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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 4 de março de 2020

Cine Dica: Dilili em Paris na Sessão Vagalume (5 a 11 de março)

DILILI EM PARIS É A ATRAÇÃO DA SESSÃO VAGALUME

No final de semana do Dia Internacional da Mulher, a Sessão Vagalume, projeto do Programa de Alfabetização Audiovisual (PAA) aberto à comunidade frequentadora da Cinemateca Capitólio, retoma as atividades mensais apresentando a animação franco-belga Dilili em Paris!
Durante sua primeira visita à Paris, a jovem Dilili precisa desvendar os misteriosos sequestros de várias meninas, que estão assombrando a cidade luz. Para isso, ela encontrará amigos extraordinários, como Monet, Rodin, Santos Dumont e muitos outros, que irão ajudá-la a combater os Mestres do Mal e resgatar as garotas.
A partir de março a Sessão Vagalume volta a acontecer no primeiro final de semana de cada mês, sábado e domingo, sempre às 16h, com ingressos a R$5 e R$10. Os filmes estrangeiros são exibidos em versão dublada. Retrato de uma Jovem em Chamas, de Céline Sciamma, Tarde Para Morrer Jovem, de Dominga Sotomayor, Martin Eden, de Pietro Marcello seguem em exibição até o dia 12 de março.
Açúcar, de Renato Pinheiro e Sérgio Oliveira, ganha mais duas exibições nos dias 5 e 6 de março. O valor do ingresso para os filmes em cartaz é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.  

DILILI EM PARIS
(Dilili à Paris)
França/Alemanha/Bélgica, 2018, DCP, 98 minutos
Direção: Michel Ocelot
Distribuição: Imovision
Durante sua primeira visita a Paris, a jovem Dilili precisa desvendar os misteriosos sequestros de várias meninas, que estão assombrando a cidade luz. Para isso, ela encontrará amigos extraordinários, como Monet, Rodin, Santos Dumont e muitos outros, que irão ajudá-la a combater os Mestres do Mal e resgatar as garotinhas.


GRADE DE HORÁRIOS
5 a 11 de março de 2020

5 de março (quinta)
14h – Retrato de uma Jovem em Chamas
16h – Açúcar
18h – Tarde Para Morrer Jovem
20h – Martin Eden

6 de março (sexta)
14h – Retrato de uma Jovem em Chamas
16h – Açúcar
18h – Tarde Para Morrer Jovem
20h – Martin Eden

7 de março (sábado)
14h – Retrato de uma Jovem em Chamas
16h – Sessão Vagalume: Dilili em Paris
18h – Tarde Para Morrer Jovem
20h – Martin Eden

8 de março (domingo)
14h – Retrato de uma Jovem em Chamas
16h – Sessão Vagalume: Dilili em Paris
18h – Tarde Para Morrer Jovem
20h – Martin Eden

10 de março (terça)
14h – Retrato de uma Jovem em Chamas
16h – Martin Eden
18h10 – Tarde Para Morrer Jovem
20h – Mostra 1980 – Sessão de abertura: Conhecendo o Grande e Vasto Mundo + debate

11 de março (quarta)
14h – Retrato de uma Jovem em Chamas
16h – Martin Eden
18h10 – Tarde Para Morrer Jovem
20h – Mostra 1980 – Sem Controle

terça-feira, 3 de março de 2020

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Você não estava aqui' - Os tempos modernos que ninguém quer

Sinopse: Ricky (Kris Hitchen) e a sua família lutam arduamente contra as dívidas desde o colapso financeiro de 2008.  

Ken Loach conquistou o público e a crítica com o filme "Eu Daniel Blake" (2017), obra que fala sobre a burocracia implacável perante as pessoas que buscam pelos seus direitos trabalhistas. Nos últimos tempos, por exemplo, outros filmes vieram sintetizar cada vez mais sobre esse assunto, tanto em filmes que falam sobre um sistema implacável, como visto no recente "Coringa", como também sobre a divisão de classes cada vez mais explicita como foi vista em "Parasita". "Você Não Estava Aqui" fala sobre esses temas e de como a sociedade está cada vez mais sendo engolida pelo trabalho informal moldado pelo sistema capitalista corrupto e sem escrúpulos.
Na trama, Ricky (Kris Hitchen) e sua família se encontram em situação financeira precária. Ele decide adquirir uma pequena van, na intenção de trabalhar com entregas, enquanto sua esposa luta para manter a profissão de cuidadora. No entanto, o trabalho informal não taz a recompensa prometida, e aos poucos os membros da família passam a ser jogados uns contra os outros.
Com uma fotografia azulada e nada acolhedora, o filme se passa em Londres, mas que poderia se passar em qualquer parte do globo, pois o tema é universal e cuja as situações vistas na tela nós acabamos achando, infelizmente, bem familiares. Ricky sonha com a sua independência, mas as engrenagens no mercado informal o engolem sem dó e fazendo com que o protagonista seja drenado gradualmente até chegar ao ponto que não tem mais o controle. Além de um trabalho que não lhe trará equilíbrio, ele também procura se equilibrar nos problemas que surgem em sua pequena família, mas correndo sério risco de cair dessa corda bamba.
O filme explora tanto o trabalho de Ricky como entregador, como também de sua mulher Abby (Debbie Honeywood) como cuidadora de pessoas enfermas. É nesse ponto que também testemunhamos pessoas comuns jaz há muito tempo trituradas pelo sistema, mas que tentam sobreviver com o que tem e fazendo com que Abby se torne uma espécie de ouvinte para elas. Aliás, Abby surpreende ao tentar contornar os obstáculos que ela e seu marido enfrentam e chegando ao ponto de ser até mesmo mais forte do que ele perante situações, por vezes, difíceis de serem controladas emocionalmente.
A questão emocional, por exemplo, é colocada a prova em situações que colocam o protagonista em momentos que parecem que não há mais saída. Além de um trabalho que lhe suga, há também um filho rebelde pronto para explodir e fazendo com que Ricky não saiba mais o que fazer. Além de tudo isso, temos um patrão sem nenhum escrúpulo, mas que sabe como as engrenagens funcionam para fazer a maquina continuar andando e obtendo com o seu discurso em uma determinada cena o direito de nos dar um verdadeiro tapa na cara, porém, inesquecível pelo seu realismo e sinceridade mórbida naquele momento.
O ato final da obra nos puxa para um caminho sem volta, onde vemos o protagonista abraçar um sistema que lhe suga, mas fazendo ele acreditar que não tem mais escolha. Aliás, não há escolha, pois nós do lado de cá da tela sabemos que é um caminho árduo e sem volta, que cabe o mais forte sobreviver perante a um futuro incerto, nebuloso e sendo moldado por esse capitalismo atual e desenfreado. O final é de um grande realismo que nos esfrega na cara fortemente, mas do qual já estamos mais do que acostumados a receber por aqui no mundo real.
"Você Não Estava Aqui" é um retrato sobre nós mesmos sendo triturados pelo trabalho informal e que não nos dá nenhum direito de sonhar por um futuro melhor.  

NOTA: Filme visto pelos associados do Clube de Cinema de Porto Alegre no último sábado (29/02/2020).

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Cine Dica: Sessão Comentada VOCE NÃO ESTAVA AQUI, de KEN LOACH, dia 03 março, ás 19h no CineBancários


No dia 03 de março, ás 19h, haverá uma Sessão Especial do último filme de Ken Loah, Voce Não estava aqui, quando será debatido a uberização das relaçoes de trabalho contemporâneas tratadas no filme. 

O debate terá a  presença dos convidados:
Luciane Toss -  Sócia-Fundadora da Consultoria Ó Mulheres!, vice-Presidenta da Associação Gaúcha de Advogados Trabalhistas (Agetra), integra a Comissão de Relações do Trabalho e da Comissão Feminismo da ABRAT. É professora da FEMARGS e da Fundação do Ministério Público – FMP. Advogada em Direitos Sociais e Direitos Humanos e Mestre em Ciências Sociais (Unisinos), especialista em Direito Privado (Unisinos), em Nuevos Rectos de Derecho Público (Universidad de Burgos – UBU (ESP), em Derechos Humanos y Derecho del Trabajo (Universidad Castilla La Mancha de Toledo – UCLM (ESP) e em Direito do Trabalho e Previdência Social (Fundação Escola da Magistratura Trabalhista – FEMARGS).  Atualmente cursa especialização em Direitos Humanos e Políticas Públicas (Unisinos). 
Nanni Rios - Jorrnalista, livreira e produtora cultural, mora em Porto Alegre há 10 anos. Assina a curadoria de livros e atividades da Livraria Baleia, especializada em autoria feminista e nas temáticas de gênero, sexualidade e direitos humanos.  

Mediação: Roger lerina - Considerado um dos principais jornalistas culturais do Brasil, Roger Lerina é editor do site que leva sua marca, apresentador da Dicas de Quinta – uma coluna semanal de cultura no programa Sintonia da Rádio União FM, do podcast Cinema Falado na rádio Mínima, escreve uma coluna mensal no caderno Stilo do jornal NH e é repórter correspondente e comentarista de cinema do Canal Brasil (Globosat). Atua também como crítico de cinema, roteirista de eventos e projetos audiovisuais, curador de festivais de música e cinema, mestre de cerimônias em eventos e DJ nas (pouquíssimas) horas vagas, além de participar de júris em editais e premiações da área cultural. 

SOBRE O FILME:
SINOPSE: Ricky (Kris Hitchen) e a sua família lutam arduamente contra as dívidas desde o colapso financeiro de 2008. A certa altura, Ricky tem uma oportunidade de recuperar alguma independência financeira com um furgão novo em folha e a possibilidade de ter o seu próprio negócio, como motorista de entregas por conta própria. É um trabalho duro, mas, o emprego da mulher como cuidadora não é mais fácil. A família é forte, mas quando ambos são empurrados em sentidos diferentes, o ponto de ruptura torna-se iminente.

 “Você Não Estava Aqui” (Sorry We Missed You), novo longa de Ken Loach. O filme relata a exaustiva e difícil rotina de uma família que vive em Newcastle, numa Inglaterra ainda assolada pela crise econômica de 2008. Ricky, Abby e seus dois filhos não têm uma vida fácil. Enquanto Abby trabalha diligentemente cuidando de idosos, Ricky só consegue trabalhos mal remunerados. Sem muita perspectiva, o casal vê uma oportunidade real de melhoria de vida aparecer quando decidem vender o carro que possuem para que Rick possa comprar uma van e se tornar um motorista de entregas por conta própria.
Com roteiro assinado por Paul Laverty, parceiro de Loach há algum tempo e que também assinou o roteiro de “Eu, Daniel Blake”, Você Não Estava Aqui narra a história de um cidadão e sua família, abandonados por um sistema cuja estrutura e tônica empurram cada vez mais e de maneira voraz, para a precarização do trabalho.  
“Este sistema é sustentável? É sustentável recebermos nossas compras através de um homem que dirige uma van 14 horas por dia? Esse é um sistema melhor do que ir diretamente às lojas e conversar com o lojista? Realmente queremos um mundo em que as pessoas trabalhem sob tanta pressão, com efeitos colaterais em seus amigos e familiares? Esta não é a economia de mercado que falha, pelo contrário, é um desenvolvimento lógico, causado pela forte concorrência para reduzir custos e maximizar lucros. O mercado está interessado em ganhar dinheiro, e ambos não são compatíveis. Trabalhadores pobres, como Ricky, Abby e suas famílias, pagam o preço”, comenta o diretor, Ken Loach.
Com o olhar voltado para esses profissionais autônomos, submetidos a um método de trabalho desumano e ilusório, o diretor questiona um sistema posto de novas formas de exploração, em decorrência da economia de livre mercado. Em Você Não Estava Aqui, Ken Loach não pretende apenas abordar a exploração do trabalhador, mas também as consequências disso em escala micro, no quanto esse modus operandi do sistema econômico afeta a vida familiar e faz as relações pessoais não saírem ilesas.  
A exibição do longa no Festival de Cannes de 2019, onde concorria a Palma de Ouro, causou uma grande comoção, assim como quando foi exibido no Festival de San Sebastián (2019), onde levou o Prêmio do Público de Melhor Filme Europeu. Com produção assinada por Rebecca O’Brien, parceira de Loach de longa data, Você Não Estava Aqui marcou presença também em festivais como, Festival Internacional de Cinema de Toronto (2019), Festival Internacional de Cinema de Zurique (2019), Festival Internacional de Cinema de Athenas (2019), e mais recentemente, no Festival do Rio (2019), dentro da mostra Panorama do Cinema Mundial. 
INGRESSOS: À venda na Bilheteria do CineBancários, aberta sempre meia-hora antes de cada sessão. Informações: 34331205.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

segunda-feira, 2 de março de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Sonic' - A nova pepita de ouro hollywoodiana?

Sinopse: Sonic, o porco-espinho azul mais famoso do mundo, se junta com os seus amigos para derrotar o terrível Doutor Eggman, um cientista louco que planeja dominar o mundo, e o Doutor Robotnik, responsável por aprisionar animais inocentes em robôs. 
  

Se houve um tempo que era difícil fazer adaptações de HQ para o cinema, por outro lado, fazer uma boa adaptação de um game para as telonas era uma missão quase impossível. O problema são diversos, desde em criar uma boa história baseada em um contesto limitado de um jogo, como também criar uma adaptação de um jogo recente que, por vezes, já é um grande filme como um todo. Porém, "Sonic" vem para nos dizer que é sim possível se criar uma boa trama baseada em sua fonte, mesmo quando ela soa limitada algumas vezes.
Dirigido pelo estreante Jeff Fowler, Sonic é um porco-espinho azul alienígena vindo de outro mundo. Refugiado na terra, ele faz amizade com Tom, interpretado pelo ator James Marsden da primeira trilogia dos "X-Men", e ambos acabam aprendendo certos valores sobre amizade e lealdade juntos. Porém, o Doutor Robotnik, interpretado por Jim Carrey, é convocado pelo próprio governo para investigar e caçar o pequeno velocista.
Para os saudosistas os primeiros minutos iniciais prestam uma bela homenagem para aqueles que cresceram e jogaram o jogo do personagem através da toda poderosa Sega. Por um momento, por exemplo, parecia que eu estava voltando aos tempos em que eu tentava sempre passar por uma nova fase, mas essa sensação é de poucos minutos. Isso se deve ao fato que os roteiristas decidirem trocar o cenário habitual do personagem visto no jogo e envia-lo para o mundo real e fazendo disso o primeiro ponto positivo do filme.
Uma vez entre os humanos, Sonic adentra a cultura pop norte americana e fazendo com que em muitos momentos as pessoas se identifiquem com as referências vistas na tela. Claro que é uma fórmula manjada e vista em outros filmes, mas que aqui funciona graças ao lado carismático do personagem que dá certo na tela quase o tempo todo. Aliás, é preciso reconhecer que a figura e a personalidade do protagonista em si já valem o filme como um todo, mesmo quando em alguns momentos soe um tanto que bobinho.
Em termos de elenco humano não há muito a ser dito, principalmente se colocarmos na parede o desempenho de James Marsden, que aqui ele nada mais é do que uma representação do nosso olhar com relação a existência de Sonic. Se por um lado o seu desempenho soa limitado, ao menos, a sua interação com o protagonista diverte e não soa nenhum pouco chato. Ao menos Jim Carrey, novamente, dá um show de atuação e humor para um personagem que nas mãos de outro ator seria ridículo, mas não para Jim Carrey que criou a carreira interpretando personagens, por vezes, quase unidimensionais como no caso clássico filme "O Mascara" (1994).
É claro que o ato final deixa um grande gancho para uma eventual continuação. Curiosamente, vários elementos vistos no primeiro ato foram deixados de lado para serem explorados em uma eventual nova aventura para o cinema. Resta saber se hollywood vai finalmente conseguir acertar a mão nesse subgênero que pode se tornar muito lucrativo, desde que façam com bom conteúdo.
"Sonic" é uma prova que uma história limitada em sua essência pode ao menos nos divertir em sua proposta básica de entreter do começo ao fim. 


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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Frankie’ - Laços de família

Sinopse: Frankie descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer em poucos meses. Ela se refugia em Sintra, Portugal, onde pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação. 

O "roadie movie" é o subgênero favorito para diversos cinéfilos, pois os protagonistas sempre passam por uma experiência de auto descoberta e fazendo movimentar toda a trama. Contudo, os filmes em que os protagonistas somente caminham e filosofando sobre a vida também rende bons frutos, como no caso da trilogia "Antes do amanhecer" de Richard Linklater. "Frankie" segue por uma premissa parecida, onde vemos os personagens principais enfrentando diversos dilemas através de ótimos diálogos e dos quais irão mudar os percursos de suas vidas como um todo.
Dirigido por Ira Sachs, o filme conta a história de Frankie (Isabelle Huppert), uma famosa atriz francesa. Quando descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer dentro de poucos meses, ela se refugia em Sintra, Portugal. Lá, ela pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação.
Com elenco de peso, Ira Sachs procura não de imediato nos dizer que esses respectivos personagens têm interligação um com o outro, mas sim apresenta-los de forma gradual e para que assim possamos conhece-los melhor. Na medida que a trama avança percebemos que, quase todos, tem forte ligação com a protagonista Frankie e de como a sua situação está afetando a vida de cada um deles. Embora Isabelle Huppert, novamente, nos dê um show de interpretação, é preciso reconhecer também o ótimo desempenho dos demais do elenco, como no caso de Brendan Gleeson, que aqui interpreta o segundo marido de Frankie e de Marisa Tomei que interpreta a melhor amiga da personagem.
Tecnicamente o filme é um colírio para os olhos, principalmente pelo fato de o cineasta fazer questão de destacar os pontos turísticos de Sintra e fazer com que a jornada pessoal de cada um dos protagonistas se torne ainda mais infinita em meio a um cenário cheio de significado e conteúdo. Ao mesmo tempo, o cineasta procura sempre destacar o desempenho do elenco através de plano-sequência, onde a câmera quase sempre está há frente dos personagens e destacando suas principais expressões perante revelações e situações que vão transbordando ao longo da trama. Atenção para a sequência em que Frankie e seu filho, interpretado por Jérémie Renier, estão caminhando em uma trilha e culminando em uma situação imprevisível, porém, humana.
Acima de tudo, o filme fala sobre causas e consequências em meio a uma vida não infinita, mas da qual merece e precisa ser aproveitada. As pessoas partem e mundo fica, mas cabe cada um saber construir a melhor forma de como aqueles que ficam se lembraram dela. Os minutos finais sintetizam muito bem isso e fazendo com que a gente reflita sobre o que nós testemunhamos.
"Frankie" fala sobre a vida e a morte, moldada por laços humanos e que precisam da união para continuar existindo. 


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/02/2020)

O Homem Invisível (2020)

Sinopse: O longa foca em Cecilia (Elisabeth Moss), uma mulher que foge de um relacionamento abusivo com o cientista milionário Adrian (Oliver Jackson-Cohen), e lida com seus traumas até o dia em que o ex parece ter cometido suicídio.


A Hora da Sua Morte

Sinopse: Numa brincadeira de amigos, a enfermeira Quinn Harris descarrega no seu telemóvel uma aplicação da moda que supostamente prevê a data da morte de cada utilizador. 

Jovens Polacas

Sinopse: A história de mulheres judias iludidas pela possibilidade de uma nova vida, e traficadas do leste europeu para a prostituição no Rio de Janeiro no início do século 20.


Martin Eden

Sinopse: Martin Eden é um filme de drama histórico ítalo-francês de 2019, dirigido por Pietro Marcello, vagamente baseado no romance de 1909 de mesmo nome de Jack London.


Meu nome é Sara

Sinopse: Sara Guralnick (Zuzanna Surowy) é uma judia polonesa de 13 anos de idade, que teve sua família assassinada por nazistas em setembro de 1942. Após fugir para o interior da Ucrânia, Sara usa a identidade de sua melhor amiga para se refugiar em uma vila, onde é acolhida por um casal de fazendeiros.


Tarde para Morrer Jovem

Sinopse: Durante o verão de 1990 no Chile, com a crescente liberdade que se seguiu ao fim da ditadura, um pequeno grupo de famílias que vive em uma comunidade isolada aos pés dos Andes busca construir um novo mundo longe dos excessos urbanos. 

Uma Vida Oculta

Sinopse: O camponês austríaco Franz Jägerstätter enfrenta a ameaça de execução quando se recusa a lutar pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.


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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Luta Por Justiça' - Sem provas, mas com convicção

Sinopse: O advogado Bryan Stevenson assume o caso de Walter McMillian, que foi condenado a morte por assassinato, apesar das evidências que comprovam sua inocência. Stevenson encontra racismo e manobras legais enquanto luta pela vida de McMillian. 

Não é de hoje que o cinema norte americano trás para as telas o subgênero tribunal e cuja a trama trata da seguinte questão sobre o quanto sistema de lá pode ser preconceituoso com a comunidade negra. O clássico "O Sol é para Todos" (1962) foi um dos primeiros filmes ao abordar o assunto e não escondendo o lado preconceituoso do homem branco norte americano por detrás da mesa da justiça cega. "Luta por Justiça" resgata uma história polêmica e que somente sintetiza o quanto há de preconceito em um sistema que se diz imparcial, mas só que não.  
Dirigido por Destin Daniel Cretton, o filme conta a história de Bryan Stevenson (Michael B. Jordan), um advogado recém-formado em Harvard que abre mão de uma carreira lucrativa em escritórios renomados da costa leste americana para se mudar para o Alabama e se dedicar a prisioneiros condenados à morte que jamais receberam assistência legal justa. Ao chegar lá, Bryan se depara com o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um homem negro falsamente acusado de um assassinato, mas que nunca teve uma defesa apropriada por conta do preconceito racial na região.  
Para começo de conversa Destin Daniel Cretton não tem nada de especial em sua direção, tão pouco demonstrando algum apelo para um cinema autoral. Porém, é notório que a temática do filme é o que salva a obra como um todo, principalmente em tempos de hoje em que cada vez mais a justiça, independente de qual país, está se tornando parcial e vivendo de apenas convicção. Se isso é sentido hoje, anos antes isso já era vasto, mas não obtendo tamanha atenção através dos meios de comunicação como um todo.  
O caso Walter McMillian, por exemplo, foi um de muitos casos de pessoas que foram condenadas à morte por crimes que não cometeram, mas que foram julgadas por poderosos que ansiavam por uma justiça cega e da qual gostavam de molda-la do seu jeito. Querendo ou não, foram casos de pessoas que foram julgadas unicamente devido a sua cor de pele e não pelas provas que existiam e tão pouco se importavam com elas. A trama se passa entre o final dos anos oitenta e início dos anos noventa, porém, continua mais atual do que nunca.  
Como eu disse acima, a direção de  Destin Daniel Cretton não nos passa algo de especial, mas consegue obter nossa atenção, não somente pelo ótimo desempenho dos atores em cena, como também de sequências que nos fazem nos prender na poltrona. Tanto Michael B. Jordan como Jamie Foxx estão ótimos em seus respectivos papeis, porém é justamente com um ator secundário, Rob Morgan (IV), que se obtém o melhor momento de todo o filme. Atenção para sua cena em que ele é sentenciado a cadeira elétrica que é, desde já, uma das cenas mais angustiantes do cinema deste ano.  
Embora seja baseado em fatos verídicos, tudo é encaminhado por um final onde os protagonistas obtém a sua redenção, mesmo quando tudo parecia perdido. Embora isso pareça um ponto positivo, é bom salientar que o cineasta optou em enveredar tudo por soluções mais reconfortantes, ao invés de nos deixar claro que a luta pela justiça no mundo real jamais é fácil de ser obtida. Ao menos, os créditos finais nos faz dar conta que a luta continua, independente de qual país acontece uma situação parecida, pois o sistema é falho e preconceituoso com  relação a raça e status.  
"Luta Por Justiça" é um retrato de um sistema corrupto, racista, viciado e que somente defende os afortunados financeiramente falando. 

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