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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (05/08/21)

O Esquadrão Suicida

Sinopse: O governo envia os supervilões mais perigosos do mundo para a remota ilha de Corto Maltese, repleta de inimigos. Armados com armas de alta tecnologia, eles viajam pela selva perigosa em uma missão de busca e destruição com o Coronel Rick Flag.


O Diabo Branco

Sinopse: Em uma viagem de carro pelo interior da Argentina, um grupo de quatro amigos têm um estranho encontro com um misterioso homem quando chegam para pernoitar em uma pousada local. As férias ideais dos amigos são arruinadas quando eles acabam se tornando reféns de uma antiga lenda maligna que assombra a cidade.

Abe 

Sinopse: Abe (Noah Schnapp) é um menino de 12 anos que mora no Brooklyn com a mãe judia e com o pai palestino. Para manter sua família unida apesar das diferenças, o jovem inicia um curso de gastronomia, onde torna-se aprendiz e amigo de Chico (Seu Jorge), um chefe brasileiro.



Mangueira em 2 Tempos

Sinopse: Depois de quase trinta anos, Mangueira em 2 tempos revisita amigos de infância retratados no vídeo “Mangueira do amanhã”, sobre a escola de samba mirim. Suas histórias revelam as circunstâncias brutais da vida dos moradores das favelas do Rio de Janeiro, mas também de seus surpreendentes destinos. Mestre Wesley se inspira na musicalidade local para realizar a carreira de percussionista. A narrativa de sua trajetória explora a conexão entre samba e funk, ritmos marcados pelas batidas em 2 tempos e propõe o diálogo entre o jazz e a percussão da Mangueira.


Piedade

Sinopse: Na fictícia cidade de Piedade, a rotina dos moradores é abalada pela chegada de uma grande empresa petrolífera, que decide expulsar todos de suas casas e empreendimentos para ter melhor acesso aos recursos naturais.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 5 DE AGOSTO A 11 DE AGOSTO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

Sertânia

 Sertânia (estreia)

Sala Paulo Amorim, às 17h30min

* Não haverá sessão no dia 10 (terça-feira)

(Brasil, 2020, 100min) Direção de Geraldo Sarno, com Vertin Moura, Julio Adrião e Kécia Prado. Bretz Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Um dos melhores filmes de 2020, segundo os críticos, o longa-metragem reconta a trajetória do cangaceiro Antão a partir de um momento inesperado: ele está ferido e agoniza sob um sol escaldante. À medida em que a câmera volta ao seu passado, sabemos da sua infância, da ausência do pai, da vida na capital paulista e de como voltou à Paraíba para se unir ao bando de Jesuíno e lutar contra


Prazer, Camaradas! (estreia)

Segundas-feiras não há sessões

Sala Paulo Amorim, às 15h30min

(Portugal, 2019, 105min) Direção e roteiro de José Filipe Costa. Bretz Filmes, 14 anos. Documentário.

Sinopse: Em 1975, depois da Revolução dos Cravos em Portugal, muitos estrangeiros e portugueses do norte se mudaram para a região central do país para ajudar nas recém-formadas cooperativas. Mas suas visões progressistas sobre os costumes e a sexualidade logo se chocaram com os comportamentos locais. O filme nasceu de um conjunto de relatos orais, textos literários e diários sobre essa experiência, mostrando que entre os portugueses das aldeias e os chamados “turistas revolucionários” surgiram tensões, mas também cumplicidade e até amor.


Piedade (estreia)

Segundas-feiras não há sessões

Sala Eduardo Hirtz, às 17h

(Brasil, 2020, 90min) Direção de Claudio Assis, com Fernanda Montenegro, Irandhir Santos, Matheus Nachtergaele, Cauã Reymond. ArtHouse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O bar Paraíso do Mar, na Praia da Saudade, carrega a identidade da família Bezerra, que administra o lugar há 30 anos. A viúva dona Dona Carminha e seu filho mais velho, Omar, também representam um foco de resistência contra o avanço predatório da corporação petroleira Petrogreen. Quando o executivo paulista Aurélio chega, representando os interesses da empresa, o cotidiano da família é abalado, trazendo à tona segredos do passado e uma inusitada conexão com Sandro, dono de um cinema pornô do outro lado da cidade.


Todos os Mortos

Sala Eduardo Hirtz, às 18h30min

* Não haverá exibição no dia 11 (quarta-feira)

(Brasil, 2020, 120min) Direção de Caetano Gotardo e Marco Dutra, com Mawusi Tulani, Clarissa Kiste, Carolina Bianchi, Alaíde Costa e Thomás Aquino. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama fantástico.

Sinopse: Na São Paulo do finalzinho do século XIX, os resquícios da escravidão ainda são recentes. As irmãs Soares, da aristocracia paulista, acabam de perder sua última criada e não conseguem se adaptar a uma sociedade sem terras e sem escravos. Ao mesmo tempo, a família Nascimento, que trabalhava como escrava na fazenda dos Soares, agora se depara com uma sociedade na qual não há espaço para os negros recém-libertos. Mesmo com as diferenças sociais, todos lutam para sobreviver neste mundo moderno. Prêmios de melhor ator e atriz coadjuvante (para Thomás Aquino e Alaíde Costa) no Festival de Gramado 2020.


Rodantes

Segundas-feiras não há sessões

Sala Eduardo Hirtz, às 14h30

(Brasil, 2019, 100min) Direção de Leandro Lara, com Caroline Abras, Félix Smith, Jonathan Well, Murilo Grossi. Zeta Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Um Brasil desconhecido se apresenta neste projeto, que marca a estreia do diretor Leandro Lara na direção de longas-metragens. Durante seis meses, ele viajou por Rondônia, na região amazônica, para contar as histórias de três personagens que tentam seguir seus caminhos em um cenário hostil. Tatiane é uma jovem mulher que foge para esquecer um passado traumático, enquanto Odair precisa deixar a casa dos pais para protagonizar suas próprias descobertas; já Henry é um imigrante haitiano que enfrenta várias dificuldades para sobreviver em meio à miséria brasileira.


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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Jungle Cruise - A Maldição Nos Confins Da Selva'

Sinopse: Os confins da selva da Amazónia escondem um segredo bem guardado que pode mudar o mundo... Descobre já a nova aventura da Disney com Dwayne Johnson e Emily Blunt! 'Jungle Cruise - A Maldição Nos Confins da Selva' estreia nos cinemas este verão. 

A toda poderosa, e por vezes pretensiosa, Disney não tem o que reclamar hoje em dia, já que atualmente ela é proprietária das maiores franquias que geram bilhões ao estúdio, desde o universo do MCU como também "Star Wars". Porém, talvez, desde o encerramento da franquia "Piratas do Caribe" que o estúdio não tem uma franquia milionária que pode realmente dizer que é sua."Jungle Cruise  - A Maldição Nos Confins Da Selva" talvez venha para mudar esse quadro, já que é uma aventura divertida, despretensiosa e para não levar a sério em hipótese alguma.

Dirigido por  Jaume Collet-Serra, "Jungle Cruise" gira ao redor do malandro e brincalhão Frank Wolff (Dwayne Johnson), capitão do barco La Guilla. Ele é contratado pela Dra. Lily Houghton (Emily Blunt) e seu irmão McGregor (Jack Whitehall) para levá-los em uma missão pelas densas florestas amazônicas com a intenção de encontrar uma misteriosa árvore com poderes de cura que poderá mudar para sempre o futuro da medicina. No caminho, eles viverão inúmeros perigos, enfrentando animais selvagens e até mesmo forças sobrenaturais.

De novidade o filme não tem nada, mas para os amantes da velha e boa aventura o filme é um prato cheio em todos os sentidos. Claramente os realizadores buscaram os mesmos elementos de sucesso da franquia "Piratas do Caribe", mas para cinéfilo de olhar atento irá perceber que o filme bebe também da fonte de outros clássicos dentro do gênero, tanto da franquia "Indiana Jones" iniciada em 1981, como também até mesmo do clássico "Uma Aventura na África" (1951). E se em alguns momentos o filme também te lembrar o divertido "A Múmia" (1999) não se surpreenda.

Tecnicamente o filme é uma grande super produção, com direito ao uso de efeitos visuais de ponta, mas também aproveitando das velhas técnicas de cinema e que remete como se fazia os filmes de aventura de antigamente. Porém, é preciso assistir ao filme de mente aberta, principalmente para nós brasileiros, já que aventura se passa na Amazônia e para os historiadores mais sérios o filme pode parecer uma verdadeira blasfêmia, principalmente da maneira como é retratado uma determinada tribo indígena. É a forma estereotipada que os gringos nos enxergam e por conta disso nunca haverá remédio.

Mas o coração do filme fica por conta da atuação dos seus interpretes, já que estão mais do que a vontade em seus respectivos papeis.  Emily Blunt é um dos grandes talentos dessa nova geração, mas provando também que tem fibra em um papel que exige força física e nisso ela não decepciona. Agora,  Dwayne Johnson tem me surpreendido cada vez mais nos filmes que atua.

Astros de filmes de ação, na maioria das vezes dispensáveis, o ator parece que conseguiu um certo equilíbrio em filmes de aventura e fantasia desde que ingressou na franquia "Jumanji" (2017). Aqui ele é uma verdadeira metralhadora com a língua, com o direito de lançar piadas uma atrás da outra e provando ter uma verdadeira veia cômica. O seu personagem, aliás, parece uma mistura de Charlie Allnut de "Uma Aventura na África" com Rick O'Connell de "A Múmia", mas ao mesmo tempo obtendo a sua luz própria.

De resto não tem muito o que dizer, principalmente com relação aos vilões que aparecem na trama, como no caso do alemão Príncipe Joachin, interpretado pelo talentoso Jesse Plemons, mas aqui sendo reduzido a um personagem megalomaníaco e parecendo que saiu dos filmes antigos em que os vilões eram sempre caricatos. O final é aquele de sempre, com muita aventura, efeitos visuais em abundância e aqueles minutos finais que nos dá a entender que haverá uma eventual sequência para, enfim, gerar uma nova franquia.

"Jungle Cruise - A Maldição Nos Confins Da Selva" é uma boa aventura em todos os sentidos, fazendo referências aos filmes clássicos do gênero e nos convidando para duas horas bem despretensiosas.   


Nota: O filme também se encontra em locação pelo Disney +

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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Caros Camaradas - Trabalhadores em Luta'

Sinopse: Lyudmila, uma executiva do Partido Comunista que lutou na guerra pela ideologia de Stalin, está certa de que seu trabalho criará uma sociedade comunista e detesta qualquer sentimento anti-soviético. Durante uma greve em uma fábrica local, Lyudmila testemunha um piquete de trabalhadores baleado por ordem do governo, que busca abafar greves na URSS.  

Em tempos políticos atuais, com discursos acalorados, ou você escolhe um lado ou se torna um neutro, sendo que o neutro também não é muito diferente daquele que escolhe o lado opressor e que oprime o povo. Porém, independente de qual lado você escolher, chegará um ponto que você terá de esquecer no que acredita e pensar na sua vida e naqueles em que você ama. "Caros Camaradas - Trabalhadores em Luta" (2020) nos revela quando uma realidade socialista se torna fascista no momento em que começam a matar a sua própria gente, ao ponto de que o lado positivo sobre a realidade Comunista fica somente na superfície.

Dirigido por Andrey Konchalovsky, o mesmo de "Paraíso" (2017), o filme conta a história de Lyudmila (Julia Vysotskaya), que foi uma devota membra do Partido Comunista que lutou na Segunda Guerra Mundial pela ideologia de Stalin. Certa de que seu trabalho criará uma sociedade comunista igualitária, ela detesta qualquer sentimento anti-soviético. Durante uma greve na fábrica eletromotriz local, Lyudmila testemunha um piquete de trabalhadores que são mortos a tiros sob ordens do governo, que procura, cada vez mais, encobrir greves trabalhistas na URSS. A partir de então, sua imutável visão de mundo começa a ruir, passando a questionar tudo o que sempre acreditou.

Baseado em fatos verídicos, Andrey Konchalovsky recria um momento histórico sangrento, mas do qual o governo URSS encobriu por décadas, mas sendo revelado após a sua queda. Por se tratar de um assunto delicado, o cineasta procura não criar um vilão especifico, mas sim retratar pessoas comuns que, por vezes, mal sabem como reger uma nação perante uma sociedade cada vez mais insatisfeita com a situação do país. Ao mesmo tempo, a protagonista Lyuda seria uma representação perfeita de uma pessoa cega pela sua ideologia dos tempos de Stalin e procurando não querer enxergar o fato de que os governantes daquele período não estavam direcionando o país de acordo no que ela acreditava.

Julia Vysotskaya está ótima em cena, ao retratar uma pessoa cheia de cicatrizes, porém não físicas, mas sim psicológicas, tendo testemunhado os dois lados da história durante a Segunda Guerra e tendo escolhido o que ela achava o mais correto para a sua pessoa. Porém, no momento em que a sua filha desaparece perante os protestos contra o governo, ela começa a se questionar se estava realmente certa sobre o que acreditava, muito embora não permita de forma imediata. O seu olhar ao testemunhar o massacre de Novotcherkassk pode facilmente entrar na lista dos grandes momentos do cinema deste ano.

Tecnicamente o filme também é um colírio para os olhos, sendo que a fotografia em preto e branco sintetiza uma sociedade Russa não sabendo ao certo como será o seu amanhã devido à alta dos preços e o aumento do desemprego. Ao mesmo tempo, Andrey Konchalovsky usa a sua câmera como uma representação do olhar da protagonista que, aos poucos, começa a enxergar o outro lado da moeda da qual ela defende, seja na reunião entre os políticos, como também em uma conversa reveladora com o seu pai sobre tempos ainda mais nebulosos.

Simplificando, é preciso assistir ao filme de mente aberta, pois ele não se encontra em posição de mudar o posicionamento político de ninguém, mas sim sempre nos lembrar do que é mais importante que é os laços familiares e proteger o que nos faz realmente humanos em tempos complexos. No minuto final, testemunhamos uma protagonista reconhecendo que errou, mas tendo a convicção de que nunca é tarde para recomeçar zero.

"Caros Camaradas - Trabalhadores em Luta" é sobre os erros e acertos de tempos soviéticos e cuja as vozes de trabalhadores oprimidos não devem ser esquecidos. 


Nota: O filme também se encontra em locação pelo Youtube.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Tempo'

Sinopse: Uma família em um feriado tropical que descobre que a praia isolada onde eles estão relaxando por algumas horas está de alguma forma os fazendo envelhecer rapidamente... reduzindo suas vidas inteiras em um único dia. 


Quando éramos crianças a sensação que dava era que o ano demorava para passar, como se o natal estivesse muito distante para se comemorar e abrir aquele tão desejado presente. Quando se cresce parece que tudo fica mais acelerado, talvez devido a responsabilidades que surgem para a fase adulta e fazendo com que não testemunhemos o tempo passar. Por conta disso, parece que estamos cada vez mais esquecendo de aproveitar a vida, ao ponto que a chegada da velhice acaba não sendo mais tão distante.

Esse medo com relação ao fim da vida parece estar cada vez mais sendo explorado no cinema recente, seja de forma dramática ou fantasiosa. Se por um lado o horror psicológico nos afeta e nos faz cair em lagrimas no filme "Meu Pai" (2020), do outro, nos faz a gente se amedrontar perante ao que é visto em "Relíquia Macabra" (2021), já que neste último caso o horror se encontra no fato do medo de nós encararmos a responsabilidade de cuidar de um ente querido em seus últimos passos. É aí que chegamos em "Tempo" (2021), onde o medo perante o fim através da velhice acelerada nos coloca para fora o pior e o melhor de todos nós.

Neste novo trabalho do cineasta M. Night Shyamalan e estrelado por Gael Garcia Bernal, acompanhamos uma família durante uma viagem para uma ilha tropical. Quando chegam em uma praia deserta, algo estranho começa a acontecer: todos passam a envelhecer rapidamente, anos inteiros passam em questão de minutos. Eles, então, precisam descobrir o que está acontecendo antes que suas vidas sejam encurtadas drasticamente.

M. Night Shyamalan gosta de usar o gênero fantástico para falar sobre a humanidade e da qual é sempre testada em seus filmes. Curiosamente, os seus protagonistas são sempre testados perante uma situação que, por vezes, nós nunca testemunhamos exatamente o que está a sua frente. Se por um lado raramente vemos os alienígenas em "Sinais" (2002), do outro, ficamos imaginando o que é exatamente a ameaça nunca vista no filme "Fim dos Tempos" (2008).

O resultado é situações das quais chamamos de extracampo - ou seja, sons e objetos imateriais, que criamos e completamos com a nossa imaginação - para dentro do quadro, da imagem, sem necessariamente dar corpo a esses sons e objetos. Por conta disso, em seu mais novo filme, ameaça que coloca a vida da família central em cheque é sugerida apenas através de sons, de enquadramentos pensados pelo cineasta, além de planos-sequências que representam a direção do olhar que o protagonista faz em determinada situação que lhe choca.

Além disso, boa parte da verdadeira ação ocorre na beira de uma praia misteriosa, com poucos personagens e fazendo com que a situação se torne cada vez mais claustrofóbica. Na medida que os personagens vão se dando conta que estão envelhecendo rapidamente suas máscaras vão caindo, ao ponto de cada um revelar as suas principais fraquezas, assim como também a sua real pessoa. Todos ali são na realidade uma representação do ser humano atual, cada vez mais sozinho em seus compromissos, enquanto a família que ele construiu vai se deteriorando através de problemas, por vezes, mesquinhos.

Por conta disso, o terror vai cada vez mais dominando o espaço, ao ponto de o diretor fazer o seu filme mais violento, mas não menos filosófico com relação ao começo do fim. Se por um lado testemunhamos no início o casal central em uma crise conjugal, aos poucos, eles vão se entendendo perante ao fato de que suas vidas estão cada vez mais dando Adeus e tendo que desfrutar do que faziam eles serem felizes antes que seja tarde. Não deixa de ser singelo, exemplo, um plano fechado em que o cineasta filma o casal se entendo mesmo com todo os problemas que o envelhecimento trouxe para os mesmos.

Como não poderia deixar de ser, M. Night Shyamalan vai deixando pistas ao longo do filme sobre o verdadeiro mistério que envolve toda ilha. O ato final, por exemplo, possui duas grandes revelações, muito embora a última tenha sido criada mais para aliviar a tensão que até ali havia sido criado em todos nós. Se por um lado faltou um pouco de coragem na reta final, ao menos, todo o restante do filme compensa ao ter nos criado vários pensamentos, tensões e questionamentos.

"Tempo" é sobre o medo que todos nós carregamos sobre o começo do fim da vida e sobre a real maneira de aproveita-la antes que ela passe sem que a gente perceba. 


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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Cine Dica: Em cartaz: 'Um Lugar Silencioso - Parte II'

Sinopse: A família Abbott precisa enfrentar os terrores do mundo exterior enquanto luta pela sobrevivência em silêncio. Forçados a se aventurar no desconhecido, eles percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças no caminho da areia. 

"Um Lugar Silencioso" (2018) foi sem sombra de dúvida uma grande surpresa para os aficionados por filmes de terror. Ao testemunharmos personagens principais em não fazerem barulho para não atraírem os monstros em cena se cria um verdadeiro jogo de gato e rato e a construção de momentos de pura tensão e medo. Pois bem, "Um Lugar Silencioso - Parte II" (2021) não é superior ao filme original, mas dá continuidade a trama de forma coerente e mantendo o ritmo tenso do qual nos havia conquistado.

Dirigido novamente John Krasinski, o longa se passa logo após os acontecimentos do filme anterior, onde família Abbott (Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe) precisa agora encarar o terror mundo afora, continuando a lutar para sobreviver em silêncio. Obrigados a se aventurar pelo desconhecido, eles rapidamente percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças que os observam pelo caminho de areia.

É curioso que o prólogo desse segundo filme dá uma chance para aqueles que não haviam assistido ao primeiro, já que ele mostra exatamente como as criaturas chegaram a terra e o começo do pesadelo para os nossos protagonistas. Em um determinado momento, por exemplo, há um plano-sequência espetacular, onde vemos as criaturas chegarem sem que os protagonistas principais percebam e fazendo com que fiquemos a frente deles por alguns instantes sobre os fatos. Uma abertura digna de nota e que merece sempre ser revisitada.

Voltando ao presente, vemos a família tentando sobreviver com o que tem e com a herança que o pai havia deixado e que pode ajudar no combate contra os monstros. Na ausência do ator e também diretor John Krasinski, entra em cena o personagem Emmett, interpretado por um quase irreconhecível Cillian Murphy e que cumpre com dignidade o espaço vazio que o protagonista havia deixado no filme anterior. Embora seja um personagem interessante o protagonismo ainda pertence a personagem Regan.

Interpretada pela jovem atriz Millicent Simmonds, que é realmente surda na vida real, Regan é força matriz contra os monstros que atacam através do som e sendo ela, talvez, a única esperança para a família sobreviver perante esse pesadelo. É por ela, por exemplo, que testemunhamos os principais momentos de pura tensão da trama, mas que ao mesmo tempo é intercalado por situações quando a família está dividida e fazendo a gente testemunhar dois acontecimentos tensos no mesmo momento. Embora isso pareça um tanto que forçado, não deixa de ser angustiante esses momentos, pois nunca sabemos ao certo se algum irá ou não sobreviver ao longo do percurso.

Curiosamente, o filme não tem a pretensão de dar uma solução definitiva com relação as criaturas, sendo que podemos interpretar a continuação como uma releitura em potência máxima sobre o que já havia sido visto anteriormente. Se por um lado isso soa frustrante para aqueles que desejavam uma solução definitiva para a jornada dos protagonistas, do outro, é notório que o sucesso do primeiro filme tenha elevado os ânimos dos realizadores em querer, no mínimo, que a trama se encerre em uma possível trilogia.

Polêmicas à parte, Um Lugar Silencioso - Parte II" é uma prova que continuações não precisam ser necessariamente obrigadas a superarem o filme original, desde que se mantenha o que já havia funcionado no passado e mantendo assim atenção do cinéfilo. 


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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (29/07/21)

 Tempo 

Sinopse: O visionário cineasta M. Night Shyamalan revela um novo thriller misterioso e arrepiante sobre uma família em um feriado tropical que descobre que a praia isolada onde eles estão relaxando por algumas horas está de alguma forma os fazendo envelhecer rapidamente... reduzindo suas vidas inteiras em um único dia.


Jungle Cruise

Sinopse: Jungle Cruise gira ao redor do malandro e brincalhão Frank Wolff (Dwayne Johnson), capitão do barco La Guilla. Ele é contratado pela Dra. Lily Houghton (Emily Blunt) e seu irmão McGregor (Jack Whitehall) para levá-los em uma missão pelas densas florestas amazônicas com a intenção de encontrar uma misteriosa árvore com poderes de cura que poderá mudar para sempre o futuro da medicina. No caminho, eles viverão inúmeros perigos, enfrentando animais selvagens e até mesmo forças sobrenaturais.


NOTA: Confira também as estreias e programação completa da Cinemateca Capitólio clicando aqui. 

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