Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Nos dias 21, 28
(hoje) e 4 de agosto. Estarei participando do Curso Critica de Cinema, criado pelo
Cena Um e ministrado pelo critico de cinema Marcus Mello. Como dever de casa,
os participantes tiveram a missão de assistir aos filmes Má Educação, Mulholland
Drive e Bendito Fruto. Abaixo, segue minha pequena critica sobre o filme de
Pedro Almodóvar, que era um dos poucos de sua filmografia que eu não tinha
visto ainda e o acesso ao link da minha critica sobreMulholland Drive que já havia escrito algum
tempo.
MÁ EDUCAÇÃO
Sinopse: A trama se
inicia quando um diretor de cinema, Enrique Goded (Fele Martínez), imerso em
uma crise criativa, recebe a visita de um rapaz que se identifica como Ignacio
Rodriguez (Gael Garcia Bernal), um colega de infância com o qual ele descobriu
pela primeira vez os segredos do sexo. Este lhe traz um roteiro escrito
inspirado à partir destas reminiscências.
Má Educação é cinematograficamente
puro cinema. A história então se divide em três planos: no tempo presente,
relatando a relação de Enrique e Ignacio; no tempo ficcional presente, enquanto
Enrique lê o roteiro que narra à história de Zahara, o travesti no qual Ignacio
se converteu na idade adulta e que se reencontra com seu amado Enrique; e, por
fim, no tempo ficcional passado, abordando o relacionamento de Enrique e
Ignacio enquanto crianças, oprimidos por uma rigorosa educação religiosa e
tendo de lidar com a pedofilia dos sacerdotes.
Apesar de esta
estrutura parecer confusa, Almodóvar consegue montá-la com maestria, coerência
e até mesmo tendo tempo em prestar uma homenagem a Alfred Hitchcock: a cena de
abertura; alguns momentos na trilha sonora e sobre trocas de identidades, são
elementos que me fizeram lembrar rapidamente de Psicose e de Um Corpo que Cai.Má
Educação demonstra muito bem porque este diretor pode ser considerado como um
dos grandes nomes do cinema até hoje.
Com a excelente
atuação de Bernal (NO), este filme se agrega a um momento sempre produtivo do
cineasta, com obras badaladas e que caíram nas graças da critica especializada
e do público. Uma crítica aos abusos de padres contra crianças e um mergulho no
submundo do homossexualismo (menos do que Tudo sobre minha mãe) e
no das drogas. E, como se não bastasse, uma surpreendente reviravolta na conclusão
da história, revelando a complexidade da personalidade humana.
Por que as pessoas têm fascínio pelo desconhecido?
Qual a definição de Horror?
Apresentação
Estas e muitas outras perguntas serão respondidas no curso HISTÓRIA DO CINEMA DE HORROR, ministrado por Carlos Primati.
O
curso vai fazer um amplo painel de toda a história do horror no cinema,
desde o Expressionismo alemão; passando pelas pioneiras experiências da
Universal, que "descobriu" o potencial do gênero; seguindo pelo horror
gótico inglês; as diversas versões do horror no cinema dos cinco
continentes; chegando aos extremos dos atuais filmes de tortura e horror
adolescente.
Os
clássicos de ontem, que continuam a apavorar as plateias, e os novos
clássicos de hoje também serão abordados nas aulas do jornalista e
pesquisador Carlos Primati, um especialista no tema.
O curso HISTÓRIA DO CINEMA DE HORROR terá a duração de 10 horas / aula (serão 4 encontros).
Objetivos
Apresentar
a trajetória do horror nas telas, desde sua origem, nos primórdios do
cinema mudo, até os dias de hoje. O curso abordará a constante
transformação do gênero e seu papel como reflexo dos medos e angústias
de diferentes épocas, passando pela Grande Depressão, as guerras
mundiais, a era atômica, as decepções sócio-políticas dos anos 60 e 70,
acompanhando a evolução dos efeitos visuais e dos elementos chocantes e o
afrouxamento da censura. Também é traçado um panorama do cenário de
horror mundial, as diferentes tendências, festivais de cinema e
publicações especializadas no tema, analisando a importância da produção
industrial de filmes de horror e sua imensa popularidade, sendo o
gênero mais prolífico das últimas décadas.
Programação
Aula 1
O que diabos é um filme de horror?
Origens do horror na literatura, no teatro e no cinema
Sombras ameaçadoras: o horror expressionista alemão
A estrutura tradicional do filme de horror
Universal (I): a casa de todos os monstros
Bela Lugosi e Boris Karloff, os primeiros ídolos do horror
Universal (II): apogeu e declínio dos monstros
Escuridão mortal: o horror psicológico de Val Lewton
Veio do espaço: a ficção científica da era nuclear
O cinema de exploração e o mercado de drive-in
Aula 2
Hammer (I): o ousado e violento horror inglês
Peter Cushing e Christopher Lee, os monstros britânicos
Os truques de William Castle, o ‘mestre do choque’
Psicose (1960): o horror atinge a maturidade absoluta
O filme de horror se torna internacional
EUA: o ciclo de adaptações de Edgar Allan Poe
Vincent Price, carisma e requinte no horror estadunidense
Canadá: o corpo transformado de David Cronenberg
Aula 3
Horror europeu: Itália, Espanha, França e Alemanha
Horror asiático: Japão, China, Hong Kong e Filipinas
Horror latino-americano: México, Brasil e Argentina
Hammer (II): sexo, satanismo e fim de ciclo
Amicus: a casa das antologias de horror
Fim do mundo: o cinema pessimista e apocalíptico
Canibal Holocausto (1980) e os limites éticos do horror
Aula 4
Máscaras: a ameaça sem rosto e o monstro interior
A proliferação de festivais e publicações de horror
Para todos: o cinema arrasa-quarteirão adere ao horror
O uso de novas mídias para a difusão do horror
O caráter contestador do filme de horror
Morte lenta: o horror extremo nos filmes de tortura
O mito snuff: o último tabu do cinema de horror
O futuro do horror e as novas tendências
Carlos Primati
Jornalista,
crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao
cinema de horror mundial. Publicou artigos em livros sobre a obra do
cineasta José Mojica Marins e sobre o Horror no Cinema Brasileiro.
Colaborou no livro Maldito, de André Barcinski e Ivan F inotti, e co-produziu a Coleção Zé do Caixão em DVD, vencedor do 1º Prêmio DVD Brasil como melhor coleção do ano.
Publicou textos nas edições especiais O Livro do Horror (Herói), O Super Livro dos Filmes de Ficção Científica (Superinteressante) e A História do Rock (Bizz). Criou e editou a revista Cine Monstro, e trabalha na organização de uma monumental enciclopédia sobre filmes de horror.
Colaborador de publicações como O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, Bizz, Set, General, Herói, Conecta, Dark Side, DVD Total, Showtime, Mundo Estranho, Flashback, Monetetc. Editou o livro Voivode: Estudos Sobre os Vampiros e escreveu o volume sobre Séries de TV da Coleção 100 Respostas (Mundo Estranho).
Curso
História do Cinema de Horror
de Carlos Primati
* Datas: 19 a 22 de Agosto de 2014 (4 aulas - terça à sexta)
* Horário: 19h30 às 22h
* Local: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1223 - Centro - Porto Alegre / RS)
O mais novo filme de Wong Kar Wai (Amor a Flor da Pele) tem dividido
bastante a critica. Eu sinceramente assisti a mais de uma semana atrás, tarde
da noite (com sono, aliás) e infelizmente não capitei muito bem qual era a intenção do
cineasta em recriar para as telas a vida do mestre que ensinou as artes
marciais para Bruce Lee (Operação Dragão). Pois bem, como eu não me dediquei 100%
à obra quando eu assisti, decidi postar aqui duas criticas de duas pessoas confiáveis
que assistiram a obra por inteiro e deram a sua opinião, confiram:
O Grande Mestre
Uma versão oriental
de Matrix
Por Thayz Guimarães
O cartaz do cinema
avisa: “Inspirado na história verídica de Ip Man, o mestre de Bruce Lee”.
Apesar disso, se você não o conhece nem nunca ouviu falar em Ip Man (1893-1972)
– difusor do estilo Wing Chung de Kung Fu e o primeiro mestre do astro
mundialmente conhecido –, essa informação prévia não faz a menor diferença em O
Grande Mestre (The Grandmaster), de Won Kar-Wai (Amor à Flor da Pele). Na linha
dos principais longas-metragens já produzidos sobre essa mesma história, o
estrelado pelo galã Tony Leung (Amor à Flor da Pele) é o que mais se afasta da
tradição de filmes de artes marciais, caminhando a passos largos para uma
produção fundamentada nos efeitos especiais e excelência fotográfica. À frente da
coreografia das lutas, o célebre Yuen Wu Ping, também responsável por essa
função em O Tigre e o Dragão e Matrix. Talvez, muito devido a isso, O Grande
Mestre tenha uma estética de combate tão parecida à destes outros filmes, com
cenas que valorizam mais o malabarismo, as firulas e piruetas do que o duelo em
si – vide a insistência em sequências de slow motion e planos fechados,
especialmente as em primeiríssimo plano. Closes em gotas de sangue e no
desembainhar de espadas (quando ouvimos o tilintar do metal) não faltam, assim
como batalhas luxuosas na chuva. Entretanto, os slow
motions das cenas dão um caráter heroico exagerado a qualquer ação das
personagens. No filme, tudo é grandioso demais (inclusive os cenários, mas,
nesse caso, de forma positiva), o que faz com que ele acabe perdendo um pouco
da carga dramática, justamente, pelo exagero. Os diálogos, por outro lado, são
um capítulo positivo à parte. Com expressões fortes e, às vezes, certa carga
poética, carregam os valores chineses de honra e respeito, além de lições de
moral bastante metafóricas. Mas, uma falha. É tão
confusa a montagem da história que só com as cartelas explicativas ao final de
algumas cenas é possível entender o que acaba de acontecer. Outros trechos,
porém, findam sem a compreensão total do espectador. Para onde vai Ip Man, o
qual some inexplicavelmente, durante a longa sequência no nordeste da China, 10
anos antes do tempo presente da narrativa? O que aconteceu à sua esposa? Além
disso, o enfoque amoroso estabelecido em alguns momentos é desnecessário a
ponto de acrescentar um peso melodramático enjoativo à evolução do roteiro. O Grande Mestre está
mais para uma produção que ganha com estética e plástica do que para um filme
que se deseja assistir apenas como forma de entretenimento ou informação.
Decepciona, em parte, os que esperam pela “verdadeira” história do mestre Ip
Man, e irrita aos fãs de efeitos especiais com sua fotografia e seu
enquadramento mais conceituais – não à toa, o filme concorreu pelas categorias
melhor fotografia e melhor figurino no Oscar 2014. Deixou a festa sem nenhuma
estatueta, mas valeu a indicação. Em suma: um filme mais bonito, tecnicamente
falando, do que interessante para o grande público. A este, vale uma consulta à
trilogia dirigida por Wilson Yip, O Grande Mestre (Yip Man), a partir de 2008.
Quando uma abordagem
diferente não cai bem
Por Adriana Araujo
O filme O Grande
Mestre, de Wong Kar Wai (Um beijo roubado), conta a história verídica de Ip Man
(Tony Leung Chiu Wai), mestre das artes marciais e instrutor de Bruce Lee, na
cidade de Foshan (China). Mesmo narrado em tempo cronológico, o longa se perde num
roteiro confuso e entediante, no qual surgem personagens aleatórios, que não
parecem estar ligados à trama e, se estão, isso não é explicitado. Apesar de ser uma
biografia, acaba perdendo esse ar ao ter a história de Ip dividida com a
personagem Gong Er (Zhang Ziyi), filha do mestre que passou o posto ao
protagonista. Gong tem tanto destaque que, a partir de certo momento, se tem a
impressão de que o enredo é, na verdade, sobre ela. Mas nem só de
aspectos negativos ele é construído. Como ponto positivo, conta-se a bonita
fotografia, com muitos closes que chamam a atenção para os pormenores. As cenas
de combate não são de tirar o fôlego, ao contrário, surpreendem pelos detalhes
dos golpes. Não é um filme sobre luta: as artes marciais fazem parte dos personagens,
de sua essência enquanto ser humano. A trilha sonora composta de músicas
basicamente instrumentais também dá um tom característico: nada da trilha
típica que nos remete à ação a que estamos acostumados em similares já
consagrados no cinema. A história de Ip já
havia sido contada anteriormente em dois trabalhos dirigidas por Wilson Yip
(Flashpoint), com Donnie Yen (Bater ou correr em Londres) no papel principal. O
grande mestre (2008) e a continuação O grande mestre 2 (2010), no entanto, tem
uma abordagem diferente da recém-lançada produção; são mais ao padrão
hollywoodiano, com sequências de lutas
num ângulo mais parecido com os do gênero já consagrado. O Grande Mestre tinha tudo
para ser uma bela obra, com um foco bem diferente dos mercadológicos filmes de
temática semelhante a que estamos acostumados. O roteiro escorregadio, porém,
fez com que o longa-metragem ficasse desinteressante e pouco proveitoso.
Próximo História no cinema para vestibulandos discute IDADE MODERNA no CineBancários
O História no cinema para vestibulandos exibe, dia 26 de julho, sábado, às 9h30, o longa Os Três Mosqueteiros deStephen Herek.
Logo após a sessão acontece uma palestra com Rivadávia Vieira Jr.,
mestrando em História Social, e Augusto Machado Rocha, graduando em
História, com o foco no conteúdo sobre a Idade Moderna recorrente nos
vestibulares.
Baseado
na obra homônima de Alexandre Dumas, o filme conta a história do jovem
francês D'Artagnan (Chris O'Donnell), que em 1625 parte em direção à
Paris com a ideia de seguir os passos de seu falecido pai e tornar-se um
Mosqueteiro - um membro da guarda real do rei francês. Entretanto, o
Cardeal Richelieu, ministro do rei, desbanda todos os Mosqueteiros
alegando que isso ajudaria a França na sua corrente guerra com a
Inglaterra. Suas verdadeiras intenções, porém, são muito mais perigosas.
D'Artagnan e seus novos companheiros - três mosqueteiros rebeldes,
Athos, Porthos e Aramis – empenham-se em impedir os planos do Cardeal.
Idade Moderna
26 de julho (sábado) às 9h30 no CineBancários (General Câmara, 424, Centro - POA)
Os Três Mosqueteiros de Stephen Herek (Austria / Reino Unido / EUA, 1993, 105 minutos)
Palestrantes: Augusto Machado Rocha e Rivadávia Vieira Jr.