Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cine Especial: TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR: EXTRA


UM UNIVERSO COLORIDO EM TODOS OS SENTIDOS
Ganhando o Oscar de melhor filme Estrangeiro por Tudo Sobre Minha Mãe.  

O universo de Almodóvar é imperfeito, com seres imperfeitos, que buscam a todo o momento um lugar ao sol, mesmo que isso pareça impossível. Os seus protagonistas vão desde há pessoas loucas, gays, lésbicas, travestis e transexuais, que fazem de tudo, para destruir uma muralha a frente delas, para conseguir o seus objetivos e que para o bem ou para mal, tem resultado. O mundo em que elas vivem é colorido, com cores quentes, frescas, mas que às vezes, mostrado de uma forma plástica, para esconder o lado obscuro e hediondo, da cidade onde eles moram. Madri, a cidade favorita do cineasta, que é vista por diversos ângulos em todos os seus filmes, desde um lar  reconfortante, como o pior dos lugares para se viver.
De longe, Almodóvar é o cineasta que mais injeta em seus filmes o seu “eu” interior, mais precisamente, tanto fragmentos de inúmeras situações que ele viveu ao longo da vida, como também aquelas que ele presenciou, através de outras pessoas. Não há como negar a força do universo feminino, que ele sempre incrementou em seus projetos, sendo elas, o lado doce e forte do cineasta. De Salto Alto, Mulheres A Beira de um Ataque de Nervos, A Flor do meu Segredo, Tudo sobre Minha Mãe e Volver, são exemplos de tramas, onde mostra mulheres a beira do abismo, mas que mostram força perante o obstáculo, em frente aos homens como exemplo de desafio (ou busca), que por vezes,  não as compreendem, ou tentam até mesmo dobrá-las a todo o custo, mas que no final das contas, ame-as ou deixe-as.

A SEMSIBILIDADE DO SER Y:
Má Educação

Embora na maioria dos casos, Pedro Almodóvar seja reconhecido como um cineasta que melhor traduz o universo interior das mulheres, as camadas de inúmeras personalidades do homem, está muito presente nos seus filmes, mas de uma forma, que dificilmente o publico masculino em geral consegue aceitar ela, sendo muito poucos com a mente aberta, para conseguir abraçá-la. As primeiras obras, como A Lei do Desejo, por exemplo, vemos homens que abraçam os seus desejos pelo mesmo sexo, de uma forma crua, louca e humana. O publico feminino, tão acostumado a suspirar por Antonio Bandeiras atualmente, se choca ao ver o astro de filmes como Zorro, se deitar com outro homem e amá-lo loucamente, como se aquilo fosse (e é) natural, como se aquilo fosse encontrado em qualquer esquina de Madri. Não tenha duvidas que Antonio Bandeiras tenha tido o seu melhor momento da carreira nas mãos do cineasta, que via nele, tanto a forma exata de representar o desejo interior do homem, como também o lado obscuro de sua loucura, que faz mover o ser em busca de seu objetivo. Assim como foi visto em Ata-me, onde o personagem de Bandeiras, tendo perdido sua felicidade no passado, tenta a todo custo adquirir uma luz na vida, através da personagem de Victoria Abril, mesmo no contra gosto dela.
O universo dos travestis de Almodóvar é visto de uma forma natural e (porque não dizer) belamente superior a própria mulher em alguns momentos. Talvez porque eles agem como deveriam ser, ou simplesmente injetam a sensibilidade que eles têm, para conseguir adentrar no universo da mulher e entende-la, mesmo que isso pareça impossível para outros olhos.  Quando vemos a personagem de Marisa Paredes (em Salto Alto), se emocionar e até mesmo chorar, ao assistir um homem travestido que nem ela, representando um tempo dela que não volta mais, percebemos a força que aquele ser tem, mesmo representando algo que ele não é, ou que ele talvez queira ser, sendo que às vezes, isso já basta para o indivíduo.  
Também não é necessariamente os homens de Almodóvar ser gays, travestis ou algo do gênero, para demonstrar a sua doçura um pelo outro. Em seu melhor trabalho, Fale com Ela, os dois protagonistas criam um laço de amor e amizade, que embora nunca dito, demonstra um amor não declarado um pelo outro, enquanto as mulheres da trama, se encontram em estado de coma. Novamente a loucura e o abuso do homem perante o sexo frágil é posto em cheque aqui, mas de uma forma singela, humana, cheia de amor e o mais puro cinema de Almodóvar, onde a seqüência do suposto estupro está entre as melhores cenas de sua carreira.


ONDE ESTÁ ALMODÓVAR?
A PELE QUE HABITO 

Como havia dito acima, a vida e o lado pessoal de Almodóvar, esta impregnado em toda a sua filmografia, sendo  até mesmo difícil dizer qual dos seus filmes é um retrato exato de sua vida. Talvez muitos irão dizer que seja  Má Educação, muito embora, eu acredito que  seja apenas uma critica do cineasta contra as instituições católicas, que tenta cobrir com panos quentes, o abuso que a toda poderosa fez ao longo dos anos. Critica, que talvez o cineasta quisesse ter feito já há muito tempo, mas que só pode lançar em 2004, pois se nos seus primeiros filmes (anos 80), já cutucaram alguns, imagine se tivesse feito algo do gênero naquele período.
Mas então, qual seria o filme que mais se aproxima do que é Almodóvar? Seria de Salto Alto? Tudo sobre Minha Mãe? Volver? Seriam todos, ou o filme sobre  Almodóvar em si estaria por vir? Fica na opinião de cada um!
Até lá, veremos novos filmes, que talvez venham superar a sua genialidade de seus filmes anteriores. Pois se em A Pele que Habito, é um filme menos pessoal do cineasta, mas que mesmo assim, consegue injetar o seu universo do começo ao fim, podemos esperar algo cada vez maior nos seus filmes seguintes, mesmo que ele invente de experimentar novas formas de contar uma historia. Um filme em Preto Branco? Seria um contraste se comparado ao seu universo de cores quentes, mas que por ali, estaria Almodóvar de sempre, em sua querida Madri! 

Leia também: TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR: Partes 1,2,3,4,5,67


Me Sigam no Facebook e Twitter: 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

NOTA: EM BREVE NO MEU BLOG...


E ENQUANTO ISSO NO CLUBE SILÊNCIO.... 



Me Sigam no Facebook e Twitter: 

Cine Especial: TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR: FINAL


Enfim, encerro meus posts especiais sobre os filmes do cineasta Pedro Almodóvar. Nem todos os filmes, é claro, eu pude rever ao longo desses dias, para escrever um pouco de cada um deles, mas valeu a pena. Pois rever filmes como desse cineasta, da sempre aquela sensação de estar vendo por um novo ângulo, sempre descobrindo novas coisas que não havia visto anteriormente, na primeira vez que assistiu tempos atrás. Lembrando, que amanha começa o mais novo curso do CENA UM, sobre esse cineasta, que é muito aguardado digas se de passagem. Portanto, aguardem uma matéria especial sobre o que eu achei da atividade, que promete ser imperdível. 

A PELE QUE HÁBITO
Leia minha critica já publicada clicando aqui.


MATADOR

Sinopse: Diego Montes (Nacho Martínez) é um toureiro precocemente aposentado que trocou os touros pelas mulheres. Depois de fazer sexo com elas, matá-las era uma forma de reviver a emoção das estocadas na arena.María Cardenal (Assumpta Serna) é uma advogada criminalista que, secretamente, admira a arte do matador (como também são chamados os toureiros). No momento culminante do amor, ela mata seus parceiros, homenageando assim o mítico ritual da tauromaquia.Até que um dia eles se encontram...
  
Rodado em 1986, uma direção segura de Almodóvar, que consegue abordar a morte e a tourada numa atmosfera incrivelmente sensual, sem o humor escrachado de seus outros filmes que viriam a seguir como Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos.    

Me Sigam no Facebook e Twitter:  

Cine Dicas: Estréias no final de semana (13/07/12)


Não ta sendo fácil para o gaucho se levantar nestes últimos dias, pois o frio veio pra ficar. Mas para aqueles que têm força de vontade, não custa puxar as cobertas quentinhas da cama, se levantar e tomar um banho (brrr), para então, encarar a rua e aproveitar as áreas culturais desse final de semana. No meu caso, estarei participando do curso do CENA UM, a respeito do cineasta Pedro Almodóvar. Portanto quem se inscreveu comigo, nos veremos por lá.   
Quanto às estréias do final de semana, elas são poucas, liderado pelo mais novo filme de Wallter Salles, Na Estrada, contudo, Valente se destaca em sessões de pré-estréia. O mais novo filme da Pixar vem para arrancar elogios do publico e critica e tentar apagar a má repercussão de Carros 2.     
Confiram as estreias:  
PRE-ESTRÉIAS:

VALENTE

Sinopse: A jovem princesa Merida não quer saber da vida de realeza e não gosta nem de pensar em ser apenas mais uma esposa para o filho de algum lorde. Indo contra as tradições e os costumes, ela desafia seus pais ao perseguir o sonho de se tornar uma arqueira e, com isso, coloca em risco o reinado de seu pai, o Rei Fergus.


VIOLETA FOI PARA O CÉU

Sinopse: O drama biográfico Violeta Foi Para o Céu é um mergulho na vida de Violeta Parra, compositora, cantora e folclorista chilena que representa uma paixão nacional equivalente à Édit Piaf na França.


ESTREIAS:

NA ESTRADA

Sinopse:Nova York, Estados Unidos. Sal Paradise (Sam Riley) é um aspirante a escritor que acaba de perder o pai. Ao conhecer Dean Moriarty (Garrett Hedlund) ele é apresentado a um mundo até então desconhecido, onde há bastante liberdade no sexo e no uso de drogas. Logo Sal e Dean se tornam grandes amigos, dividindo a parceria com a jovem Marylou (Kristen Stewart), que é apaixonada por Dean. Os três viajam pelas estradas do interior do país, sempre dispostos a fugir de uma vida monótona e cheia de regras. 


Um Verão Escaldante

Sinopse: Paul (Jérôme Robart) trabalha como ator figurante, mas sonha em ser um pintor. Através de um amigo, ele conhece o artista plástico Frédéric (Louis Garrel), que é casado com uma famosa atriz de filmes italianos chamada Angèle (Monica Bellucci). Fazendo um pequeno papel em um filme de guerra, ele acaba conhecendo Elisabeth (Céline Sallette) durante uma filmagem e os dois começam a se relacionar. Livres em sua maneira de viver, Frédéric e Angèle viajam para Roma para passar um período por lá e convidam os dois namorados para ficar com eles em sua casa. Uma vez lá, o quarteto passa a vivenciar uma experiência que poderá mudar suas vidas.


Me Sigam no Facebook e Twitter:  

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cine Especial: TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR: Parte 6



Nos dias 14 e 15 de Julho, estarei participando do curso TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR, criado pelo CENA UM e ministrado pelo Doutor em Ciências da Comunicação Josmar Reyes. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse  cineasta, que adora explorar o universo feminino de várias maneiras possíveis.



Kika

Sinopse: Kika é uma maquiadora contratada por Nichoilas, um escritor norte-americano radicado em Madri, para maquiar o corpo de seu enteado Ramón e deixá-lo apresentável no velório. Porém, Ramón não está morto, ele sofre de catalepsia, e acaba despertando durante a maquiagem. Como resultado, Ramón e Kika começam um relacionamento. Tudo vai bem para o jovem casal até que Nicholas retorna de uma longa viagem. Primeiro Kika se envolve com o escritor, e depois Andréa Caradortada, uma bizarra apresentadora de um programa sensacionalista de TV, suspeita que Nicholas é um serial killer e passa a espionar a vida de todos em busca de um um furo jornalístico.

O filme tem um começo vertiginoso, com habitual humor corrosivo do diretor, algumas seqüências kitsch e cenas de sexo que beiram o explicito. O resultado de tudo isso é muita diversão com o toque dramático, polêmico e surreal no melhor estilo do cineasta. Fourque Abril e Rossy de Palma estão deliciosamente engraçadas, sendo que Abril, no papel de uma jornalista sensacionalista (Andrea Caracortada), veste figurinos de Jean Paul Gaultier.           

Má Educação 

Sinopse: Quando criança, Ignácio (Gael García Bernal) estudou em um colégio interno católico. Lá ele sofreu abusos sexuais por parte de seu professor de Literatura, o padre Manolo (Daniel Gimenez Cacho), que marcaram sua vida para sempre. Ignácio se apaixona por um colega de colégio, Enrique (Fele Martínez), que termina sendo expulso. Vinte anos mais tarde, os três personagens se reencontram. Este reencontro marcará não só a vida, mas também a morte de alguns deles.

Confesso que vi esse filme somente uma vez e já não me lembro muito dele. Portanto, farei algo diferente aqui, dando espaço ao próprio Almodóvar, sobre o porquê de ter criado esse filme. Confiram:     

" É um filme muito íntimo, mas não é autobiográfico. Não falo de minha vida no colégio (...). Obviamente minhas memórias foram importantes na hora de escrever o roteiro, já que vivi nos locais e momentos onde a história se passa. ‘Má Educação’ não é um ajuste de contas com os padres que me educaram mal, nem com a Igreja em geral. Caso tivesse necessidade de me vingar, não teria esperado quarenta anos para fazê-lo. A Igreja não me interessa, nem como adversária. O filme não é uma comédia, ainda que haja humor nem um musical infantil, ainda que crianças cantem. É um film noir, ou, pelo menos, gostaria de considerá-lo assim. O gênero noir admite bem a mistura com outros gêneros, sempre que a narração respire esse ar fatal, sem o qual o negro seria cinza. No noir pode não haver polícia nem armas, nem sequer violência física, mas tem de haver mentiras e fatalidade, qualidades que normalmente uma mulher encarna: a femme fatale. Ela é consciente de seu poder de sedução e é fria, razão pela qual não se altera facilmente. É alguém que perdeu os escrúpulos e não se interessa em recuperá-los. Para ela, o sexo não é fonte de prazer e sim de dor para os demais. Em A Má Educação, a femme fatale é um enfant terrible, o personagem interpretado por Gael Garcia Bernal”.
Pedro Almodóvar.  

Me Sigam no Facebook e Twitter:  

Cine Dica: Em Cartaz: O ESPETACULAR HOMEM ARANHA

ENTRE ERROS, ACERTOS E PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS  
Sinopse: O Espetacular Homem-Aranha é a história de Peter Parker um estudante rejeitado por seus colegas e que foi abandonado por seus pais ainda criança sendo então criado por seu Tio Ben e pela Tia May. Como muitos adolescentes Peter tenta descobrir quem ele é e como ele se tornou apessoa que é hoje. Peter também está começando uma história com sua primeira paixão Gwen Stacy e juntos eles lidam com amor compromissos e segredos. Quando Peter descobre uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai ele começa uma jornada para entender o desaparecimento de seus pais - o que o leva diretamente à Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors antigo sócio de seu pai. Procurando por respostas e uma conexão Peter comete um erro que o coloca em rota de colisão com o alter-ego do Dr. Connors O Lagarto. Como Homem-Aranha Peter tem que tomar decisões que podem alterar vidas para usar seus poderes e moldar seu destino de se tornar um herói.

As comparações com essa nova reinvenção do herói nas telas, com a já clássica trilogia comandada por Sam Raimi são inevitáveis, mas não quer dizer que não seja possível separá-las uma da outra. Para começar, são filmes completamente diferentes, mas que curiosamente, segue com o mesmo trajeto em inúmeros pontos da historia, mas apresentada de uma forma fresca, como estivéssemos vendo pela primeira vez a origem clássica do herói. Isso não quer dizer que essa nova versão esteja livre de certos deslizes, ao começar pelo fato da Sony vender o filme “como a historia não contada”, sendo mais especificamente sobre os pais de Peter, que jamais foram citados na trilogia anterior. Mas se era para tocar neste ponto de interrogação sobre eles, porque não seguiram adiante no decorrer da trama?
Saber quem eles eram e porque eles foram embora, isso simplesmente é deixado de lado na primeira hora de filme e serviu unicamente de desculpa, para o protagonista adentrar num universo até então desconhecido dos seus pais,  para então ele adquirir os seus poderes e conhecer a sua contra parte nesta primeira aventura, o Dr Curt Connors. Ou seja, uma coisa levou a outra, em coincidências que beiram de uma maneira forçada, mas depois delas acontecerem, o filme retorna aos momentos sobre a construção do herói, de uma forma gradual e sem pressa e mesmo já sabermos de cor e salteado o que irá acontecer, nos simpatizamos, tanto com o protagonista, como também com o seus simpáticos tios cheio de lição de moral, interpretados de forma competente pelos veteranos Martin Sheen e Sally Field.
Andrew Garfield até que cumpre de uma maneira satisfatória, a responsabilidade de interpretar um personagem tão conhecido por todos. Sua forma de interpretar é natural, fazendo nos convencer que realmente ele é um adolescente cheio de conflitos e duvidas interiores (embora seus chiliques na boca e nos olhos tenham me incomodado um pouco). Curiosamente, ele consegue muito bem separar a personalidade de Peter Parker, com a do Homem Aranha, que surge soltando piadinhas a todo o momento no decorrer do filme, fazendo o fã mais antigo, se lembrar dos bons e velhos tempos do personagem nas HQ, o que torna isso um grande acerto. Falando em bons e velhos tempos, os produtores acertaram em não repetir o casal do filme anterior e trouxeram a vida o verdadeiro primeiro amor de Peter, Gwen Stacy, interpretada de uma forma competente por Emma Stone, que cá entre-nos, consegue passar muito mais personalidade de sua personagem, se comparada a contra parte das HQ.
Em contrapartida, o personagem Curt Connors (Rhys Ifans) se divide em dois atos completamente diferentes. Se em um primeiro momento nos simpatizamos com ele, em sua busca para ajudar a humanidade (e na tentativa de adquirir um novo braço), por outro lado, ele acaba se tornando um vilão sem sal, ao se tornar no monstro lagarto, cujo objetivo é tornar á sua idéia megalomaníaca em realidade, de transformar todas as pessoas em lagartos! Se o filme investisse unicamente em seu conflito em tentar controlar o seu monstro interior, garanto que sairiam ganhando.
Quanto à direção, fica muito claro do porque de Marc Webber ser escolhido para o comando, pois após bem sucedido 500 Dias Com ela, era uma questão de lógica que ele seria convidado, para comandar tramas que ficassem em voltas de um relacionamento complicado. No caso do casal aracnídeo, Webber torna bem verossímil, e porque não em alguns momentos, superior ao casal visto na trilogia original, principalmente pelo fato do casal de atores ter tido uma boa química, tanto dentro como fora da tela. Já nos momentos quando o filme engrena para as cenas de ação, Webber não cria nada de revolucionário em termos de efeitos visuais ou truques de câmera, mas elas acontecem de uma forma gradual e promissora, embora não espere algo tão inesquecível, como a fantástica cena de ação no trem em Homem Aranha 2, que ainda hoje continua insuperável.
Entre altos e baixos, O Espetacular Homem Aranha até que se sai bem como uma boa aventura, sem com muitas ambições e tão pouco revolucionário, em termos de trama e ação. Se o novo universo cinematográfico do aracnídeo era para começar dessa forma, na próxima aventura, talvez as coisas fiquem mais claras e sem promessas a não serem cumpridas no meio do caminho.
E sim, Stan Lee faz sua ponta habitual, hilária digas se de passagem.       


Leia também: Trilogia HomemAranha




Me Sigam no Facebook e Twitter:  

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cine Especial: TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR: Parte 5

Nos dias 14 e 15 de Julho, estarei participando do curso TODAS AS CORES DE PEDRO ALMODÓVAR, criado pelo CENA UM e ministrado pelo Doutor em Ciências da Comunicação Josmar Reyes. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse  cineasta, que adora explorar o universo feminino de várias maneiras possíveis.

Ata-me!

Sinopse: Antonio Banderas (A Máscara do Zorro) interpreta Ricky, um rapaz recém saído de uma clínica para doentes mentais e que deseja construir família com uma esposa dedicada. Para sua noiva, ele escolhe a rainha do cinema de segunda classe Marina (Victoria Abril), a quem rapta e mantém como prisioneira. À medida que esta relação bizarra se desenvolve, eles descobrem um amor incomum que sobrevive devido a algo além de prazer e dor.

Embora menos mordaz do que seus sete filmes anteriores da época, Almodóvar trata com ironia assuntos sérios como paixão, drogas, menores abandonados e o próprio cinema. Fotografado em cores berrantes, é simpático e interessante. Musica de Ennio Morricone, que por vezes, soa soberba e eficaz. Apesar de poucas cenas de sexo, curiosamente foi classificado com “X” (pornô) nos EUA.    

A Flor do Meu Segredo do

Sinopse: Com seu casamento em crise, autora de livros de romance açucarados entra em depressão e não consegue mais escrever suas tramas amenas. Quando sua editora recusa seu livro mais recente, ele procura emprego num jornal. Lá, o editor do jornal passa a admirá-la e a ajuda a sair da crise emocional.

Almodóvar faz uma incursão rara ao melodrama, confessadamente inspirado em suas memórias de infância, para realizar uma obra tocante, que se equilibra delicadamente entre o poético e o cômico ao fazer um sensível inventário das relações afetivas da protagonista. Destaque para o elenco, no qual brilham Marisa Paredes (a escritora) e Chus Lampreave como sua mãe. Indispensável na filmografia do diretor.     


Me Sigam no Facebook e Twitter: