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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 19 de julho de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Beau Tem Medo'

Sinopse: Um homem paranoico embarca em uma odisseia épica para voltar para casa e encontrar sua mãe. 

Ari Aster é um diretor incomodo, do qual incomoda muita gente e cujo seus filmes nos provocam sensações angustiantes e a gente só agradece. Se "Hereditário" (2018) é apontado como um dos melhores filmes de horror dos últimos tempos não duvide, pois a sua qualidade prosseguiu com "Midsommar" (2019) e piorando ainda mais as nossas sensações interiores. Agora, "Beau Tem Medo" (2023) não só incomoda como nos leva para uma odisseia pessoal, talvez não só protagonista em si, como também da situação peculiar que todos nós convivemos em tempos contemporâneos.

Ambientado em nosso presente (?), a trama acompanha Beau Wassermann (Joaquin Phoenix), um homem extremamente tenso e paranoico que tem uma relação turbulenta com a mãe dominadora, Mona (Patti LuPone), e nunca conheceu o pai. Quando Mona morre, Beau precisa ir até sua antiga casa para o funeral, mas a viagem acaba sendo dificultada por uma série de acontecimentos imprevisíveis que parecem tentar desviá-lo de sua jornada a qualquer custo. Agora, ele deve enfrentar seus piores - e mais absurdos - medos se quiser chegar ao seu destino.

Ari Aster procura falar alguma coisa através dos seus filmes, mesmo quando as suas obras anteriores se prendiam ao gênero de horror, mas que se elevavam ao inusitado e nos brindando com uma experiência fora do comum. Aqui não é diferente, principalmente quando assistimos em algumas ocasiões situações que são de acordo com a perspectiva do protagonista, sendo que isso já começa no minuto inicial, ou mais precisamente no momento em que o protagonista nasce em um parto que, aparentemente, gerou complicações. A partir daí pode esperar tudo, menos o lado rotineiro do cinema norte americano.

Beau se apresenta como um personagem paranoico, temendo morrer por qualquer coisa e contendo dentro de si os seus desejos dos quais acredita que podem até matar. A rua em que ele mora, por exemplo, é ambientada por mendigos, viciados, policiais despreocupados e “cidadãos do bem” esperando para que uma pessoa salte de um prédio. Embora possamos acreditar de que se trate da maneira que o protagonista enxergue aquele mundo talvez seja a maneira que o cineasta esteja enxergando os tempos atuais cada vez mais desgovernados e que até mesmo Freud duvidaria que um dia chegaríamos neste ponto.

Falando em Freud, é notório que o protagonista possui uma relação não resolvida com a sua mãe, mas cujo ponto problemático conhecemos somente na superfície e só vamos conhecendo-o aos poucos na medida em que o protagonista tenta ir ao seu funeral. Tenta, já que ao longo do percurso acontece situações que beiram ao surrealismo e fazendo dessa jornada uma autodescoberta para Beau, mas fazendo com que ficamos na dúvida se isso tudo está realmente acontecendo, se são delírios ou se não passa de um grande pesadelo constante. Isso tudo se inicia a partir do ponto em que alguém está se escondendo em seu banheiro, ele correndo nu para a rua, sendo esfaqueado também por um homem nu e atropelado logo em seguida.

Toda essa loucura acontece em poucos minutos, mas sendo jogado para uma linha narrativa ainda bem menos lucida, mas que faz com que conhecemos melhor o seu passado, desde a personalidade complexa de sua mãe, como também de um amor nunca desfrutado. Ao mesmo tempo Ari Aster parece querer cutucar sobre o sonho norte americano, onde nos é apresentado uma família aparentemente perfeita, mas que não esconde as feridas nunca cicatrizadas e orquestradas por uma nação que se diz democrática. Quando esse cenário se descontrola e transborda para fora da borda é então que Ari Aster nos brinda com algo mais surpreendente.

É notório em que nos seus filmes haja uma predileção pelos símbolos significativos vindos da natureza e dos quais não são menos misteriosos do que qualquer conto vindo dos Irmãos Grimm. Aqui isso é acentuado no momento em que o protagonista testemunha uma peça de teatro, mas fazendo com que o mesmo se identifique com ela e fazendo com que a sua história se misture com a mesma e nos levando para uma nova camada de interpretação com relação ao enredo principal. É neste ponto, aliás, que o realizador nos surpreende como uma forma incomum de contar uma história, mas ao mesmo tempo familiar, desde ao usar desenhos tradicionais como também da mesma maneira em que o mágico e cineasta Georges Méliès realizava os seus curtas metragens clássicos como "A Viagem a Lua" (1902).

Até aqui, eu dou a entender que o diretor comanda tudo de forma espetacular, mas tudo fica ainda melhor graças atuação de Joaquin Phoenix. Após ter ganho o Oscar de melhor ator por "Coringa" (2019), Phoenix novamente nos brinda com um personagem problemático, do qual o mesmo não sabe compreender ao certo o que está acontecendo, mas que começa a fazer sentido no momento em que, aos poucos, se abre para revelar os seus segredos. Por vezes de forma abstrata, o filme escancara o fato do ser humano não aceitar os seus próprios erros, acumulando assim diversas dores e o levando para um caminho sem volta, mas que poderia ser evitada.

Tudo alinhado com situações, por vezes, abstratas e das quais nos faz levantar mais perguntas do que respostas. O ato final não é muito diferente com relação a tudo o que vimos ao longo do tempo, mas fazendo com que ficamos com determinadas cenas encravadas em nossas mentes e das quais não poderemos desvencilhar delas tão cedo. "Beau Tem Medo" é uma das experiências sensoriais mais imprevisíveis do ano e que somente Ari Aster poderia obter tamanho feito.     

Onde Assistir: Apple TV+ 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 20 A 26 DE JULHO

 ESTREIAS:

BRICHOS 3 MEGAVÍRUS

Brasil/ Animação/ 74min/

Direção: Paulo Munhoz

Classificação indicativa:

Sinopse: A maravilhosa Vila dos Brichos é atacada por um vírus terrível que atinge as mentes das pessoas e que coloca quase toda a população em estado de coma. Nessa situação, a parte ainda saudável da população se une e se organiza para salvar os doentes, enquanto RATÃO (o mal elemento) aproveita o caos para saquear toda a cidade. O jaguar adolescente TALES e sua turma terão que usar de muita tecnologia e um tanto de magia, além de sua tradicional coragem, para entrar nos sonhos das pessoas e combater o MEGAVIRUS cara a cara.

Vozes: Diegho Kozievitch, Jeff Franco, Renet Lyon, Fabiane Gouvêa, Paulo Munhoz, Tales Munhoz, Caroline Roehrig, Nana Vendruscolo e Wellington Wella


#EAGORAOQUE

Brasil/Documentário /2020/70min.

Direção: Jean-Claude Bernardet / Rubens Rewald

Sinopse: Como agir hoje politicamente? É possível mudar as coisas, as pessoas, a sociedade? E agora, o que fazer? Um intelectual e suas contradições.


EM CARTAZ:

PRAGA + A ÚLTIMA PRAGA DE MUJICA(curta-metragem)

Brasil/Ficção/2022/ 97min.

Direção: Pedro Junqueira, Matheus Sundfeld, Luis Claudio Bonacura, Cédric Fanti, José Mojica Marins

Classificação indicativa: 16 anos

Sinopse: "A Praga", último filme inédito dirigido pelo mestre do horror José Mojica Marins (Zé do Caixão), conta a história de Marina e Juvenal. Um casal, que durante um passeio pelo campo, para em frente à casa de uma estranha idosa para tirar fotos. Irritada, ela se revela como uma bruxa e joga uma maldição em Juvenal: uma perseguição psíquica horrorizante, provocando uma ferida que se abre em seu corpo de forma descontrolada. O ferimento leva Juvenal a uma fome insaciável por carne crua e precisa ser alimentado constantemente para ser saciado. Como abertura do filme, o curta-metragem "A Última Praga de Mojica", com direção de Cédric Fanti, Eugenio Puppo,


HORÁRIOS DE 20 A 26 DE JULHO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: BRICHOS 3 MEGAVÍRUS

17h: A PRAGA

19h: #EAGORAOQUE


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

ATENÇÃO: NAS QUINTAS-FEIRAS TODOS PAGAM MEIA ENTRADA EM TODAS AS SESSÕES!


CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 18 de julho de 2023

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'A Noite do Dia 12'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA 

Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country
Data: 22/07/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"A Noite do Dia 12" (La nuit du 12)
Bélgica/ França, 2022, 115min, 14 anos

Direção: Dominik Moll
Elenco: Bastien Bouillon, Bouli Lanners, Théo Cholbi 

Sinopse: Foi na noite de 12 de outubro que Clara, uma garota de 21 anos, foi assassinada. Aparentemente, ela não tinha inimigos - apenas se apaixonava facilmente. O detetive Yohan assume o caso e começa a se envolver emocionalmente com a vida da vítima, ampliando os interrogatórios e as suspeitas sobre o crime. Vencedor de quatro prêmios César (incluindo filme e direção), o filme é baseado em um capítulo do livro de Pauline Guéna, que acompanhou durante um ano uma equipe de polícia em Versalhes.

Sobre o Filme: Se percebe que no Brasil sempre quando uma mulher é espancada ou morta por um homem imediatamente parece surgir uma obsessão em tentar culpar a vítima ao invés de obter os verdadeiros fatos sobre o atentado. Porém, acredito que esse pensamento machista não se limite somente em nosso território, como também em todo o globo. "Noite do Dia 12" (2022) fala sobre um crime bárbaro e do qual é, infelizmente, um de muitos que ocorrem a todo momento.  

Dirigido por Dominik Moll, a trama é sobre uma investigação policial que gira em torno de Yohan Vivès (Bastien Bouillon), um investigador da polícia perseguido por um caso que lhe causa mais incômodo do que qualquer outro em sua carreira. Trata-se do chocante assassinato da jovem Clara Royer (Lula Cotton-Frapier) que, aparentemente, se dava bem com todos. Cada vez mais obcecado em solucionar o caso, o investigador embarca em uma espiral interminável de segredos obscuros em busca de pistas e quaisquer sinais que possam levá-lo até o culpado do crime brutal.

Vencedor de 6 prêmios César - incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor no festival de Cannes 2022, o filme se inicia de uma forma descontraída, onde vemos policiais veteranos comemorando a promoção de um deles, mas mal sabendo o que viria a seguir. Ao testemunharmos o crime logo em seguida nós ficamos impotentes perante a situação, mas fazendo a gente se dar conta que é um em meio a inúmeros, mas do qual não pode ser esquecido. Uma vez que a dupla de policiais centrais da trama começa a investigação cada vez temos maior noção sobre o passado da vítima e dos seus círculos de amizades que ela adentrava.

Dominik Moll procura testar os nossos pensamentos e julgamentos sobre o caso, já que Clara se relacionava com homens desajustados e fazendo com que cada um se torne um suspeito. Porém, não demora muito para alguém levantar a mão e dizer que ela procurou por isso e fazendo com que o crime hediondo seja tudo culpa da mulher. O protagonista Yohan, por sua vez, procura ser profissional no caso e busca pelos verdadeiros fatos e não se limitar com esse pensamento retrógrado.

Ao mesmo tempo ele precisa enfrentar os conflitos internos do seu veterano parceiro, interpretado intensidade por Bouli Lanners e que começa gradualmente a se transformar ao longo da investigação. É através dele, por exemplo, que testemunhamos a primeira explosão de revolta com relação ao caso, principalmente quando determinados suspeitos tratam sobre o assunto como piada e revelando os lados mais obscuros da alma humana. Embora a maioria seja inocente, por outro lado, isso não retira o fato de cada um ali ser potencialmente perigoso e que talvez não cometam tais crimes para não serem presos.

Infelizmente o filme possa vir a desapontar para aqueles que esperam uma solução fácil com relação ao crime, sendo que não há uma resposta clara para isso. Baseado em diversos crimes reais do dia a dia, o filme nos fala que certos horrores são difíceis de serem explicados, mas que ao mesmo tempo devemos ser fortes para seguirmos em frente e lutarmos para que isso não aconteça novamente. Infelizmente eles continuam enquanto não começarmos a sermos mais exigentes com relação a nós mesmos e evitarmos a todo custo para que esses horrores não aconteçam de novo.

"Noite do Dia 12" é uma reconstituição de um crime, mas do qual representa inúmeros e cometidos por homens vazios por dentro e que merecem serem punidos a todo custo. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 18 a 26 de julho de 2023

 MOSTRA GODARD APRESENTA SESSÃO COMENTADA DE A CHINESA

De 18 a 30 de julho, a Cinemateca Capitólio e a Aliança Francesa de Porto Alegre apresentam a mostra Godard!. A programação exibe cinco clássicos realizados nos anos 1960 por Jean-Luc Godard, o maior inovador do cinema moderno francês, e a versão integral da série História(s) do Cinema, produzida entre 1988 e 1998 para a televisão francesa. No sábado, 22 de julho, às 19h, a mostra apresenta uma sessão especial de A Chinesa, uma das três obras-primas que Godard lançou no ano de 1967, comentada pelos críticos Enéas de Souza e Juliana Costa. A mostra tem o apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6481/godard/


HISTÓRIAS LGBTQIA+ NA CINEMATECA CAPITÓLIO

Na terça-feira, 25 de julho, às 19h30, a Cinemateca Capitólio exibe o documentário Caleidoscópio: Histórias LGBTQIA+ do Rio Grande do Sul, com direção coletiva, que resgata a memória da população LGBTQIA+ do Estado. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6485/caleidoscopio-historias-lgbtqia-do-rio-grande-do-sul/


COMUNIDADES INDÍGENAS GAÚCHAS LANÇAM PROJETO VISUAL E MUSICAL

Na quarta-feira, 26 de julho, às 19h, a Cinemateca Capitólio e o Tela Indígena apresentam o álbum visual e musical Goj tej e goj ror, as águas são nossas irmãs, projeto que nasceu do encontro de diferentes gerações de comunidades indígenas Kaingang de Nonoai e Canela (RS).  Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6489/goj-tej-e-goj-ror/


FILMES BRASILEIROS EM CARTAZ

Por Trás da Linha de Escudos, de Marcelo Pedroso, e A Primeira Morte de Joana, de Cristiane Oliveira, seguem em cartaz até o dia 23 de julho. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6449/por-tras-da-linha-de-escudos/


GRADE DE HORÁRIOS

18 a 26 de julho de 2023


18 de julho (terça-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – Acossado 


19 de julho (quarta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – O Desprezo


20 de julho (quinta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – O Demônio das Onze Horas


21 de julho (sexta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – Alphaville


22 de julho (sábado)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – A Chinesa + debate


23 de julho (domingo)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – Acossado


25 de julho (terça-feira)

15h – O Desprezo

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h30 – Caleidoscópio: História LGBTQIA+


26 de julho (quarta-feira)

15h – O Demônio das Onze Horas

17h – Por Trás da Linha de Escudos

19h – Goj tej goj ror, as águas são nossas irmãs

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1'

Sinopse: Ethan Hunt, agente do FMI, aventura-se novamente em "Missão Impossível - Acerto de Contas Parte 1", sétimo longa da série de filmes "Missão Impossível". 

Sinceramente eu não gosto de franquias longevas, pois algumas continuações existem somente para gerar lucro para os estúdios que não possui nenhuma ideia criativa na cabeça e para que possa lançar algo original. Franquias como "Velozes e Furiosos", por exemplo, somente duram porque ainda gera lucro, mas cujo a qualidade é previsível e facilmente descartável. Não é o caso que acontece com a franquia "Missão Impossível", que desde o primeiro filme de 1996 tem se renovado a cada novo capítulo e é surpreendente de como mantém o pique desde o início.

Baseado em uma clássica série de tv, os filmes estrelados por Tom Cruise se tornam inovadores por saber acompanhar as mudanças reais que acontecem no mundo e injetando assim um certo grau de verossimilhança nas cenas de ação desenvolvidas. Ao mesmo tempo, a troca de diretores em cada filme fez com que os longas obtivessem identidade própria, mesmo quando o cineasta Christopher McQuarrie se manteve dentro da franquia a partir do quinto filme. "Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1" (2023) pode até não ser o melhor filme da franquia até aqui, mas que toca em um assunto atual, espinhoso e alinhando com surpreendentes cenas de ação de tirar o fôlego.

Agora, no novo filme, Ethan e a equipe do IMF formada por Ilsa Faust (Rebecca Ferguson), Benji Dunn (Simon Pegg) e Luther Stickell (Ving Rhames) recebem outra importante missão: eles devem rastrear uma nova e aterrorizante arma que, se cair nas mãos erradas, pode representar uma ameaça para toda a humanidade. Com o controle do futuro e o destino de todo o mundo em jogo, a equipe precisa partir em uma corrida frenética e mortal ao redor do planeta. Além disso, Ethan ainda é confrontado por um novo inimigo misterioso e muito perigoso, e é forçado a aceitar que, para completar o desafio, nada pode importar mais do que a missão - nem mesmo sua própria vida.

Pois bem, o filme chega em um momento que o mundo discute com relação ao lado positivo e negativo sobre a Inteligência Artificial, principalmente sendo esse um dos fatores que fez recentemente o Sindicato dos Atores de Hollywood decretar greve por tempo indeterminado. Porém, inteligências artificiais sendo o lado vilanesco da trama já não é novidade dentro do cinema já um bom tempo, pois basta pegarmos o clássico "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1968) como um belo exemplo. Contudo, o filme se sustenta graças ao fato da obra ser filmada para ser vista na tela grande e cuja cenas de ação ainda são surpreendentes.

A tentativa de deter a Inteligência Artificial acaba se tornando um mero pretexto para que possamos desfrutar de incríveis cenas de ação e das quais se tornam ainda mais impressionantes quando vemos Tom Cruise no meio delas pra valer. A cena de perseguição em Roma, por exemplo, está entre as melhores cenas de ação do ano, pois ela é engraçada, surpreendente e não devendo em nada aos capítulos anteriores. Porém, há aquela sensação de Déjà vu em alguns momentos, como se determinada cena de ação soar parecida com outros títulos do gênero, mas nada que atrapalhe muito a sessão como um todo.

Claro que alguns fãs irão ficar desapontados com alguns desdobramentos surpresas dentro da trama, principalmente com a saída precoce de um personagem querido e do qual merecia um final um pouco mais digno. Em contrapartida, os realizadores foram engenhosos ao trazer de volta personagens antigos, além de nos apresentar novos que merecem a nossa atenção como no caso da ladra Grace e que é interpretada com intensidade pela atriz Hayley Atwell. Quanto aos vilões principais pouco posso dizer a respeito, já que Gabriel, interpretado Esai Morales é pouco interessante e servindo somente como uma peça para um jogo maior que está por vir.

Tom Cruise, por sua vez, ainda mantém o pique nas cenas de ação e nos surpreendendo pela sua força de vontade e até mesmo coragem, pois as suas escolhas deixam diretores e produtores de cabelos em pé. Buscando realismo, o astro procura se arriscar ao máximo, ao ponto de já ter se machucado feio diversas vezes, mas não excitando ao pular de um penhasco ou ficar em cima de um trem em movimento. Neste último caso, porém, nos dá uma sensação de menos realismo e mais CGI, mas que talvez seja uma forma de poupar o ator antes que inventasse de realmente ficar correndo em um trem em movimento.

Com mais de duas horas e meia de duração o filme passa rápido diante de nossos olhos, principalmente pelo fato de sempre estar acontecendo algo que faz os personagens ficarem correndo a todo momento contra o tempo. Mas diferente dos filmes anteriores a trama não se encerra por aqui, sendo que há um grande gancho para a segunda parte e fazendo a gente se perguntar se a próxima aventura não será finalmente a última. Só o futuro nos dirá e até lá Tom Cruise terá muito o que pensar se vale a pena ou não prosseguir com a franquia, com ou sem ele.

"Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1" é mais um ótimo capítulo da franquia de espionagem estrelado por Tom Cruise, mas cujo desdobramentos da trama irão incomodar e fazendo alguns até mesmo torcer o nariz.   


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sexta-feira, 14 de julho de 2023

Cine Especial: Revisitando 'Frances Ha'

O cinema independente norte americano teve o seu ápice nos anos noventa, principalmente quando Quentin Tarantino pegou o mundo de surpresa através do seu genial "Cães de Aluguel" (1990). Infelizmente estamos falando de Hollywood, da qual a mesma se deixa ser dominada por grandes estúdios e não permitindo que pequenos filmes obtenham um grande espaço. Contudo, "Frances Ha" (2012) parece que foi a válvula de escape para a revitalização dos pequenos estúdios, dos quais a criatividade vem em primeiro lugar ao invés da pirotecnia vazia e que cada vez mais contamina as grandes produções.

O filme foi dirigido por Noah Baumbach, mas a ideia partiu da atriz e hoje diretora Greta Gerwwig, realizadora do recente "Adoráveis Mulheres" (2019) e que comanda o aguardado "Barbie" (2023). Na realização do roteiro ela se inspirou em sua própria vida pessoal, onde a mesma frequentava antigamente apartamentos alugados através de amigos que cursavam a faculdade enquanto a mesma buscava por alguma realização que pudesse crescer na vida. Muito disso é colocado no filme e fazendo com que nos identifiquemos facilmente com a protagonista, pois todos nós buscamos pelos nossos sonhos, mas mal sabíamos que não seria fácil.

Frances não é uma personagem que gosta de mudanças, mas elas acontecem e fazendo com que a mesma tenha que pôr em prática diversos planos e dos quais ela nem imaginava que um dia sairiam da gaveta. Ela tem uma melhor amiga chamada Sophie (Mickey Summer), da qual possui os seus próprios desejos, mesmo indo contra as expectativas da protagonista. Uma vez testemunhando-a sozinha nós embarcamos em uma jornada pessoal, onde ela não sabe ao ser onde parar e, portanto, a vemos quase sempre correndo contra o relógio, mas ao mesmo tempo parando para ouvir o seu próximo.

O filme em si remete aos bons tempos do cinema francês Nouvelle Vague, onde na maioria dos filmes nos era apresentado tramas que mostrava a realidade francesa, onde os protagonistas conversavam, bebiam, fumavam e refletiam sobre as suas encruzilhadas com destinos indefinidos. Portanto, se algum momento você comparar esse filme com clássicos como "Os Incompreendidos" (1959), não se surpreenda, pois, a intenção dos realizadores era exatamente essa. Com uma fotografia em preto e branco, o filme foi para época algo incomum em tempos em que o cinema norte americano cada vez se encontra mais preso em suas franquias intermináveis e sempre não parando para realizar algo mais humano e reflexivo.

Com uma bela atuação, Greta Gerwig quebrou com a sua personagem alguns tabus que o cinemão por lá insiste em pôr em prática com relação a personagens femininas, já que Frances não representa nenhum padrão que a maioria espera, mas sim uma garota que procura saber o seu lugar na vida, mesmo que, por vezes sozinhas. Portanto, seja homem ou mulher, é um filme que você se identifica muito mais facilmente do que um herói de ação moldurado por efeitos visuais, já que aqui é o mundo real falando mais alto e sendo ele muito mais complexo do que qualquer outro multiverso. Não é à toa, portanto, que Greta Gerwig viria a se tornar uma das poucas diretoras a concorrer ao Oscar de melhor direção através de "Lady Bird - A Hora de Voar" (2017) e sendo um feito e tato em tempos em que o machismo ainda insiste em manter o padrão no cinemão norte americano.

Eu gosto de pensar que "Frances Ha" foi um pequeno filme que fez muitos voltarem a enxergar o cinema independente norte americano como ponto de fuga para os realizadores terem mais liberdade na realização dos seus projetos e sendo algo que muitos não obtêm quando estão dentro dos grandes estúdios. Greta Gerwig, portanto, fez o seu dever de casa com louvor e não é à toa que a mesma está no comando do aguardado "Barbie", mas que ao que tudo indica não será nada o que muitos esperam e eu somente agradeço.

"Frances Ha" é uma pequena, porém, grande pérola do cinema independente norte americano do início do século vinte um e provando que uma trama que fala sobre a nossa própria vida é muito mais interessante do que qualquer outra franquia multibilionária. 


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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (13/06/2023)

 MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS, PARTE UM

Sinopse: Em "Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1", Ethan Hunt (Tom Cruise) e seu time IMF embarcam na missão mais perigosa até aqui: rastrear uma aterrorizante nova arma que ameaça toda a humanidade antes que caia nas mãos erradas. Com o controle do futuro e o destino do mundo em risco, além de antigos inimigos do passado de Ethan se aproximando, uma corrida mortal ao redor do mundo se inicia. 


O PORTAL SECRETO

Sinopse: Para onde você iria se pudesse viajar para qualquer lugar do mundo? Paul (Patrick Gibson) e Sophie (Sophie Wilde) são contratados como estagiários em uma empresa misteriosa de Londres, mas logo percebem que aquele não é um ambiente convencional.


EU, LEONARDO DA VINCI

Sinopse: Este incrível filme de arte leva-nos em uma fascinante viagem pela história e vida do espantoso pintor, cientista visionário, brilhante inventor e extraordinário homem que foi Leonardo da Vinci. Obs: Dia 15/07 às 14:30 - Sessão para professores cadastrados e aberto a público pagante.~


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