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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Hebe' - A Estrela Do Brasil

Sinopse: Anos 80 e o Brasil vive uma onda de crises. Ao mesmo tempo Hebe aparece na tela exuberante e com poder e do sucesso. Ao completar 40 anos de profissão, perto de chegar aos 60 anos de vida, está madura e já não aceita ser apenas um produto que vende bem na tela da TV. 

Embora eu não assista mais tv aberta, e com razão, eu lembro com bastante carinho sobre tempos em que eu era mais ingênuo e sentava na frente da tv para assistir diversos tipos de conteúdo. Dentre esses programas eu assistia todas as noites de segunda-feira ao programa da Hebe Camargo e da qual me fazia ficar encantado, mesmo não tendo ainda uma compreensão na época sobre o que era apresentado. "Hebe - A Estrela Do Brasil" procura não reconstituir a vida da apresentadora de cabo a rabo, mas sim fisgar um pouco sobre essa figura como pessoa perante um Brasil em declínio.  

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Dirigido por Maurício Farias, do filme "Verônica" (2008), o filme retrata o início dos anos oitenta, época em que o país estava abandonando os tempos de chumbo e voltando a uma espécie de redemocratização. Porém, a censura ainda estava na espreita e inspecionando os principais meios de comunicação e entretenimento. Em meio a esse redemoinho de incertezas, Hebe Camargo, (Andréa Beltrão) procura não se intimidar e falar certas verdades para o povo brasileiro durante a apresentação do seu programa na tv. 
Veterano na televisão, Maurício Farias consegue obter aqui o seu primeiro grande trabalho na direção em um filme para o cinema. Embora já tenha se aventurado na telona, o cineasta nos passa aqui uma total tranquilidade com a sua câmera e fazendo na abertura um belíssimo jogo de cena ao não apresentar de imediato a protagonista principal. Antes disso, somos apresentados ao mundo dos anos oitenta, de como funcionava os bastidores da tv naquela época e até mesmo revelando o lado hipócrita da censura.  
A partir do momento em que a câmera finalmente chega a protagonista, Maurício Farias decide criar um clima de suspense com relação ao estado mental em que a personagem está passando naquele momento, como se ela estivesse prestes a explodir a qualquer instante. Uma vez que não acontece isso, porém, observamos uma mulher se freando na frente das câmeras do estúdio, pois ela tem muito mais a oferecer do que nós imaginamos. Aqui não há Andrea Beltrão em cena, mas sim uma Hebe feita na sua maneira e nos brindando com a melhor interpretação de sua carreira.  
Mas, diferente do que a gente imagina, não estamos diante de uma história sobre a vida de Hebe, mas sim sobre uma figura conhecida perante as situações históricas, culturais e políticas daquela época longínqua. No palco, vemos alguém tentando dialogar com excluídos da sociedade, em um tempo em que levantar a bandeira LGBT, por exemplo, era ainda um grande absurdo. Em tempos em que um conservadorismo desenfreado tenta controlar tudo em pleno século vinte um, o filme acaba dialogando com esses tempos de hoje indefinidos e se tornando algo muito bem-vindo.  
Ao mesmo tempo, testemunhamos uma Hebe em sua vida pessoal, onde tenta administrar a sua família entre os trancos e barrancos. A frente do seu tempo, vemos uma mulher não se intimidar perante o preconceito e o machismo, sendo que esse último é muito bem representado pelo seu marido da época, interpretado com intensidade pelo ator Marco Ricca. Embora esses momentos fiquem em segundo plano ao longo da projeção, quando eles acontecem geram certa tensão e sempre fazendo a gente temer pelo pior.  
Acima de tudo, é um filme que nos faz questionar se na época havíamos voltado para a democracia, ou se a ditadura ainda estava no controle e se disfarçando com ela. Em tempos em que não havia nem sequer a ideia do que seria a internet, Hebe teve a coragem de fazer algo que muitos temiam por não querer perder os seus empregos. Em dias como hoje, em que as pessoas só se alimentam de fake news e vídeos de entretenimento dispensáveis, é sempre bom relembrar tempos em que tudo era bem mais simples e que já houve apresentadores de verdade.  
"Hebe - A Estrela Do Brasil' é um retrato de uma época, mas que dialoga muito bem com a nossa e cuja a sua mensagem a gente precisa mais do que nunca.    

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terça-feira, 24 de setembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Os Jovens Baumann' - A Geração Perdida

Sinopse: 1992. Os Jovens Baumann, últimos herdeiros de uma prestigiosa família de Santa Rita d’Oeste, sul de Minas Gerais, desapareceram sem deixar vestígios. 2017. Uma caixa com fitas VHS é encontrada, contendo registros caseiros de seus últimos momentos, durante suas férias na fazenda da família.  

O gênero  found footage (ou filmes perdidos) é um subgênero que se tornou notório a partir do clássico de horror explicito "Holocausto Canibal" (1980). Porém, ganhou força maior a partir de 1999 com o filme "A Bruxa De Blair" e que fez muitas pessoas na época acreditarem que as cenas eram realmente verídicas. "Os Jovens Baumann", por sua vez, surpreende ainda mais pelo seu realismo e sintetizar o que foi aqueles tempos longínquos.  
Dirigido pela estreante Bruna Carvalho Almeida, a trama se passa em em 1992, em um encontro de família nas férias de verão. Toda a geração mais jovem de herdeiros da família Baumann desaparece misteriosamente. Através de fotos da viagem e registros em vídeo recém descobertos, reconstrói-se os últimos dias desses jovens, em uma tentativa de entender o mistério a tantos anos sem solução. 


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O primeiro ato surpreende pelo seu lado verossímil, ao observamos os jovens protagonistas agindo na frente da câmera de forma descontraída e descompromissada. Pelo fato de as cenas serem feitas pelos recursos de VHS da época, sentimos uma aura amadora, curiosa e que nos fisga facilmente ao longo da história. Através de uma narração off, a cineasta deixa claro que essas imagens foram encontradas vários anos depois e fazendo das suas palavras soarem realmente convincentes para nós.  
Além disso, o filme se torna rico por dosar momentos que nos passa uma sensação de nostalgia daqueles tempos. Com músicas da época, como no caso, por exemplo, de Guns N' Roses, o filme sintetiza uma geração perdida, em busca de respostas pela sua existência, mas não obtendo facilmente as respostas. Ao mesmo tempo, determinas figuras que surgem no horizonte daquele cenário também nos fala sobre os males que o Brasil ainda sofre até hoje e criando assim um clima de tensão que vai gradualmente tomando a obra ao longo de sua projeção.   
Mas se havia a intenção da cineasta em tentar nos convencer de que aqueles eventos realmente aconteceram isso acaba falhando justamente em sua reta final. Não que isso seja um ponto negativo, muito pelo contrário, pois faz também a gente começar a se perguntar se estamos diante de algo verídico ou ficção e isso acontece graças ao olhar de alguns deles vistos na tela. É nesses momentos, aliás, que sentimos uma dramaticidade maior nas cenas, tanto na interpretação de alguns deles, como também o modo de mover da câmera, como se ela nos dissesse para a gente se preparar pelo pior que está por vir.  
"Os Jovens Baumann" é criativo em sua proposta e fazendo a gente ficar com a pulga atrás da orelha do começo ao fim da obra.  

Em Cartaz: Cinebancários - R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15horas. 

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Curso - Troma: Cinema Independente


INSCRIÇÕES ABERTAS
Valor promocional para os primeiros inscritos





Apresentação
Troma Entertainment, com sede em Nova Iorque, é um das mais antigas produtoras de cinema independente do mundo. A produtora foi fundada há 45 anos por Michael Herz e Lloyd Kaufman, cineasta internacionalmente premiado, criador e diretor de O Vingador Tóxico (The Toxic Avenger) e de outros filmes de sucesso como Kabukiman NYPDPoultrygeistTromeo & Juliet e Class of Nuke Em High.


A Troma, cujo método de produção e distribuição é paradigma para cineastas independentes ao redor do globo, ajudou a lançar a carreira dos realizadores James Gunn (Guardiões da Galáxia), Trey Parker e Matt Stone (South Park), do animador Hayao Miyazaki (Princesa Mononoke e A Viagem de Chihiro), dos atores Kevin Costner e Samuel L. Jackson, e da atriz Marisa Tomei, entre outros importantes nomes da indústria.



Objetivos

O curso Troma: 45 Anos de Cinema Independente, ministrado por Flavio de Castro Barboza, que trabalhou ao lado de Lloyd Kaufman, mostrará os bastidores da Troma Entertainment, desvendando o desenvolvimento, a produção e a distribuição de seus filmes independentes a partir da análise de casos concretos e de seu último filme em pós-produção, Shakespeare’s Shitstorm, a continuação espiritual do clássico Tromeo & Juliet escrito por James Gunn (Guardiões da Galáxia).



Curso

TROMA: 45 ANOS DE CINEMA INDEPENDENTE
de Flávio de Castro Barboza


Datas: 28 e 29 de Setembro (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Investimento
- Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
***
Promoção: R$ 80,00
(Válido para as primeiras 10 inscrições c/ pagamento por depósito)


Formas de pagamento
Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito (PagSeguro)

Material
Certificado de participação e Apostila

INSCRIÇÕES
http://cinemacineum.blogspot.com/2019/09/troma.html



segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Torre Das Donzelas' - Lute Como Uma Garota

Sinopse: Há desejos que nem a prisão e nem a tortura inibem: liberdade e justiça. Há razões que nos mantem íntegros mesmo em situações extremas de dor e humilhação: a amizade e a solidariedade. O filme traz relatos inéditos da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presidio Tiradentes em São Paulo.  

Na noite do dia 17 de abril de 2016, quando até então Presidenta Dilma Rousseff sofreu um duvidoso Impeachment, o até então Deputado Jair Bolsonaro prestou uma homenagem ao torturador Carlos Alberto Ustra, sendo ele um dos torturadores que haviam torturado Dilma nos tempos da ditadura. Esse ataque foi mais do que proposital, foi um ataque psicológico para fazê-la se lembrar dos horrores que ela havia passado quando era uma prisioneira política. Porém, "Torre Das Donzelas" vem para confirmar que não se pode dobrar uma pessoa, pois ela é protegida pela força de uma ideia.
Dirigido pela cineasta Susanna Lira, do filme "Mataram Nossos Filhos" (2016), o documentário faz uma reconstituição de eventos que aconteceram a Quarenta anos atrás. Após serem presas durante a ditadura militar na Torre das Donzelas, como era chamada a penitenciária feminina, ao lado da ex Presidente da República Dilma Roussef, um grupo de mulheres revisita a sua história em relatos carregados de emoção. Ao longo do tempo, conhecemos como elas lutaram para saírem vivas e lucidas de lá.  

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Pelo fato da penitenciária não existir mais, pois ela foi demolida no ano de 1971, Susanna Lira elabora uma criativa reconstituição daquele cenário opressor. Em um simples galpão, a cineasta reconstruiu os cenários, convidou as verdadeiras mulheres que viveram presas naqueles tempos, além de usar modelos jovens para representar as mesmas em alguns momentos. O resultado é uma criativa união entre documentário, reconstituição dos fatos e criando assim um mosaico de informação e detalhes bastante primorosos.
Mas a força matriz da obra se encontra nos depoimentos de cada uma dessas mulheres, que não se dobraram perante as torturas, ofensas e terror psicológico, mas sim se mantiveram firmes no que acreditavam. Através de atividades, exercícios e, acima de tudo, de uma boa leitura vinda dos livros, essas mulheres mantinham as suas mentes intactas e das quais os agressores jamais poderiam tocar nelas. Acima de tudo, o lado social entre elas foi também um elo que as mantinham fortes perante as adversidades em um cenário pouco acolhedor.
Logicamente, a ex-presidente Dilma é o principal chamariz dessa obra como um todo. Porém, a mesma se encontra separada das demais durante os depoimentos, nos dando a entender que isso é uma opção vindo da parte dela e dar assim mais espaço para as demais figuras dessa história. Um gesto mais do que simbólico, pois embora todas tenham passado pela mesma situação, cada uma enfrentou de uma forma intimamente pessoal e que fizeram elas sobreviverem até o último dia de prisão.
"Torre das Donzelas" é um documentário que passa uma lição para essa nova geração, da qual não se deve dobrar perante o fascismo do século 21, mas sim enfrenta-lo com união e com o conhecimento que temos em mãos. 


Em Cartaz: Cinebancários - R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19h30min. 

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Cine Dica: A partir de hoje Sala Redenção exibe produções latino-americanas e europeias

Cidadão Ilustre

A semana de 23 a 27 de setembro terá uma das segundas-feiras mais marcantes da história da Sala Redenção. No dia 23, às 18h, o premiado cineasta alemão Werner Herzog  tem encontro marcado com o público do Cinema Universitário para uma conversa com o diretor. O evento, organizado pelo Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, em realização com o Goethe-Institut, encerra a mostra que exibiu filmes importantes de sua carreira, como Aguirre – A Cólera dos Deuses  e Fata Morgana e dá início a uma semana de programação intensa na Sala. Entre os destaques da semana, estão os filmes latino-americanos da Mostra RECAM, o Festival Nueva Mirada dedicado a pensar o desenvolvimento educativo, cultural de crianças, adolescentes e jovens, e os longas da Semana das Línguas Europeias, organizado para visibilizar a diversidade cultural a partir do cinema de cada país. 
O documentário brasileiro O Estopim, dirigido por Rodrigo Mac Niven, é o primeiro filme a ser exibido na Recam,  Encontro Especializado de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul. O filme, colaborando com a proposta do ciclo de abordar temas que reflitam as condições do continente sul-americano, explora a problemática da violência policial a partir do caso de Amarildo, morto pela polícia militar em 2013, na Rocinha. Misturando cenas com atores e depoimentos reais, o filme não só investiga o que aconteceu, mas reflete sobre a grave situação do Brasil, um país onde milhares são mortos pela polícia a cada ano.
Ao lado do filme dirigido por Rodrigo, outros dois documentários investigam histórias intrigantes. O longa El Bella Vista, do Uruguai, conta sobre a casa que começou como um clube de futebol, tornando-se um bar-bordel de transexuais e transformando-se em um templo de oração. Já Damiana Kryygi, do Brasil, trata da história real de uma menina indígena de 3 anos que foi capturada em 1896 e teve seu corpo encontrado 100 anos depois. 
Durante a semana, as telas do Cinema Universitário recebem o Festival Nueva Mirada, realizado pelo SESC/RS em parceria coma Sala.  Com sessões sempre às 14h, crianças e jovens poderão conferir filmes da Alemanha, da República Tcheca e do Canadá. Na quinta-feira, 26 de setembro, o filme A História do Queijo e da Cabra dá continuação à animação tcheca mais bem-sucedida de todos os tempos, a Goat Story- Old Prague Legendes (História de cabra – Lendas antigas de Praga). Às 14h, o desenho conta aventura das crianças Zuzanka e Honzik, junto com Goat, a cabra, para salvar seus pais, que aparentemente foram presos em um castelo onde o conselheiro do rei obriga-os a fabricar queijo.  
Transitando entre produções de diferentes nacionalidades, a Sala recebe a  Semana das Línguas Europeias, uma atividade do projeto Semanas Internacionais, realizado pela Prefeitura de Porto Alegre. A mostra traz filmes de seis países do continente europeu, cada um apresentando uma sessão com uma produção cinematográfica contemporânea do lugar. O país estreante é a Itália, no dia 26, às 19h, com o filme Puccini e la Fanciulla. Na sequência, no dia 27, é a vez do consulado da Suíça de exibir o filme Minha Vida de Abobrinha, escolhido para representar o país no Cinema Universitário.   
O Cinema conta, ainda, com a sessão do longa argentino O Cidadão Ilustre, promovida pela UNAPI (Universidade Aberta para Pessoas Idosas) no dia 25, quarta-feira, às 19h. A trama é a de um escritor argentino, vencedor do Prêmio Nobel, que volta para sua terra natal, um povoado onde nasceu e que inspirou a maioria de seus livros, para receber o título de Cidadão Ilustre da cidade. O filme foi vencedor do Prêmio Goya de Melhor Filme Estrangeiro em 2016 e recebeu três Prêmios Sur, incluindo Melhor Ator para Oscar Martínez. 

Confira programação completa no site oficial clicando aqui. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Entre Tempos' - Amores Em Conflito

Sinopse: Duas pessoas completamente diferentes entre si, mas que formam um casal intenso e apaixonado. Juntos durante anos, seus sentimentos estão em conflito constante, mostrando uma montanha-russa emocional entre eles.  

Embora pouco conhecido, Valerio Mieli começa a chamar atenção dos cinéfilos, mesmo tendo feito somente dois filmes ao longo do tempo. Há dez anos atrás ele havia chamado atenção da crítica especializada pelo seu filme "Dieci Inverni" (2019), mas fazendo os mesmos se perguntarem quando o viriam de novo. A resposta vem com o seu mais recente filme, "Entre Tempos", um filme com o olhar autoral e que fala muito sobre os relacionamentos de tempos contemporâneos.  
O filme conta a história de um casal, do qual conhecemos somente com “ele” (Luca Marinelli) e “ela” (Linda Caridi), sendo duas pessoas completamente diferentes uma da outra, mas que formam um casal intenso e apaixonado. Juntos durante anos, seus sentimentos estão em conflito constante, mostrando uma montanha-russa emocional entre eles. Enquanto “ela” acredita em um futuro brilhante, “ele” não consegue deixar de viver no passado e longo dos anos isso faz com que o casal colecione frustrações, alegrias, tristezas e angústias. 


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Valerio Mieli constrói uma história de amor com delicadeza, mas dosando ela com elementos pouco vistos dentro do gênero. Para começar, a sua fotografia se destaca por representar o universo particular dos protagonistas principais, sendo que cada um possui uma paleta de cores diferentes. Enquanto "ele" é representado por cores azuis frias e escuras, "ela", por sua vez, é representada por cores quentes e cujo o dourado a ilumina o tempo todo.  
Na medida em que a trama avança, onde o relacionamento de ambos entra em conflito, a paleta de cores de cada um começa a se misturar e sintetizando cada vez mais a ligação entre os dois, mesmo quando eles entram numa fase de desiquilíbrio emocional. Outro aspecto interessante da obra de Valerio Mieli é a sua opção por criar uma edição dinâmica, onde passado, presente e futuro se entrelaçam o tempo todo. Na medida que testemunhamos essas linhas temporais indo e voltando, temos então uma ideia do caminho que o casal irá trilhar ao longo do tempo.  
Embora a parte técnica seja o maior chamariz da obra, por outro lado, é preciso destacar o desempenho do casal central da trama. Tanto Linda Caridi como Luca Marinelli estão ótimos em cena, sendo que esse último nos passa a sensação de carregar o mundo nas costas e não conseguir se desvencilhar de um passado, por vezes, nebuloso. Em contrapartida, a personagem de Linda começa a compreender os dilemas de se conviver com os problemas quando surgem em cena, mesmo quando persiste em manter a sua perseverança.  
Curiosamente, na medida em que ambos começam a compreender o universo particular um do outro, Valerio Mieli começa a também criar cenas que sintetizam o olhar de cada um com relação a determinados momentos que eles presenciam. Em algumas situações, por exemplo, ficamos nos perguntando se realmente aquilo aconteceu, ou se é apenas uma perspectiva com relação ao estado mental e sentimental que ambos passam. O final não irá agradar a todos, pois afinal de contas o filme nada mais é do que falar sobre os nossos próprios relacionamentos do mundo real e dos quais aprendemos a valorizar quando tudo era mais harmonioso e cheio de brilho.   
"Entre Tempos" é um filme autoral e que fala sobre os relacionamentos amorosos em tempos extremamente complexos. 

Nota: Filme exibido para associados no último sabádo (15/09/19) na Casa de Cultura Mario Quintana.  

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Cine Dica: Próxima Atração do Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Adeus à Noite'

Adeus à Noite

Bom dia
Segue a nossa próxima programação:

Local: Espaço Itaú de Cinema, Bourbon Country
Data: 21/09/2019, sábado, às 10:15 da manhã
Filme: "Adeus à Noite" (L‘Adieu à la nuit)
França/Alemanha, 2019, 104 min.
Direção: André Téchiné
Elenco: Catherine Deneuve,Kacey Mottet Klein,Oulaya Amamra

Sinopse: Muriel (Catherine Deneuve) é uma mulher idosa que viveu na Argélia durante muitos anos, e hoje comanda uma fazenda na França, onde diversos  jovens de talento são treinados para a equitação. Ela possui um carinho especial pelo neto Alex (Kacey Mottet Klein), com quem não se encontra há anos. Quando o neto enfim decide visitá-la, Muriel se surpreende ao descobrir que ele se converteu ao islamismo,  e possui ideias bastante radicais. Suspeitando que Alex esteja por trás de algum plano criminoso, ela precisa decidir entre proteger o neto da perseguição da polícia ou proteger o resto da sociedade das possíveis ações do jovem.

Até lá pessoal.
Abraço,
Márcio von Diemen

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