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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Cine Especial: O 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos



8º) Cidade de Deus (2002)



Sinopse: Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.


Fernando Meirelles ganhou um reconhecimento merecido nesta obra prima do cinema nacional de 2002, sobre um retrato forte que, mostra aspectos tristes, mas verídicos das trajetórias percorridas por jovens das favelas urbanas. Há certo virtuosismo técnico, compensado pela verdade na atuação de um elenco orientado pela co-diretora Kátia Lund. Meirelles surpreende o espectador, em não somente recriar três épocas onde se passa a historia, como também criar um belo jogo de imagens com a montagem, em que a trama vai e vem sem menor aviso, mas que flui de tal maneira que não atrapalha em nenhum momento o entendimento de quem assiste.
Sucesso no exterior, foi finalista no Balta (Oscar Inglês) de melhor filme estrangeiro, perdido pelo Espanhol Fale Com Ela, mas ganhou na categoria de melhor montagem de Paulo Bezende, derrotando filmes famosos como O Senhor dos Anéis: As Duas Torres e O Pianista. Mas o reconhecimento veio no Oscar de 2004, onde o filme ganhou 4 indicações ao Oscar, incluindo melhor diretor (Meirelles) e melhor roteiro adaptado, mas que infelizmente perdeu todos, perante ao fim da trilogia dos Senhor dos Anéis. Mas isso não impediu, que dez anos depois que, o filme entrasse facilmente na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos, ao lado de pesos como Laranja Mecânica e os Bons Companheiros.  


 

9º) O Pagador de Promessas (1962)



Sinopse: Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba.


Crítica aos políticos (pré-ditadura militar), a igreja católica, a policia e á imprensa. A peça de Dias Gomes recebe um tratamento dramático que mantém viva a força dos personagens e a discussão sobre á influencia da religião na sociedade. Interpretações inesquecíveis e sinceras do casal central. Tanto Leonardo Villar como Gloria Menezes estão ótimos em seus respectivos papeis, assim como Dionísio Azevedo, que passa a todo o momento, uma representação hostil e atrasada da igreja católica.
Anos mais tarde, a peça ganharia uma mini-série para a TV, transmitida pela Rede Globo, mas nada que se compare ao resultado final desse filme e de como ele mexeu com os sentimentos das pessoas na época. Palma de Ouro no Festival de Cannes e finalista ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Curiosidade: Após o recebimento do prêmio em Cannes, o diretor e a equipe do filme que viajou até o Festival foi recebida com um desfile público em carro aberto, ao desembarcar no Brasil.


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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: TRUMBO: LISTA NEGRA



Sinopse: O roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) e outros colegas não negam suas crenças políticas. Em 1947, quando Trumbo se recusa a delatar os comunistas que atuam na indústria do entretenimento americano, ele entra para a lista negra dos profissionais proibidos de trabalharem em Hollywood.
Quando Elia Kazan (Sindicato dos Ladrões) recebeu o seu Oscar pela carreira em 1999, o público que assistia se dividiu, entre aqueles que aplaudiram e aqueles que cruzaram os braços. Com certa razão, pois Kazan acabou se tornando uma espécie de delator na época das caças as bruxas que, havia sido instalado em Hollywood para caçar atores, atrizes, diretores, produtores e roteiristas que fossem do partido comunista. Devido a isso, muitos tiveram as suas carreiras arruinadas, foram presos ou tiveram que abandonar o país como foi o caso de até mesmo do mestre Charles Chaplin. 
Dirigido por Jay Roach (Entrando numa Fria) Trumbo: Lista Negra reconstitui uma parte dessa complicada história do cinema americano, onde vemos roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) e seus colegas do ramo sendo esmagados pela a Motion Pictures, presidida por ninguém menos que John Wayne, que foi a responsável pela Caça às bruxas dentro da Indústria cinematográfica. Porém, mesmo com o nome manchado, e sem poder trabalhar nos grandes estúdios novamente, Trumbo jamais desistiu de sua carreira. Para isso, começou de forma clandestina a fazer roteiros para pequenos estúdios de filmes B e usando pseudônimos ao invés do seu nome verdadeiro.
Para cinéfilos como eu, é divertido assistir as passagens do qual esse filme retrata, onde a reconstituição de época é algo primoroso e muito bem cuidado.  Mas acima de tudo, é curioso observar como Dalton Trumbo foi responsável pela criação de incríveis histórias, como no caso de A Princesa e o Plebeu (1953) que, lhe renderia o seu primeiro Oscar na carreira, mesmo de uma forma não oficial, pois o prêmio viria a ser dado para um amigo de Trumbo que fingia ser dono do roteiro. Não há como não se divertir em ver os apresentadores da academia, fazendo os seus números de apresentações vazias, mas mal sabendo para quem eles realmente estavam premiando naquele momento.
O filme nos empolga graças à persistência vinda do personagem e pelo seu amor em escrever diversas histórias, mesmo em meio às adversidades e a intolerância das pessoas que se diziam defender a liberdade do povo americano, quando na verdade nem sabiam o que diziam. Muito dessa energia vista na tela se deve ao seu interprete Bryan Cranston: conhecido mundialmente pela sua atuação na cultuada série Breaking bad, Cranston passa para nós todo o lado arrogante, cínico e apaixonado de Dalton Trumbo e fazendo a gente até compreender a sua obsessão, mesmo quando ela, por vezes, prejudica a relação com a sua família.
Mas se o protagonista brilha em seu papel principal, o elenco secundário não fica muito atrás. Porém, mais do que ótimos atores dando vida a outros interpretes do passado, é preciso tirar o chapéu para os produtores, ao acharem atores quase idênticos e dar palmas aos maquiadores por caracterizar eles de uma forma que quase ficassem idênticos. Se David James Elliott passa todo o lado direitista, como também o lado bronco, do qual tinha John Wayne, Dean O'Gorman (O Hobbit) surge como uma copia fiel do astro Kirk Douglas.
Falando do velho astro, Douglas surge em cena, num dos momentos mais simbólicos da trama. Astro na época, e ao mesmo tempo produtor e roteirista, Douglas convidaria  Dalton Trumbo, numa espécie de voto de confiança, para roteirizar Spartacus, filme que viria a se tornar um grande épico do cinema. Mais do que um momento simbólico, essa passagem do filme também serve para questionar o papel de Hollywood que, de uma arte para o entretenimento, se tornou palco para guerras e fins políticos infundados.
Essa ambição, e intolerância, foi muito bem representado pela atriz daquele tempo chamada Hedda Hopper, que aqui ganha vida graças ao bom desempenho de Helen Mirren (A Rainha), fazendo com que a gente a odeie e torça pela sua queda política no meio cinematográfico. Uma vez que a lista negra se tornou uma vergonha dentro da história de Hollywood, o ato final sintetiza a alma cansada daqueles que lutaram, sobreviveram, mas que infelizmente alguns não conseguiram obter a sua renderão. Infelizmente isso é algo que ecoa até hoje, principalmente em tempos indefinidos com relação à crise política e cultural do nosso e de muitos países. 
Trumbo: Lista Negra é uma pequena parte de uma grande vergonha da história política e cinematográfica americana, mas que está ali como exemplo de erro histórico a não ser seguido e que jamais se repita em nosso presente, se é que já não está se repetindo infelizmente.



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Cine Dica: Home Theater: transformando sua casa em cinema



Assistir a um filme em casa não depende apenas da qualidade da imagem da televisão. Um bom sistema de som faz toda a diferença para a experiência do filme como um todo, e a aquisição de um Home Theaterpode ser uma ótima opção para aprimorar as sessões de cinema em casa. 
  
Fonte: zoom.com

Antes de adquirir o Home Theater é preciso verificar se o ambiente escolhido tem tamanho suficiente para suportar todas as caixas da maneira correta. Quanto maior o cômodo, mais caixas o conjunto escolhido deve ter.
Existem diversas opções desse aparelho quando se trata do número de peças, mas as mais famosas são as 5.1 e 7.1. O número da esquerda traduz aquantidade de caixas sonoras, enquanto o número da direita representa o Subwoofer, que reproduz os sons graves.
Atualmente o áudio dos filmes é gravado em vários canais e isso só pode ser aproveitado em casa com um Home Theater. Por exemplo: em um filme de guerra, se um tiro é disparado da frente, o som da bala sairá da caixa frontal. Se uma bomba estourar ao fundo, o som sairá da caixa de trás. 
 Fonte: fluance

A imagem acima representa um sistema 7.1 (7 caixas + Subwoofer). O sistema possui uma caixa central (C), duas caixas frontais (FR e FL), duas laterais (SR e SL) e duas posteriores (SBR e SBL). A diferença para o sistema 5.1 é que este não possui a SBR e a SBL. Elas devem ser posicionadas da maneira correta no ambiente,de maneira que formem um polígono reto, para que os sons emitidos se completem e não causem ruídos.Para que o som saia na altura do ouvido de quem está assistindo, é indicado que se utilize pedestais.
É possível escolher entre modelos com ou sem fio, além das conexões Wi-fi, Bluetooth, entradas HDMI e USB. Tendo essas dicas em mente, já é possível sentir toda a emoção da sétima arte no seu cinema particular.

Esse post foi uma contribuição do Bondfaro para o blog Cinema Cem Anos de Luz.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: STEVE JOBS


Sinopse: Cinebiografia conta a história do empresário Steve Jobs (Michael Fassbender), gênio da informática que fabricou os primeiros computadores pessoais na garagem de sua casa e que mais tarde fundou a Apple com seu amigo Steve Wozniak (Seth Rogen), em 1976.

 
No filme A Rede Social, de David Fincher, o criador de uma das redes sociais mais populares do mundo, se apresentava como um ser que não media esforços para conseguir os seus objetivos, nem que para isso perdesse amigos e aliados ao longo do caminho. Ali se percebe um gênio fora do normal, mas que, por vezes, se esquece do que nos faz humanos. Igualmente também visto como um Deus da informativa, Steve Jobs sempre foi endeusado dessa maneira pela imprensa, mas aqui vemos um Jobs humano, ou seja, nada de anjo ou demônio, mas sim um ser com pensamentos e idéias a frente do tempo, mas que lhe faltava alguma peça no seu peito.
Dirigido por Danny Boyle (Quem quer ser um milionário?) o filme não se concentra no começo, meio e fim da vida e obra de Steve Jobs, mas sim em três apresentações, em épocas diferentes, em que ele lança os seus principais inventos da Apple e que revolucionariam a informática. O filme se divide em três atos: 1984, 1988 e 1998, onde cada ano é apresentado uma parte da trama principal, da qual vemos o protagonista mudando gradualmente e questionando os seus próprios atos, mas nunca deixando baixar á guarda por completo. 
Se formos simplificar o filme, a trama gira em torno na difícil relação pai e filha, do qual essa última tenta conseguir atenção afetiva de um homem que vive somente do trabalho. Logicamente que isso é um artifício que já foi usado a exaustão no cinema americano, mas aqui funciona, pois para cairmos nesse universo do quais números, dinheiro, negócios e o universo da informática dominam, era necessário um toque humano para adentrarmos facilmente nessa realidade. Uma vez o cinéfilo conquistado, graças a essa velha formula, consegue então aceitar numa boa a verdadeira montanha russa que Jobs enfrenta no decorrer das décadas, em que amigos, aliados e inimigos tentam a todo momento derrubá-lo, em meio a negócios, processos e traições que rolam a torto e a direito. 
Como muitos sabem, Danny Boyle gosta de criar um verdadeiro vídeo clipe na suas montagens de cena e aqui não é diferente. A trama que, poderia soar complicada, acaba se tornando elegante graças ao ritmo que o cineasta injeta nas cenas e fazem delas um verdadeiro balé, seja nos cortes rápidos, seja nos planos sequências que são muito bem vindo aos nossos olhos. Porém, o cineasta falha um pouco ao injetar uma trilha sonora, cuja ela está ali para se casar com as cenas, sendo algo que, até mesmo nos remete o filme A Rede Social, mas aqui isso acaba soando meio que repetitivo.
Mas isso é meio que passado a despercebido, uma vez que o elenco principal rouba a cena principalmente através da interpretação fantasmagórica de Michael Fassbender (Shame) como Steven Jobs. Mais do que meramente caracterizado, Fassbender encarna um Jobs do qual poderia realmente ter sido no mundo real, que vai desde o egocêntrico, pretensioso, calculista, arrogante e inescrupuloso. Porém, o astro faz com que todas essas personalidades sejam gradualmente contestadas por nós, pois lá no fundo temos fé que ele vai baixar a sua guarda, mesmo quando ele não sede em reconhecer os esforços dos seus colegas de trabalho, numa cena da qual facilmente poderíamos tachá-lo como a vilania em pessoa.
Essa nossa fé em surgir um Jobs mais humano e menos arrogante é personificado em sua assistente pessoal Joanna Hoffman que, mesmo que indiretamente, acaba se envolvendo emocionalmente na vida pessoal de Jobs. Kate Winslet dá um show novamente de interpretação, onde ela simplesmente desaparece e dando lugar a Hoffman. Acredite, pois nos primeiros minutos de projeção, você não irá saber onde Winslet está. Não é a toa que nas últimas premiações ela tem sido a grande vencedora e tendo se tornado uma forte concorrente ao Oscar de atriz coadjuvante.
Curto, pretensioso, mas ao mesmo tempo, nenhum pouco ambicioso, Steven Jobs não é um filme que irá mudar a vida de ninguém, mas que com certeza somente irá jogar uma luz sobre quem poderia ter sido protagonista realmente. Um gênio, porém com as suas falhas, mas diferente das suas maquinas que criava, talvez ali houvesse um ser humano que buscava silenciosamente a sua própria humanidade, por vezes perdida.

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Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: Sicario: Terra de Ninguém

Esnobado pelo Oscar (somente 3 indicações técnicas) filme de do cineasta  Denis Villeneuve merece ser reconhecido como um dos melhores filmes de 2015.
Leia a minha crítica já publicada clicando aqui.



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