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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 11 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:Parte6



Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.

A Mulher do Desejo (1975)

Sinopse: Osmar (José Mayer) , um velho rico e solitário, deixa em testamento sua mansão em Ouro Preto e outros bens ao sobrinho Marcelo (José Mayer) e sua jovem esposa Sônia (Vera Farjado), que conheceu apenas pela foto de casamento. O casal se muda para o casarão e encontra um sombrio mordomo que o testamento proíbe dispensar. Fatos estranhos começam a acontecer, a casa parece adquiri vida própria e Marcelo começa a se assimilar com o tio morto.
O cineasta Carlos Hugo Christensen constrói com sutileza e extrema habilidade um ambiente opressivo, aterrorizante, tornando a casa viva, pulsante, com portas e paredes que rangem e estalam, um cenário inquietante, repleto de sombras animadas que se movimentam e absorvem mobílias e objetos. É um terror com atmosfera clássica –inclusive na trilha sonora, com música de Richard Wagner–, na tradição dos filmes norte-americanos e europeus da vertente gótica. As décadas de experiência de Christensen com filmes de mistério, suspense e horror psicológico certamente lhe deram o suporte necessário para manejar os clichês do gênero, realizando um dos mais elegantes filmes brasileiros de horror. Sua origem argentina –e a conhecida mentalidade europeia de seu povo– possivelmente influenciou na concepção da arquitetura barroca como o equivalente latino dos castelos e mansões góticas do horror internacional.
 
Snuff, Vítimas Do Prazer (1977)

Sinopse: Michael Tracey (Hugo Bidet) e Bob Channung (Fernando Reski), inescrupulosos produtores de filmes pornográficos, vêm ao Brasil para realizar um filme do gênero “snuff’, película clandestina que alcançou enorme sucesso nos circuitos pornôs de Nova York, graças a cenas reais, onde as atrizes eram estupradas e assassinadas em cena, sem nenhum truque. Contratam dois técnicos brasileiros que, como quase todos os bons técnicos do cinema nacional, estão às portas da ialência, Organizam a produção e arregimentam o elenco: Taty Ibanez (Nadir Fernandes), atriz em decadência, que fora a rainha dos filmes de cangaço; Glória Verdi (Lúcia Alvim), figurante de teatro; Maria Rosa (Patricia Celere), candidata a Miss São Paulo; Lia de Souza (Rossana Ghessa), stripper da Boca do Lixo de São Paulo; o ator Sérgio Bandeira (Roberto Miranda), apanhado num sanatório. Daí a máquina da fatalidade começa a rodar e as mortes reais vão acontecendo de forma surpreendente e inesperada, causando pânico geral na equipe de produção.
Muitos são os filmes que exploraram os snuffs com maestria durante a década de 70. Uma das mais singulares dessas observações sobre o tema da morte real filmada é a produção da Boca do Lixo dirigida por Claudio Cunha e co roteirizada por Carlos Reichenbach. A trama mostra uma dupla de produtores falidos interpretados por Carlos Vereza e Canarinho, que recebem a proposta de uma dupla de diretores/produtores norte-americanos que desejam fazer um filme pornográfico no Brasil, mas na verdade querem rodar um Snuff, sob o pretexto de que para os espectadores a Pornografia já não basta e somente a morte filmada poderia surpreender. A Pornografia em si tinha um tratamento quase criminal naquela época, 1977, de uma quase ilegalidade e no Brasil ainda vivíamos sob Censura do Regime Militar. Muito corajoso e original em termos formais e de metalinguagem. O ator principal enlouquecido e  em estado de delírio, o desejo de registrar a morte com uma câmera, antecipa muito do que viria depois não só no Cinema mas no voyerismo que se tornaria um  hábito instaurado em nossa cultura nesses tempos de difusão das imagens via internet, onde todos observam todos, on line, o tempo todo. As sequências das filmagens em uma locação no interior são muito interessantes. O roteiro tem grandes momentos e marca a parceria de Reichenbach e Cunha que se repetiria do excelente: Amor-Palavra Prostituta.

 

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Cine Dica: “Glória”, de Filipe Rossato e Gabriel Pessoto

A Galeria Lunara da Usina do Gasômetro inaugura dia 13 de agosto, às 19h, a instalação “Glória”, projeto desenvolvido pelos artistas Filipe Rossato e Gabriel Pessoto. Diferentes plataformas se relacionam em investigações da imagem em movimento, da fronteira entre o figurado e o abstrato, da potencialidade dramática associada à sonoridade e, sobretudo, da manipulação da noção de tempo criada a partir do movimento.
Ambientadas em um cenário urbano apocalíptico e violento, as peças visuais e sonoras conduzem a um espaço fictício onde muitas vezes as curvas dramáticas são construídas através da abstração. Pela movimentação das formas e das figuras, o vídeo apresentado na projeção faz o paralelo com as obras expostas tanto nos painéis quanto nos tecidos estendidos pela galeria.
Da mesma forma como o vislumbre do pixel conduz a sensações pictóricas, a indefinição das pinturas em superfícies transparentes remete à instabilidade das imagens em movimento, criando cortinas sobrepostas de informação digital que iludem o olhar. O som, sujo e ruidoso, também vincula-se à pesquisa desenvolvida pelo vídeo e pelas pinturas, e essa sujeira revela a genética da imagem e coloca-se entre o conteúdo da informação visual e as características próprias oferecida por cada dispositivo, como a câmera e o vídeo. 
“Glória” se materializa, portanto, como uma experiência/instalação que se vale de diferentes instrumentos para construir uma atmosfera ficcional ao mesmo tempo que lança elementos da realidade, como o inflamado discurso fundamentalista e o militarismo. Vencedor do edital de ocupação da Prefeitura Municipal para a Galeria Lunara, permanecerá aberta à visitação gratuita até 13 de setembro.

Agende-se: "Glória", de Filipe Rossato e Gabriel Pessoto
Abertura: 13 de agosto, às 19h
Visitação: de 14 de agosto a 13 de setembro, de terça a domingo, das 10h às 21h
Local: Galeria Lunara, Usina do Gasômetro, 5º andar, Av. Presidente João Goulart, 551 - Porto Alegre -RS
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia

Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro

Fone 3289 8133

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Cine Curiosidade: Snoopy faz aniversário e ganha vídeo especial do diretor do longa

Snoopy faz aniversário e ganha vídeo especial do diretor do longa
Hoje, dia 10, Snoopy, o beagle mais amado do mundo, faz aniversário e, para comemorar, a Fox Film do Brasil divulga um vídeo em que Steve Martino, diretor de “Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, O Filme”, ensina como desenhá-lo e convida todos para uma campanha usando a #desenhesnoopy.
O vídeo pode ser conferido neste link: PeanutsMovie_HowToDrawSnoopy_Featurette_1080p.mov

Em anos de cachorro, o Snoopy completa 227 anos. A primeira aparição foi no dia 4 de outubro de 1950. O seu primeiro aniversário foi comemorado no dia 10 de Agosto de 1968 quando Charlie Brown e Lucy fizeram uma festa surpresa para Snoopy. Abaixo a tirinha oficial do aniversário.
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Em janeiro de 2016, Charlie Brown, Snoopy, Lucy, Linus e todo o resto da amada turma do Snoopy, chega ao cinema de uma forma como nunca foram vistos antes, como animação 3D. Snoopy, o beagle mais amado do mundo – e claro, piloto – embarca em sua maior missão até hoje, quando ele alcança o céu atrás de seu arqui-inimigo, o Barão Vermelho, enquanto seu melhor amigo, Charlie Brown, inicia a sua própria missão épica.
Da imaginação de Charles M. Schulz e dos criadores da saga A Era do Gelo, “Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, O Filme” vai provar que todo azarado tem seu dia de sorte.
O download das imagens em alta pode ser feito através deste link:
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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:Parte5



Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.
  
Presença de Anita (1951)
 
Sinopse: Homem casado envolve-se num triângulo amoroso com uma mulher independente, cuja lembrança o marcará pelo resto da vida.

 Sucesso de público e crítica na década de 90, a mini série Presença de Anita marcou época no canal da Rede Globo quando foi exibido. Porém, essa não foi a primeira vez que surgiu Anita. Um filme havia sido realizado em 1951.
Somente fui descobrir a existência dessa versão pelo jornalista Carlos Primati, em uma de suas atividades pelo Cine Um. Embora ambas retratem a mesma trama, essa versão se diferencia e muito da versão televisiva. Baseado no livro de Mário Donato, escrito em 1948 e foi adaptado pro cinema apenas três anos depois, de uma maneira fiel ao conto e que se diferenciasse um pouco dos outros longas brasileiros produzidos naquele tempo.
Embora com atuações limitadas (algo comum na época) Presença de Anita tem um clima do gênero  noir, devido a sua trama envolvendo paixão proibida que, desencadeia para momentos sombrios, aonde os seus personagens liberam traços de um lado ruim do intimo de cada um deles. O final, assim como a mini série, possui momentos imprevisíveis. Curiosamente essa foi a primeira produção feita pela Cinematográfica Maristela, sendo que o estúdio ficava no Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, e teria influenciado a composição da música Trem das Onze.
  

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Cine Dica A Lenda dos Sete Vampiros no Projeto Raros

ENCONTRO ENTRE HAMMER E SHAW BROTHERS NO PROJETO RAROS
Nesta sexta-feira, 7 de agosto, às 20h30, o Projeto Raros exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) A Lenda dos Sete Vampiros (1974, 83 minutos), de Roy Ward Baker e Chang Cheh, filme que marca o encontro entre o horror inglês e o cinema de artes marciais de Hong Kong. Destaque da mostra Hammer – 80 anos de Horror, a sessão tem entrada franca e projeção em DVD (legendas em português). Depois da exibição acontece um debate com os pesquisadores Carlos Thomaz Albornoz, Cristian Verardi e César Almeida.

Dizia a publicidade brasileira da época: “o primeiro filme de caratê e vampiro”! Van Helsing conta a seus estudantes sobre uma vilarejo amaldiçoado na China que, todo ano, durante 7 luas, é atormentado por sete vampiros. O famoso caçador de vampiros é persuadido por uma família de experts em Kung Fu a tentar salvar os moradores. Enquanto isso, o Conde Drácula se aproxima...

A Lenda dos Sete Vampiros marca o encontro entre a Hammer, que naqueles anos não vivia a mesma popularidade dos anos 1960, com os Shaw Brothers, lendários produtores de filmes de Hong Kong que lançaram obras-primas de diretores como King Hu, Lau Kar-leung e Chang Cheh, num período de renovação do cinema de artes marciais chinês. A direção do filme ficou a serviço de um dos mais renomados cineastas britânicos, Roy Ward Baker. É um dos últimos longas para o cinema do diretor. Já as cenas de ação foram encenadas por Chang Cheh, que acabou não creditado.  


Projeto Raros
A Lenda dos Sete Vampiros
(The Legend of the 7 Golden Vampires)
1974 / Reino Unido, Hong Kong / 83 min
Direção: Roy Ward Baker e Chang Cheh
Roteiro: Don Houghton
Produção: Don Houghton, Vee King Shaw, Run Run Shaw e Rumme Shaw Elenco: Peter Cushing, David Chiang, Julie Ege, Robin Stewart, Szu Shih, John Forbes-Robertson, Shen Chan
 
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
www.salapfgastal.blogspot.com

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:Parte4



Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.

 

O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968)



Sinopse: Elevado ao estado inatingível dos seres sobrenaturais, Zé do Caixão desfia sua filosofia e apresenta três contos.


O estranho mundo de Zé do Caixão (1968) é composto por três curtas-metragens: O fabricante de bonecas, Tara e Ideologia. O primeiro narra à história de Mestre Bastos, um idoso fabricante de bonecas reconhecido pelo seu trabalho aprimorado e detalhista, sobretudo, pelo aspecto realista dos olhos de suas criações. Ao saber que o idoso guardava seu dinheiro em sua oficina, um grupo de assaltantes planeja invadir o local para roubá-lo. Ao por em prática o plano, eles se deparam também com as belas filhas do mestre, que o ajudavam na confecção, e decidem estuprá-las. Porém, as coisas não caminham como eles esperavam. Esse conto, que termina de uma forma bem previsível, imediatamente me lembrou alguns dos filmes que eu assistia na saudosa sessão cine trash da Band, que alias apresentado pelo próprio Mojica.
O segundo (e melhor) seguimento, Tara, conta a história de um vendedor de balões obcecado por uma bela e jovem mulher. Ele a persegue e observa dia a dia sem que ela perceba. Por fim, ele só tem a oportunidade de concretizar os seus desejos após a morte da jovem. De todos os três, este é o curta que reúne elementos e referências ao cinema clássico, principalmente do período do expressionismo alemão. A pequena trama não possui palavras, sendo que sua estética, que se aproxima ao mais puro naturalismo, faz com que agente nos lembre facilmente do clássico Nosferatu de 1922.
Ideologia é o seguimento mais forte e tipicamente trash. O professor Oãxiac Odéz (José Mojica Marins) convida um professor rival e sua esposa até a sua sombria casa para que possa comprová-los a sua absurda teoria materialista contra a razão e o amor, na qual o ser humano se reduz ao instinto. Odéz submete o casal convidado a uma série de experiências sádicas que envolvem dor, tortura física e psicológica, canibalismo, resistência física e outras bizarrices que buscam provar uma animalização do ser humano. Não há duvidas de quem assiste que essa é a parte mais forte da obra, que desafia a força mental da pessoa que vê e mais recomendada para pessoas de mente aberta.
No saldo geral, era um filme que realmente ia contra a maré das obras brasileiras que eram lançadas naquele tempo e que lembra mais os contos sombrios do escritor Edgar Alan Poe.  

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