Sinopse: Bastante
machucada e largada em um beco, Joe (Charlotte Gainsbourg) é encontrada por um
homem mais velho, Seligman (Stellan Skarsgard), que lhe oferece ajuda. Ele a
leva para sua casa, onde possa descansar e se recuperar. Ao despertar, Joe
começa a contar detalhes de sua vida para Seligman. Assumindo ser uma
ninfomaníaca e que não é, de forma alguma, uma pessoa boa, ela narra algumas
das aventuras sexuais que vivenciou para justificar o porquê de sua auto
avaliação.
Chegamos ao fim da
expectativa em torno da estréia do mais novo filme de Von Trier. Aliás, a
propaganda criada em torno do seu mais novo filme é digno de nota. Meses atrás,
o cineasta era um diretor cultuado pelos cinéfilos, mesmo quando ele lançava polemicas
das quais meio que arranhou a sua imagem de gênio.
Considerado persona non
grata em Cannes depois de declarações bombásticas durante o lançamento do filme
Melancolia, Von Trier retorna com esse projeto digno novamente de nota, que
vinha sendo divulgado de uma forma maciça de propagandas, tanto pela internet,
como TV e revistas de cinema. Mas para a
surpresa de todo mundo, resultado final foi uma produção de mais de cinco horas
de projeção, o que forçou a tomar decisão de lançar o filme em duas partes,
sendo que a segunda será lançada no próximo mês de março.
Nessas primeiras duas horas
de trama, conhecemos Joe (Charlotte Gainsbourg), uma enigmática mulher que é
encontrada desmaiada em um beco sujo. É levada para a casa do Seligman (Stellan
Skarsgård) para que possa se recuperar. Ela, então, começa a contar a sua
historia e o que a levou a se tornar uma ninfomaníaca, desde que era criança
até os seus vinte e poucos anos (interpretada pela jovem e ótima atriz Stacy
Martin).
Através de cinco capítulos,
acompanhamos a perda da virgindade, a primeira paixão(?), a descoberta da
libido, a relação estranha com o pai
(Christian Slater) e o número estrondoso de parceiros sexuais crescendo cada
vez mais. Quanto às tão polemicas cenas de sexo, é importante salientar que foi
lançado uma versão por aqui com cortes
(a estendida será exibida em Festival de Veneza), mas creio que a alteração
esteja apenas no tempo de duração desses momentos, que já são suficientemente meio
chocantes, muito embora não seja nada fora do comum que já nos acostumamos há ver em muitos
outros exemplos e sinceramente passa longe do que é visto num filme pornô.
Ninfomaníaca, pelo menos
nessa primeira parte, conquistou a minha simpatia por saber prender a nossa
atenção do começo ao fim(?) e tentar saber do porque ela ter se tornado assim.
Além disso, a fusão das cenas com conhecimentos culturais que vai da musica
clássica, para a melhor forma de pescar peixe (ou homem) tornam a sessão ainda
mais imperdível. Das cenas do filme, destaco a participação de Uma
Thurman, como uma desequilibrada esposa de um dos amantes da protagonista.
Embora em pouco tempo de cena, Thurman da um verdadeiro show de interpretação,
que é algo que não se via dela desde Kill Bill.
Infelizmente quando a gente
está todo envolvido com o filme, ele acaba, mas deixando claro através de cenas nos créditos
que o melhor estar por vir. Que março chegue logo.