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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Cine Especial: SAM PECKINPAH: O REBELDE IMPLACÁVEL: Parte 2

Nos dias 18 e 19 de Setembro eu estarei participando do curso  Sam Peckinpah: O Rebelde Implacável, criado pelo Cena Um e ministrado pelo escritor e editor Cesar Almeida. Enquanto os dias da atividade não chegam, estarei por aqui postando sobre o que achei de cada filme desse diretor polêmico, porém o mais corajoso que surgiu, em um dos  períodos mais autorais do cinema americano. 


 Pistoleiros do Entardecer (1962)


Sinopse: Antigo xerife contrata dois conhecidos para ajudá-lo a levar um carregamento valioso. Ao longo da viagem, os dois mostram não merecerem a confiança do velho homem da lei.

 Peckinpah, em seu segundo filme para o cinema, pavimenta aqui a trilha do western crepuscular que marcaria outros de seus trabalhos, especialmente Meu Ódio será a tua herança, mas sem a violência desse ultimo. Tudo é conduzido de maneira clássica, como nos westerns dos anos 50, cuja era de ouro parecia mesmo chegar ao fim, apesar do revival do gênero na Europa e seus erzätze mais estilizados. O melhor do filme são as conversas entre Judd e Gil durante a viagem, em que relembram o passado em comum com humor e certa dose de melancolia, o que imprime ao trajeto um tom memento mori (“lembre-se de que vai morrer”). Ao final, no entardecer do feliz título brasileiro, tombam os ícones, num fecho poético e belo. 

A Morte Não Manda Recado (1970) 


Sinopse: Um minerador abandonado pelos sócios no meio do deserto e salvo ao encontrar uma fonte de água, e não desiste de sua vingança nem mesmo transformando este lugar num pequeno oásis. 


Por vezes, o filme é uma comédia, mas em outros momentos, passa pelo melodrama. O velho oeste, violento e decadente, é coadjuvante de um pequeno negócio do protagonista que vai se expandindo com o passar do tempo. O homem analfabeto e solitário consegue ganhar dinheiro e conhece o amor de sua vida. Ela, a prostituta tão solitária quanto, também se apaixona por ele e herda uma fortuna logo após se casar na cidade grande. Comparando com outras obras da carreira de Peckinpah, a vida aqui é mais otimista. 
No entanto, quando os amantes se reencontram, no auge de suas existências, o cabo Hogue morre após um ato estúpido de heroísmo. Irônico e bem humorado, A morte não manda recado não poderia terminar de outra maneira.


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Cine Dica: Em Cartaz: Bem-Vindo a Nova York



Sinopse: Mr. Devereaux (Gerard Depardieu) é um poderoso agente da economia mundial e a mesma gana que tem para somar dinheiro, tem para os prazeres da carne. Seu apetite sexual incontrolável o coloca frequentemente em apuros e ele vê sua carreira ruir de vez após um escândalo que vira manchete nos principais jornais do planeta. Com o apoio incondicional da esposa (Jacqueline Bisset), ele busca uma maneira de recuperar sua honra.


Assisti pouco ou quase nada da filmografia de Abel Ferrara (Vicio Frenético), sendo que o único filme que eu vi eu acho foi à refilmagem de Invasores de Corpos, que foi um verdadeiro fracasso, o que fez então ele voltar a fazer filmes menores. O cinema independente foi um lugar prospero durante os anos 90 e fez com o que o cineasta tivesse total liberdade em fazer o que bem entender com os seus filmes, como o inquietante Vícios (que eu tive o prazer de assisti-lo neste final de semana). No seu mais novo filme Bem Vindo à Nova York, a obra é um verdadeiro cartão de visita para pessoas (como eu) que não conheciam a sua filmografia, onde ele não poupa ninguém, nem mesmo os olhos do espectador que assiste o vicio do protagonista (Gerard Depardieu), que é descontrolado em fazer sexo compulsivamente, pois acredita que tendo a faca e o queijo na mão pode fazer o que bem entender.
Baseado em fatos verídicos, o cineasta nos apresenta todo o glamour dos EUA, mais precisamente de Nova York, onde (aparentemente) todos são muito bem vindos, com a propaganda sobre a terra das oportunidades escancarada, o que faz que todos acreditem que possam fazer o que bem entender. Talvez isso tenha pensado o protagonista Mr. Devereaux (Gerard Depardieu), poderoso agente da economia mundial que não poupa esforço nenhum em satisfazer o seu apetite sexual, seja ao lado de amigos, colegas de trabalho ou alvos para um futuro bom negocio. A primeira meia hora de filme é basicamente isso: sexo, orgia, ganância, corrupção e tudo batido num imenso liquidificador, onde faz com que o universo do protagonista transborde na pia e nos fazendo não desejar limpar aquela sujeira para ver até aonde vai dar.
Mas a partir do momento que ele tenta se aproveitar de uma camareira, seu porto seguro começa a desmoronar, ao dar de cara com a justiça do país das oportunidades. Neste momento, Gerard Depardieu nos brinda com o seu melhor momento no filme, onde não se intimida em respirar a todo o momento que nem um porco encurralado, que saiu do seu chiqueiro de prazer para então cair na frigideira para ser assado. Encarando o fato de que seus recursos em mãos não podem mais comprar ninguém, ele recorre então ajuda a sua mulher (Jacqueline Bisset, soberba), que fica furiosa pela situação de seu marido, mas que irá ajudá-lo mesmo no contra gosto.
A partir do momento que entra a esposa em cena, presenciamos um verdadeiro duelo verbal entre o casal, onde ambos no fundo estão cansados um do outro, mas que continuam juntos unicamente por interesses ou para manter as aparências já bem arranhadas. Não importa qual poderio deles, pois no final das contas é um casal em crise, que já deu o que tinha que dar, mas que ainda não encontraram um caminho para trilhar separadamente. Bisset e Depardieu estão em total sintonia, representando então um verdadeiro retrato do casal contemporâneo em crise e sufocado por meias verdades.
Mesmo com todos os erros cometidos, é interessante observar que o cineasta com o seu roteiro bem escrito, tentem nos convencer que há uma justificativa pelos atos cometidos pelo protagonista. Por vezes da entender que ele é uma vitima de uma sociedade que se alimenta da hipocrisia,  ou pelo fato de unicamente ter nascido em berço de ouro e tendo ganhado tudo na boca. Em pelo menos dois momentos únicos, o protagonista nos olha, nos obrigando a julgá-lo e encontrar nele alguma esperança para um futuro próximo. 
Com uma fotografia elegante, porém sombria, no qual sintetiza aquele universo em que o protagonista vive, Bem-Vindo a Nova York é um filme que escancara o vicio dos poderosos, em que acham que podem fazer o que bem entender no mar cheio de dinheiro. Mas a pergunta que fica no ar no final do filme é esta: quando a poderosa baleia encalha nesse mar verde e ganancioso devemos ser misericordiosos?   
  
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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Cine Especial: SAM PECKINPAH: O REBELDE IMPLACÁVEL: Parte 1


Nos dias 18 e 19 de Setembro eu estarei participando do curso  Sam Peckinpah: O Rebelde Implacável, criado pelo Cena Um e ministrado pelo escritor e editor Cesar Almeida. Enquanto os dias da atividade não chegam, estarei por aqui postando sobre o que achei de cada filme desse diretor polêmico, porém o mais corajoso que surgiu, em um dos  períodos mais autorais do cinema americano.  



 Meu ódio será tua herança (1969)



Sinopse: Eles são os foras-da-lei mais perigosos que o Oeste já viu. A cada novo golpe, as chances de algo dar errado vêm aumentando, o que faz com que eles decidam que chegou a hora de parar. Só que um trem carregado de armas é uma remessa valiosa demais para passar despercebida pelos ladrões 'aposentados'.



Considerado por muitos como o melhor filme de Sam Peckinpah (Sob o Domínio do Medo), sendo que aqui, também como co-roteirista. É um faroeste diferente, centrado na psicologia dos personagens e na estética da violência (os massacres e as lutas são marcados pelo uso da câmera lenta e da teleobjetiva). Excelente fotografia de Lucien Ballard, que se deixa seduzir pelas amplas paisagens, e elenco impecável, principalmente Willian  Holden e Robert Ryan. 
O ato final é inesquecível, inesperado e difícil de sair de memória do cinéfilo. Sendo algo similar com os finais de Uma Rajada de Balas e Butch Cassidy, só que aqui, o dia do juízo para os personagens se a longa em minutos intermináveis, onde é apresentadas umas das sequências mais violentas de tiroteio da historia do cinema. 

 

Sob o Domínio do Medo(1971)



Sinopse:Matemático americano se envolve em encrenca com um bando de valentões locais. Ele vira a diversão do grupo e, por fim, sua esposa é violentada pela gangue. Quando sua casa é atacada, ele responde com extrema violência.

Sam Packinpah foi um diretor que fazia arte nas cenas com teor violento e Sob o Domínio do Medo é um dos seus mais eletrizantes, mas ao mesmo tempo polêmico, chegando a ser muito mais pesado que a violência estilizada do faroeste de 1969 Meu Ódio será tua Herança. No decorrer da trama, fica claro que o matrimônio do casal de protagonista, já abalado, pode sucumbir à tensão. O personagem Hoffman, por sua vez, se sente cada vez menos confortável e os habitantes da cidade tornam cada vez mais claro seu desprezo pelo casal. Porém, no momento que um homem busca refugio na casa deles (sendo suspeito de assassinar uma garota), o personagem de Hoffman explode em violência contra aqueles que querem invadir a sua casa para linchá-lo Marcante e perturbador, com brilhantes atuações de Dustin Hoffman e Susan George, em um dos melhores filmes de Sam Peckinpah.
 

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Cine Dica: Bilheteria do CineBancários terá ampliação no horário de atendimento

Bilheteria do CineBancários terá ampliação no horário de atendimento


A partir do dia 11 de setembro a bilheteria do CineBancários passará a funcionar em um novo horário. Os ingressos para as sessões 17h passarão a ser vendidos das 15h15 às 17h15, com intervalo das 15h45 às 16h. Para as sessões das 19h, a bilheteria abrirá das 17h15 às 19h15. Já para sessões das 15h, os ingressos poderão ser comprados das 19h15 às 20h do dia anterior, e das 14h30 às 15h15 do dia da sessão. Lembrando sempre que as sessões começam pontualmente às 15h, 17h e 19h, com tolerância para a entrada de público até 15 minutos após o inicio da exibição.
Nas sessões especiais pagas, os ingressos poderão ser adquiridas a partir das 14h30 do mesmo dia do evento. Também nas sessões especiais com entrada franca, as senhas poderão ser retiradas a partir das 14h30 do mesmo dia, porém, deverão ser trocadas por um ingresso na bilheteria do cinema até 30 minutos antes do inicio da sessão. Com isso, o público ficará mais confortável com a retirada de senhas para eventos extraordinários, garantindo seu lugar na sala sem mais precisar aguardar em filas.
Esta mudança favorecerá o público ampliando o tempo de abertura da bilheteria para informações e compra de ingressos. Com isso o atendimento ficará ativo das 14h30 às 20h, de terça a domingo, com intervalo apenas das 15h45 às 16h.  

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