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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 7 de maio de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Godzilla vs Kong'

Sinopse: As lendas se enfrentam em "Godzilla vs. Kong", quando esses adversários míticos se encontram em uma espetacular batalha, na qual o destino do mundo entrará em jogo. 

Gareth Edwards teve a missão ingrata de realizar "Godzilla" (2014), sendo que o projeto era uma nova tentativa de Hollywood em fazer uma versão americana do monstro japonês após o fiasco de "Godzilla" (1998). Porém, o filme não só foi um grande sucesso, como também abriu as portas para o universo de monstros do cinema, sendo que "Kong - A Ilha da Caveira" (2017) não só dava uma nova roupagem para o gorila clássico, como também a possibilidade de ambos os gigantes se encontrarem. Eis que, finalmente, chega "Godzilla vs Kong" (2021), filme que mostra o embate dos super monstros e cujo o encontro é um grande passatempo.

Dirigido por Adam Wingard, conhecido pela versão recente de "A Bruxa de Blair" (2016), o filme fala sobre o embate de duas entidades que vão se enfrentar em uma grande batalha. Enquanto a organização científica secreta Monarch caça, investiga e estuda a origem dos Titãs, uma conspiração tem a intenção de acabar com todas as criaturas, sejam elas ameaçadoras ou não. O mundo sobreviverá ao duelo de monstros?

Talvez o maior problema desse filme seja o mesmo visto lá no filme de 2014, onde se há um enfoque aos protagonistas humanos enquanto os protagonistas monstros ficam em segundo plano. Claro que há um artificio engenhoso em se criar uma empatia pela menininha que tem amizade por Kong, sendo que é a única personagem humana vista na tela que realmente nos levamos em conta. O mesmo não se pode dizer da personagem interpretada pela jovem talentosa Millie Bobby Brown, sendo que ela foi apresentada com elevada importância em "Godzilla - O Rei dos Monstros" (2019), mas aqui ficando em segundo plano.

Os primeiros quarenta minutos, talvez, sejam o verdadeiro calcanhar de Aquiles do filme, já que existe uma perda de tempo na apresentação desses personagens e dos quais estão ali somente para gerar o conflito dos grandes seres. Porém, uma vez sendo apresentado o primeiro confronto de gigantes o filme não para mais, sendo que é impressionante os efeitos visuais dos dois monstros e cujo o realismo faz com que sentimos até mesmo a sensação de peso deles como um todo. Vale destacar a genial edição, cujo os movimentos de câmera fazem um verdadeiro passeio pelas partes dos gigantes e dando uma dimensão de suas magnitudes.

Vale destacar que o filme não cai na artimanha da fotografia escura e da qual nos incomodava um pouco no filme de 2014. Tudo é muito claro, onde vemos cada detalhe como, por exemplo, dos pelos de Kong, ou do verdadeiro mosaico de detalhes que são apresentados no momento em que ele conhece o seu verdadeiro local de origem. Aliás, vale destacar esse grande momento, principalmente para quem é fã do escritor Júlio Verne e que irá encontrar referências ao clássico "Viagem ao Centro da Terra" em abundância.

Não tem muito do que dizer sobre o ato final, já que ele é dedicado a tudo o que os fãs dos dois monstros estavam esperando, desde muita pancadaria, destruição e situações, por vezes, pra lá de absurdas. Não é preciso também ser gênio para adivinhar que há algo muito além dos dois monstros vistos na tela e quando isso acontece os fãs de HQ irão identificar a fórmula já muito usada nesta arte e vista até mesmo em "Batman vs Superman" (2016). Quem é entendedor do assunto já sabe o que eu estou falando.

Com menos de duas horas de duração, "Godzilla vs Kong" é entretenimento escapista, tanto para os fãs desses dois monstros clássicos, como também para aqueles que procuram algo para degustar e não levar nada a sério. 


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quinta-feira, 6 de maio de 2021

Cine Especial: Os Prelúdios de 'Godzilla Vs Kong'

Dois dos maiores titãs do cinema irão se enfrentar agora nos cinemas. Porém, o que levou a esses grandes personagens a se enfrentarem? Pensando nisso, decidi fazer com que vocês relembrem aqui sobre os filmes anteriores dessa nova franquia que a Warner planejou até chegada desse encontro através das minhas críticas da época. Confira: 


'Godzilla' (2014) 

Sinopse: Um épico renascimento para o icônico Godzilla da Toho coloca o monstro mais famoso do mundo contra criaturas que sustentadas pela arrogância científica da humanidade ameaçam nossa própria existência. 

Quando foi anunciado que “Godzilla” teria uma versão americana em 1998, muitos fãs esperavam com ansiedade ver o maior monstro do Japão sendo apresentado para uma nova geração e com efeitos especiais caprichados. Mas a produção de Roland Emmerich, do filme “O Dia depois do Amanhã” (2004) foi uma tremenda decepção, principalmente se comparado ao primeiro filme do monstro que foi lançado em 1954 e que atualmente é considerada uma obra prima do cinema japonês. Mas aproveitando o aniversário de 60 anos do monstro, eis que Hollywood decide fazer as pazes com ele e lança uma produção que, não somente respeita o clássico de 1954, como também traz consigo quase as mesmas metáforas que a produção japonesa apresentou há sessenta anos. 

Para começar, a produção comandada pelo cineasta Gareth Edwards (Monstros) não tem pressa alguma em mostrar a criatura, mas sim desenvolver o melhor possível o drama dos personagens humanos perante o inexplicável. Para alguns mais fanáticos, essa escolha ao não apresentar o grande protagonista de cara, talvez soe como uma grande decepção. Porém, convenhamos, que nós estejamos falando de uma criatura vinda da própria natureza e que homem em si jamais conseguiria dominá-la. 

Portanto, ao ver o personagem Brody (Bryan Cranston) encarando a morte da esposa (Juliette Binoche) em um acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam no Japão, se cria então um elo emocional entre os personagens humanos e o público que assiste. Infelizmente esse elo não se mantém muito forte, no momento em que o filho do casal (Aaron Taylor-Johnson) já crescido entra em cena, pois o intérprete não nos convence muito nem como pai de família e tão pouco como herói em cena. Contudo, o veterano Ken Watanabe, do filme “O Último Samurai” (2003) cumpre com louvor o seu trabalho, ao interpretar um pesquisador e defensor de Godzilla, que acredita que ele possa derrotar os outros monstros e trazer de volta o equilíbrio das coisas. 

Sim, há outros monstros, mais precisamente um casal que deseja acasalar e espalhar os seus filhotes pela terra. Curiosamente, ambas as criaturas lembram muito o visual do monstro visto em Cloverfield (2008), sendo que não me surpreenderia se isso fosse uma homenagem a produção de J.J. Abrams, que até então era o melhor filme de monstros ao lado do (claro) sempre mencionado “Círculo de Fogo”(2013).  

Falando em homenagens, é surpreendente a forma que Edwards filmou essa produção, fazendo a gente acreditar que a cada momento que ele nos apresenta uma cena, ele está prestando um grande respeito da forma que Steven Spielberg filmava os seus filmes como Tubarão e o Parque dos Dinossauros. Assim como o veterano diretor, Edwards apresenta as criaturas de uma forma gradual, lenta, mas muito bem filmada e criando um verdadeiro clima de suspense na medida certa. O Godzilla em si quando finalmente surge, não só é um dos momentos mais esperados do filme, como também nos faz urrar de felicidade ao vermos que esse sim é o Godzilla visto nos filmes de antigamente no Japão, sendo uma verdadeira entidade da natureza na qual o homem não pode simplesmente deter. 

Mas é aí que o filme entra num momento arriscado, pois embora Godzilla seja uma criatura que não pode ser detida, os roteiristas ousaram em transformar ele numa espécie de grande herói a serviço da humanidade ao deter os outros monstros. No filme de 1954, o monstro era uma entidade da natureza, que ao mesmo tempo foi remodelada devido aos testes nucleares durante a guerra fria e resumidamente ele nada mais era do que uma metáfora dos maiores temores dos japoneses daquele tempo. Aqui, a metáfora é mantida, mas ao mesmo tempo Godzilla se torna uma espécie de equilíbrio, que querendo ou não, surge com o objetivo de preservá-lo e fazer com que os protagonistas humanos apenas assistam e torçam por ele. 

Seria isso uma forma de tornar a criatura mais acessível para o público atual? Será que o público de hoje simplesmente não aceitaria Godzilla como uma criatura bestial da natureza que não pode ser detida? Será que o politicamente correto chegou até mesmo neste terreno? 

Embora tenha torcido o nariz com isso, devo reconhecer que, pelo menos aqui essa situação funcionou, mas numa eventual sequência (o final deixa claro que haverá) duvido muito que esse artifício irá funcionar de novo. 

Com começo, meio e fim bem amarrados, “Godzilla”, mesmo com seus sessenta anos de vida, prova que ainda tem fôlego para continuar sendo o rei dos monstros do cinema, mas resta saber se os produtores irão acertar o alvo novamente, criando então uma trama mirabolante, ou simplesmente será mais ou menos o que já foi visto e correndo o risco de ter um prejuízo do tamanho do personagem. 


'Kong: A Ilha da Caveira' (2017) 

Sinopse: A Ilha da Caveira é o território do rei dos símios King Kong. O lugar é invadido por exploradores, que adentram as profundezas da traiçoeira e primitiva ilha. Não demora muito para eles se depararem com a grandiosidade e a fúria de Kong. 

“Círculo de Fogo” (2013) de Guilherme Del Toro inaugurou uma nova leva de filmes de monstros, cujo objetivo de sua criação é na criação de franquias cinematográficas. Embora a versão de 1998 seja um desastre, o recente “Godzilla” (2014) agradou ao público, crítica e elevando as chances para a criação de mais filmes com esses seres gigantescos. “Kong: A Ilha da Caveira” (2017) é o mais novo filme dessa leva e que, devido algumas de suas qualidades, podemos esperar por mais filmes desse gênero. 

Dirigido pelo novato Jordan Vogt-Roberts, acompanhamos uma trama, cujos eventos começam durante a Segunda Guerra e se estendem durante a década de 70. Um grupo de soldados convencido por um cientista (John Goodman) vai para uma ilha ainda (aparentemente) não explorada pelo homem. Lá descobre que ela é protegida por um gorila gigante chamado Kong, cuja sua existência é para conter outras criaturas ameaçadoras por lá. 

O filme em si não traz nenhuma novidade no gênero de aventura, mas é na forma em que longa é conduzido que ele se diferencia dos outros. Para começar, Jordan Vogt-Roberts presta uma verdadeira homenagem aos filmes de guerra no primeiro ato da trama, principalmente ao clássico “Apocalipse Now” (1979), mas se alguém tem alguma dúvida sobre isso, basta assistir aos primeiros minutos dos soldados dentro da ilha e termos absoluta certeza que o cineasta venera a obra de Francis Ford Coppola. Destaco também o fato de o filme não ser sombrio, mas sim colorido, sintetizando um período mais dourado daquela época, mesmo quando boa parte da trama se passa num lugar remoto. 

Já o Kong em si, ele não é muito diferente de suas versões anteriores, mas possui trinta metros de altura e fazendo de sua presença algo que emociona. Embora muitos cinéfilos já estejam acostumados a efeitos visuais mirabolantes, é preciso reconhecer o belo trabalho que fizeram na criação do monstro, do qual não deve em nada se comparado a sua última reencarnação (King Kong de 2005). Porém, sua presença se torna ainda mais ameaçador graças aos movimentos de câmera do cineasta, fazendo da presença da criatura algo animalesca e remetendo até mesmo, por exemplo, as animações japonesas de Dragon Boll Z. 

Mas se o clássico macaco gigante é quase impecável, o mesmo não se pode dizer muito dos seus protagonistas humanos, cuja maioria a gente já tem uma ideia de quem vive e quem morre na tela. Se Tom Hiddleston (o Loki da Marvel) cumpre o seu papel como aventureiro bom moço, Brie Larson (O Quarto de Jack) só se encontra presente na trama unicamente para balançar o coração do gorila e remeter à velha fórmula da “Bela e a Fera”. E se Samuel Li Jackson força a barra para ser o vilão nesta trama, John C. Reilly (Chicago) surpreende como ex-soldado perdido na ilha desde a Segunda Guerra Mundial e se tornando o melhor entendedor no assunto sobre o que acontece nela. 

Falando sobre a ilha, o ato final surpreende com os inúmeros tipos de seres que surgem na tela, cuja presença delas serve para movimentar a trama, mas nunca fazendo com que se torne uma verdadeira montanha russa de efeitos. Na realidade o filme mais parece como aqueles bons e velhos filmes B de monstros de antigamente, mas tudo moldado com efeitos de ponta e ao mesmo tempo gerando certa nostalgia. É claro que há pontas soltas propositais para haver uma futura sequência, principalmente na possibilidade de Kong se encontrar com Godzilla futuramente. 

Divertido e sem exigir muito do cinéfilo que assiste “Kong: A Ilha da Caveira” nada mais é do que um bom entretenimento e que remete os bons filmes de aventura de antigamente.  


'Godzilla II: O Rei dos Monstros' (2019) 

Sinopse: Os integrantes da agência Monarch precisam lidar com a súbita aparição de vários monstros gigantescos, dentre eles o mítico Godzilla, que a todo instante brigam entre si.  

"Godzilla" (2014) foi uma grata surpresa para os fãs do mais famoso monstro do cinema, pois além de respeitar o clássico japonês de 1954, o cineasta Gareth Edwards, do filme "Rogue One - Uma História de Star Wars" (2016), criou a proeza de criar uma trama que em muitos momentos assistimos o embate entre os monstros pela perspectiva dos seres humanos da história. Claro que o resultado promissor fez com que a Warner criasse a sua própria franquia de monstros e "Kong: A Ilha da Caveira" (2017) se tornou uma grande desculpa para se ter a possibilidade futura de ambos os gigantes se digladiarem no cinema. Eis que, então, chega aos cinemas “Godzilla II: Rei dos Monstros”, filme que dá continuidade ao filme anterior, expandindo esse universo monstruoso e com o intuito do estúdio em querer gerar lucro.   

Com direção agora do cineasta Michael Dougherty, do filme "Krampus - O Terror do Natal" (2015), a trama se passa cinco anos após os eventos vistos do filme anterior, onde governo norte americano pensa seriamente em uma forma de exterminar o maior número possível de monstros escondidos na terra. Porém, Dr. Ishiro (Ken Watanabe) usa todos os meios para defender a tese que Godzilla é o que dá o equilíbrio da natureza enfrentando os gigantes que surgem na superfície. Ao mesmo tempo, Dra. Emma Russel (Vera Farmiga) trabalha em um projeto que poderá desencadear eventos imprevisíveis para a toda a humanidade.   

Assim como foi visto no filme anterior, a trama se concentra nas figuras humanas, mais precisamente sobre a família da Dra. Emma e da qual vive com um trauma desde os eventos vistos em São Francisco. assim como Gareth Edwards, o diretor Michael Dougherty também gosta de brincar com as nossas expectativas com relação ao que virá em seguida, pois é uma verdadeira revelação, por exemplo, onde realmente se encontra no início da trama a doutora e a sua filha Madison, interpretada pela jovem atriz Millie Bobby Brown, da série "Stranger Things" (2016). Após apresentação dos personagens principais, o filme engata uma nova marcha e é aí que ele se encaminha para os seus altos e baixos ao longo de sua trama.   

Não é preciso ser gênio que veremos ao longo do percurso mais monstros para serem os oponentes de Godzilla, além de serem velhas caras conhecidas, principalmente para aqueles que assistiam aos filmes antigos vistos no Japão. Temos então aparição de Ghidorah, Rodan e Mothra, sendo que essa última possui os mais belos momentos do filme e desencadeando uma nostalgia para os fãs que assistem. É uma pena, portanto, que quando surgem essas grandes figuras quase sempre é em meio a uma fotografia, por vezes, muito escura e fazendo a gente desejar que muitos desses momentos fossem vistos a luz do dia.   

Um dos velhos motivos de se colocar personagens digitais no meio da escuridão é para sempre ocultar alguns defeitos, mesmo quando eles sejam quase imperceptíveis. Mas se por um lado a fotografia atrapalha, do outro, as cenas de ação envolvendo as criaturas empolga e gerando sempre uma grande tensão na medida em que os personagens humanos ficam cada vez mais perto em meio ao duelo de titãs. Se por um lado se perde aquele ar de novidade vista no filme anterior, ao menos, o filme ganha pontos ao obter a nossa total atenção em quesito de ação.   

Por outro lado, em termos de roteiro, os realizadores pecam pela sua falta de originalidade em algumas situações. Em um determinado momento, por exemplo, uma personagem faz um discurso que mais parece que foi tirado do filme "Kingsman: Serviço Secreto" (2014) e que havia sido dito por samuel l. jackson. Isso faz com que se crie um roteiro pronto em nossas mentes e fazendo a gente saber quais serão os destinos de alguns respectivos personagens.  

Se há falta de originalidade, ao menos, há uma carga emocional e de respeito com relação a obra original de 1954. Não deixa de ser curiosa, por exemplo, a cena onde vemos o personagem de Ken Watanabe frente a frente com Godzilla e cuja a cena remete ao final do filme clássico. Se tem aqui, portanto, o fechamento de um círculo e início de um novo e do qual se torna uma faca de dois gumes para a obra como um todo.  

O grande problema de "Godzilla II", talvez, seja justamente o fato dos seus realizadores não saberem encerrar o filme sem deixar de pensar o que poderá vir mais pela frente. Obviamente se tem aqui a intenção de se criar uma franquia de monstros gigantes para o cinema, mas que corre o sério risco de terminar antes mesmo de começar. Em tempos de franquias fracassadas, tanto dos "Monstros Clássicos" da Universal, como até mesmo do Universo de Super-Heróis da DC/Warner, realizar uma franquia de monstros gigantes atualmente requer que realizadores pensem duas vezes antes de dar o seu tiro no escuro e correr sério risco de sair no prejuízo.  

"Godzilla II: Rei Dos Monstros" é um ótimo divertimento para os fãs do personagem, mas que também sofre nas mãos de realizadores que não se contentam somente em um único duelo e isso se deve graças ao dinheiro. 


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quarta-feira, 5 de maio de 2021

LUTO: Paulo Gustavo (1978 - 2021)

Após a retomada do cinema brasileiro houve uma enxurrada de comédias escapistas, na maioria da Globo Filmes, para atrair as massas, mas que não demoravam muito para serem esquecidas. O grande problema da maioria dessas comédias brasileiras é que, ou se entregavam para o besteirol sem sal, ou imitavam a comédia norte americana, mas resultando em projetos sem alma. Porém, por mais exigente que eu fosse, fui obrigado a ser seduzido pela Dona Hermínia, ou mais precisamente pelo Paulo Gustavo.

Ator, humorista, diretor, roteirista, e apresentador brasileiro, Paulo Gustavo vinha trabalhando em diversas fileiras do mundo do entretenimento, seja no cinema fazendo participações como no ótimo "Divã" (2009), ou na série de tv "Vai que Cola" iniciada em 2013. Porém, foi através de suas raízes pessoais que o realizador obteve o seu maior feito. Baseado na peça de teatro de sua autoria, "Minha Mãe é Uma Peça - O Filme" (2012) é um daqueles casos em que os Deuses do cinema sorriem para um determinado projeto e fazendo com que o mesmo se torne um grande sucesso.

Inspirado em sua vida pessoal, Paulo Gustavo dá vida e alma a Dona Hermínia, personagem da qual ele buscou através de sua mãe inspiração na construção de sua personagem e nos brindando com uma das melhores e mais carismáticas figuras do cinema brasileiro recente. Dona Hermínia é uma espécie de entidade da natureza, da qual sua principal arma é a sua língua desenfreada que pulveriza qualquer um que se faça de esperto contra ela. Não tem como não rir das inúmeras situações vistas na tela, além de ficarmos encantados pela grande atuação do ator e que simplesmente desaparece em sua personagem.

Consagrado, Gustavo se dedicou em outras séries como "220 Volts" além do sucesso para o cinema "Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou" (2014). Porém, Dona Hermínia voltaria aparecer em mais duas continuações, sendo que "Minha Mãe é uma Peça 2" (2015) veio a se tornar a maior bilheteria do cinema nacional de todos os tempos e que, diferente de outros filmes estrelados por pastores, esse ocupou sim todas as poltronas do cinema. Parecia que iriamos ver mais obras desse gênio para rirmos cada vez mais pelos seus feitos, mas infelizmente não foi bem isso.

Em 13 de março de 2021, o ator foi internado por ter pego COVID-19 e ontem, dia 04 de maio, veio a falecer aos 42 anos deixando o marido e dois filhos. A morte de Paulo Gustavo simboliza as mais de quatrocentos mil mortes de brasileiros pelo país, dos quais os mesmos poderiam continuar vivendo, se não fosse pela irresponsabilidade de um desgoverno que negou o que é mais sagrado em um combate contra a pandemia que é a ciência. Em um momento em que o nosso país enfrenta um dos piores momentos de nossa história, Paulo Gustavo fará uma tremenda falta para nos passar a sua preciosa vacina que era o seu humor inteligente, contagiante e inesquecível.

Paulo Gustavo partiu, mas deixou a Dona Hermínia em nossos corações e mentes para revista-la, para rirmos e esquecermos um pouco da tristeza atual em que vivemos.  

Filmografia:  

2020 220 Volts - Temporada 6 

2019 Agente Especial 

2018 Além da Ilha - Temporada 1 

2018 Minha Mãe é uma Peça 3 

2017 A Vila - Temporada 1 

2017 Fala Sério, Mãe! 

2017 Minha Vida em Marte 

2017 Vai que Cola - Temporada 5 

2016 220 Volts - Temporada 5 

2016 Vai que Cola - Temporada 4 

2015 Juninho Play e Família - Temporada 1 

2015 Minha Mãe é uma Peça 2 

2015 Vai que Cola - Temporada 3 

2015 Vai que Cola - O Filme 

2014 Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou 

2014 Vai que Cola - Temporada 2 

2013 220 Volts - Temporada 4 

2013 Vai que Cola - Temporada 1 

2012 220 Volts - Temporada 3 

2012 220 Volts - Temporada 2 

2012 Minha Mãe é uma Peça - O Filme 

2011 220 Volts - Temporada 1 

2011 De Volta ao Divã - O Filme 

2011 Divã - Temporada 1 

2010 Os Mercenários 

2009 Divã  

2009 Xuxa em O Mistério de Feiurinha 

2008  A Guerra dos Rocha 

2007  Sítio do Picapau Amarelo - Temporada 7 

2006  A Diarista - Temporada 3 


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terça-feira, 4 de maio de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Seaspiracy: Mar Vermelho'

Sinopse: Apaixonado pela vida nos oceanos, um cineasta resolve documentar os danos causados pelo ser humano às espécies marinhas e acaba descobrindo uma rede de corrupção global. 

No clássico "Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa" (1986) os protagonistas precisam retornar ao passado para resgatar um casal de baleias jubartes, já que a espécie é a única esperança de salvar uma terra do futuro onde elas não existem mais. Embora seja uma ficção o filme serviu de alerta para o mundo que as baleias, assim como toda forma de vida marítima, são essenciais para o equilíbrio da vida na terra. "Seaspiracy: Mar Vermelho" (2021) é um documentário que também serve de alerta, mas de uma forma muito mais verossímil e assustadora.

Dirigido por Ali Tabrizi, o filme conta a história do próprio, que ao saber que o Japão iria retomar a caça comercial de baleias na Antártida, apesar da proibição mundial, ele decide viajar até Taiji, região em que criminosos atraem os animais para o abate no litoral, iniciando assim uma série de descobertas sobre a pesca ilegal. O que ele não imaginava é que isso levaria a obter descobertas ainda maiores ao longo da jornada.

Assim como "Uma Verdade Inconveniente" (2006), o documentário de Ali Tabrizi é uma obra que denuncia de forma escancarada a pesca ilegal que vários países ainda praticam pelos mares do planeta. Porém, esse problema se encontra somente na superfície, já que até mesmo as pescas legalizadas pelos governos do mundo também são causadores de diversos problemas ambientais, ao ponto que levará até mesmo décadas para os mares se recuperarem em sua total plenitude. Se por um lado, por exemplo, existe a campanha contra jogar fora plásticos ao mar, isso acaba sendo somente uma cortina de fumaça para esconder as diversas corrupções por detrás das pescas legais e das quais geram prejuízos até mesmo para os próprios futuramente.

Com uma montagem dinâmica, Ali Tabrizi age como um verdadeiro Michael Moore, ao ponto de até mesmo se arriscar quando tenta filmar escondido diversos momentos onde ocorrem pescas, tanto legais como as ilegais ao redor do globo. Ao mesmo tempo, o filme é recheado de informações vindas de estudiosos e entendedores do assunto e dos quais nos dão explicações coerentes e faz com que a gente entenda a situação da maneira mais simples. Em um determinado momento, por exemplo, observamos as consequências da extinção de determinados peixes, dos quais sem eles acabam por prejudicar outros demais peixes e, por fim, boa parte dos corais e de outras partes do fundo do mar.

Como não poderia deixar de ser, o documentário é recheado de momentos chocantes que, infelizmente, são necessários para testemunharmos o lado inconsequente do ser humano. Quando achamos que tudo pode piorar em cena, eis que o ato final, onde testemunhamos o massacre de diversas baleias, acaba sendo um verdadeiro choque para os nossos olhos já cansados. Curiosamente, o documentário não foge do fato que o mundo capitalista é, talvez, o verdadeiro responsável por esse quadro calamitoso, já que até mesmo aqueles que um dia pescavam peixes para sobreviver, hoje roubam para não morrer de fome, já que os grandes navios de grandes empresas tomaram posse de suas praias.

Embora os minutos finais os estudiosos nos dão certa esperança, parece que não há luz no final do túnel para essa situação. Tudo o que podemos fazer é a nossa parte, seja não comer mais peixe, ou evitar de usar lixos que podem um dia causar a morte de animais que estão à beira da extinção. "Seaspiracy: Mar Vermelho" é um verdadeiro soco no estômago, ao denunciar a pesca que provoca a morte de milhares de animais marítimos todos os dias e que pode provocar até mesmo a extinção da raça humana nas próximas décadas. 

Onde Assistir: Netflix.

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segunda-feira, 3 de maio de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Se a Rua Beale Falasse’

Sinopse: Tish está esperando um filho enquanto luta para livrar seu marido de uma acusação criminal injusta e de subtextos racistas, a tempo de tê-lo em casa para o nascimento de seu bebê.

Embora tenha todos os ingredientes para se tornar o mais novo clássico do cinema, “La La Land” (2016) havia estreado num momento de mudanças, infelizmente, retrógradas, tanto nos EUA, como também no resto do mundo. Portanto, premiar o filme com o prêmio máximo da indústria do Oscar, não seria somente um erro, como também esconder o sol com a peneira com os prelúdios momentos em que a sociedade estava passando e, que ainda vive, nesse momento. Portanto, a vitória de “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (2016), não foi somente um trunfo contra o ultra conservadorismo, como também uma dica que o cinema como um todo não se curvasse perante óbvio.

Dirigido por Barry Jenkins, o filme não falava somente sobre a luta árdua do homem negro diante de uma sociedade preconceituosa, como também explorava questões importantes sobre a luta da comunidade LGBT e que jamais deve deixar de ser debatida. O sucesso do filme foi o suficiente para o cineasta abraçar novas ideias para serem exploradas, mas que houvesse a mesma simetria de questões para ainda serem revistas. Em “Se a Rua Beale Falasse” o cineasta chega a um novo patamar sobre assuntos vistos e revistos por nós, mas que nunca podem deixar de ser extintos.

Aliás, o filme começa como se fosse uma alfinetada contra “La La Land”. Com cores quentes e alegres, o Barry Jenkins brinca com a expectativa do cinéfilo que assiste, achando que irá assistir uma bela história de amor, mas com o tempo vai se mostrando o oposto disso. Com a trama se passando nos anos 70, o filme retrata a luta da comunidade negra, seja ela focada no casal central que busca o seu lugar ao sol, como também não se esquecendo das mazelas do mundo real.

É nessa questão que o filme se eleva, ao transitar entre a ficção (baseado no livro de James Baldwin) e realidade. Além do filme ir e voltar no tempo, ao mostrar a construção do relacionamento principal, ele mostra atos e consequências reais de uma justiça racista, de tempos aos quais não deveria retornar. Infelizmente, em tempos de Trump e Bolsonaro, é preciso que se coloque o dedo na ferida novamente e nos mostre que as sementes do mal sempre estão por lá.

Contudo, a história de amor formada pelo casal central é realmente cativante, porém, trágica. Tish Rivers (KiKi Layne) e Fonny Hunt (Stephan James), dois amigos de infância que começam a namorar no início da vida adulta, mas que veem seu futuro abalado quando o rapaz é acusado de um crime injustamente. O filme conta ainda com as presenças de Regina King, Colman Domingo, Michael Beach, Diego Luna, Pedro Pascal e Dave Franco. Vale mencionar o ótimo desempenho de Regina King e que sempre dá um show de interpretação em cena sempre quando ela aparece.

Embora fiquemos na expectativa com relação ao destino de Fonny na prisão, Barry Jenkins nos deixa claro que essa não é a questão principal do filme, mas sim explorar as questões sociais de tempos longínquos, porém, mais atualizados do que nunca. Embora não tenha o mesmo potencial de Moonlight, é um filme que tem muita a dizer sobre si, especialmente sobre a injustiças e preconceitos que teimam em não morrer. “Se a Rua Beale Falasse” é um exercício bem executado sobre tempos injustos.

Onde Assistir: Amazon Prime. 

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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Cine Especial: Cine Debate: 'O Coro'

Sinopse:  Garoto problemático tem segunda chance na vida através de uma escola de Coro.  

O cinema possui inúmeros filmes em que se explora a música em sua total magnitude e que, por vezes, desafia os seus protagonistas a se superarem na vida através dessa arte. "Whiplash: Em Busca da Perfeição" (2014) talvez seja o melhor exemplo com relação a esse meu pensamento e sendo facilmente apontado como um dos melhores filmes desses últimos dez anos. Embora não chegue ao nível de perfeição, "Coro" (2015) é delicioso ao assisti-lo, ao nos identificarmos com os protagonistas que buscam o seu talento no mais profundo do seu ser.

Dirigido por François Girard, do filme "Violino Vermelho" (1998), o filme conta a história de Stet (Garrett Wareing), um confuso garoto-problema de 11 anos de idade, que sofre com a recente morte de sua mãe solteira em um acidente de carro. Ele acaba em um internato, onde ele se sente um peixe fora d'água. Logo, ele bate de frente com o maestro do coral do colégio, Carvelle (Dustin Hoffman), que reconhece algo especial na voz de Stet. O professor vai influenciá-lo a descobrir seu dom criativo na música e o jovem rebelde vai provar que consegue atingir os padrões exigidos para participar do coral, orgulho da famosa escola.

O primeiro ato já nos pega um pouco desprevenido, não só pelo fato da morte repentina da mãe do protagonista, como também pelo fato do mesmo nos surpreender em possuir o dom pela música mesmo aparentando ser um rebelde sem causa. Na medida em que a trama avança, o jovem acaba aos poucos abaixando a guarda e deixando a magia da música molda-lo para uma realidade que antes ele desconhecia, mas da qual ele sempre tinha a chave para abrir a porta. Logicamente ele recebe ajuda daqueles que enxergam nele algo muito além de um simples jovem, mesmo quando alguns ainda ficam na dúvida sobre ele.

Tecnicamente o filme é aquela típica obra que poderia ser facilmente exibida nos finais de ano, já que a trama sempre tem como pano de fundo momentos festivos como o natal e a músicas do coral sintetizam muito bem essa minha visão. Com uma fotografia de cores que transita entre o frio e o colorido, isso acaba por ser uma espécie de representação das mudanças que o jovem protagonista vai passando, desde ao se tornar um dos principais do coral, como também o fato dele ir amadurecendo e conseguindo obter assim o seu caminho. Por conta disso, o personagem de Dustin Hoffman nada mais é do que uma espécie de mentor que, embora não tenha o mesmo patamar de outros grandes mentores do cinema, o veterano ator consegue fazer o dever de casa ao construir um personagem que transita entre o seu lado pretensioso e a humildade na medida certa.

Como não poderia deixar de ser, o filme se encaminha para um ato final em que a maioria já irá adivinhar o que irá acontecer. Porém, isso não tira o brilho do filme como um todo, principalmente quando temos o privilégio de ouvir o clássico "O Messias" através do coral cantado por esses jovens. Vale destacar que o filme é inspirado no American Boychoir School, um dos corais mais respeitados do mundo, com sede em Nova Jersey.

Com pouco mais de uma hora e meia, "O Coro" é um filme sobre o indivíduo comum que busca pelo seu "eu" verdadeiro através da arte da música e para que assim consiga encontrar o seu real caminho para trilhar na vida.  


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Cine Dica: AULA GRATUITA: O Som, a Fúria e as Imagens

Aula aberta e gratuita!

Queremos te convidar para este encontro muito especial que, antes de ser a inauguração de um novo curso, trata-se de um novo momento para o Cinema Popular. A partir de agora vamos nos dedicar ao estudo do cinema, da fotografia e da imagem em interface com a Teoria Feminista. Começaremos a jornada trazendo a segunda edição do curso O Som, a Fúria e as Imagens. Nesta edição, vamos traçar um panorama acerca de Artistas Mulheres Latinas - da performance ao audiovisual. A partir da ideia de uma dicotomia entre público e privado, discutiremos seus significados éticos e estéticos pela perspectiva de gênero. Com Nadia Granados, Leonora de Barros, Lissette Orozco, Carol Benjamin, Márcia X, Dolores Salcedo e tantas outras, vamos dar corpo a nossa fúria experienciando outras formas de narrar-se, lembrar-se, imaginar-se e pensar-se. Como sempre, nos faremos obra de arte por entre dobras e partilhas.

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12/05/2021 - Quarta-feira, às 19h | Aula aberta e gratuita

Nesta aula, ABERTA E GRATUITA, traçaremos um panorama geral de artistas mulheres e latinas que, enquanto subjetividades dissidentes, propõe novas formas de operar com as imagens do corpo e da memória. Desta forma, tensionam a dicotomia entre público e privado - como nos sugere Susan Okin. 

Te inscreve no grupo do curso no Telegram, pois é por lá que enviaremos o link e o material da aula.

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Quem irá ministrar o curso?

Iasmin Schleder é formada em Fotografia pelo Centro Universitário FADERGS. Durante a graduação realizou, em 2019, um intercâmbio no IADE - Creative University em Lisboa/Portugal, onde cursou Fotografia e Cultura Visual. Realizou, em 2019, duas exposições de seu projeto fotográfico ‘Pieces Project’, uma em março, como parte da Programação Especial 8M, realizada na Fora da Asa - Experiências Plurais, Porto Alegre/RS; e outra em junho, no Centro Cultural Ordovás, Caxias do Sul/RS. É uma das idealizadoras da Teto Coletivo.

Luciana Tubello Caldas é idealizadora do Projeto Cinema Popular, que desde 2014 oferece oficinas teóricas e práticas de cinema, gratuitas ou a preços populares. Como cofundadora do Cineclube Academia das Musas, já participou de cinedebates, palestras e publicações na área do cinema. Em 2020, passou a integrar a Associação de Críticos de Cinema do RS - ACCIRS.

SAIBA MAIS: