Sinopse: Riley se encontra mais velha, passando pela tão temida adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle também está passando por uma adaptação para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções.
"Divertida Mente" (2015) se tornou o filme Pixar mais querido através do grande público e ingredientes para isso é o que não faltam. Ao criar personagens fofinhos e carismáticos, dos quais representam o sentimento da menina Riley, o longa acabou servindo até mesmo de estudo e nos alertando que é essencial até mesmo sentirmos a tristeza, pois sem ela não poderíamos liberar as nossas dores internas que nós sentimentos no dia a dia. Eis que então chega "Divertidamente Mente 2" (2024), que é difícil eu dizer se é melhor ou não se comparado ao filme anterior, pois os realizadores novamente acertaram ao explorar novos sentimentos de uma jovem que ainda está se descobrindo ao longo do tempo.
Nesta nova aventura vemos Riley agora um pouco mais velha, com 13 anos de idade, passando pela pré-adolescência. Junto com essas mudanças, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado. As já conhecidas, Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira) agora recebem as emoções Ansiedade (Maya Hawke). Inveja (Ayo Edebiri), Tédio (Adèle Exarchopoulos) e Vergonha (Paul Walter Hauser).
Retornar a esse universo dentro da mente Riley e revermos esses carismáticos personagens é de uma grande satisfação, pois eles já tinham obtido a nossa simpatia. É como revermos velhos amigos depois de vários anos e fazendo despertar em nós uma grande nostalgia. Falando nisso, aguarde pela aparição desse sentimento e fazendo disso uma das grandes piadas do longa como um todo.
Porém, é notório que esse segundo filme seja uma espécie de releitura do primeiro, já que Alegria acaba tendo um embate com Ansiedade e fazendo com que ela, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho saiam da sala de controle. A partir daí se tem uma jornada do grupo em tentar retornar ao local e ao mesmo tempo repor a convicção de Riley no seu devido lugar. Ou seja, um "Déjà vu", porém, com desdobramentos diferentes, mas que não foge dessa sensação.
Mas, se por um lado não há exatamente a originalidade refrescante sentida do primeiro filme, ao menos essa segunda parte acerta novamente em nos dizer que é essencial termos esses sentimentos, até mesmo a própria ansiedade. Porém, uma vez que a personagem Ansiedade tenta a todo custo fazer com que Riley se dê bem no jogo de Hockey, isso acaba desencadeando um descontrole emocional dentro da menina e fazendo com que os seus desejos entrem em conflito e fazendo com que se afaste até mesmo de suas amigas. Todos os sentimentos são essenciais, mas nenhum pode controlar a pessoa de forma plena e tendo que deixar um espaço para os demais para que a pessoa viva em sua total plenitude.
Por conta dessa análise isso se torna um prato cheio para os psicanalistas que já defendiam o filme anterior e fazendo deste novo algo a ser analisado mais a fundo. Em tempos em que as pessoas vivem com grande ansiedade devido as mais diversas adversidades, até mesmo no mais convencional dos dias, é necessário a pessoa pare por um momento, respirar fundo e deixar fluir o melhor de si e para que assim as coisas sejam resolvidas no seu devido tempo. Por conta disso, o ato final acaba se tornando tão emocionante quanto o filme original, pois todos nos identificamos com a Riley naquele momento e fazendo a gente se dar conta que os dilemas da vida não são exclusivamente meus ou seus, mas sim estão em todos nós e devemos enfrenta-los juntos.
Mas o filme não se sustenta somente por esse peso emocional, como também por momentos divertidos e que fará muitos rirem quando acontecerem. É incrível, por exemplo, quando os sentimentos entram no "Cofre", local onde Riley guarda os seus segredos mais secretos e é aí que a Pixar nos brinda com personagens que são moldados com desenhos feitos a mão e se cruzando com total naturalidade com o desenho CGI. Logicamente, isso é efeito pós "Homem-Aranha no Aranhaverso" (2018), muito embora precisamos puxar pela memória e nos lembrarmos que a própria Pixar já havia explorado essas duas formas de se criar um enredo através do curta "Dia e Noite" (2010).
Por conta disso, o filme chega em um momento em que os estúdios cada vez mais estão explorando tecnologias novas para animação, mas ao mesmo tempo olhando para traz e usando velhos recursos para se criar uma boa história. É bom sempre inovar, mas jamais esquecer das velhas e melhores formas de se contar um conto, sendo que o melhor é feito de coração e sendo ainda o ingrediente principal para obter a nossa total aprovação. Neste último caso, felizmente, a Pixar ainda não falhou.
"Divertida Mente 2" é um filme essencial para jovens e adultos assistirem juntos na sala de cinema, onde a gente se identifica, se emociona e fazendo a gente aplaudir de pé ao final da história.
Faça parte:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948