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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Moana 2'

Sinopse: Moana viaja para os mares distantes depois de receber uma ligação inesperada de seus ancestrais.

"Moana" (2017) é um daqueles casos em que os Deuses do cinema sorriram para os estúdios Disney e nascedo assim um clássico instantâneo. Ao explorar o universo dos povos das ilhas da Polinésia, o filme não somente provou o seu lado diversificado, como também soube conquistar aquele público que estava esperando por algo novo.

Inicialmente projetado para ser uma série de tv, "Moana 2" (2024) tem a missão ingrata de dar continuidade ao sucesso do filme original, mas não significa que isso é de todo mal. Na trama, acompanhamos o reencontro de Moana e Maui para uma nova aventura pelos mares. Passados três anos desde a última jornada marítima, um chamado de seus ancestrais leva a jovem polinésia Moana de volta para águas perigosas e distantes da Oceania com um grupo improvável de marinheiros.

Com a ajuda também do semideus Maui, ela deve quebrar uma maldição terrível que um deus cruel e com sede de poder colocou sobre uma das ilhas de seu povo. A história segue uma linha narrativa similar se formos comparar a obra original, principalmente ao vermos Moana novamente buscar novos horizontes e para assim chegar em um novo patamar, tanto para ela, como também para o seu povo. Por conta disso ela embarca em uma jornada que nos passa a impressão que ela poderia ser melhor encaixada em uma série de tv, principalmente em passagens da trama em que se fecha um núcleo narrativo e começa outro.

Neste ponto, portanto, se nota que o estúdio correu o risco de desperdiçar um grande projeto, mas que na visão deles se encaixaria na tela grande e nisso não posso negar, pois assim como o original, essa segunda parte precisa ser vista na tela grande.  Ao menos visualmente o filme ainda é um espetáculo de um verdadeiro show de luz e cores e cuja as cenas ganham até mesmo uma nova dimensão para aqueles que forem assistir no formato em 3D. Esses momentos, por exemplo, são embalados pelos já costumeiros números musicais e dos quais colocam os personagens em meio aos momentos em que a fantasia e realidade se entrelaçam de forma corriqueira para dizer o mínimo.

É uma pena que quase nenhuma dessas músicas não se tornaram tão marcantes quanto a música "Saber Quem Sou" e que conquistou o coração de inúmeras meninas pelo mundo afora. Dos personagens novos se destaca uma aparentemente vilanesca, Matangi (Lara Suleiman) que simplesmente rouba a cena mesmo em pouco mais de dez minutos de cena. E se por um lado os parentes de Moana não se empolgam durante essa cruzada, o mesmo não se pode dizer de Maui que novamente rouba a cena graças a sua personalidade cativante e pretensiosa.

Não me surpreenderia se futuramente o personagem tivesse o seu próprio filme. O ato final nos entrega momentos emocionantes, principalmente em uma cena que fará muitos chorarem, mas para logo em seguida enxugar as lágrimas para os momentos alegres. Se por um lado a jornada de nossa heroína termina bem, do outro, o estúdio já começa a preparar dicas sobre uma eventual terceira parte e fazendo com que Moana tenha novos desafios pela frente. A própria Disney, portanto, se rende a famigerada cena pós-crédito, mas que ao meu ver essa ideia já se encontra cansada até mesmo dentro dos filmes da Marvel.

Apesar de não superar a aventura anterior, "Moana 2" é uma agradável, colorida e emocionante aventura  que levará o público aplaudir sem medo algum.  

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 05 A 11 DE DEZEMBRO DE 2024

 ESTREIA:


OS SONHOS DE PEPE

Uruguai/ Documentário/2024/ 86min

Direção: Pablo Tropo

Sinopse: Em um planeta a caminho do colapso climático, onde a humanidade persegue um modelo predatório de desenvolvimento e consumo, a filosofia do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, acende um alerta em todos nós. O sonho de Pepe é deixar um planeta melhor para as gerações futuras. No entanto, o tempo está se esgotando e não pode ser recuperado.


EM CARTAZ:

MALU

Brasil/Ficção/ 2024/ 103 min.

Direção: Pedro Freire

Sinopse: Malu, uma mulher de meia idade com um passado glorioso, se vê presa em um caos existencial. A complexa relação com sua mãe conservadora e com sua filha adulta torna a crise ainda mais aguda, em meio a momentos de carinho e alegria entre as três. Um retrato de uma mulher em busca da melhor versão de si mesma.

Elenco: Yara de Novaes, Juliana Carneiro da Cunha, Carol Duarte, Átila Bee´


O CLUBE DAS MULHERES DE NEGÓCIOS

Brasil/ ficção/ 2024/ 95 min.

Direção: Anna Muylaert

Sinopse:Ambientado em um mundo onde os estereótipos de gêneros são invertidos, mulheres ocupam posições de poder que normalmente são ocupados por homens, e homens cumprem os papeis de serem socialmente submissos. O Clube das Mulheres de Negócios aborda questões emergentes não apenas do machismo, mas também do racismo, do classismo e da corrupção, enraizados na cultura patriarcal do Brasil e do mundo.

Elenco: Rafael Vitti, Luis Miranda, Irene Ravache


HORÁRIOS DE 05 a 11 DE DEZEMBRO(não há sessões nas segundas):

15h: MALU

17h: O CLUBE DAS MULHERES DE NEGÓCIOS

19h: OS SONHOS DE PEPE


Ingressos: Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'O Pequeno Diabo'

 Nota: Filme para associados no dia 30/11/24 

Sinopse: O Pequeno Diabo conta a história de um padre que, durante um exorcismo, se depara com um demônio que, em vez de partir, decide permanecer ao seu lado.  

O brasileiro não gosta de Roberto Benigni. Dito isso talvez alguns se perguntem porque, mas a história se encontra lá atrás, mais precisamente na noite do Oscar de 1999. Roberto Benigni estava concorrendo ao Oscar de melhor direção, ator e filme estrangeiro pelo seu "A Vida é Bela" (1998) enquanto nós estávamos torcendo para o nosso "Central do Brasil" (1998). Ao final da história todos nós conhecemos, sendo que posteriormente foi revelado que o produtor da Miramax da época ,Harvey Weinstein, recebeu muitos votos para os seus filmes através de jantares particulares e fazendo daquela noite uma das piores da história do cinema.

Mas verdade seja dita, Roberto Benigni talvez não tivesse culpa com relação a tudo isso, sendo que quando vejo seus filmes eles nada mais são do que puras comédias italianas, das quais até mesmo serviram de inspiração para o nosso próprio cinema ao longo da história. Porém, naquela época do Oscar de 1999 eu ainda era jovem e não estava caindo de cabeça 100% como eu faço hoje em dia com relação ao cinema e a filmografia de Roberto Benigni ainda era para mim um tanto quanto desconhecida. Bom exemplo disso é esse "O Pequeno Diabo" (1988), filme puramente Benigni e cujo seu humor remete a tempos mais inocentes da comédia.

Na trama, Roberto Benigni é o diabo em pessoa. Com 400 anos de idade, ele está cansado de sua monótona vida no inferno. Na busca de novos "ares", o pequeno e ingênuo diabo resolve encarnar-se em uma mulher gorda chamada Giuditta. Para ajudá-la, o padre provinciano Maurice (Walter Matthau) é chamado e realiza o exorcismo. Mas o maligno Ser está relutante em retornar para "casa" e por isso, resolveu esconder-se na igreja, decidido a atormentar a vida do pobre padre.

Foi uma grande surpresa para mim testemunhar Walter Matthau nesta produção italiana, mas a escolha não poderia ser mais do que acertada, já que a química entre ele e Benigni é digna de nota. Já o ator e diretor parece sempre interpretar o mesmo tipo de personagem, mesmo com origens diferentes, mas é interessante observar de como ele nos transmite tamanha energia em cena, como se cada momento fosse uma bela desculpa para ele colocar para fora a sua força interior. No caso deste filme, ao ser um Diabo inocente perante ao mundo em que ele pisa acaba se tornando uma bela desculpa do filme explorar questões sobre o que nos faz sermos humanos hoje em dia.

Por conta disso, nos deliciamos quando ele interage com as pessoas, enquanto essas mesmas acabam baixando a guarda perante a situação, já que ninguém sabe lidar com alguém que parece que a recém nasceu para aquela realidade. Ao assistir o filme se percebe similaridade com outras obras, onde o protagonista vai seguindo em frente mesmo com toda a sua ingenuidade e ao mesmo tempo fazendo com as pessoas em sua volta tenham até mesmo os seus destinos modificados ao longo dessa encruzilhada que chamamos de vida.

Destaque para Nicoletta Braschi, uma das musas do diretor ao longo da carreira, que aqui interpreta uma intrigante personagem que surge do nada, mas que leva o nosso ingênuo protagonista para os grandes prazeres da vida. O filme como um todo é um convite do realizador para nos ensinar a desfrutar da vida ao máximo, mesmo quando ela nos leve para situações que não correspondiam com os nossos planos. O brasileiro pode até não gostar de Roberto Benigni, mas nunca é demais deixar de lado certas rivalidades.

"O Pequeno Diabo" é um pequeno clássico do cinema Italiano e que sintetiza toda a energia de Roberto Benigni como um todo.

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 05 a 11 de dezembro de 2024

PRÉ-ESTREIA DE FILME INDIANO

Nesta quinta-feira, 05 de dezembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão de pré-estreia do filme indiano Tudo Que Imaginamos Como Luz, da diretora Payal Kapadia, vencedora do Prêmio do Juri no Festival de Cannes. O filme entra em cartaz em janeiro. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7999/tudo-o-que-imaginamos-como-luz/


FILMES DE BERNARDO ZANOTTA

Na sexta-feira, 06 de dezembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão com dois filmes do diretor Bernardo Zanotta: Wild Fruits (2024) e Insieme Insieme (2020). O diretor participa de uma conversa após a sessão. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7997/wild-fruits-insieme-insieme-debate/


BICENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

Nos dias 07 e 08 de dezembro, a Cinemateca Capitólio apresenta duas sessões da mostra Bicentenário: um programa com dois curtas da produtora Pátio Vazio e exibição da nova digitalização de Os Mucker, de Jorge Bodanzsky e Wolf Gauer. A programação foi concebida pelo Goethe-Institut de Porto Alegre para celebrar os 200 anos da imigração alemã no Brasil, e apresenta exibições em quatro espaços na cidade. Entrada franca.


Mais informações:

https://www.capitolio.org.br/eventos/8002/os-olhos-na-mata-e-o-gosto-na-agua-urban-solutions/

https://www.capitolio.org.br/eventos/8004/os-mucker/


GRADE DE HORÁRIOS

05 a 11 de dezembro de 2024


05 de dezembro (quinta-feira)

15h – 171

17h – Malu

19h – Tudo Que Imaginamos Como Luz (pré-estreia)


06 de dezembro (sexta-feira)

15h – 171

17h – Malu

19h – Wild Fruits + Insieme Insieme


07 de dezembro (sábado)

15h – 171

17h – Malu

19h – Urban Solutions + Os Olhos na Mata e o Gosto na Água


08 de dezembro (domingo)

15h – Os Mucker

17h – 7 Minutos

19h – Cadim + Tia Virgínia


10 de dezembro (terça-feira)

15h – Tudo Que Imaginamos Como Luz (pré-estreia)

17h – Malu

20h – A Maleta dos Sonhos


11 de dezembro (quarta-feira)

15h30 – Nuvens Dispersas

18h – Helena Solberg e Eva Landeck

20h30 – Memória + Vento Norte

Cine Dica: Próxima Sessão CineClube Torres - 'Quase Samba'

 Na primeira segunda feira de dezembro, dia 2 às 20h, o Cineclube Torres vai participar da 1a Semana do Samba de Torres com uma exibição especial do filme "Quase Samba" de Ricardo Targino.

A exibição integra a 1ª Semana do Samba de Torres, que prevê uma série de atividades e encontros, com a organização da Casa Odara, parceria e apoio do Cineclube Torres e Muitas Luas. A sessão da próxima segunda, dia 2, Dia Nacional do Samba, será alusiva a este estilo musical cheio de gingado e melodia que estimula a dança e exige perícia na harmonia e no ritmo de todos os músicos envolvidos na roda.

O filme selecionado para a efeméride é o filme "Quase Samba" de Ricardo Targino, exibido a partir da parceria com a Taturana, plataforma de mobilização social pela difusão de audiovisuais com conteúdo político social. Produção brasileira de 2015 o samba aparece num contexto de periferia, com suas problemáticas socioeconômicas, junto a temas como a dignidade feminina e LGBTQIAPN+: Teresa (Mariene de Castro) é uma cantora de samba, que mora na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro; mãe solteira de um filho pequeno, ela está grávida do segundo filho, e luta para sustentar a família.

“Quase Samba” é uma produção da Bananeira Filmes e traz no elenco a cantora e atriz Mariene de Castro, João Baldasserini, Cadu Fávero, além das participações especiais de Arnaldo Antunes e Eron Cordeiro. "Nem tão “popular” nem tão “autoral”, Quase Samba surge como incógnita, a tatear numa tradição do cinema brasileiro historicamente desafiadora" (Marcelo Miranda, Cinética)

A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

Serviço:

O que: Exibição de "Quase Samba", de Ricardo Targino, ficção, 90min., 2013.

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, dia 2/12, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).

Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Cine Especial: 'O Exterminador do Futuro - 40 Anos Depois'

Certa vez James Cameron disse que uma de suas HQ favoritas era "X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido", publicado em 1981, realizado pelo roteirista Chris Claremont e desenhado por  John Byrne. Em um futuro sombrio, os mutantes eram caçados e mortos por Sentinelas avançados, mas fazendo com que a caçada se estendesse até mesmo para a raça humana. Na época, James Cameron não era ainda o cineasta que hoje nós conhecemos.

Começando por baixo em pequenos estúdios ele dirigiu "Piranhas II - Assassinas Voadoras" (1981), apontado por muitos como um dos piores filmes de todos os tempos e fazendo com que o realizador ignorasse o título de sua filmografia. Porém, além de ler a HQ clássica citada acima, o realizador havia sonhado que estava sendo caçado por um robô que veio do futuro para matá-lo. Foi aí que pensou em uma trama que misturava ficção, horror e até mesmo pitadas do gênero noir e criando então um roteiro do qual se tornaria futuramente o seu "O Exterminador do Futuro" (1984).

Com um orçamento minúsculo de pouco mais de R$ 07 milhões de dólares, o projeto foi liberado pelo estúdio  Hemdale Film Corporation, como algo desacreditado, mas que confiaram em Cameron na possibilidade de sair algo bom disso. Revisto hoje, é até espantoso como o realizador usou tanta coisa para um filme de orçamento tão baixo, mas usando criatividade e experiência que obteve em pequenos estúdios, as limitações se tornaram mero detalhe. Usando maquiagem, stop motion e animatrônicos, é impressionante como esses recursos envelheceram bem diante dos nossos olhos de hoje.

A trama se passa em um futuro próximo, onde a guerra entre humanos e máquinas foi iniciada. Vindo deste futuro, um andróide exterminador (Arnold Schwarzenegger) tem a missão de  matar Sarah (Linda Hamilton), que futuramente dará a luz ao futuro guerreiro John Connor e que lidera os humanos contra as máquinas. Vindo também do futuro, Kyle Reese (Michael Biehn) tem a missão de proteger Sarah a todo custo.

Assistindo o filme hoje se percebe que ele mescla elementos do cinema noir com o teor gótico que estava inserido na sociedade dos anos oitenta. Por conta disso, é um filme do seu tempo, cuja moda, a música e os costumes daqueles tempos soltam na tela e despertando em nós quando a gente assiste uma certa nostalgia para aqueles que conviveram naqueles anos. Ao mesmo tempo, vemos uma cidade de Los Angeles sombria, caótica, suja e da qual ainda possui resquícios de uma sociedade norte-americana ainda abalada pela crise econômica, guerras e escândalos políticos.

James Cameron usa todos esses elementos como se nos dissesse que o futuro apocalíptico da humanidade está próximo, mesmo quando ocorre a chance de ser alterado na linha do tempo. Embora aparente ser uma trama até mesmo simples de início, logo ela ganha contornos dramáticos e até mesmo inesperados, principalmente com relação a verdadeira origem de John Connor. Claro que tudo isso não funcionaria se não fosse a presença de Arnold Schwarzenegger.

Conhecido no início dos anos oitenta como mister universo, o ator chamou atenção da crítica e do público ao interpretar "Conan - O Bárbaro" (1982), filme que abriu as portas para ele e chamou a atenção de James Cameron imediatamente. Inicialmente sendo escolhido para ser  Kyle Reese, Arnold logo notou que teria maior potencial para atuar como o Exterminador e a troca foi sem sombra de dúvida uma das melhores escolhas para o projeto. Hoje fica difícil imaginar o Exterminador que não seja  Arnold Schwarzenegger.

Linda Hamilton, por sua vez, ficaria marcada na carreira devido a sua personagem Sarah Connor e que, ao lado da Tenente Ripley da franquia "Alien", seria uma das primeiras grandes heroínas da história do cinema. Inicialmente frágil e presa ao sistema capitalista norte americano, Sarah precisará ser a famosa guerreira que os sobreviventes do futuro sempre ouviram e cujo seu embate com o ciborgue se torna antológico. Não é à toa, portanto, que a personagem ganharia um outro nível a partir da continuação, "O Exterminador do Futuro 2" (1991) que chega ser tão bom quanto o primeiro.

Em sua estreia, o filme faturou R$ 80 milhões de bilheteria contra um orçamento de apenas R$ 07 milhões e se tornando um verdadeiro fenômeno. Sucesso de público e crítica, o filme abriu as portas dos grandes estúdios para Cameron, sendo que logo em seguida ele dirigiu "Aliens - O Resgate" (1987) e "O Segredo do Abismo" (1989). Esse último, aliás, foi o pontapé inicial para  que o CGI avançasse ainda mais durante os anos noventa, sendo que tudo começou a partir da iniciativa de James Cameron em sempre aprimorar os recursos de ponta e o resto é história.

Em tempos atuais em que a tecnologia IA é uma realidade, o filme ainda hoje serve de alerta para pensarmos mais se devemos avançar para sonhos jamais sonhados através da tecnologia de ponta, ou se não seria melhor usarmos velhos recursos em prol da sobrevivência da raça humana. Tanto a literatura e o cinema sempre estiveram aí para nos darmos um sinal de advertência, mas parece que nada é o suficiente para deter um sistema viciado e que pensa somente em gerar guerras e lucro. Ao final do clássico é dito que vem vindo uma tempestade e pelo visto está muito mais próximo de nossa realidade.

Com uma trilha sonora poderosa de Brad Fiedel, "O Exterminador do Futuro" é um marco da ficção científica, gerando continuações, imitações, mas ainda hoje insuperável em todos os sentidos.



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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Cine Dica: Sessão Clube de Cinema 30/11: "O Pequeno Diabo" na Sala Redenção

Neste sábado, o Clube de Cinema de Porto Alegre convida você para uma sessão com exorcismo, caos e boas risadas com a comédia italiana "O Pequeno Diabo" (1988), dirigida e estrelada pelo irreverente Roberto Benigni. Esta exibição especial é realizada com o apoio do Consulado Geral da Itália em Porto Alegre, da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (ITALCAM) e em parceria com a Sala Redenção da UFRGS.


A entrada é franca e o evento aberto a comunidade! Confira os detalhes abaixo:


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Redenção (Campus central da UFRGS - Rua Eng. Luiz Englert, 333 - Bairro Farroupilha) 

Data: 30/11/2024, sábado, às 10h15

"O Pequeno Diabo" (Il Piccolo Diavolo)

Itália, 1988, 101 min, 16 anos

Direção: Roberto Benigni

Elenco: Roberto Benigni, Walter Matthau, Stefania Sandrelli, Nicoletta Braschi, John Lurie

Sinopse: Um pequeno e ingênuo diabo encarna em uma mulher chamada Giuditta, causando grandes confusões. Chamado para realizar um exorcismo, o padre Maurice acaba envolvido em uma série de situações cômicas e inesperadas quando o diabo, passando-se por seu sobrinho, tenta navegar pelo mundo humano com consequências hilárias.

Esperamos por você!

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