Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Cine Dica: Cinema, Ciência e Tecnologia: Diálogos Possíveis

MOSTRA SOBRE CINEMA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA APRESENTA MAIS DE 20 FILMES NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
Matrix

A Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta de 18 a 31 de julho a mostra Cinema, Ciência e Tecnologia: Diálogos Possíveis com mais de vinte filmes, entre curtas e longas, que trazem múltiplas perspectivas a respeito da intersecção tripla entre os saberes. Em diferentes tempos e territórios, as obras traduzem o impacto sociocultural dos avanços da ciência e das tecnologias na vida das pessoas no século vinte.

GRADE DE HORÁRIOS

18 de julho (quinta)
16h – A Vida de Galileu
19h30 – A Noite Amarela + debate com Ramon Porto Mota

19 de julho (sexta)
16h – Branco Sai, Preto Fica
18h – O Mistério de Oberwald
20h30 – Cavaleiros Divinos – Os Deuses Vivos do Haiti

20 de julho (sábado)
16h – Z – A Cidade Perdida
18h30 – Branco Sai, Preto Fica
20h – Giuseppe Penone + debate

21 de julho (domingo)
16h – A Vida de Galileu
18h30 – Sun Tunnels + debate
19h30 – O Mistério de Oberwald

23 de julho (terça)
16h – Matrix
18h30 – Um Homem com a Câmera
20h – O Fundo do Coração

24 de julho (quarta)
16h – O Fundo do Coração
18h – Um Homem com a Câmera
19h30 – O Auge do Humano + debate com integrantes da Gogó Conteúdo Sonoro

25 de julho (quinta)
16h – As Hiper Mulheres
17h30 – Z – A Cidade Perdida
20h – Razzle Dazzle: The Lost World

26 de julho (sexta)
16h – Branco Sai, Preto Fica
18h – O Professor Aloprado
20h – Projeto Raros Especial: Sem Chão + debate com Juliana Costa

27 de julho (sábado)
16h – As Hiper Mulheres
18h – Matrix
20h30 – L. A. Rebellion: Julie Dash e Zeinabu irene Davis

28 de julho (domingo)
16h – Pulse
18h – Um Homem com a Câmera
19h30 – Mirante + debate com Rodrigo John

30 de julho (terça)
16h – Pulse
18h – Z – A Cidade Perdida
20h30 – eXistenZ

31 de julho (quarta)
16h – O Professor Aloprado
18h – eXistenZ
19h30 – Plano Controle + Abrigo Nuclear (debate com Juliana Antunes)

SOBRE A MOSTRA
A mostra é dividida em dez seções temáticas – Enigmas, Investigações, Ilusões, Experiências, Artifícios, Limites, Aprendizados, Consciências, Horizontes e Horrores – e apresenta obras que contribuíram com reflexões instigantes sobre as transformações tecnológicas testemunhadas pela própria história do cinema, como Matrix, de Lilly e Lana Wachowski, Um Homem com a Câmera, de Dziga Vertov, O Fundo do Coração, de Francis Ford Copolla e Razzle Dazzle: The Lost World, de Ken Jacobs.
A sessão de abertura, na quinta-feira, 18 de julho, às 19h30, apresenta uma das primeiras exibições brasileiras do longa-metragem A Noite Amarela, destaque do Festival de Rotterdam deste ano, dirigido pelo paraibano Ramon Porto Mota. O diretor estará presente para um debate após a exibição. A sessão de encerramento, na quarta-feira, 31 de julho, às 19h30, conta com a ficção-científica Plano Controle, o mais novo filme da realizadora de Baronesa, Juliana Antunes, seguido da versão restaurada do longa-metragem Abrigo Nuclear, de Roberto Pires, um clássico sci-fi brasileiro. Juliana estará presente e participa de uma conversa após a sessão.
Outra estreia importante na cidade é Mirante, longa-metragem experimental de Rodrigo John, que parte de um registro de mais de 10 anos das janelas de um apartamento no Centro de Porto Alegre. Completam a programação brasileira Branco Sai, Preto Fica, o híbrido entre documentário e ficção-científica de Adirley Queirós, e o retrato das indígenas do Alto Xingu As Hiper Mulheres, de Takumã Kuikuro, Leonardo Sette, Carlos Fausto. O Auge do Humano, co-produção entre Argentina e Brasil, de Eduardo Williams, ganha sessão comentada pela Gogó Conteúdos Sonoros, a equipe responsável pela criação sonora do filme.
A programação também destaca grandes pioneiras do cinema, com filmes de Maya Deren, nome essencial do cinema de vanguarda, Julie Dash e Zeinabu irene Davis, integrantes do movimento L. A. Rebellion, grupo de realizadores que saíram da Universidade da Califórnia em Los Angeles e transformaram o cinema negro dos Estados Unidos, e Kathleen Collins, diretora de Sem Chão, outro marco da produção afro-americana realizada na década de 1980.
O diálogo com as artes visuais no recorte temático da mostra está presente nas exibições do documentário Giuseppe Penone, sobre a obra de um dos grandes nomes da Arte Povera, que será comentado pelas pesquisadoras Marina Câmara e Maria Ivone dos Santos, e do vídeo da artista Nancy Holt que registra a criação Sun Tunnels, uma das obras-primas da Land Art.
A mostra ainda apresenta filmes impactantes de Jerry Lewis, Michelangelo Antonioni, James Gray, David Cronenberg e Kiyoshi Kurosawa.
A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.
Os ingressos para as sessões custam R$ 10,00, com meia entrada para estudantes, idosos e portadores do Cartão Petrobras com acompanhante, além de gratuidade para os funcionários da Petrobras. A bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 – Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | http://www.capitolio.org.br | facebook.com/cinemateca.capitolio

FILMES

ENIGMAS

A Noite Amarela
Brasil, 2019, 100 minutos, DCP
Direção: Ramon Porto Mota
O que pode ser morrer, frente ao medo de existir? Uma viagem de turma de adolescentes paraibanos para uma cidade pequena.

O Mistério de Oberwald
(Il Mistero di Oberwald)
Itália/Alemanha, 1980, 129 minutos, digital
Direção: Michelangelo Antonioni
Sebastian, um homem procurado, chega ao Castelo de Oberwald para matar a rainha, mas desmaia antes do crime. Ele é a imagem do rei assassinado no dia do casamento.

INVESTIGAÇÕES

Mirante
Brasil, 2019, 79 minutos, DCP
Direção: Rodrigo John
Morador observa os habitantes do centro de Porto Alegre, enquanto uma reviravolta na história do Brasil ecoa velhos fantasmas. No vidro das janelas, o lado de fora e o de dentro se misturam, numa sinfonia fora do tempo.

Giuseppe Penone
Brasil, 2018, 52 minutos, HD
Direção: Pedro Urano
Em seu estúdio em Turim, o artista apresenta alguns de seus trabalhos mais emblemáticos e o entendimento sobre a natureza e o tempo que eles contém. Acompanhamos a instalação da obra “Elevazione” no Inhotim, visitamos o “jardim das esculturas fluidas” – uma expressiva coleção de esculturas ao ar livre instalada permanentemente por Penone nos arredores de Turim – e flagramos o artista trabalhando no bosque próximo a sua casa de campo em San Raffaele.

ILUSÕES

Matrix
Estados Unidos/Austrália, 1999, 135 minutos, HD
Direção: Lilly e Lana Wachowski
Em um futuro próximo, jovem programador é atormentado por estranhos pesadelos: está conectado por cabos em um imenso sistema de computadores.

L. A. Rebellion: Julie Dash e Zeinabu irene Davis

Ciclos
(Cycles)
Estados Unidos, 1989, 17 minutos, digital
Direção: Zeinabu irene Davis
Uma mulher aguarda a menstruação. Sua apreensão logo se aprofunda em transe.

Diário de uma Freira Africana
(Diary of an African Nun)
Estados Unidos, 1977, 15 minutos, digital
Direção: Julie Dash
O fluxo de consciência de uma freira negra vivendo em Uganda.

Ilusões
(Illusions)
Estados Unidos, 1982, 36 minutos, digital
Direção: Julie Dash
O encontro entre uma assistente de produção de Hollywood e uma cantora negra contratada para dublar atrizes brancas em cenas musicais.

EXPERIÊNCIAS

Cavaleiros Divinos – Os Deuses Vivos do Haiti
(Divine Horsemen: The Living Gods of Haiti)
Haiti/Estados Unidos, 1977, 53 minutos, HD
Direção: Maya Deren, Teiji Ito e Cherel Ito
Estudo etnográfico íntimo das danças e rituais de Vodu filmado por Maya Deren durante seus anos no Haiti (1947-1951). Edição feita por Teiji Ito e Cherel Ito nos anos 1970.

Z – A Cidade Perdida
(The Lost City of Z)
Estados Unidos, 2016, 141 minutos, DCP
Direção: James Gray
O explorador britânico Percy Fawcett viaja para a Amazônia no início do século XX e descobre evidências de uma civilização avançada que pode ter habitado a região.

ARTIFÍCIOS

Sun Tunnels
Estados Unidos, 1978, 26 minutos, digital
Direção: Nancy Holt
Sun Tunnels documenta a produção da obra-prima da Land Art criada pela artista Nancy Holt em 1976.

O Fundo do Coração
(One From the Heart)
Estados Unidos, 1982, 107 minutos, HD
Direção: Francis Ford Coppola
Numa Las Vegas onírica, Hank e Frannie decidem que seu casamento chegou ao fim. As novas paixões podem ser tão ilusórias quanto o brilho da cidade que os cerca.


LIMITES

Um Homem com uma Câmera
(Chelovek s kinoapparatom)
União Soviética, 1929, 68 minutos, HD
Direção: Dziga Vertov
A cidade acorda. A câmera-olho inicia sua aventura neste marco da vanguarda soviética dos anos 1920.

O Auge do Humano
(El Auge de Humano)
Argentina, 2016, 100 minutos, DCP
Direção: Eduardo Williams
Exe, argentino, Alf, moçambicano e Archie, das Filipinas, acabam se conhecendo na internet enquanto buscam algum tipo de conexão.

APRENDIZADOS

Sem Chão
(Losing Ground)
Estados Unidos, 1982, 86 minutos, HD
Direção: Kathleen Collins

terça-feira, 16 de julho de 2019

Cine Dica: Curso - Melodrama em Três Tempos

INSCRIÇÕES ABERTAS
Valor promocional para os primeiros inscritos

O Melodrama é um dos gêneros cinematográficos que perpassa gerações de cineastas com diversas abordagens e reconfigurações. Nos anos 40 ele foi ressignificado pelo alemão Douglas Sirk quando iniciou os trabalhos com estúdios norte-americanos. Cultuado a partir do final dos anos 60, quando a crítica cinematográfica faz uma reparação e visualiza nas obras do diretor uma influência brechtiana, assim como o grande teor de crítica social presente. 
Um de seus grandes seguidores foi o alemão Rainer Werner Fassbinder nos anos 70 e nos anos 2000 o americano Todd Haynes englobou em seu cinema influências dos dois cineastas.
 

 
O curso MELODRAMA EM TRÊS TEMPOS: SIRK - FASSBINDER - HAYNES, ministrado por Renato Cabral, pretende apresentar o panorama das obras dos três cineastas dentro do gênero melodramático, analisando tais feitos através de bibliografias estrangeiras e artigos nacionais que resgatam as obras e sua importância no cenário audiovisual. A ideia é ampliar as questões de linguagem e forma das produções para também questões temáticas que trazem destaque para um cinema por muitas vezes segmentado e que através dos três diretores encontrou formas de abrir uma reflexão sobre relações sociais integrando em suas narrativas representatividades até mesmo de gênero, sexualidade e raça.



Curso
MELODRAMA EM TRÊS TEMPOS:
SIRK - FASSBINDER - HAYNES

de Renato Cabral

Datas: 27 e 28 / Julho (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)



INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES
http://cinemacineum.blogspot.com/2019/07/melodrama-em-tres-tempos.html
 

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: 'Utøya - 22 de julho' - Terrorismo na Noruega

Sinopse: Kaja se diverte com sua irmã mais nova Emilie, doze minutos antes da primeira bomba chegar ao acampamento de verão na ilha Utøya.  

O cineasta Paul Greengrass, da "trilogia Bourn", dirigiu uma impressionante reconstituição sobre ataque terrorista contra os jovens que estavam acampando na ilha de Utoya, Noruega em 2011. Produzido pela Netflix, o filme é perturbador pelo seu realismo, principalmente pelo fato de o ataque ter sido orquestrado por um único homem, um fanático da extrema direita. Porém, "Utøya 22 de julho - Terrorismo na Noruega" se torna ainda muito mais cruel, pois o filme começa e termina justamente no cenário dos terríveis acontecimentos e dos quais poderiam ser impedidos.   
Dirigido por Erik Poppe, do filme “Águas Turbulentas” (2008), o filme se concentra na personagem Kaka, interpretada pela estreante Andrea Berntzen, que viajou com sua irmã mais nova Emillie e demais estudantes para ilha de Utøya para acamparem. Após saberem de uma explosão na zona de edifícios governamentais da capital, Oslo, os jovens começam a ficar preocupados e tentam ligar para os seus familiares. Quando um ataque começa acontecer dentro da ilha, Kaja tenta desesperadamente reencontrar a sua irmã, pois ela havia ficado para trás em uma das tendas do acampamento.    
O filme já começa de uma forma bem pouco convencional, já que Kaja, mesmo de uma forma indireta, quebra a quarta parede e nos avisa que iremos testemunhar algo pouco usual para nós. A câmera de Erik Poppe, por sua vez, se torna o nosso olhar perante os eventos que Kaja daqui em diante irá testemunhar e fazendo com que fiquemos ao seu lado até o derradeiro final. Em um plano-sequência direto, o filme nos passa a mesma sensação de outros filmes como, por exemplo, "O filho de Saul" (2015), mas com resultados distintos, porém, igualmente perturbadores.  
Embora sendo nova na área de atuação, Andrea Berntzen surpreende em sua atuação sufocante, onde a sua personagem transita entre a razão e a loucura de uma situação sem sentido algum. Em sua cruzada pela busca de sua irmã, ela testemunha o medo, o horror e a morte no olhar de cada um que ela cruza pelo seu caminho. Não deixa de ser sufocante, por exemplo, quando ela tenta reanimar, em vão, uma jovem que havia levado um tiro e que estava tentando ligar pela última vez para a sua mãe.  
Curiosamente, não há nenhum vislumbre do terrorista em si, já que o que conta aqui não é saber qual é o rosto do monstro, mas sim testemunharmos os horrores provocados pelo mesmo. Esse fato verídico ocorrido em 2011 na Noruega seria uma espécie de prenúncio da insanidade e da intolerância que a extrema direita começaria alastrar, não somente na Europa, como também pelo resto do mundo.  
Com um final perturbador, "Utøya 22 de julho: Terrorismo na Noruega" reconstitui os horrores criados pelo monstro do fascismo e do qual precisa a todo custo a ser combatido. 

Onde assistir: Now. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: Disney de Montão para Aproveitar

'WiFi Ralph: Quebrando a Internet'
Veja a minha analise completa clicando aqui.

'O Retorno de Mary Poppins'
Veja a minha analise completa clicando aqui. 

'Dumbo'
Veja a minha analise completa clicando aqui. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Documentário sobre negritude e oficinas gratuitas de cinema são os destaques da semana na Sala Redenção


A Semana na Sala Redenção será uma oportunidade para os apaixonados por cinema aprenderem com profissionais da área, assistirem a curtas universitários, debaterem sobre a identificação racial a partir de um documentário e apreciarem produções cinematográficas que não tiveram circulação expressiva na cidade. Dando início à programação na segunda-feira, 15 de julho, o Cinema Universitário, em parceria com o Coletivo Sigma,  apresenta o documentário Negritudes Brasileiras, idealizado por Nátaly Neri, uma das maiores Youtubers negras do Brasil. O média metragem,  lançado no Youtube em 2018,  terá sessão às 19h e propõe uma narrativa protagonizada por relatos e vivências de mulheres e especialistas negros. Após a exibição da obra, o Sigma promove um debate com Cristina Centeno e Helena Meireles, integrantes do coletivo Quilombelas, sobre as diferentes perspectivas que envolvem o processo de entender-se como uma pessoa negra no Brasil. Além das duas professores, Cleverton Borges, do grupo MilTons,  traz ao debate a temática da masculinidade negra. 
O Cinema recebe também, nos dias 18 e 19 de julho, a 5ª Mostra Universitária de Curtas (MOUC). Durante os dois dias, a Mostra oferece, no período da manhã, uma série de oficinas gratuitas sobre algumas das principais funções da produção audiovisual, como a direção de fotografia, a direção de arte, o roteiro e a preparação de elenco (veja a lista completa das oficinas abaixo). As aulas têm duração de uma hora e serão ministradas por profissionais da área. Essa foi justamente a ideia que levou alguns alunos da UFRGS a criarem a Mostra em 2013, já que observavam a carência de espaços para estudantes e produtores do audiovisual trocarem experiências e para pequenos filmes, realizados para disciplinas nas universidades, serem exibidos. Assim, na noite dos dia 18 e 19 uma programação de curtas-metragem de todo Brasil será exibida nas telas da Sala Redenção. As inscrições para as oficinas podem ser realizadas no site da MOUC, até o dia 16 de julho. 
A sala apresenta, ainda, em parceria com o SESC-RS, mais uma edição da mostra Cinema Pelo Mundo. Um dos longas é Anistia, uma produção realizada na Albânia, sobre a história da lei recém criada pelo Governo que permite os prisioneiros casados encontrarem suas companheiras em visita íntima uma vez por mês. Elsa, personagem do filme, vai a Tirana para reencontrar seu marido preso por conta de alugueis não pagos. Também nesta semana, o Grupo de Pesquisa e Território da UFRGS dá continuidade ao ciclo “Espaços (Sub)traídos”, apresentando o filme Antes que o mundo acabe, dirigido por Ana Luiza Azevedo, no dia 17, às 19h. Além dos filmes contemporâneos, o clássico A Tortura do Medo, de Michael Powell,  tem sessão no dia 16, terça-feira, às 19h, como parte da parceria com a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ARI).

Veja a programação no site oficial clicando aqui. 

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR’

Sinopse: A cidade de Toritama é um microcosmo do capitalismo implacável. A cada ano, mais de 20 milhões de jeans são produzidos em fábricas de fundo de quintal.  Os locais trabalham sem parar e os moradores são orgulhosos de serem os donos do seu próprio tempo.

Embora tenha quase sempre ficado por detrás da câmera, o inesquecível diretor Eduardo Coutinho, realizador de obras importantes do nosso cinema como "Edifício Master" (2002), sempre se destacava em suas obras como um todo. No "Edifício Master", por exemplo, ele tinha o dom de saber se entrosar com os entrevistados e fazendo com que eles colocassem para fora a realidade do seu dia a dia. Assistindo "Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar" me fez relembrar dos melhores momentos do falecido diretor, porém, Marcelo Gomes obtém aqui a sua identidade própria, mas de uma forma bem mais nua e crua.   
Realizador de filmes como, por exemplo, "Viajo Porque eu Preciso, Volto Porque eu Te Amo" (2009), Marcelo Gomes decide retornar para a cidade de Toritama que se localiza em Pernambuco. A intenção, no princípio, era fazer um paralelo das suas lembranças de infância com a realidade atual da qual a cidade se encontra. Ao chegar lá, ele encara uma realidade como um verdadeiro contraste se for comparado com as suas lembranças, pois a cidade se tornou centro ativo do capitalismo local, mais de 20 milhões de jeans são produzidas anualmente em fábricas caseiras.  
Meio que hipnotizado com o que testemunha, Marcelo Gomes desfila com a sua câmera pelas ruas, adentrando em cada casa e conhecendo um pouco sobre cada pessoa que ele encontra. Embora aparentem envergonhados em um primeiro momento, as pessoas começam a se abrir na frente da câmera, onde cada um fala um pouco de suas vidas e do porque se dedicarem em um trabalho quase escravo. Acreditando que possuem o seu próprio negócio, as pessoas de lá trabalham quase 16 horas por dia, em meio a maquinas que fazem um barulho incessante e gerando uma montanha de tecidos que virão a se tornar roupas de jeans a serem vendidas para a massa do mundo a fora.   
Em um documentário em que o principal destaque é o trabalho braçal ininterrupto, Marcelo Gomes tenta suavizar a situação em determinados momentos. Há, por exemplo, momentos em que ele coloca uma trilha sonora clássica para que ela se case com os movimentos contínuos das mãos de uma pessoa enquanto a própria fica fabricando as peças. É nesse momento, além de outros que virão durante a projeção, que o cineasta tenta dar uma suavizada em uma realidade fechada dentro de uma bolha e da qual serve somente para um mundo capitalista e que se encontra do outro lado dessa realidade injusta.  
Ao testemunharmos a realidade dessas pessoas isso fornece uma boa dose de reflexão.  É possível levantar comentários sobre o trabalho dito “autônomo”, mas do qual vira uma espécie de escravidão do século 21, como também ser interpretado como luxo, mas estando muito longe disso. A cidade em si, não é um lugar que você o encontra nos noticiários, sendo que muitos terão somente conhecimento através desse documentário e fazendo a maioria se perguntar como é possível ter acontecido isso.  
Curiosamente, o único momento em que vemos esses personagens largando a ferramenta e se sentirem mais humanos, é nos tempos de carnaval e onde abraçam a tão sonhada praia. É aí que Marcelo Gomes destaca a figura de Leo, trabalhador desde a sua infância, explorado por muitos, mas que não deseja largar os seus tão sonhados desejos que encontram além do infinito. O cineasta decide então testemunhar o seu dia a dia, tanto como trabalhador braçal sem nenhuma remuneração, como também alguém feliz com o pouco que tem e indo junto com a sua família para a tão sonhada praia.  
Os tão sonhados dias de descanso no carnaval, por sua vez, faz o cineasta testemunhar uma cidade fantasma, da qual somente irá voltar a ganhar vida através do retorno dos seus moradores e do barulho de suas maquinas. É nesse ponto que sentimos a voz de Marcelo Gomes desanimada, ao concluir que aquela cidade, antes dourada através de suas lembranças, se tornou somente um grande maquinário humano e a serviço do capitalismo desenfreado. Todos movidos pelo Deus do dinheiro, mas também alimentado pelo fio de esperança por um futuro mais iluminado.  
"Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar", é a síntese do vampirismo do capitalismo e do qual anseia por somente estarmos não despertos.   


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Estreia do Final de Semana (12/07/19)

Atentado ao Hotel Tal Mahal 

Sinopse: Em 2008, ataques terroristas ocorreram na cidade de Mumbai, na Índia. Foram três dias de completo caos, nos quais a cidade foi tomada por terroristas e devastada por incêndios, tiros e explosões de granadas.


A Pequena Travessa  

Sinopse:Lilli Susewind tem a habilidade de falar com animais, mas fora seus pais e sua avó, ninguém sabe deste segredo. 

Amor á Segunda Vista

Sinopse: Do dia para a noite, Raphael acorda em um universo paralelo no qual nunca conheceu Olivia, o amor da sua vida. Agora, ele precisa reconquistar a sua esposa, mesmo sendo um completo estranho.

Inocência Roubada 

Sinopse: Odette é uma menina de 8 anos que adora dançar e desenhar. Por que deveria desconfiar de um amigo de seus pais que se oferece para "fazer cócegas" nela? 



Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.