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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Cine Dica: Estreias no final de semana (11 05 12)

Pois é, chegamos a um final de semana sem muitas estréias, mas isso é uma questão de lógica, pois os cinemas, não só do estado, como também de todo o país, estão ganhando dinheiro como água graças ao filme dos Vingadores. Se bem que eu acho, que exista espaço para todos os tipos de filme, e não precisa necessariamente colocar o filme do momento em tantas salas assim. Depois um ou outro, reclama porque aquele determinado filme não faz sucesso, porque por mais que seja bom, acaba recebendo duas pífias salas, e para piorar, acaba tendo pouca divulgação na mídia, o que eu acho uma grande injustiça. Mas enfim, chegam as salas o dispensável A Batalha dos Mares, o imaginativo Piratas Pirados e o belo Flor da Neve e o Leque Secreto.
Lembrando, que neste final de semana estarei participando de uma das sessões do Fantaspoa e nos próximos finais de semana, estarei envolvido até o pescoço com os cursos do CENA UM. Portanto aguardem por novas matérias especiais. Confiram as estreias: 

Battleship - A Batalha dos Mares
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Sinopse: Alex Hopper (Taylor Kitsch) é um oficial naval do navio USS John Paul Jones comandado pelo almirante Shane (Liam Neeson). Alex é noivo de Sam (Brooklyn Decker) filha de Shane apesar de não ser bem visto por ele. Já em alto mar eles precisam unir forças com a tripulação do navio USSSamson comandado pelo irmão mais velho de Alex Stone (Alexander Skarsgaard) ao encontrar uma força alienígena desconhecida que ameaça a existência da humanidade. Um grupo de cientistas comandados por Cal Zapata (Hamish Linklater) e de especialistas em armas como Cora Raikers (Rihanna) também compõem a equipe. Acompanhando tanto o lado dos humanos quanto o lado dos alienígenas Battleship apresenta a intensa disputa pelo controle da Terra.


O Exótico Hotel Marigold

Sinopse: Os aposentados Muriel (Maggie Smith) Douglas (Bill Nighy) Evelyn (Judi Dench) Graham (Tom Wilkinson) e mais três amigos decidem curtir a aposentadoria em lugar diferente e o destino é a Índia. Encantados com o exotismo do local e com imagens do recém restaurado Hotel Marigold a trupe parte para lá sem pestanejar e são recebidos pelo jovem sonhador Sonny (Dev Patel). O único detalhe é que nada era muito bem como parecia ser mas as experiências que eles irão viver mudarão para sempre o futuro de todos.



Piratas Pirados 
Sinopse: O Capitão Pirata sai em uma missão para derrotar definitivamente seus rivais: Black Bellamy e Cutlass Liz na disputa pelo prêmio de Pirata do ano. A missão leva o Capitão e a sua tripulação para uma ilha exótica e repleta de perigos. Dos mesmos criadores de Fuga das Galinhas.


Flor da Neve e o Leque Secreto

Sinopse: Na China do século 19, as amigas Flor da Neve e Lírio superam a distância física por meio de uma língua secreta. Paralelamente, a trama segue Nina e Sophia, duas mulheres contemporâneas que tentam compreender a história de suas ancestrais laotong.


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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cine Especial: A nova Hollywood: Parte 2

A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM
Sinopse: Após se formar na faculdade, Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) retorna para casa. Indeciso quanto ao seu futuro, ele acaba sendo seduzido por uma amiga de meia-idade (Anne Bancroft) de seus pais. Mas na verdade ele está interessado na filha (Katharine Ross) dela.
Embora seja para os padrões atualmente, um drama romântico bem humorado, na época (1967) foi um verdadeiro escândalo, para um publico conservador que era o americano naquele tempo, mas nem por isso, o filme deixou de fazer um grande sucesso. Mesmo desconhecido, e não tendo a pose de galã que tanto Hollywood vendia naqueles anos, Dustin Hoffman se torna astro da noite pro dia, ao interpretar um jovem cheio de duvidas do que quer da vida, e ao conhecer a Sra. Robson (Anne Bancroft, no melhor momento de sua carreira), entra num labirinto ainda mais complicado.
Embora a dupla central, tenham tido na época, uma diferença de idade pequena (6 anos), eles acabam convencendo em cena, principalmente Hoffman, que embora já tinha na época 30 anos, convenceu muito bem como um jovem de 21. Mas era de se esperar um filme como esse, principalmente sendo dirigido por Nike Nichols, que um ano antes, havia escancarado um o casal imperfeito americano em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?. Em A Primeira Noite de Um Homem, talvez a intenção do cineasta tenha sido escancarar os conflitos internos do jovem americano, em que só tinha que ser algo na vida, de acordo com o que os pais queriam. Talvez a melhor cena que simboliza isso, é quando Benjamin se encontra melancólico e sozinho embaixo da piscina, se perguntando por que não radicalizar de uma vez por todas? E é isso que ele faz! Muito embora, o verdadeiro amor que ele encontra, não seja com a Sra. Robson, e sim com sua filha (Katharine Ross, ótima). O relacionamento de ambos os jovens, culmina numa seqüência clássica na igreja, e se encerrando de uma forma imprevisível dentro do ônibus, deixando inúmeras duvidas no ar, sobre o destino de ambos os personagens.
O filme também se tornou super lembrado, graças a sua trilha sonora, Mrs Robinson, The Sound of Silence e outros sucessos de Simon Garfunkel. Vencedor do Oscar de melhor diretor (Nichols) é um clássico imperdível, que foi baseado no romance de Charles Webb.

Curiosidade: A cena de abertura de A Primeira Noite de um Homem, quando Benjamin está na esteira de um aeroporto, serviu de inspiração para o diretor Quentin Tarantino que, 30 anos depois, fez uma cena similar na abertura de Jackie Brown.


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Cine Especial: MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS: Parte 2

Nos dias 19 e 20 de Maio, participarei do curso MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor de cinema Henrique Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei, Marcusso irá somente fazer uma analise minuciosa sobre a Tetralogia Existencial que Antonioni havia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega, por aqui, falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o curso.

A NOITE
 O DESESPERO POR UM CONTATO EMOCIONAL 

Sinopse: Giovanni Pontano (Marcello Mastroianni) e Lidia (Jeanne Moreau) estão casados há 10 anos. O relacionamento entre eles está desgastado, especialmente em relação à comunicação. Durante uma festa em uma mansão eles tentam disfarçar suas angústias, ocupando o tempo com os demais convidados.

Segundo filme da tetralogia existencial de Antonioni, onde se  baseia muito  na solidão, iniciada com A Aventura  e terminada com Deserto Vermelho, do mesmo diretor. Urso de ouro no festival de Berlim de 1961, sendo um exemplo típico do estilo do cineasta, sendo um cinema hermégico, preocupado em analisar as dificuldades de comunicação entre as pessoas, sendo por vezes, uma obra pesada, simbólica, estudo profundo de casamento em crise. O casal central (vividos pelos ótimos Marcello Mastroianni e Jeanne Moreau) tenta a todo o momento da projeção, buscar algum sentido em suas vidas, mesmo em coisas das mais banais. A esposa, por exemplo, em um determinado momento do primeiro ato, caminha sem rumo na cidade, em busca talvez de algo interessante, para que possa se animar, o que acaba dando de encontro com momentos imprevisíveis, como numa briga de dois rapazes.
Mas o melhor do filme fica para o segundo e o terceiro ato, aonde ambos vão numa festa burguesa, em que os convidados se divertem de inúmeras formas, que por vezes, parecem banais, mas que tornam algo de bom grado para animá-los. O casal em si passa por testes de fidelidade ao longo do percurso, onde a fotografia criada por Antonioni simboliza o lado perdido que os personagens se sentem, ao adentrarem num universo em que não sabe exatamente o que eles irão encontrar, muito embora tenham a tentação de caírem. Curiosamente, essa seqüência da festa e o lado melancólico dos personagens, me fizeram me lembrar muito de Melancolia, de Lars Von Trier, sendo que não me surpreenderia, se Trier  tivesse se inspirado na obra de Antonioni.  Os momentos finais do epilogo da trama simbolizam o desespero do casal, na comunicação de um pelo outro, embora da entender que a tentativa seja tarde demais.              
Enfim, um filme belo, inquietante e calmo, com uma fotografia belíssima (nas mãos de Moreau, o epílogo do filme), e silêncios estremecedores.


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: DRIVE


Leia minha critica já publicada clicando aqui


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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cine Especial: A nova Hollywood: Parte 1




De 1967 a 1980, o cinema americano viveu o seu período mais criativo, onde era apresentado para o publico, historias sérias, reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam naquele período (período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova e criativa geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo que somente se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle Vague).

A partir de hoje, apresentarei a cada dia deste mês, os principais filmes que nasceram desse importante período. 


BONNIE CLYDE: UMA RAJADA DE BALAS

Sinopse: Durante a Grande Depressão, Bonnie Parker (Faye Dunaway) conhece Clyde Barrow (Warren Beatty), um ex-presidiário que foi solto por bom comportamento, quando este tenta roubar o carro de sua mãe. Atraída pelo rapaz, ela o acompanha. Ambos iniciam uma carreira de crimes, assaltando bancos e roubando automóveis. Conhecem o mecânico C.W. Moss (Michael J. Pollard), que passa a ser o novo companheiro da dupla, mas durante um assalto matam uma pessoa e são caçados daí em diante como assassinos. Ao grupo une-se Buck (Gene Hackman), o irmão de Clyde recém-saído da cadeia, e Blanche (Estelle Parsons), sua mulher. Sucedem-se os assaltos e logo o quinteto ganha fama em todo o sul do país. Uma noite, são cercados por vários policiais e, obrigados a matar para fugir, são perseguidos em vários estados.

Filme clássico que resgata os dias de crime e de aventura desse famoso casal. Um  violento e fiel conto, baseado em fatos verídicos, que deu origem a vários filmes sobre gangues da época, sendo uma analise de costumes e tudo apresentado de uma maneira altamente profissional. Fazendo um retrato crítico, de um dos piores períodos dos EUA, onde em meio a uma crise sem precedentes, surgia criminosos, com um único intuito em sobreviver num país arruinado, mas que precisava enfrentar uma policia tão traiçoeira quanto eles.
O filme também se tornaria o primeiro sucesso da carreira de Gene Hackman, que no filme interpretaria o irmão de Clayde, e seu desempenho foi tão convincente, que o futuro astro ganharia já inicio de carreira, sua primeira indicação ao Oscar como ator coadjuvante. A produção também é muito bem lembrada, pela Trilha sonora eficiente e fotografia requintada. Além de Hachman, ocorreu a estréia do cinema (em seqüência muito engraçada), de Gene Wilder. O filme levaria os Oscar de atriz coadjuvante (Estelle Parsons) e fotografia, mas é muito pouco para um clássico como esse, que inauguraria o período conhecido como “a nova Hollywood,” e por possuir um dos finais mais corajosos e impactantes da historia do cinema. 

Curiosidade: O personagem C.W. Moss é na verdade fictício, sendo uma mescla de dois membros da gangue de Bonnie e Clyde: William Daniel Jones e Henry Methvin.



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Cine Especial: VIII Edição Fantaspoa: Nervo Craniano Zero



NOSTALGIA TRASH
Sinopse: A escritora de sucesso Bruna Bloch põe em prática um plano inescrupuloso para evitar que tenha uma crise criativa e saia da lista dos mais vendidos: adquirir um chip indutor de descargas de dopamina que, quando implantado no cérebro humano, gera surtos de inspiração. Para isso, ela contrata os serviços do criador desta invenção, Dr. Bartholomeu Bava, que perdeu sua licença médica após um acidente nas pesquisas para criação do chip. Mas Bruna não quer implantá-lo em si mesma, e sim em uma cobaia humana, a simplória garota Cristi.

Filme que foi exibido na abertura do 8º festival do Fantaspoa na semana passada, com a presença do diretor Paulo Biscaia Filho (Morte Story) e da atriz e cantora  Uyara Torrente. Biscaia Filho, com certeza é fã dos filmes de terror dos anos 80, já que o filme carrega elementos de outros filmes daquela época, como no caso de Re-Animator e Scannner: Desafie a sua Mente. A produção toda em si é tosca, puramente trash, que poderia facilmente ter sido exibido na saudosa sessão do Cine Trash da Band nos anos 90, e só por isso, é um filme que merece ser visto.
Embora tenha elementos macabros (com direitos há aberturas de crânio e retiradas de coração do corpo), o filme vai mais para o lado do terrir, já que em nenhum momento da para levar a historia a sério, muito menos para o elenco, que se por um lado são talentosos, no primeiro ato, eles apenas aparentam estar interpretando, tudo de uma forma proposital, para não levar nada a sério, onde até mesmo Daniel Colombo, que é um ótimo ator, consegue passar tamanha ruindade proposital para o seu personagem. Quem se sai melhor, é a atriz e cantora Uyara Torrente, cujo seu personagem vai se descascando nos três atos da trama de tal modo, que simplesmente rouba a cena do filme, até mesmo no inicio, quando a intenção era apenas passar uma interpretação ruim.
Com um final bem previsível, mas que funciona com a proposta que o filme passa, Nervo Craniano Zero, é uma divertida e redondinha trama de terror que faz nos relembrar dos tempos de um gênero de terror mais inocente que pipocava aos montes nos anos 80, e acredito que está mais do que na hora do cinema Brasileiro investir em outros gêneros como esse, mesmo sendo com orçamentos curtos, mas com idéias criativas.


Leia mais sobre o 8º Festival do Fantaspoa clicando aqui.




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terça-feira, 8 de maio de 2012

Cine Especial: MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS: Parte 1


Nos dias 19 e 20 de Maio, participarei do curso MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor de cinema Henrique Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei, Marcusso irá somente fazer uma analise minuciosa sobre a Tetralogia Existencial que Antonioni havia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega, por aqui, falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o curso.  

  A AVENTURA
CRISE DO HOMEM É O TEMA DA OBRA FEITA DE VAZIOS QUE ABRE A TETRALOGIA EXISTENCIAL.

Sinopse: Tudo começa com um grupo de ricos, passeando de Barco pela costa do mediterrâneo. Três amigos – Claudia (Monica Vitti) e o casal Anna (Lea Massari) e Sandro (Gabriele Ferzetti), resolvem dar um mergulho no mar. Anna e Sandro brigam, e ela some inexplicavelmente. Ele e Claudia saem para procurá-la e acabam se envolvendo.

Quando foi lançado em Cannes em 1960, A aventura dividiu a critica do publico. Enquanto a critica se maravilhou com o estilo do até então desconhecido Michelangelo Antonioni, o publico, na maioria dele, odiou ao assistir uma trama sem movimento, cujo  o ponto de interrogação (o desaparecimento de uma das personagens) não é solucionado, e para a surpresa de todos, é deixado de lado ao longo da trama. Mas foi o tempo que comprovou que o diretor Italiano acertou em explorar a crise existencial do ser humano daquela época, cuja essa forma de filmar e contar historia, seguiria na chamada Tetralogia Existencial, formada por A Noite (1961), Eclipse (1962) e O Deserto Vermelho (1964).
Os temas explorados nesses trabalhos são sobre o vazio da burguesia e das classes abastadas (e a tomada de consciência de seus indivíduos sobre esse vazio), a alienação provocada pelos avanços industriais e o desenvolvimento urbano, que afastam o  homem de um mundo mais simples, do sentimentos, e a falta de comunicação um com o outro, tanto entre as famílias, como na amizade e no amor.
O relacionamento que surge (após o desaparecimento de uma das protagonistas) não é nenhum pouco especial, mas há emoções conduzidas pela monotonia. As conversas são raras, sendo que os estados psicológicos e os sentimentos dos personagens mostrados na tela ficam em aberto para o espectador tirar suas próprias conclusões. O ritmo é lento, com cuidado para as paisagens e campos abertos, o que acabou influenciando muitos outros cineastas, como  o alemão Wim Wenders.  Com o sucesso que teve com a critica e com o reconhecimento gradual que teve com o publico  ao longo do tempo, o diretor conseguiu sinal verde, para que  trabalhasse em países como Inglaterra (Depois daquele Beijo, 1966), Estados Unidos (Zabriskie Point, de 1970) e Espanha (Profissão Repórter, de 1975). Ironicamente, em 1986, Antonioni sofreu derrame e perdeu a fala, além de ter perdido parte do corpo paralisada. Digo irônico, devido ao fato que foi o cineasta que melhor filmou a falta de comunicação entre os personagens. 

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