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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Cine Dica: Streaming - 'A Casa do Dragão'

Sobre a 1ª Temporada  

Com a última temporada encerrada, e da qual dividiu a opinião de muitos, "Game of Thrones" deixou muitos fãs órfãos e querendo que o universo criado pelo escritor George R.R. Martin retornasse no canal da HBO. Eis que do nada surge "A Casa do Dragão" (2022), baseado no livro “Dança dos Dragões - Fogo e Sangue” e cuja a trama se passa quase duzentos anos antes dos eventos da série principal. Como o nome já diz, a produção não explora exatamente cada um dos sete reinos, mas sim mais precisamente a casa de Targaryen e da qual era dona do Trono de Ferro. Por explorar uma única casa e se passando a trama no passado isso acaba se tornando um convite para o marinheiro de primeira viagem e que nunca havia assistido há nenhum episódio sequer das temporadas anteriores.

Mas assim como a sua série irmã, o jogo político, traições e desconfianças permanecem elevadamente no enredo e deixando ação em segundo plano. Destaco a grande atuação de Paddy Considine como o Rei Viserys e cuja as suas cenas finais em um determinado episódio são dignas de diversos prêmios. Na medida em que a trama avança os personagens mais jovens vão ganhando novos rostos, assim como personagens que nascem e vão ganhando maior destaque ao longo da temporada. Neste último caso requer atenção para saber, por exemplo, quem é filho de quem, pois a família se torna cada vez maior e fazendo com que conflitos e ambições se aflorem cada vez mais.  "Casa do Dragão" é uma grata surpresa, uma redenção para aqueles que não haviam gostado do encerramento de sua série irmã e fazendo a gente torcer que a HBO não caia perante as suas próprias ambições.   


Sobre a 2ª Temporada  

Após os eventos trágicos do final da primeira temporada, esse novo ano começa a todo vapor, com direito aos jogos políticos de ambas as partes aflorarem ainda mais e cujos os crimes desencadeiam uma guerra iminente. É claro que o público fã que for assistir irá colocar todas as suas atenções para  Rhaenyra Targaryen, interpretada com intensidade pela atriz Emma D'Arcy. O mesmo vale para Daemon Targaryen, interpretado novamente por Matt Smith, cuja sua presença é peça importante para esse jogo de poder, mesmo quando o público começar a se irritar com ele devido as crises de ilusões e pesadelos que ele sofrerá ao longo dos episódios. 

Em termos de produção é novamente um show cinematográfico, com direito aos dragões finalmente ganharem maior destaque, sendo que o maior deles a serviço de Rhaenyra terá papel fundamental na reta final da trama e protagonizando um dos momentos mais horripilantes até aqui. Uma coisa é ter sangue Targaryen, outra coisa é realmente ser aceito por tais criaturas que mais parecem saídas do calor do inferno. Falando em sangue, a temporada toca na ferida sobre até que ponto o sangue real é realmente necessário para ser reconhecido como digno de um conflito de poderes, pois ao longo dos séculos o mesmo sangue pode estar, tanto nos aposentos reais, como também na mais simples cabana de um camponês.

Como sempre, "A Casa do Dragão" não poupará os nossos nervos e fazendo a gente temer por personagens que nos simpatizamos. Se em "Game of Thrones" aprendemos nos piores momentos que ninguém está seguro de uma possível morte o mesmo vale aqui. Porém, até aonde eu sei, a série segue fielmente o livro e para aqueles que já leram com certeza já estão esperando pelo pior. Resta saber se os realizadores serão fieis a sua fonte, principalmente pelo fato que já foi anunciado que a série se encerrará na quarta temporada e colocando em dúvida se toda as temporadas serão baseadas neste único livro.

Por enquanto, "A Casa do Dragão" corresponde com as minhas expectativas até aqui, mas também fazendo eu desejar adquirir ainda mais o livro que inspirou a série e saber de uma vez por todas como termina a história. 

Onde Assistir: Max.

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 08 a 14 de agosto de 2024

A Serena Onda que o Mar me Trouxe

 SESSÃO ESPECIAL DE LONGA BRASILEIRO

Na quinta-feira, 08 de agosto, às 19h, o longa A Serena Onda que o Mar me Trouxe, dirigido pelo capixaba Edson Ferreira, entra em cartaz com uma sessão especial. O projeto inicial de um curta-metragem sobre um time de futebol amador de Brasília transformou-se em um longa documental que retrata o amor do pai do cineasta pelas pessoas, o impacto que ele causou naqueles com quem conviveu, e o legado que deixou, mesmo sem ser uma figura pública. Em uma viagem pela sua própria história, Ferreira visita o passado do pai e redescobre a própria história e a da sua família. A exibição do filme será seguida de um bate-papo com o diretor. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7522/a-serena-onda-que-o-mar-me-trouxe/


ESTREIA DE ORLANDO, MINHA BIOGRAFIA POLÍTICA

A partir de quinta-feira, 8 de agosto, entra em cartaz Orlando, Minha Biografia, a incursão do escritor e filósofo Paul B. Preciado no mundo do cinema. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7520/orlando-minha-biografia-politica/


ÚLTIMA SEMANA PARA VER LA CHIMERA

O filme italiano La Chimera, dirigido por Alice Rohrwacher e protagonizado pela brasileira Carol Duarte, segue em cartaz até o dia 14 de agosto. O valor do ingresso é R$ 16,00.  


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7490/la-chimera/


GRADE DE HORÁRIOS

08 a 14 de agosto


08 de agosto (quinta-feira)

15h – La Chimera

17h15 – Orlando, Minha Biografia Política

19h – A Serena Onda que o Mar me Trouxe + debate


09 de agosto (sexta-feira)

15h – La Chimera

17h30 – A Serena Onda que o Mar me Trouxe

19h – Orlando, Minha Biografia Política


10 de agosto (sábado)

15h – La Chimera

17h30 – A Serena Onda que o Mar me Trouxe

19h – Orlando, Minha Biografia Política


11 de agosto (domingo)

15h – À Meia-Luz

17h – A Dama Fantasma

19h – Orlando, Minha Biografia Política

                                                        

13 de agosto (terça-feira)

15h – La Chimera

17h30 – A Serena Onda que o Mar me Trouxe

19h – Orlando, Minha Biografia Política


14 de agosto (quarta-feira)

15h – La Chimera

17h30 – A Serena Onda que o Mar me Trouxe

19h – Retratos Fantasmas

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Filha do Palhaço'

Sinopse: Joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. 

Pedro Diógenes construiu uma carreira como cineasta comendo pelas beiradas, mas que aos poucos foi chamando atenção da crítica especializada. Nunca me esqueço da sessão que eu tive aqui no Cinebancários ao assistir o seu filme experimental "Os Monstros" (2011) e cujo seu ato final nunca me esqueço, pois irritou muita gente durante a sessão. Já o ótimo "Inferninho" (2018) fala sobre um universo particular dentro de um bar e cujo seus habitantes procuram despertar para realizar os seus sonhos quase nunca alcançáveis.

Nota-se, portanto, um realizador que experimenta dizer algo com relação a sua pessoa, mas que ao mesmo tempo nos transmite algumas questões que entram em debate hoje em dia. Em tempos em que as famílias tradicionais brasileiras só existem da boca pra fora, cabe uma análise mais profunda sobre o que realmente se faz uma família nos dias de hoje. "A Filha do Palhaço" (2022) fala sobre redenção, reconciliação e saber perdoar a pessoa próxima, pois a mesma nunca sabe para onde irá parar uma vez que decide ser o que é na vida.

O filme conta sobre Joana (Lis Stutter), uma jovem que não conhece muito bem o seu pai Renato (Demick Lopes), pois ela cresceu longe dele. Então, ela vai passar uma semana na companhia dele, um humorista que se apresenta em diversos ambientes interpretando o personagem Silvanelly e nessa semana fatídica eles aprenderão a lidar um com o outro. Porém, ambos terão que reaprender a saber conviver um com o outro.

Não faltam filmes ao longo da história do cinema que fala sobre relacionamentos entre pais e filhos, mas Pedro Diógenes criou um longa que fala por si. De uma relação fria logo se ganha cores na medida que os dois personagens centrais se aproximam um do outro e logo ficam sabendo como são suas realidades e como viveram até aquele ponto. Se em um primeiro momento Joana acha estranho o trabalho que o seu pai coloca em prática logo ela vai compreendendo que esse universo particular dele é sobre ele próprio e do qual não tem como mudar isso.

Com uma fotografia super colorida, o filme remete uma realidade que, por vezes, se separa do nosso mundo, assim como foi visto no filme "Inferninho", mas que logo vai se desconstruindo na medida que Joana adentra o mundo do seu pai e vai revelando para ele a sua própria realidade. Tanto Lis Stutter como  Demick Lopes estão ótimos em cena, sendo que esse último faz parte de inúmeros títulos indispensáveis do cinema recente brasileiro e aqui ele faz um trabalho novamente que merece ser analisado de perto.

Seu Renato é um personagem complexo, que não esconde a sua real natureza para a sua filha, mas não escondendo também o seu desejo de tentar se aproximar dela mesmo de forma tardia. Já Joana procura deixar de lado a raiva para procurar compreender as motivações que levaram o seu pai em abandona-la, mesmo que em um primeiro momento isso possa parecer impossível de colocar em prática. No final das contas, é um filme que todos nós iremos nos identificar, pois toda família que se preze tem os seus altos e baixos e dos quais podem ser amenizados se houver uma fresta para que possamos adentrar e entender os atos e consequências do nosso próximo.

Ao final, nós desejamos que eles fiquem juntos, mesmo quando a realidade bate à porta na reta final da trama. A redenção e reconciliação sempre existiram, mas o mundo segue girando e nem tudo que nós construímos pode se casar com a vida dos outros. Cabe, então, seguirmos em frente, mas sabendo que tentamos sermos o melhor em cada relação que havíamos construído. "A Filha do Palhaço" é um belo filme brasileiro sobre pais e filhos e que o amor paternal sempre existirá mesmo nestes tempos complexos. 

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Cine Dica: Fehorama Filmes - 10 anos

 FEHORAMA FILMES CELEBRA DEZ ANOS COM SESSÃO ESPECIAL

Na quarta-feira, 07 de agosto, às 19h30, a produtora Fehorama Filmes celebra os dez anos na Cinemateca Capitólio, com a exibição gratuita de quatro curtas-metragens: Jardim das Horas, Cidade Média, 1947 e Johann & os Ímãs de Geladeira.

A Fehorama Filmes, composta por Daniel Miragem, Giordano Gio e Matheus Piccoli, é uma produtora gaúcha fundada em 2014. Navegando entre cinema, televisão e os games, a Fehorama construiu uma filmografia orbitando o cinema fantástico em suas variadas formas e abordando temáticas como a passagem do tempo, a memória, a identidade e o amadurecimento. Entre os projetos da Fehorama, estão curtas como “Ferro” (dir. Giordano Gio, 2015), “Ne Pas Projeter” (dir. Cristian Verardi, 2015), o longa-metragem “Antologia da Pandemia” com o segmento “Psicopompo” (dir. Giordano Gio, 2020), as séries em desenvolvimento “Abduzidos Anônimos”, em parceria com a Bacteria Filmes, e “Só Sei que Foi Assim”, em parceria com a Otto Desenhos, e o videogame “Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores”, lançado em plataformas no mundo todo.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7518/fehorama-filmes-10-anos/

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Cine Dica: Em Cartaz -'Vermelho Monet'

Sinopse: Johannes Van Almeida, um pintor que acaba de sair da prisão, quer recomeçar sua vida, mas tudo muda quando a negociante de arte, Antoinette, e a atriz internacional em crise, Florence Lizz, ficam em seu caminho.  

Do pouco que eu sei sobre a história de diversos pintores famosos há sempre um lado excêntrico com relação ao modo de como eles viam o mundo e servindo de influência para a realização de suas obras. "No Portal da Eternidade" (2018), por exemplo, vemos as motivações que levaram Vincent van Gogh em cometer suicídio, mas nunca fica exatamente claro, pois a sua própria arte se torna o único meio para termos uma noção do que foi a sua real pessoa como um todo." Vermelho Monet" (2022) fala sobre pessoas com grande talento, mas que são sugadas pelas suas verdadeiras paixões e que as levam na divisa entre a insanidade e lucidez.

Dirigido por Halder Gomes, o filme conta a história de Johannes Van Almeida (Chico Díaz) um pintor especialista em arte de corpos femininos que acabou de sair da prisão e precisa recomeçar a sua vida para tentar ser reconhecido pela sua arte. Porém, Johannes encontra com a atriz estrangeira em crise profissional, Florence Lizz (Samantha Heck Müller), e vê nela uma fonte de inspiração devido aos seus cabelos vermelhos e por se parecer com a sua esposa enferma interpretada por Gracinda Nave. Além do artista, a negociante de arte, Antoinett Léfèvre (Maria Fernanda Cândido), se aproxima da atriz para obter uma relação ardente, mas não escondendo as suas ambições com relação a pintura que se pode nascer através dela.

Pensado para ser o início de uma trilogia sobre as cores, Halder Gomes procura dar aqui o destaque principalmente ao vermelho, a cor da vida e do qual se torna a obsessão do pintor dentro da trama. Curiosamente, o artista não consegue enxergar as cores devido ao seu problema de visão, sendo o vermelho é o mais próximo do que ele se lembra e fazendo com que isso se torne uma obsessão dentro de sua arte do começo ao final dela. Acima de tudo, o filme fala sobre as obsessões do ser humano, seja através da arte ou até mesmo do dinheiro que ele pode proporcionar e não escondendo as segundas intenções de determinados personagens dentro da história.

Antoinett Léfèvre, possui um olhar aguçado com relação ao que tudo vê em volta, com o direito de não medir esforços para obter certo lucro através até mesmo de artes falsificadas. Uma vez que ela conhece Florence Lizz ficamos sempre na dúvida se o que nasceu ali é paixão ou tudo não passa de uma grande fachada para que ela obtenha algum lucro através de sua beleza. Maria Fernanda Cândido dá um verdadeiro show de atuação, onde a sua personagem nos transmite certa ambiguidade em um primeiro momento, para logo depois escancarar as suas verdadeiras ambições dentro da trama como um todo.

Samantha Heck Müller também se sai muito bem ao dar vida a uma personagem disposta a se entregar para um papel que pode ser a sua grande consagração e usando os altos e baixos de sua jornada em Lisboa como ferramentas para se entregar ainda mais ao seu trabalho. Tanto ela como Maria Fernanda Cândido possuem uma ótima química em cena, cuja as cenas de amor não escondem segunda intenções de ambas as partes e fazendo a gente se perguntar até onde isso vai dar. Porém, Chico Díaz é o coração do filme como um todo, ao despejar em suas palavras todo um simbolismo sobre o universo das artes e cuja sua obsessão chega até mesmo assustar os demais personagens em cena.

Halder Gomes, por sua vez, surpreende com uma direção dinâmica, cuja a sua câmera rodeia os atores em cena e fazendo com que a mesma se torne o nosso olhar perante os atos e consequências daqueles personagens em conflito constante. Com uma fotografia deslumbrante, o filme é um verdadeiro jogo de cores em que se revela a real faceta daqueles personagens nutridos pelas suas obsessões, mas que a qualquer momento irão cair devido as suas próprias escolhas, seja através da ambição, do amor ou da arte como um todo. Ao final, ficamos hipnotizados pelos desdobramentos da obra e todos moldados pelas cores fortes que rodeiam aqueles personagens.

"Vermelho Monet" é sobre amor e obsessão pela arte, sendo que esses sentimentos se batem a todo momento e se encaminhando para momentos irreparáveis como um todo. 

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Cine Dica: Sala Redenção inicia mostra de cinema espanhol

Entre 05 e 30 de agosto, a Sala Redenção e o Instituto Cervantes apresentam a mostra “Cineastas Espanhóis: À Direita e à Esquerda do Tempo”. Com título inspirado em uma citação do dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, a programação conta com 12 filmes de cineastas espanhóis, produzidos entre as décadas de 1960 e 2000. A partir do recorte temporal, a mostra promove uma reflexão sobre como os diretores captaram os contextos históricos nos quais viveram, através de suas obras.

Para celebrar o centenário do Manifesto Surrealista, a mostra apresenta duas produções do diretor Luis Buñuel. A obra do cineasta e sua relação com o surrealismo são o foco de dois bate-papos que integram a programação. A sessão de Viridiana (1961), no dia 15 de agosto, às 19h, conta com a participação de Luís Edegar Costa, professor de História da Arte. Já a exibição de O anjo exterminador (1962), no dia 20 de agosto, às 19h, é seguida de uma conversa com o cineasta e historiador da arte Giordano Gil.

O diretor Carlos Saura também ganha destaque especial na programação, com quatro produções em cartaz: Cria Corvos (1976), Elisa, Minha Vida (1977), Mamãe Faz Cem Anos (1979) e Goya em Bordeaux (1999). A filmografia de Saura é tema de bate-papo com a professora e crítica de cinema Fatimarlei Lunardelli, que acontece após a exibição de Mamãe Faz Cem Anos (1979), no dia 14 de agosto, às 16h.

Além de Buñuel e Saura, a mostra ainda apresenta obras de outros seis diretores espanhóis. Em cartaz na programação, estão: O Espírito da Colméia (1973), de Victor Erice; Tasio (1984), de Montxo Armendáriz; As Galinhas de Cervantes (1988), de Alfredo Castellón; Todos a la carcel (1993), de Luis Garcia Berlanga; Lucia e o Sexo (2001), de Julio Medem; e Mar Adentro (2004), de Alejandro Almedabar.

A programação tem entrada franca e é aberta à comunidade em geral. O cinema da UFRGS está localizado no campus central da Universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 4 de agosto de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'O Compromisso de Hasan'

Sobre o Filme: 

A trama começa a partir de um conflito que se tornou comum ao ser observado de perto em vários países do mundo. É o dilema do indivíduo perante os engravatados do poder, do indivíduo simples contra poderosos de sistemas milionários que não se intimidam em vender a própria mãe para obter um bom lucro. Aqui, o senhor Hasan tem as suas terras ameaçadas porque a fiação de uma torre de energia elétrica precisa passar justamente por sua propriedade, onde ele cultiva tomates para comercialização.

O enredo parece que vai seguir um caminho maniqueísta habitual desses filmes, sendo que num primeiro momento o longa me lembrou do ótimo "As Bestas" (2022). Porém, diferente do que acontece no filme de Rodrigo Sorogoyen, o protagonista passa a fazer parte da rede de negociações e especulações nem sempre honestas a fim de preservar o seu trabalho, muito embora ele continue sendo um mísero indivíduo contra o sistema. Hasan também tem lá o seu lado ambíguo, pois o mundo já é por si complexo.

Mas o mais curioso nesse filme do turco Semih Kaplanoglu é que toda essa disputa que toma boa parte do longa funciona como uma introdução para uma discussão a se revelar perto do fim da obra, quando Hasan precisa confrontar o seu passado que vem a tona. Pode parecer uma volta grande demais para uma linha de chegada muito pontual, até mesmo inesperada, mas o filme toma o seu tempo, desenvolve seus personagens sem vitima-los, sendo que a esposa de Hasan possui uma percepção aguda da situação como um todo e faz Hasan rever suas atitudes e seu passado com dureza, enquanto as árvores vão dando lugar a torres de metal. 

 Confira o filme completo clicando aqui e participe do Cine Debate. 

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