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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 24 A 30 DE AGOSTO DE 2023

RETRATOS FANTASMAS


SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

A cinesemana de 24 a 30 de agosto destaca três estreias na nossa programação. Uma delas é RETRATOS FANTASMAS, de Kleber Mendonça Filho, que abriu o Festival de Gramado e conquistou a plateia. Também entra em cartaz o longa gaúcho O ACIDENTE, que competiu na mostra gaúcha de Gramado, e PASSAGENS, o mais novo filme do norte-americano Ira Sachs realizado em coprodução com a França e Alemanha.

Entre os destaques que seguem na programação estão UMA NOITE EM HAIFA, de Amos Gitai, e CASA VAZIA, de Giovani Borba, e O CRIME É MEU, de François Ozon – sempre com boa procura de público.


Confira nossa programação e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


15h – UMA NOITE EM HAIFA Assista o trailer aqui.

(Laila in Haifa - Israel/França, 2023, 100min). Direção de Amos Gitai, com Maria Zreik, Khawla Ibraheem, Bahira Ablassi. Synapse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: A boate Fattoush, em Haifa, é um dos únicos lugares em Israel onde israelenses e palestinos se reúnem para compartilhar drinks, amizades, o amor pela arte e se envolver em relacionamentos. É este o cenário onde se desenrolam as histórias de cinco mulheres, cada uma com seus objetivos e dilemas pessoais. Haifa também é a cidade natal do diretor Amos Gitai, reconhecido por mostrar o cotidiano de Israel em seus filmes. O longa competiu no Festival de Veneza em 2020.


17h – PASSAGENS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Passages - França/Alemanha/Estados Unidos, 2023, 92min). Direção de Ira Sachs, com Franz Rogowski, Ben Whishaw e Adèle Exarchopoulos. O2 Play/Mubi, 18 anos. Drama.

Sinopse: No último dia das filmagens de seu novo longa, o diretor Tomas se encanta com a jovem professora Agathe e dorme com ela. Esta é uma experiência absolutamente nova na vida do cineasta, já que ele é casado há 15 anos com Martin. À medida que os dias passam, a relação entre os três se intensifica e os sentimentos afloram num misto de paixão e narcisismo.


19h – O ACIDENTE - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 95min). Direção de Bruno Carboni, com Carol Martins, Marcelo Crawshaw, Carina Sehn. Produtora Criativa, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joana sofre um estranho acidente enquanto anda de bicicleta: é atropelada e carregada por alguns metros sobre o capô do carro. Ela sai ilesa e decide esconder o ocorrido da sua mulher, mas logo um vídeo do acidente, filmado por um adolescente que estava no carro, viraliza na internet. Depois disso, Joana se vê obrigada a prestar queixas na polícia e acaba se envolvendo com os integrantes da família que causou o acidente. O filme conquistou os Kikitos de direção de arte, roteiro e atriz (para Carol Martins) na mostra gaúcha de longas do Festival de Cinema de Gramado. 


SALA EDUARDO HIRTZ


14h30 E 19h30 – RETRATOS FANTASMAS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 91min). Documentário de Kleber Mendonça Filho. Vitrine Filmes, 12 anos.

Sinopse: O quinto filme do diretor é uma visão pessoal sobre memória e cotidiano. A partir de muito material de arquivo, próprio e pertencente a instituições, ele costura lembranças sobre o apartamento onde cresceu e sobre os antigos cinemas de rua de Recife, o que acaba revelando algumas verdades sobre a vida em sociedade. O documentário estreou no Festival de Cannes, em maio, e abriu o Festival de Gramado no sábado passado.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO DAS 19h30 NO DIA 24, QUINTA)


16h10 – CASA VAZIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2019, 85min). Direção de Giovani Borba, com Hugo Noguera, Nelson Diniz, Roberto Oliveira. Panda Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Raúl é um homem simples, que vive na imensidão do pampa gaúcho. Ele sempre trabalhou como peão em fazendas, mas agora está desempregado e acaba se envolvendo com ladrões de gado que atuam na escuridão da noite. Ao mesmo tempo, descobre que foi abandonado pela mulher e pelos filhos. Estreia de Borba como diretor de longas, o filme ganhou os prêmios de melhor ator, roteiro, trilha sonora, desenho de som e fotografia na mostra gaúcha do Festival de Gramado 2022.


17h50 – DEPOIS DE SER CINZA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2019, 92min). Direção de Eduardo Wannmacher, com João Campos, Elisa Volpatto, Suzy Messina. Boulevard Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Isabel, Suzy e Manuela são três mulheres que se envolveram com Raul em momentos e lugares distintos e têm opiniões bem diversas sobre ele. A história, que transita entre cidades do Brasil e da Croácia, faz um retrato dos relacionamentos contemporâneos, em um mundo onde as fronteiras estão cada vez mais esmaecidas. O filme marca a estreia de Wannmacher na direção de longas.


SALA NORBERTO LUBISCO


15h15 – O CRIME É MEU Assista o trailer aqui.

(Mon Crime - França, 2023, 102min). Direção de François Ozon, com Nadia Tereszkiewicz, Rebecca Marder, Fabrice Luchini, Isabelle Huppert. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Madeleine é uma jovem atriz que assume o assassinato de um famoso produtor na tentativa de ficar famosa. Sua melhor amiga, a advogada Pauline, resolve defendê-la nos tribunais com a perspectiva de ganhar algum dinheiro. Elas se saem bem no suposto golpe, mas não demora muito para a verdade vir à tona. A peça que inspirou o filme estreou em 1934 na França e já foi adaptada duas vezes para o cinema: “Confissão de Mulher” (1937) e “A Mentirosa” (1946).  


17h15 – BLUE JEAN Assista o trailer aqui.

(Reino Unido, 2022, 97min). Direção de Georgia Oakley, com Rosy McEwen, Kerrie Hayes, Lucy Halliday. Synapse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Inglaterra, final dos anos 1980. O governo conservador de Margaret Thatcher realiza uma campanha contra a população LGBT, incentivando a discriminação em locais públicos e ambientes de trabalho. Jean, uma professora de educação física lésbica, não se sente confortável com sua orientação sexual e prefere levar uma vida dupla – enquanto vários de seus amigos e amigas preferem confrontar o sistema. O filme foi o vencedor do prêmio do público no Festival de Veneza 2022.  


19h15 – COISAS DO AMOR Assista o trailer aqui.

(Liebesdings - Alemanha, 2022, 100min). Direção de Anika Decker, com Marco Albrecht, Peri Baumeister, Lucie Heinze. A2 Filmes, 14 anos. Comédia romântica.

Sinopse: Marvin Bosch, o principal astro do cinema alemão, se desentende com uma jornalista e resolve abandonar a entrevista. Na fuga das fãs, ele acaba se refugiando em um pequeno teatro alternativo, o 3000, que é dirigido por Frieda e está à beira da falência. Juntos, eles tentam salvar o teatro, restaurar a reputação de Marvin e, quem sabe, dar uma chance para um amor verdadeiro.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Besouro Azul'

Sinopse: O adolescente Jaime Reyes ganha superpoderes quando um misterioso escaravelho se prende à sua coluna e lhe fornece uma poderosa armadura alienígena azul. 

O gênero de super-heróis para o cinema enfrenta neste momento um certo desgaste bem acentuado e colocando em xeque as futuras produções. O problema talvez esteja pelo fato de o público esperar por demais destes tipos de filmes, sendo que muitos esperam que determinado título revolucione, quando na verdade são obras criadas que na maioria dos casos somente para entreter. Curiosamente" Besouro Azul" (2023) não nos passa nenhuma ambição de mudar o curso da história, mas sim nos apresentar uma aventura divertida e com forte carga de representatividade latina.

Dirigido por Angel Manuel Soto, a trama segue o jovem mexicano Jaime Reyes (Xolo Maridueña) que, recém-formado, volta para casa cheio de aspirações para o futuro. Em meio a uma busca por seu propósito no mundo - e um emprego - o destino o surpreende ao colocar em seu caminho uma antiga relíquia de biotecnologia alienígena, conhecida como Escaravelho. O besouro alienígena azul escolhe Jaime para ser seu hospedeiro simbiótico - o que lhe dá uma armadura superpoderosa e lhe garante poderes.

O filme possui todos aqueles clichês de filmes de origem de super-herói, sendo que quando o protagonista se transforma pela primeira vez me lembrou os melhores momentos do primeiro filme do "Homem de Ferro" (2008). Porém, é através da representatividade que mora o coração do filme, onde a cultura latina é apresentada em abundância e fazendo com que muitos da América Latina se identificarem com ela. Por conta disso, a família do protagonista é quem rouba a cena, sendo que cada um ali tem uma personalidade distinta e servindo de elemento principal para a formação do herói em cena.

Não tem como não se emocionar, por exemplo, com as lições passadas pelo pai, ou nos divertir com as estripulias do tio. Porém, a força da avó surpreende até mesmo nas cenas de ação e que fará antigos guerrilheiros que combateram no passado contra o imperialismo obterem um largo sorriso no rosto. Com tudo isso é até mesmo surpreendente um filme como esse ser realizado em um grande estúdio de Hollywood, não sendo uma coisa estereotipada, mas sim que nos respeita.

Como se já isso não é o bastante ainda há referências com relação a cultura pop que nós do Brasil e demais dos países latinos irão se identificar. Aguarde para ouvir referências de novelas como "Maria do Bairro", ou então do clássico Chapolin, uma das obras máximas criadas pelo mestre Roberto Gómez Bolaños. São momentos que dificilmente um jovem norte americano atual irá entender, mas que facilmente iremos identificar e aproveitar.

Quanto ao lado de cá, é muito bom ver Bruna Marquezine estreando no cinema norte americano com o pé direito. Ela não é uma mera coadjuvante de luxo, sendo que ela se torna a peça principal para a movimentação da trama e tendo parentesco direto com o primeiro Besouro Azul dos quadrinhos e fazendo com que muitos fãs antigos vibrarem com a referência. Sua atuação é realmente digna de nota, surpreendendo até mesmo nas cenas de ação que exigem dela e fazendo a gente imaginar sobre qual será o próximo projeto que ela irá participar.

Infelizmente o filme está longe de ser perfeito, pois ele se sustenta com tudo o que eu disse acima, menos com relação aos vilões descartáveis. A personagem vivida pela veterana Susan Sarandon, por exemplo, poderia ter sido vivida por qualquer outra atriz que o resultado seria o mesmo, pois Victoria Kord não passa de um vilão megalomaníaca que tem somente interesse em explorar os poderes do escaravelho e obter a chance de criar armas de ponta. Isso talvez seja outro grande Déjà vu dentro do gênero e do qual, convenhamos, já cansou.

Curiosamente, o vilão brucutu vivido pelo ator e dançarino Raoul Max Trujillo até que não faz feio, pois o roteiro lhe dá espaço para nos apresentar um personagem trágico e sendo um de muitos latinos vítimas do grande sistema do imperialismo. Porém, o ato final se entrega aquelas típicas cenas de ação cheias de efeitos visuais, muito embora eles não me incomodaram muito e cuja fotografia moldada por incríveis cores de neon dão o seu charme na medida certa.  O resultado final pesa mais para o positivo, mesmo quando há deslizes que poderiam ter sido evitados.

"Besouro Azul" não é o filme que irá revitalizar o gênero de super-heróis para o cinema, mas sim irá somente entretê-lo e quem sabe se tornar um típico clássico Sessão da Tarde em um futuro próximo.   

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 24 a 30 de agosto de 2023

O Acidente

 MELODRAMAS EXTRAORDINÁRIOS NO PROJETO RAROS

O Projeto Raros apresenta uma programação especial com dois melodramas extraordinários na Cinemateca Capitólio entre agosto e setembro. No dia 25 de agosto, sexta-feira, às 19h30, o clássico mexicano Vende Caro o Teu Amor (Aventurera, 1950), de Alberto Gout, será exibido. No dia 08 de setembro, sexta-feira, às 19h30, Sensuela (1973), marco do cinema finlandês dirigido pelo mestre Teuvo Tulio, ganha exibição. As sessões têm entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6571/melodramas-extraordinarios-no-projeto-raros/


SESSÃO ESPECIAL DE O ACIDENTE

O Acidente, primeiro longa-metragem de Bruno Carboni, vencedor de três Kikitos no Festival de Gramado, ganha sessão especial na Cinemateca Capitólio na quinta-feira, 24 de agosto, às 19h30, com apresentação do diretor. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6565/o-acidente-2/


FILMES DE PAZ ENCINA E EDUARDO WANNMACHER EM CARTAZ

Depois de ser Cinza, primeiro longa-metragem de Eduardo Wannmacher, entra em cartaz na Cinemateca Capitólio no dia 24 de agosto. Eami, novo lançamento da prestigiada diretora paraguaia Paz Encina, entra em cartaz no dia 25 de agosto. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6563/depois-de-ser-cinza/ e http://www.capitolio.org.br/eventos/6567/eami-2/


GRADE DE HORÁRIOS

24 a 30 de agosto de 2023


24 de agosto (quinta-feira)

15h – Depois de ser Cinza

17h – História de um Viciado

19h30 – O Acidente


25 de agosto (sexta-feira)

15h – Depois de ser Cinza

17h – Eami

19h30 – Projeto Raros: Aventurera


26 de agosto (sábado)

15h – Depois de ser Cinza

17h – Eami

19h – Parceiros da Noite


27 de agosto (domingo)

15h – Depois de ser Cinza

17h – Eami

19h – Liquid Sky


29 de agosto (terça-feira)

15h – Depois de ser Cinza

17h – Eami

19h – Mirante (pré-estreia)

 

30 de agosto (quarta-feira)

15h – Depois de ser Cinza

17h – Eami

19h – Cava (pré-estreia)

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Fale Comigo'

Sinopse: Um grupo de amigos descobre uma mão embalsamada que lhes permite conjurar espíritos. Viciado na emoção, um deles vai longe demais e abre a porta para o mundo espiritual.   

Ninguém questiona que atualmente o gênero de horror vive a sua melhor fase principalmente através do cinema independente. Claro que sempre há um desgaste nas fórmulas de sucesso, principalmente quando os estúdios se enveredam para franquias intermináveis e seus derivados como é no caso de "Invocação do Mal". "Fale Comigo" (2023), por sua vez, usa velhas fórmulas de sucesso, mas surpreendendo ao renová-las e falando um pouco de uma sociedade cada vez mais alienada.

Dirigido pelos estreantes Danny Philippou e Michael Philippou, o filme conta a história de Mia, interpretada pela estreante Sophie Wilde, que ao lado de um grupo de amigos encontra uma misteriosa mão embalsamada e descobre que ela permite invocar espíritos. Como é de se esperar, todos ficam muito empolgados com a nova descoberta, mas não demora muito até que a brincadeira tome um rumo extremamente perigoso quando um deles acaba indo longe demais e, por acidente, abre uma porta para o mundo espiritual.

O filme tinha todas as chances de cair nos velhos clichês do gênero de horror principalmente quando é sobre possessão que sempre é revisitado. Porém, os estreantes Danny Philippou e Michael Philippou criaram uma trama que mescla elementos de nossa realidade e que fala um pouco sobre alienação da sociedade atual cada vez mais presas em seus celulares e que, ao invés de ajudar o próximo, preferem fazer uma selfie ou filmar determinada tragédia que está a caminho. Nada mal para realizadores que vieram justamente do mundo do Youtuber, mas pelo visto eles tem consciência de que é preciso as vezes fazer uma crítica acida com relação a desumanidade cada vez mais crescente do mundo.

Portanto, a protagonista Mia é uma jovem que busca companhia mesmo quando as pessoas próximas a elas se encontram em outra sintonia. O desejo é tanto em adentrar o círculo de amizades que decide então participar da brincadeira macabra, mas mal sabendo o que viria em seguida. É curioso observar que nestes momentos nós dá uma noção clara que a possessão se tornou banal para essa geração atual, sendo que isso é uma espécie de chance de escapar do mundo real e ter a chance de obter sensações incomuns.

Curiosamente, a possibilidade do filme se tornar uma espécie de terror teen logo se esvai no momento que a brincadeira perde o controle e tudo fica cada vez mais tenso e claustrofóbico. Portanto, ficamos ao lado de Mia a todo momento, seja para ela conseguir uma chance de compreender sobre o que está acontecendo, como também ter a chance de entender algo misterioso vindo do passado. Estreando no cinema pela primeira vez Sophie Wilde surpreende em uma atuação poderosa e cujo peso da tragédia que a sua personagem convive sentimos a todo momento na medida em que a trama avança.

Já a direção de Danny Philippou e Michael Philippou é realmente curiosa, principalmente vinda de dois jovens saídos dos canais do youtubers, mas fazendo trabalho de gente grande e cuja cenas de suspense são muito bem filmadas e, por vezes, claustrofóbicas. Além disso, a edição de cenas é primorosa, fazendo com que acompanhemos as situações pela perspectiva da protagonista, quando na verdade a situação pode ser inversa. Atenção para a sequência envolvendo o pai dela e que desencadeia um caminho sem volta.

Apesar de um final imprevisível, para não dizer anti hollywoodiano, o minuto final somente derrapa ao entregar uma possível possibilidade de continuação, para não dizer que pode se tornar o nascimento de uma nova franquia. Portanto, por mais que os realizadores se esforçam para lançar algo original, os engravatados já se aprontam para criar a sua nova galinha dos ovos de ouro. Polêmicas à parte, "Fale Comigo" entrega um horror de primeira, onde a criatividade se sobressai em meio as fórmulas já manjadas. 



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Cine Dica: Roger Corman - O Homem dos 500 Filmes

Apresentação

Roger Corman é creditado em algumas centenas de filmes (e não-creditado em centenas de outros com os quais esteve envolvido), principalmente como produtor e diretor, mas também como roteirista e até como ator. É um dos cineastas mais prolíficos e bem-sucedidos de toda a história do cinema, com uma carreira que atravessa sete décadas. Ao longo dessa carreira, trabalhou com muitos profissionais que também viriam a se tornar figuras importantes para a indústria cinematográfica. Jack Nicholson, Charles Bronson, Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Peter Bogdanovich e Joe Dante são apenas alguns dos nomes que Corman apadrinhou quando estavam começando no cinema.

O curso vai oferecer um panorama da carreira dessa figura imprescindível da história do cinema, do início da década de 1950 até os dias de hoje, mais de 500 filmes depois. Vai comentar também as mudanças pelas quais passou a indústria do entretenimento ao longo desse período, como o fim da era dos grandes estúdios, o surgimento da televisão, a TV paga e os formatos de vídeo.


Objetivos

O curso Roger Corman: O Homem dos 500 Filmes, ministrado por Marcelo Severo, objetiva apresentar a obra do diretor / produtor cronologicamente, através dos filmes mais importantes dessa vasta filmografia. Analisará também a influência do cineasta na indústria e o seu legado para Hollywood, principalmente no que diz respeito aos profissionais que apresentou ao longo das últimas sete décadas.


*MATÉRIA*

Apostila

Certificado de participação

* APROVEITE O LOTE 1 COM VALOR PROMOCIONAL *

Ministrante: MARCELO SEVERO


Formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisador de cinema; escreve sobre filmes, quadrinhos e rock’n’roll desde os anos 1990. Ministra cursos e oficinas no "Fantaspoa", sempre relacionados à ficção científica, ao horror e ao cinema fantástico em geral.

Curso

ROGER CORMAN: O HOMEM DOS 500 FILMES

de Marcelo Severo

Datas

09 e 10 de Setembro

(sábado e domingo)

Horário

14h30 às 17h30

Local

Cinemateca Capitólio

(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro - Porto Alegre - RS)

INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/2023/07/roger-corman.html


Realização

Cine UM Produtora Cultural

Apoio

Cinemateca Capitólio


segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Retratos Fantasmas'

Sinopse: No centro do Recife, no século 20, conheça a história do centro da cidade contada a partir das salas de cinema que movimentavam a população e ditavam comportamentos. 

Kleber Mendonça Filho não é somente um dos melhores cineastas autorais do nosso cinema brasileiro atual, como também ele tem a proeza de falar sobre a sua vida através dos filmes de sua autoria. Tanto "O Som ao Redor" (2012) como "Aquarius" (2016) são obras originais, mas que falam sobre a realidade que o diretor convivia no centro da cidade do Recife e qual ao longo dos anos passou por diversas metamorfoses. Em "Retratos Fantasmas" (2013) o diretor coloca na mesa sobre a sua vida, sobre a sua cidade, sobre os patrimônios históricos do local e que deixaram muita saudade para ele.

O documentário se passa no centro do Recife, durante o século XX. Ao longo de 1 hora e 33 minutos e reunindo imagens de arquivo, fotografias e registros em movimento, o filme busca explorar a história do centro da cidade, contada a partir das salas de cinema que movimentavam a população e ditavam comportamentos. Tendo levado 7 anos para a sua conclusão, o documentário marca o retorno de Kleber ao Festival de Cannes - após vencer o Prêmio do Júri, em 2019, com “Bacurau”.

Embora se passe em Recife é curioso que o documentário tenha despertado em mim lembranças sobre o meu passado, principalmente com relação as primeiras sessões de cinema que eu frequentei com os meus pais quando eu era ainda criança de colo e cujo cinema era o saudoso Cine Imperial da rua das Andradas do centro de Porto Alegre. Portanto, o documentário funciona de forma universal, pois você não precisa morar em Recife para captarmos a mensagem principal do diretor, seja com relação aos laços fortes da família que ele tinha, como também a realidade daquela cidade e da qual a mesma enriqueceu a imaginação do cineasta. É incrível, por exemplo, como a casa vizinha de sua residência que se encontra deteriorada serviu de inspiração para filmes como "Aquarius", sendo que o diretor faz questão de extrair uma cena importante daquele filme e fazendo um paralelo com relação a sua realidade de épocas mais douradas.

Mas o coração do filme pertence no momento em que o realizador visita os antigos cinemas da cidade, sendo que muitos, infelizmente, já não existem mais e dando lugar as farmácias e igrejas evangélicas. Felizmente existe cinemas até hoje lá que se tornaram peças fundamentais para a história do local que é o Cine São Luíz e cujo local atrai diversos tipos de público e fazendo com que a história de lá continue intacta e com muito brilho. Kleber, por sua vez, surpreende principalmente quando desenterra arquivos extraídos de antigos jornais e revelando filmes que foram exibidos na época e que hoje a maioria se tornou clássica.

Curiosamente, o realizador faz uma turnê por esses lugares, cujo cenário abandonado desses cinemas e de outras áreas culturais se tornaram desoladoras, mas não menos interessantes, como se os locais tivessem se tornado um verdadeiro filme de terror. Portanto, quanto mais ele narra em off mais compreendemos a sua paixão pela cidade, assim como as lembranças douradas em que ele convivia com a sua mãe. Vale salientar que são nestas passagens que temos a participação de sua musa Maeve Jinkings e cuja mesma atua em cena como uma espécie de personificação da falecida mãe do cineasta, ou representando momentos importantes em que o próprio cineasta testemunhou ao longo de sua vida.

É engraçado salientar que o filme tenha pouco mais de uma hora e meia, já que a obra possui diversas informações, seja com relação aos patrimônios culturais em deterioração pela cidade de Recife, como também a resistência vinda dos cineastas e de outros que procuram para que as lembranças jamais sejam esquecidas. Ao final do filme tudo que eu senti era para que o cineasta continuasse perambulando a cidade de Recife e fazendo que desfrutássemos cada vez mais de uma cultura distinta, porém, não muito diferente da nossa. E como cereja do bolo, os minutos finais protagonizados pelo próprio diretor são surpreendentes, principalmente por ser protagonizado por um motorista de Uber e que faz com que a reta final a gente aplaude com gosto até o último momento.

"Retratos Fantasmas" é sobre tempos mais dourados que nunca mais irão voltar, mas basta lembrá-los para que eles ainda possam continuar vivos em nossos corações.  


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Cine Dica: Ciclo sobre vanguardas segue em cartaz na Sala Redenção

Até dia 12 de setembro, a Sala Redenção apresenta uma programação de obras cinematográficas que representam diferentes vanguardas artísticas. O ciclo “A Vanguarda no Cinema” apresenta oito sessões comentadas, realizadas às terças-feiras, às 19h, com entrada franca e aberta à comunidade em geral.

Em diálogo com as ideias de vanguarda da historiadora francesa Nicole Brenez e do belga Thierry de Duve, a programação se dedica àquelas obras que se expõem ao risco de não serem percebidas como arte, e que rompem com os limites do previsível. São filmes que trazem inovações na linguagem e no formato cinematográficos.

“A Vanguarda no Cinema” reúne representantes do movimento surrealista (“A Concha e o Clérigo”), do expressionismo (“M, O vampiro de Düsseldorf” e “Paula Modersohn-Becker – Retrato”) e da montagem russa (“Um homem com uma câmera” e “Outubro”). Além disso, a programação apresenta obras de dois diretores que inovaram na produção de documentários: o alemão Harun Farocki (“Videogramas de uma revolução” e “Imagens do mundo e inscrições da guerra”) e o francês Chris Marker (“Sem Sol”).

O ciclo está vinculado à disciplina “Seminários de Tópicos Especiais: Cinema de Vanguarda e Vanguardas Artísticas”, do bacharelado em Artes Visuais da UFRGS, ministrada pelo professor Luís Edegar de Oliveira Costa. Os alunos da disciplina, juntamente com Luís Edegar, são os responsáveis pela curadoria do ciclo e participam dos debates após cada sessão. Algumas exibições contam ainda com a correalização do Instituto Goethe Porto Alegre e da Aliança Francesa Porto Alegre.

O cinema da UFRGS está localizado no campus central da universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. 

Confira a programação completa no site oficial clicando aqui.