Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Não importa se a pessoa for fanática
ou não, Star Trek faz parte do imaginário de várias gerações, sendo aquelas que
assistiram (ou deram uma espiada) a série de TV ou aquelas que assistiram aos
filmes que deram continuidade as aventuras da tripulação da nave
Enterprise. Com a proximidade de mais um novo capitulo das aventuras de Kirk,
Spock e companhia chegando ao cinema, em breve postarei sobre cada filme que a tripulação original
(e mais adorada) estrelou nas telonas.
Enquanto isso deixo abaixo o
que é para mim a cena mais emocionante de todos os filmes já feitos ate aqui.
Sinopse: Ao término
da Segunda Guerra Mundial, o marinheiro Freddie Quell (Joaquin Phoenix) tenta
reconstruir sua vida. Traumatizado pelas experiências em combate, ele sofre com
ataques de ansiedade e violência, e não consegue controlar seus impulsos
sexuais. Um dia, ao acaso, ele conhece Lancaster Dodd (Phillip Seymour
Hoffman), uma figura carismática e líder de uma organização religiosa conhecida
como A Causa. Reticente no início, ele se envolve cada vez mais com este homem
e com suas ideias, centradas na ideia de vidas passadas, cura espiritual e
controle de si mesmo. Freddie torna-se cada vez mais dependente deste estilo de
vida e das ideias de seu Mestre, a ponto de não conseguir mais se dissociar do
grupo.
Depois de Sangue
Negro, todos estavam esperando novamente um projeto ousado vindo da mente de
Paul Thomas Anderson e novamente este não decepciona. Alardeado como o filme
que conta as origens da Citologia, a trama não se entrega as raízes dessa seita
como um todo, mas sim em seus protagonistas cheios de intensidades e que são
capazes de mudar a vida das pessoas próximas há elas. Quem necessita de uma
mudança radical é Freddie (Joaquin Phoenix espetacular) que após o termino da
Segunda Guerra Mundial, se vê perdido no mundo, com tendências explosivas e
impulsos sexuais descontrolados (o inicio representa bem isso).
Tudo muda quando
encontra Lancaster (Hoffman, ótimo como sempre), que é líder de uma organização
religiosa chamada A Causa e passa ajudar Freddie para encontrar um caminho na
vida. Pessoalmente, embora eu seja católico, sempre fui contra essas organizações
religiosas que cada vez mais cresce no mundo, pois sempre há um dedo podre nos
bastidores desses cultos. Porém, talvez querendo fugir de qualquer polemica, Thomas
Anderson jamais deixa explicito os lados negativos que ocorre em A Causa, mas
sim retrata como um movimento, onde o principal objetivo é fazer as pessoas se desprenderem
do que as levam no fundo do poço. Porém, o cineasta é hábil na sutileza em retratar
que as coisas não são bem assim, através de momentos explosivos do Mestre,
principalmente quando se vê sendo julgado por aqueles que não entendem a sua causa.
Ou então pela personagem de Amy Adams, que embora represente o lado maternal da
trama, não esconde certo ar de loucura vindo de seus olhos e demonstrando total
fanatismo, muito embora contido.
Com cenas espetaculares
em que os protagonistas agem das formas mais imprevisíveis (principalmente
vindas do personagem de Phonenix), O Mestre pode até não ser superior a obra
anterior do diretor, mas entra facilmente na lista dos melhores filmes produzidos
no inicio dessa nova década. Leia também tudo sobre as obras do diretor clicando aqui.
Sinopse: Violeta (Alessandra Negrini) é uma
dentista de 40 anos, casada e com um filho adolescente, que está pronta para
começar mais um dia em sua rotina, entre seu consultório, a academia e um novo
apartamento em Copacabana. Parece ter uma vida dos sonhos, até que recebe um
recado no celular, o que muda drasticamente seu cotidiano, fazendo com que ela
passe por uma dolorosa experiência, durante a qual busca entender a situação,
andando pelas ruas do Rio de Janeiro.
No mais novo filme do
cineasta Karim Aïnouz,O Abismo Prateado
traz Alessandra Negrini em sua melhor performance no cinema.O tema é o mesmo de
outras obras já apresentadas pelo diretor como o Céu de Suely (2005) em que o abandono é o que
assombra os seus protagonistas. Violeta (Alessandra), uma dentista de 40 anos
da Zona Sul do Rio, casada e com um filho adolescente, recebe um recado na
secretária eletrônica. É o marido (Otto Jr.), com quem ela vinha mantendo uma relação
aparentemente estável, do ponto de vista sexual inclusive (numa cena bem
sensual), dizendo que não a ama mais e que vai embora para Porto Alegre.
O cineasta então foca
o drama da protagonista, que num momento busca o paradeiro do seu amor, e em
outro momento segue caminhando sem rumo
pelas ruas do Rio e caindo na balada. A câmera do diretor
fisga com maestria o espírito em frangalhos de Violeta em sua jornada, sendo que
dois momentos impressionam: a que começa
em uma boate e termina na beira da praia, com belas imagens das ondas do mar,
simbolizando a idéia da protagonista buscar novas praias para melhorar a sua
vida, ou pelo menos buscar algo para fazer algum sentido em sua jornada.
No
percurso para o aeroporto, para onde ela vai de carona com um pai (Thiago
Martins) e sua filha pequena (Gabi Pereira), começa a se sentir melhor consigo
mesma, em momentos singelos e se descobrindo um pouco, em novas camadas até
então desconhecidas de sua pessoa. Embora pouco
divulgado e distribuído em poucas salas, Abismo Prateado é mais um pequeno e
belo filme do nosso cinema nacional que merece ser descoberto pelo grande
publico.
O CineBancários
recebe, de 4 a 9 de junho, nas sessões das 15h, a mostra de animações
portuguesas RUMA AO SUL, um panorama que reflete diferentes vivências e formas
da alma portuguesa sentir o mundo, organizada pelo Cineclube Torres e a Casa da
Animação. A mostra também acontece na Casa de Cultura Mario Quintana. Todos
pagam meia entrada.
Nas sessões das 17h, o CineBancários exibirá,
até dia 9 de junho, o longa Abismo Prateado. O documentário Sibila, segue
também em cartaz até dia 9, nas sessões das 19h.
Mais informações e horários das
sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.
Incensado pela crítica francesa como
um dos grandes gênios da comédia no cinema, o ator e cineasta Jerry Lewis ganha
uma mostra na Sala P. F. Gastal (Usina do Gasômetro – 3º andar) a partir de
terça-feira, dia 4 de junho. A mostra acontece no momento em que Lewis acaba de ser
alvo de uma homenagem no Festival de Cannes, por ocasião de sua volta ao
cinema, aos 86 anos de idade – após um jejum de quase duas décadas – com Max
Rose, de Daniel Noah (que teve sua première há duas semanas no prestigiado
festival francês), e pela comemoração do 50º aniversário de lançamento daquela
que é considerada sua obra-prima, O Professor Aloprado (1963).
A mostra organizada pela Sala P. F.
Gastal privilegia os filmes dirigidos e protagonizados por Lewis, a partir de O
Mensageiro Trapalhão (1960), que marcou sua estreia atrás das câmeras, e inclui
momentos altos de sua carreira, como O Terror das Mulheres (1961) e o citado O
Professor Aloprado. Além destes, o público poderá conferir a antológica
colaboração do ator com o diretor Martin Scorsese em O Rei da Comédia (1983),
onde Lewis brilha ao lado de Robert De Niro.
A mostra
Jerry Lewis – O Gênio da Comédia tem o apoio da distribuidora MPLC, e pode ser
conferida em três sessões diárias.
Mais
informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicandoaqui.
Sinopse:
Monsieur Oscar (Denis Lavant) é um homem sombrio que viaja de uma vida para a
outra. Ele alterna-se entre ser um assassino, um pedinte, um industrial, um
monstro e um pai de família. Ele parece ser um ator representando, mas onde
estão as câmeras? Oscar vaga acompanhado por Céline, que dirige o enorme carro
que o transporta pelos arredores de Paris. Como um assassino que se move de
morte em morte, ele persegue a beleza e o motor da vida, as mulheres e os
fantasmas da sua memória.
A pessoa
acostumada com o cinema convencional, não irá entender coisa nenhuma vista no
filme Holy Motors, mas se eu fosse resumir para esse publico leigo, digo que o
filme em si é uma verdadeira homenagem ao próprio cinema. Dirigido por Leos Carax (Sangue Ruim), acompanhamos o dia a
dia do protagonista (interpretado pelo ator fetiche do diretor, Denis Lavant),
que vive diversos personagens, sendo que quando é ele mesmo, está sempre se
preparando dentro de uma limusine para o próximo personagem que irá interpretar.
O que da a entender, é que o filme se passa num futuro, em que o cinema cada
vez mais procurou novas formas de atrair o publico, ao ponto dos atores e
atrizes interpretarem diversos personagens 24 horas direto, sendo que as câmeras
nem sequer são vista de tão bem escondidas.
Sendo
assim, da à sensação que estamos assistindo diversos curtas, onde uma trama
pode ser bem linear, outra completamente sem sentido e que espectador terá que
tirar suas próprias conclusões com relação ao que viu. Um dos meus momentos
preferidos é quando o protagonista entra numa sala especial, para interpretar
um personagem digital: aqui é mostrada a típica técnica de captura em
movimento, onde ele está interpretado um alienígena guerreiro, que por sua vez
começa há fazer sexo com uma alienígena. Neste momento assistimos tanto a
simulação de sexo com os atores, como também o resultado dos personagens
digitais se acasalando, numa seqüência muito engenhosa.
Como eu
disse acima, é um filme que presta homenagem ao cinema em si, sendo que vemos
tanto momentos em que representa o cinema atual (como a já citada técnica em captura em
movimento), como o inicio do cinema mudo. No começo da projeção, por exemplo,
surge uma cena de um filme mudo, onde o protagonista surge pela primeira vez
presenciando isso numa tela de cinema, mas isso logo depois de abrir uma parede
com uma chave saída de seu dedo. Bizarro? Na realidade o filme lembra até mesmo
alguns dos melhores momentos de filmes como Brazil: O filme, e o final lança
mais perguntas do que respostas para o espectador, mas isso faz que somente
aumente ainda mais a originalidade dessa
bela homenagem que o cineasta faz ao cinema. Não é a toa que toda a trama se
passa em Paris, já que a sétima arte nasceu lá.
Nunca é demais retornar as origens de uma incrível
arte como essa.