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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Whiplash - Em Busca da Perfeição

Sinopse: Um jovem baterista (Miles Teller) sonha em ser o melhor de sua geração. Com o treinamento de o revenciado e impiedoso mestre do jazz, Terence Fletcher (JK Simmons), o músico começa a ultrapassar todos os seus limites, inclusive tomando atitudes que jamais pensou que tomaria.

No filme Shine, o protagonista (Geoffrey Rush) relembra os seus primeiros dias de dedicação para ser um mestre pianista, mas que ao mesmo tempo quase lhe custou a sua saúde mental. São exemplos como esse onde nascem os verdadeiros gênios que, se dedicam ao que mais amam, mas para atingir a perfeição, correm o risco de não saírem ilesos. Em Whiplash - Em Busca da Perfeição essa teoria vai ao extremo, onde aluno e mestre se digladiam, mas ao mesmo tempo se ajudam para alcançar os seus objetivos.
Andrew (Miles Teller) sonha em ser o melhor baterista da musica do Jazz e se dedica todos os dias através dos seus instrumentos musicais. Tenta provar que é o melhor no ramo para o seu  professor, o severo  Terence Fletcher (JK Simmons), mas mal sabe o árduo caminho que irá percorrer. Um duelo verbal, físico e mental, que irá colocar ambos não só um contra o outro, como também a eles mesmos.
Grande vencedor do Festival de Sundance em 2014, Whiplash - Em Busca da Perfeição não é precisamente um filme sobre jazz, mas também sobre todo aquele que busca os seus objetivos de tal modo que, não importa o que aconteça, desde que chegue lá. Tanto Andrew como Terence tem algo em comum, que é a busca pela perfeição. Um deseja ser o gênio no que faz e o outro busca esse gênio, nem que para isso humilhe os seus alunos e arrancando até mesmo sangue dos seus dedos. A questão sobre ética, sobre o que é certo e errado estão presentes, mas elas pouco se destacam, dando á entender que, para realizar os seus sonhos, deve-se ultrapassar os seus limites.
São daí que talvez venha os verdadeiros gênios, não importando qual a profissão que venha a ser, pois no final das contas eles vão dizer para que realmente vieram e ser sempre lembrados. Miles Teller (Projeto X) e JK Simmons (trilogia original do Homem Aranha) nos brindam com os melhores desempenhos de suas carreiras,  num verdadeiro duelo de gato e rato, mas que ao mesmo tempo há um ar de respeito um pelo outro. Terence enxerga potencial em Andrew, mas nem por isso irá baixar a sua imagem agressiva e Andrew, mesmo odiando Terence em vários momentos, acredita que irá puxar dele uma aprovação do seu talento.
Tecnicamente o filme é um verdadeiro show em termos de montagens. As cenas em si são um verdadeiro balé, onde nada se escapa de foco, desde a ponta das baquetas, ao respingar de suor e sangue durante os treinos e apresentações.  Vindo do vergonhoso O Último Exorcismo: Parte II, Damien Chazelle tem o seu primeiro grande desempenho como cineasta e esperasse que prossiga com esse bom calibre na direção.
Com um final de encher os olhos, onde se atinge o ápice sobre o que realmente os protagonistas procuravam,  Whiplash - Em Busca da Perfeição atinge em cheio aqueles que buscam a realização dos seus sonhos, não importam qual gênero ou profissão, desde que consiga alcança-lo. 

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domingo, 4 de janeiro de 2015

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: TIM MAIA

ESQUEÇA A VERSÃO PODRE E EDITADA DA GLOBO(DEVIDO AO BONECO ROBERTO CARLOS). JÁ EM LOCAÇÃO A VERSÃO DEFINITIVA DO FILME TIM MAIA. 
Leia a minha critica já publicada clicando aqui. 


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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: O PREDESTINADO

COMO PROMETIDO, INICIO 2015 ESCREVENDO SOBRE UM DOS MELHORES FILMES DO ANO QUE PASSOU.    

Sinopse: Um agente temporal (Ethan Hawke) encara sua última missão após anos de viagens no tempo caçando criminosos e executando a lei. O desafio final será finalmente capturar seu inimigo mais desafiador, o homem que há muito o intriga e ludibria.

Nos últimos dias de 2014, muitos críticos lançaram as suas listas sobre os melhores filmes do ano, sendo que houve inúmeros títulos indispensáveis que foram lembrados merecidamente, mas que infelizmente alguns ficaram de fora dessas listas. Alguns que são realmente bons nem passaram nos cinemas, o que torna uma verdadeira injustiça, pois a qualidade de alguns títulos merecia ser vista na tela grande. O Predestinado infelizmente não chegou aos nossos cinemas, indo direto para locação, mas merece ser descoberto, pois possui uma das tramas mais surpreendentes dos últimos anos.
Dirigido pelos irmãos Michael Spierig e Peter Spierig (2019: O Ano da Extinção)  o filme acompanha as missões de um agente temporal (Ethan Hawke), cuja a missão é viajar no tempo e impedir que um terrorista continue viajando na linha temporal e matando pessoas. Ao mesmo tempo, o mesmo agente começa a ter uma inusitada conversa com um homem estranho chamado John (Sarah Snook, espetacular), que começa a contar a sua intrigante origem. A conversa do bar é ponto de ignição para muitos eventos que irão prosseguir ao longo da trama.
Falar mais sobre a história seria estragar inúmeras surpresas que irão ocorrer durante a projeção. Se muitos ficam confusos com certas tramas de viagem do tempo (vide De Volta para o Futuro ou O Exterminador do Futuro) é porque vocês ainda não viram nada. Os irmãos Spierig levantam na trama inúmeras questões: quem nasceu primeiro? A galinha ou ovo? Por incrível que pareça a resposta se encontra nesse filme!
Ao mesmo tempo que é uma mirabolante trama de ficção, o filme também é uma metáfora sobre o ego, ou melhor dizendo, sobre se sentir sempre superior perante as pessoas e não permitir uma aproximação com relação ao próximo. O que leva a pessoa ao individualismo e até mesmo o desejo a si próprio. Entenderão a charada?
Os cineastas foram incríveis ao criar um filme onde quase não há efeitos visuais, mesmo numa trama que poderia exigir muito de pirotecnia. Em vez disso, tecnicamente é tudo feito de uma forma simples, sendo que o roteiro é a principal fonte de energia para o filme como um todo. Porém, os irmãos Spierig se empenharam em fazer belas reconstituições de época em que os personagens viajam no tempo (dos anos 40 até os anos 70) e criaram um estilo que remete muito bem ao gênero noir.
O Predestinado é aquele tipo de filme que merece ser visto e revisto inúmeras vezes, pois uma ou duas vezes jamais será o suficiente. Na primeira vez que assiste você fica confuso, mas na segunda começa a fazer sentido e na terceira em diante você se maravilha cada vez mais. É claro que nem tudo é perfeito, pois se for um cinéfilo mais atento (ou entendedor sobre o paradoxo) irá reparar um furo ou outro, mas nada que denegrida o resultado final. 
Com uma cena final que representa exatamente o que a gente sente após ter assistido a trama, coloco a mão no fogo em dizer que O Predestinado será um filme a ser debatido, questionado e cultuado nos próximos meses.  

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Cine Especial: O MELHOR DE 2014

Cinema, cursos, HQ e reconhecimento. Foi um ano recompensador onde novas portas se abriram para mim e que podem me ajudar em ir mais longe. Gostaria de agradecer O Antonio da Silva Junior que, além de ter me dado a chance de publicar as minhas criticas de cinema no seu site A Hora do Cinema, me deu a chance de participar na divulgação e criação de pelo menos dois festivais de curtas metragens exibidos no  Santander Cultural de Porto Alegre. Agradecer também ao João Colombo que, é dono do site Cinema Sem Frescura  e me deu a oportunidade de expandir e melhorar as minhas criticas.
Agradeço também ao Jorge Ghiorzi que, tem criado novos cursos dentro do Cena Um (agora será Cine Um),o que fez me tornar o maior participante das atividades (43 cursos no total) e tem feito eu ter um conhecimento maior sobre essa arte que tanto amo. Agradeço ao Cinebancários, Usina do Gasômetro, Casa de Cultura Mario Quintana, Santander Cultural e Sala da Redenção por serem espaços culturais que nos brindam com um cinema mais autoral e alternativo. Não posso deixar de citar os festivais de cinema que, deram espaços á filmes que quase não são exibidos no circuito comercial, como o genial Fantaspoa.
Em termos de HQ, foi um ano que novamente tive a oportunidade de pegar para ler incríveis historias indispensáveis. Agradeço ao meu amigo Leo Radd que, é dono da pagina Submundo HQ e que sempre dá dicas certeiras para um publico interessado em boa historia. Não posso deixar de citar sobre Fernanda B Paiva que, de uma forma descontraída e nostálgica, criou um divertido blog (Arca de Rabiscos), onde desenterrou diversas HQ antigas e que me fizeram relembrar uma época mais dourada. 
Antes que me esqueça, lanço aqui o Top 10 do Cinema Nacional, Estrangeiro e as melhores HQ lançadas nesse ano.
Nota: As criticas dos filmes se encontram nos seus títulos. 

Cinema Estrangeiro:





5º) Ela




9º) Sob a Pele

10º) Interestelar 

Não esta na lista, mas não descarto de forma alguma: Capitão America 2: Soldado Invernal, Guardiões da Galaxia, X-Mem: Dias de Um Futuro Esquecido, Malévola, Godzilla, No Limite do Amanhã,  O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, ABUTRE,  Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, Se Nada Der Certo, Era Uma Vez em Nova York, Bem-Vindo a Nova York, MAGIA AO LUAR, PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO, Lucy,Ninfomaníaca (volume 1 e 2), Clube de Compras Dallas, Nebraska,  A grande beleza.

Não  recomendo de forma alguma: Drácula: A Historia não Contada.

 Cinema Nacional: 









9º) De Menor

10º) Tim Maia

Não esta na lista, mas não descarto de forma alguma: Getúlio, As aventuras do avião vermelho, Meninos de Kichute, Ao Oeste do Fim do Mundo, Educação Sentimental, Quando eu era Vivo.

Não  recomendo de forma alguma: A Noite da Virada

Melhores HQ
DO INFERNO
Maus 

ZDM: Sangue em jogo

Invisíveis 

Monstro do Pantano (De Alan Moore)

Fabulas

OldBoy

Vertigo Especial ( Atire)

Vertigo Especial (Fantasmas e Viagem no Tempo)

DEMOLIDOR
É isso, para todos boas festas, um feliz final de ano e que 2015 tenhamos novamente ótimos filmes e boas leituras. Abraços a todos. 

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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cine Curiosidade: UM DOS MELHORES FILMES DO ANO INJUSTAMENTE INDO DIRETO PARA DVD


Eu preciso de mais tempo para escrever melhor sobre esse filme, mas já adianto que O Predestinado, dirigido pelos irmãos Michael Spierig e Peter Spierig (2019: O Ano da Extinção) é um dos mais criativos filmes do ano, cuja a trama que, caso você não preste atenção, irá lhe dar um nó no cérebro. Ethan Hawke e Sarah Snook tem desempenhos fantásticos em meio a uma trama de viagens no tempo, misturado com gênero noir, gerando então algo inédito e pouco visto em outros filmes. Lançado por aqui direto em DVD, esta produção australiana ainda não estreou nos EUA, mas com certeza, independente do seu sucesso ou não, já é forte candidato a ser um novo cult do momento.  

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Cine Dica: Em Cartaz: OPERAÇÃO BIG HERO

Sinopse: Cidade de San Fransokyo, Estados Unidos. Hiro Hamada (voz de Ryan Potter) é um garoto prodígio que, aos 13 anos, criou um poderoso robô para participar de lutas clandestinas, onde tenta ganhar um bom dinheiro. Seu irmão, Tadashi (voz de Daniel Henney), deseja atraí-lo para algo mais útil e resolve levá-lo até o laboratório onde trabalha, que está repleto de invenções. Hiro conhece os amigos de Tadashi e logo se interessa em estudar ali. Para tanto ele precisa fazer a apresentação de uma grande invenção, de forma a convencer o professor Callahan (James Cromwell) a matriculá-lo. Entretanto, as coisas não saem como ele imaginava e Hiro, deprimido, encontra auxílio inesperado através do robô inflável Baymax (voz Scott Adsit), criado pelo irmão.

Transformers já teve ao todo quatro filmes para o cinema que, embora tenham sido sucessos de bilheteria, será lembrada como uma franquia que não tinha do que era essencial para agradar a critica em geral: emoção!
Emoção é a palavra de ordem para a mais nova animação da Disney, Operação Big Hero que,  pela primeira vez, é uma animação com selo Marvel, já que a casa do Mickey explora uma da filiais japonesas da Casa das Ideias  e que reúne o melhor dos dois mundos. Assistindo a esse filme se encontra elementos, tanto do que já foi visto em outras animações Disney, como também do que já foi visto em outras animações japonesas. Belo exemplo disso são os minutos iniciais, onde vem em nossa mente animações como Pokemon.
O próprio protagonista Hiro Hamada (voz de Ryan Potter) tem as tão conhecidas características  de um tipico protagonista de animações japonesa: Cabelo preto (meio arrepiado), olhos grandes e roupa com partes vermelhas. Porém, a sua personalidade apresentada gradualmente no decorrer do filme, assim como o caminho que irá trilhar, lembra e muito os personagens típicos da Marvel como o Homem Aranha. Acima de tudo, o filme possui uma alta dose de mensagem positiva com relação a saber superar os obstáculos e realizar os seus sonhos.
Hiro tem um irmão chamado Tadashi (voz de Daniel Henney), que servirá de empurrão para que ele vá atrás do seus objetivos. Infelizmente Tadashi morre num (aparentemente) acidente, fazendo com que Hiro siga o caminho do herói que irá começar a percorrer, mesmo que num primeiro momento não era essa a sua real intenção. Nesse percurso, Hiro terá companhia da maior criação de seu irmão: Baymax!
Se eu cutuco na ferida com relação a Transformers, é pelo fato que, mesmo com inúmeros robôs apresentados na tela, nenhum é carismático e tão pouco nos passa vida. Já Baimax, mesmo sendo um robô, já nos conquista de imediato pela sua pureza, ingenuidade, visual (que lembra um boneco de marchimelo) e que nele, guarda o melhor do irmão de Hiro, literalmente. Os melhores momentos de humor do filme são protagonizados por Baymax, sendo que a cena que ele tapa os seus furos com fita adesiva é hilária.
Acima de tudo, Operação Big Hero é uma representação do domínio dos nerds nestes primeiros anos do século 21. Antes reclusos ao segundo plano do universo cultural, agora a maioria dos filmes de aventura, ficção e fantasia (na maioria baseada em HQ) são uma representação desse domínio que, vem gerando lucro aos estúdios, mas que felizmente tem rendido boas historias para nós. O grupo de amigos nerds de Hiro, onde cada um cria seus próprios trajes e poderes para combater o crime, é nada mais do que uma representação dessa mania sem precedentes.
Como todo o filme desse porte, há um vilão com segundas intenções. Porém, os roteiristas foram engenhosos em não cair no óbvio, sendo que a verdadeira identidade vilanesca e suas motivações são uma das grandes surpresas do filme.  Aliás, o filme é carregado de inúmeras surpresas que, quando se acha que irá acontecer algo que nós já estamos montando em nossas mentes, sempre ocorre algo inesperado.
Em termos técnicos, Operação Big Hero mantem as mesmas qualidades de som e imagem dos últimos filmes da Disney, sendo que cada cena vista no decorrer da animação é de encher os olhos. Por ser um universo que reúne o melhor dos dois mundos, a cidade de San Fransokyo é uma mistura tanto de San Francisco como também de Tókio, gerando então um mosaico cultural dos dois países, sendo algo que somente vi em filmes como Blade Runner, mas com uma realidade mais limpa e esperançosa.
É claro que nem tudo são flores para esse filme, pois eu acredito que a Disney não foi 100% corajosa na hora de encerrar a trama. Digo isso porque o filme poderia muito bem em deixar em aberto com relação ao destino de um dos personagens. Porém, nos últimos segundos do segundo tempo, eles decidem resolver tudo tão facilmente, que acaba meio que soando forçado demais.
Apesar desse deslise, Operação Big Hero pode facilmente ser rotulado como a melhor e a mais divertida animação desse ano e provando o verdadeiro potencial positivo da parceria Disney e Marvel. 

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: Êxodo: Deuses e Reis

Sinopse: Exodus é uma adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.

O novo longa-metragem dirigido por Ridley Scott recebe o título de “Êxodo: Deuses e Reis” e, conforme o nome diz, conta a história da libertação do povo hebreu que eram escravos dos egípcios. Para aqueles cinéfilos mais familiarizados com o clássico Os Dez Mandamentos, a trama é a mesma que a gente conhece. Sendo assim, veremos Moisés no exílio, tendo uma transformação de sua pessoa de numa forma gradual, até se tornar o libertador dos cativos, aliado com a chegada das pragas e o início para a liberdade.
Embora a trama se apresente de uma forma resumida, o filme nos convence, mesmo a gente sabendo de que, se tratando de um personagem histórico como Moisés, daria para fazer mais de um filme. A historia como todos sabem é bíblica, mas logicamente passou por algumas adaptações nas mãos dos roteiristas, transformando diversas situações de uma forma mais realista. Certas coisas vistas na tela são diferentes do que está escrito no velho testamento, mas nem por isso o crente mais ferrenho irá deixar de gostar.
O curioso é observar da maneira como é mostrado as obras de Deus no filme, sendo num clima "pé no chão" ou melhor dizendo, num alto grau de verossimilhança. Pegamos, por exemplo, o primeiro encontro entre o protagonista e Deus: uma simples pedrada na cabeça pode de um lado levantar, tanto teorias científicas, como também uma forma  de apresentar de um jeito mais convincente o possível (ou não) encontro com o todo poderoso. 
Embora eu goste dessa coragem de misturar fantasia e realismo, a impressão que se dá em alguns momentos, é o que filme não sabe em que direção quer tomar. Porém é de se tirar o chapéu com relação aos efeitos especiais fantásticos, principalmente com relação a travessia do Mar Vermelho que, de todos os momentos, é o de maior grau de realismo e por isso mesmo se torna tão grandioso. A trilha sonora se casa muito bem com esses momentos onipresentes, mesmo quando eles se tornam forçados demais.
Entretanto, se um momento ou outro parece forçado, a trama tem a ousadia de se dividir entre ciência e crença: os conselheiros do faraó sempre dão imersão na ciência egípcia, que de fato sabiam muita coisa sobre medicina e a natureza. A própria travessia pelo Mar Vermelho segue um conceito que já foi explicado em diversos documentários no mundo a fora. Com isso, se percebe a intenção dos roteiristas em agradar, tanto os que vivem da fé cega, como também  da lógica, mas que infelizmente (e com razão) não agradou muito a critica internacional. Não culpo Ridley Scott por ter optado por essa escolha em agradar tudo e a todos, pois o próprio mundo no que hoje vivemos se encontra dividido entre a fé e a razão e o filme corresponde um pouco a esse dilema contemporâneo.
Polêmicas a parte, tecnicamente o filme é perfeito em termos de reconstituição. Ao começar pela ambientação, que foi pensada em fazer com que o público se sentisse vendo um retrato fiel daquele período. Além disso, o título retrata bem os vilarejos construídos em partes distantes, dando um contexto significativo à história. Os cenários internos também deixam claro como era a realidade dos escravos e é difícil encontrar algum defeito nesse quesito.
O figurino também foi feito de uma forma com que parecesse realmente saído daquela época: às vestimentas do Faraó e dos membros do conselho egípcio, juntando aqui a questão das armas, que ganha destaque na espada de Moisés, temos uma obra coerente e muito bem detalhada. As atuações dão vida aos personagens históricos, com destaque a Bale como Moisés, que nos convence em quase todos os momentos durante a projeção, tanto nas cenas de ação, como em momentos em que exige uma dramatização maior do seu ser.  Porém, os coadjuvantes não ficam muito atrás: Joel Edgerton (Ramses) tem um desempenho daqueles que fazem o restante do elenco em cena desaparecer e John Turturro (Seti) e Aaron Paul (Josué) não decepcionam nos seus respectivos papeis. Entretanto, não podemos desmerecer Ben Kingsley, Sigourney Weaver e a belíssima María Valverde.
Com pouco mais de duas horas e meia de duração, “Êxodo: Deuses e Reis” é um filme que nos prende do começo ao fim, mas fica a impressão se era realmente necessário haver mais outra versão sobre essa conhecida história para o cinema. 

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