseguir na vida. Lellouche consegue, portanto, uma investigação sobre o lado sensível do homem, do qual aqui não se difere muito do lado doce da mulher, mas sim demonstram estarem na mesma corda bamba em termos de buscar um novo começo na vida, na profissão e no amor.
O clima "Sessão Da Tarde' faz de “Um Banho de Vida” se encaminhar para um final um tanto inverossímil, mas nunca é demais saímos da sala do cinema com um sorriso no rosto e termos mais esperança para enfrentarmos os obstáculos vindos do mundo. 


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Cine Dica: Hong Sang-soo, Projeto Raros e Sessão Acessível (25 de abril a 1 de maio)

HONG SANG-SOO EM DEBATE, A VERTIGEM DO CINEMA MODERNO NO PROJETO RAROS,  SESSÃO ACESSÍVEL DE SUEÑO FLORIANÓPOLIS

A programação da mostra A Vertigem do Cinema Moderno apresenta duas sessões especiais nesta semana. Na sexta-feira, 26 de abril, às 21h, uma edição especial do Projeto Raros apresenta dois filmes que antecipam questões abordadas por Alfred Hitchcock em Um Corpo que Cai: O Retrato Inacabado (1910, 18 minutos), de Léonce Perret, e Muito Além do Esquecimento (1956, 92 minutos), de Hugo del Carril.
Na sessão de encerramento da mostra, 28 de abril, às 18h30, integrantes do grupo de estudos Aurora debatem os diálogos contemporâneos com a obra de Hitchcock após a sessão de Você e os Seus, filme realizado pelo sul-coreano Hong Sang-soo, inédito em Porto Alegre.

SESSÃO ACESSÍVEL DE SUEÑO FLORIANÓPOLIS
No sábado, 27 de abril, inicia a série de dez sessões acessíveis que integram a programação especial da Cinemateca Capitólio Petrobras com patrocínio da Petrobras e produção cultural da Fundacine e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Coordenação de Cinema e Audiovisual da Secretaria da Cultura. O filme Sueño Florianópolis, escrito e dirigido por Ana Katz foi o escolhido para abrir a programação, com sessão gratuita às 14h.
O filme, uma coprodução entre Brasil, Argentina e França, conta a história de uma família que viaja da Argentina para o Brasil em busca de reconexão entre si. No elenco, estão os atores brasileiros Andréa Beltrão, Caio Horowicz, Marco Ricca, e os argentinos Mercedes Morán, Gustavo Garzón, Manuela Martinez e Joaquin Garzon. O longa conquistou três prêmios no Karlovy Vary International Film Festival: Melhor Atriz (Mercedes Morán), Prêmio Especial do Júri e Prêmio da Crítica Internacional. Produzido pela Prodigo Films, Campo Cine e Groch Filmes, as filmagens aconteceram entre abril e maio de 2017, em Florianópolis (Santa Catarina/Brasil) e Buenos Aires (Argentina).
As sessões acessíveis da programação especial 2019 da Cinemateca Capitólio Petrobras contam com legendagem descritiva, audiodescrição e libras. O projeto conta com oito mostras de cinema, quatro eventos “Noites na Cinemateca”, duas masterclasses, dez sessões de cinema acessível, além de duas exposições relacionadas ao acervo da Cinemateca. Além disso, o aporte também possibilitou a compra de equipamentos que proporcionarão acessibilidade completa (Libras, legenda descritiva e audiodescrição), que em breve será disponibilizada.
“O projeto como um todo reforça a vocação da Cinemateca como um espaço de cinefilia e reflexão crítica do cinema clássico e contemporâneo e como um local de referência na preservação do audiovisual garantindo a difusão do seu acervo ao público. Estamos também muito felizes com a realização da programação acessível que vem ampliar a democratização do acesso à Cinemateca garantindo a inclusão de pessoas com deficiências”, afirma Andreia Vigo, Diretora da Cinemateca Capitólio Petrobras.
A bilheteria abre 30 minutos antes da sessão, para distribuição de senhas. A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 - Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | http://www.capitolio.org.br | facebook.com/cinemateca.capitolio

Sinopse: Buenos Aires, Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Motivados pelo câmbio favorável, caem na estrada em um Renault 12, sem ar-condicionado, e viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa Catarina). Juntos, porém separados, conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão descobrindo qual é o sonho de cada um.
Ficha técnica
Direção: Ana Katz
Roteiro: Ana Katz e Daniel Katz
Produzido por: Beto Gauss, Camila Groch, Francesco Civita, Nicólas Avruj
Produção Executiva: Camila Groch, Beto Gauss, Nicolás Avruj
Uma Produção: CAMPO CINE (ARG) e PRODIGO FILMS (BRA), em coprodução com GROCH FILMES (BRA)
Fotografia: Gustavo Biazzi
Direção de Arte: Gonzalo Delgado
Elenco Brasil: Andrea Beltrão (Larissa), Marco Ricca (Marco), Caio Horowicz (César)
Elenco Argentina: Mercedes Morán (Lucrécia), Gustavo Garzón (Pedro), Manuela Martinez (Flor), Joaquim Garzón (Julián)
Distribuição: VITRINE FILMES (BRA)
Sales Agent Internacional: Film Factory

FILMES – A VERTIGEM DO CINEMA MODERNO
O Retrato Inacabado
(Le portrait Inachevé)
França, 1910, 18 minutos, digital
Direção: Léonce Perret
A morte da esposa deixa um marquês desesperado. Anos depois, ele encontra Madeleine, uma mulher idêntica à morta.

Muito Além do Esquecimento
(Mas allá del Olvido)
Argentina, 1956, 92 minutos, digital
Direção: Hugo del Carril
Após a morte de sua esposa, um homem encontra uma mulher idêntica e torna-se obcecado pelo o amor perdido. Adaptação do romance “Bruges, a morta” de Georges Rodenbach, que inspirou o roteiro de Um Corpo que Cai.

Você e os Seus
(Dangsinjasingwa dangsinui geot)
Coréia do Sul, 2016, 86 minutos, HD
Direção: Hong Sang-soo
​Um jovem pintor não consegue achar sua namorada de jeito nenhum.

GRADE DE HORÁRIOS
25 de abril a 1º de maio de 2019
25 de abril (quinta-feira)
17h – Efeitos Especiais
21h – Instinto Selvagem 

26 de abril (sexta-feira)
17h - Blow-Up – Depois Daquele Beijo
21h – Projeto Raros Especial (O Retrato Inacabado + Mas allá del Olvido)

27 de abril (sábado)
14h - Sueño Florianópolis (Sessão Acessível)  
16h – Blackout - Sentiu a Minha Falta?
18h - A Prisioneira
20h - Phantom Islands
23h59 - Noites na Cinemateca: Cinema e Música

28 de abril (domingo)
14h - Paul Sanchez Está de Volta
16h - A Estrada Perdida
18h30 - Você e os Seus + debate
30 de abril (terça)
Festival Escolar de Cinema

1o de maio (quarta)
15h - Paul Sanchez Está de Volta  
17h - A Lenda de Lylah Clare 
20h - Zoravia 

terça-feira, 23 de abril de 2019

Cine Especial: 'O Cinema Metanarrativo de Jafar Panahi - Parte 1'


Nos dias 27 e 28 de Abril eu estarei participando do curso "O Cinema Metanarrativo de Jafar Panahi", criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista e Mestre em Letras Pedro Garcia. Enquanto os dias da atividade não chegam vamos relembrar as principais obras desse cineasta que resiste perante a um governo ditatorial.  

'O Balão Branco' (1995)

Sinopse: Em 21 de março, Ano Novo no Irã, a menina Razieh, sonha comprar um peixe dourado para as comemorações da data, repetindo uma antiga tradição do país. Com a ajuda do irmão, ela convence a mãe a dar seus últimos tostões para a compra do peixe.

Este maravilhoso filme, traz ao nosso coração a imagem de uma criança que não desiste de seu propósito, apesar de todas as dificuldades que encontra em seu longo caminho. Sem aceitar o "não" dos adultos persistente, mesmo quando ignorada e rejeitada - e até lubridiada - ela supera as lágrimas... fazendo de sua fragilidade, a sua força incansável. Para a menina, desistir é inaceitável! Protagonistas deste filme, premiado internacionalmente: Ainda Mohammad Khani e Mohsen Khalifi. Destaques: direção, roteiro, interpretação da protagonista e fotografia: temas e personagens e o silêncio que fala, grita expressa o sofrimento profundo e solitário. Obra prima absoluta.

'O Espelho' (1997)

Sinopse: O filme conta a história de uma garotinha que, esquecida pela mãe na escola, tenta encontrar o caminho de sua casa.

"O Espelho", a linha narrativa  acompanha aflição da menina Mina (Mina Mohammad Khai) que ao sair da escola descobre que a mãe não foi lhe buscar. Angustiada, tenta ligar para casa, procura informações com adultos, até que perde a paciência e decidir tomar um ônibus. Lá pelo meio do filme, depois de vários percalços, Mina toma uma decisão que muda todo o desenrolar dramático do filme.
Mas,  surpreendemente, quem toma a decisão não é ‘Mina’ a protagonista, e sim ‘Mina’ a atriz. Daí por diante o longa vira uma espécie de documentário involuntário de si próprio; de seu fracasso enquanto um filme de ficção. O próprio Jafar Panahi, seu câmera, figurantes, o operador de som e outros técnicos surgem na tela interagindo com Mina, a atriz.
Como discípulo aplicado de Kiarostami que foi, Panahi faz aqui um registro ‘velado’ do quem vem a ser ‘fazer um filme’. 

'O Circulo' (2000)

Sinopse: Várias mulheres se esforçam para funcionar na sociedade opressiva e sexista do Irã contemporâneo.

"O Circulo" se deve principalmente à forma  como a trama é contada. Porém, não apenas a trama, mas sim as tramas. O ponto inicial da pequena janela se amarra a vários outros, todos envolvendo mulheres em situações de muita tensão. Há a jovem que foge da polícia, a jovem grávida expulsa de casa, a mãe em pura angustia. Não são, como tem acontecido no cinema dos demais países, histórias que se interligam, mas sim que se fecham num grande círculo de eventos Uma estrutura circular que exibe com clareza o painel de denúncias apresentados na tela e do qual todos podem sim se identificar. 

Mais informações sobre o curso cliquem aqui. 

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Cine Curiosidade: Dez anos de Cine Um



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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: 'Bumblebee'

Veja a minha analise já publicada clicando aqui.


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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Silêncio dos Outros' - Não nos Calaremos

Sinopse: Em 1977 o parlamento espanhol aprovou uma Lei de Anistia que garantia a liberdade de todos os presos políticos e a proibição do julgamento de qualquer ato criminoso ocorrido durante a ditadura de Francisco Franco no país. O Franquismo assombrou a Espanha durante 38 anos deixando um imenso número de vítimas e parentes sem respostas.  

Recentemente eu revi no cinema o clássico do Expressionismo Alemão "O Gabinete do Dr. Caligari" (1919), do qual se tornou uma espécie de metáfora de uma geração alemã derrotada após a  1ª Guerra Mundial e da qual se encontrava sonâmbula perante o horror do mundo real. Não é de hoje que governos tentam persuadir o povo a se colocar numa posição de desligamento com relação aos fatos da história e se tornarem verdadeiros zumbis perante uma realidade crua, porém, que não pode ser ignorada. "O Silêncio dos Outros" escancara a dura realidade de um governo irresponsável, do qual deseja apagar da história inúmeros fatos, mas que o povo em geral procura continuar desperto.  
Apresentado para o mundo pelo cineasta Pedro Almodóvar, e dirigido por Almudena Carracedo, Robert Bahar, o documentário fala sobre os 40 anos de ditadura de Franscico Franco na Espanha e sobre os crimes contra a humanidade que ele havia cometido. Após a sua morte, o governo decidiu criar a Lei da Anistia, da qual garantia a liberdade de todos os presos políticos, mas também a proibição de julgamento para qualquer ato criminoso ocorrido durante o governo Franco. Porém, amigos e familiares abominam essa lei e procuram a todo custo por justiça e saber sobre o destino das pessoas desaparecidas.  
O início da obra já começa de uma forma tocante, onde testemunhamos uma senhora de idade avançada, guiada pela sua parente e que vai em direção do possível local onde pode estar enterrado seus entes queridos vítimas da ditadura de Franco. Esses primeiros momentos já servem como preparação para o que virá mais adiante, pois embora não seja um filme de terror, as atrocidades vindas da própria realidade podem sim se tornar muito mais angustiantes. Uma vez que testemunhamos imagens de arquivos, mesmo que sejam de vários anos, concluímos que certas feridas ainda se encontram em abertas e das quais não param de sangrar.  
"O Silêncio dos Outros”, busca escancarar esses horrores do passado, mas do qual o próprio governo tenta acobertar os fatos. De acordo com o discurso oficial da época, sustentado pelo presidente do governo espanhol, Mariana Rajoy, é melhor esquecer os fatos passados e se focar no futuro, ou seja, nada de “remexer nos ossos”, pois o que passou, passou. A facilidade com que as autoridades obtêm sobre esse assunto delicado são espantosas diante das dezenas de casos relatados nos documentários e dos quais não podem ser jamais abandonados.  
Os diretores Almudena Carracedo e Robert Bahar reúnem inúmeros fatos sobre a tortura, assassinatos, crianças recém-nascidas sendo roubadas e outras atrocidades cometidas em nome do combate ao que chamavam de “perigo comunista”, da qual se tornou uma desculpa esfarrapada criada pelas democracias das Américas do Norte e do Sul durante os tempos de chumbo. Tecnicamente, os cineastas assumem uma ousadia ao colocar na tela fatos explícitos e transforma-lo em um filme-denuncia. Eles adquiriram inúmeros depoimentos para a câmera, material de arquivo, conversas das famílias das vítimas com advogados, narrativas explicativas em off, letreiros com datas e informações históricas, músicas comoventes, apropriação de obras de arte e dentre outras coisas.  
O resultado acaba se tornando um verdadeiro soco no estômago, tendo o ponto positivo de se tornar, como já dito acima, em um verdadeiro filme-denúncia. "O Silêncio dos Outros" dita uma regra bastante simples de jamais ser imparcial, para assim ouvir os dois lados do conflito e fazendo com que o cinéfilo tire as suas próprias conclusões. Porém, uma vez que testemunhamos as vítimas sendo encontradas em covas após várias décadas, fica muito mais fácil escolhermos um lado da história.  
"O Silêncio dos Outros", não é somente um filme denúncia sobre tempos nebulosos acontecidos na Espanha, como também um retrato universal de tempos ditatoriais e dos quais não se devem retornar, mas sim extinguir. 


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