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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cine Dica: Estréias no final de semana (02/12/11)

E ai gente cinéfila. Dia 2 de dezembro, inicio do ultimo mês desse ano e já sinto o clima de despedida, de um ano que até se saiu bem melhor que no ano anterior, mas deixemos para falar disso numa outra ocasião. Com relação a esse final de semana, duas surpresas, um candidato a Cult, nostalgia e filme para toda a família. Com relação às duas surpresas, me refiro a dois filmes, que já se encontram em DVD, mas que voltam em cartaz. Minhas Tardes com Margueritte, por exemplo, é justo o filme ter o seu momento numa sala de cinema, pois é um filme pequeno, que reserva inúmeros momentos deliciosos de serem assistidos, e antes tarde do que nunca em ter chegado em uma sala daqui da capital, mais precisamente no ótimo Guion Center (sala 3). Quanto Minha Terra África, a produção de Claire Denis ganha nova chance com o publico cinéfilo daqui, na sala Santander Cultural.
Com relação a candidato a Cult, me refiro ao elogiado O Garoto da Bicicleta, sucesso de critica e bastante comentado pelo publico, antes mesmo do filme estrear. Quanto a nostalgia, me refiro ao retorno dos Muppets no cinema, apesar de que, quando me lembro deles, sempre me vem na cabeça o genial desenho, nas versões deles como crianças, e que passava no SBT, entre os anos 80 e 90, bons tempos aqueles. E por ultimo, como o natal esta chegando, não podia faltar um filme para toda a família e soltar aquela sensação festas natalinas, e a bola da vez, é Operação Presente. Confira todas as estréias:

Minhas tardes com Margueritte
Confira a minha critica, já publicada, clicando aqui.


Minha Terra África
Confira a minha critica, já publicada, clicando aqui.

O Garoto da Bicicleta
Sinopse: Cyril é um garoto de 12 anos que está em busca de seu pai, que o abandonou em um lar para crianças. No seu caminho encontrará Samantha, uma mulher que lhe oferece abrigo e carinho.



Os Muppets ‎ ‎
Sinopse: Gonzo é contratado para dirigir um filme mas acaba gastando toda a verba no primeiro dia. Ele precisa então terminar a produção sem dinheiro apenas contando com a ajuda de seus amigos fantoches.



Operação Presente
Sinopse: A história revela a incrível e nunca antes vista resposta à pergunta de toda criança: Como é que Papai Noel entrega todos os presentes em uma noite?. A resposta: Uma operação emocionante e utltra-high-tech do Papai Noel escondida sob o Pólo Norte. Mas o coração do filme é uma família em um estado de disfunção e um herói improvável Arthur que tem uma urgente missão que deve ser concluída antes do amanhecer.

Amanhã nunca mais
Sinopse: O filme conta a história de uma noite extraordinária na vida de um homem que não sabe dizer não. Walter precisa buscar o bolo de aniversário de sua filha e o que parecia ser uma tarefa simples se mostra fora de todos os costumes. Aquela noite de sexta-feira nunca será esquecida e Wagner nunca mais será o mesmo.


Os Nomes do Amor
Sinopse: Bahia Benmahmoud (Sara Forestier) é uma jovem tão comprometida com seus ideais que não se importa nem um pouco de transar com seus opositores, no intuito de convertê-los à sua visão. Ela costuma ser bem sucedida em suas investidas, até o dia em que conhece Arthur Martin (Jacques Gamblin).


Late Bloomers – O Amor Não Tem Fim
Sinopse: Casados há mais de 30 anos, Adam e Mary passaram mais da metade de suas vidas juntos, criando seus filhos - que já saíram de casa há muito tempo - e encararando altos e baixos. Agora, aguardam a chegada de uma fase mais tranqüila. Mas ela não chega. Adam, antes um bem-sucedido arquiteto, vê sua carreira e situação financeira não serem mais prósperas como antes, enquanto Mary está com problemas de memória, o que pode ser um indício de demência. Lentamente, Adam e Mary começam a se afastar – até a separação parecer inevitável.

Os Especialistas
Sinopse: Baseado no livro de Ranulph Fiennes Os Especialistas mostra um grupo de antigos membros das forças especiais britânicas que passa a ser caçado por uma equipe de assassinos.


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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 7

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

QUEM MATOU LEDA?
Sinopse: O negociante Henri Marcoux (Dacqmine) tem um caso amoroso com uma bela e jovem vizinha (Lualdi), bem debaixo do nariz da sua esposa Thérèse (Robinson). A linda filha de Henri, ao conhecer o húngaro (Belmondo) fica apaixonada, enquanto o filho voyeur de Henri começa a ter liberdades com a amante do pai. Com o amadurecimento das paixões na família, deslumbra-se uma tragédia.
Este é o terceiro filme de Chabrol, e seu debute no thriller psicológico, gênero também de seus dois filmes seguintes, que foram, Les Bonnes Femmes e LEnfer. Usando com perícia os flashbacks e vinhetas, Chabrol cria um perturbador enredo de infidelidade, obsessão e assassinato num vinhedo em Provença. Não tem como não deixar de lembrar-se da atuação de Jean-paul Belmondo, sendo que, todo elenco está perfeito, mas é Belmondo que da o show, criando seu personagem de uma forma irônica e cômica, onde suas palavras, por mais chocantes que sejam, são a mais pura verdade..
Assim como Luis Buñuel, Cabrol faz uma critica a família burguesa, num verdadeiro retrato de desconstrução dessa imagem de família perfeita, tanto, que o suspense e o mistério da morte de Leda acontece bem depois, sendo que a própria, aparece só meia hora  de projeção.
Após a entrada de Leda, o clima vai mais para o lado melodramático e a tensão começa a pesar, auxiliada com uma bela fotografia, que faz até amenizar o clima pesado, mas não o suficiente, para a derradeira seqüência do filme, que passa na casa de Leda, numa seqüência de flashback incrível e muito bem dirigida. É nesta seqüência, que Chabrol demonstrou ser um pequeno discípulo de Hitchcock. Uma obra prima e que vale a pena ser procurada.


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Cine Clássico: FRENESI

DE VOLTA A SUA TERRA NATAL, HITCHCOCK RENOVA
SEUS INGREDIENTES DE SUCESSO
 

Sinopse: Londres está sendo aterrorizada por um serial killer que está atacando as mulheres atrás de sexo. A polícia tem um principal suspeito, Richard Blaney, e este fará de tudo para provar sua inocência.
Depois de quase vinte anos, o mestre do suspense retorna para Londres, para criar uma trama repleta de suspense e humor negro de muito bom gosto. Baseado no romance de Arthur La Bern, o filme possui todos os ingredientes que moldaram os melhores momentos do diretor durante a sua carreira, como inúmeras reviravoltas na trama, e mais, o diretor tentou com êxito, se inovar na criação de determinadas cenas, injetando mais violência, sangue e até mesmo estupro, coisa até então inédita na carreira do diretor. Até hoje, muito se perguntam até onde o diretor iria chegar caso continuasse filmando e ousando, para atrair novos fãs. Atenção para a espetacular seqüência dentro de um caminhão cheio de batatas, onde o assassino, tenta recuperar um broche, que está preso justamente na mão da sua vitima anterior. O impressionante nesta cena é de Hitchcock fazer com que o espectador, fique com o sentimento dividido com relação ao assassino. Sabemos que ele é um monstro, mas nesta seqüência, sentimos até mesmo pena dele, por estar dando tudo errado, ao ponto, que nem sequer a mão da vitima já morta, colabora para o personagem se safar, num momento de puro humor negro que choca, mas não tem como não rir. Se esse filme fosse o ultimo do diretor (o derradeiro foi Trama Macabra) Hitchcock teria encerrado sua carreira com chave de ouro e com louvor.


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Cine Curiosidade: De Godard a Renais

NOVO CURSO DO CENA UM É DESTAQUE NO JORNAL DO COMÉRCIO


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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 6

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

Pickpocket
Sinopse: Introspectivo e revoltado com a estrutura social, o jovem Michel começa a bater carteiras pelo prazer e a emoção de roubar. Com o tempo, o hábito torna-se uma compulsão. Michel é preso e, na cadeia, reflete sobre seus atos ao perceber o forte choque causado em sua família e amigos. Ainda assim, ao ser solto, une-se a um ladrão veterano e volta ao crime. Sua consciência pesa novamente, agora por ter se apaixonado por Jeanne, vizinha que cuida de sua mãe. Entre os dois nasce uma relação afetuosa, capaz de motivar o protagonista a abandonar a compulsão ao roubo. O filme é uma concretização das teorias de Bresson acerca do cinema: o diretor buscava acentuar a distinção da linguagem cinematográfica em relação a todas as outras.
Levemente inspirado em "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoievski, Pickpocket (ou Batedor de Carteiras), é uma das grandes obras de Robert Bresson, que se separa do romance do escritor russo, para abordar dois temas que o cineasta bastante recorreu na sua carreira, a questão da culpa e da redenção.
Os melhores momentos do filme ficam sendo quando o protagonista rouba as carteiras de uma forma artística e bem aventurada. Sendo com atores pouco conhecidos, o filme vai mais para lado natural e cru, ao mesmo tempo é rico em detalhes, (como olhos, gestos, enquadramentos), que conta a história de um ladrão de carteiras, que vai do seu auge há queda, para então encontra o amor e a redenção. Tive o prazer de ver esse filme em abril desse ano  no cinebancários, e em minha opinião, pode tranquilamente estar ao lado de Acossado, Incompreendidos e dentre outros, como um dos melhores representante do Nouvelle Vague.




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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Capitão America: O Primeiro Vingador

Leia a minha critica, já publicada, clicando aqui.  


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Cine Clássico: OS OLHOS SEM ROSTO

Sala de Cinema P.F. Gastal apresenta obra prima do horror, para uma nova geração.
  Sinopse: Um famoso cirurgião, após desfigurar a filha num acidente de carro, lança-se no desenvolvimento de uma nova forma de transplante facial a partir de uma doadora viva, fato que o levava a matar suas pacientes para roubar-lhe os rostos. A técnica funcionou na sua assistente, mas o corpo da filha rejeita sucessivamente os novos rostos implantados, causando uma série infindável de crimes que logo chama a atenção da polícia, dando início às investigações.
Durante vários dias, OS OLHOS SEM ROSTO foi o grande destaque da mostra "Dialogo com o novo de Almodóvar" na Sala de Cinema P.F. Gastal, da Usina do Gasômetro, sendo então, redescoberto por uma nova geração de cinéfilos gaúchos, que até então a maioria, desconhecia sobre esse filme. Lançado em 1960 na França, essa produção faz parte da galeria de filmes que, embora obscuros para o grande público, são idolatrados por uma minoria de cinéfilos interessados em filmes de horror com originalidade. Só para se ter uma idéia, esse filme foi o primeiro longa-metragem de um dos fundadores da lendária Cinemateca Francesa, “Les Yeux Sans Visage”, porém, na época a produção não despertou muito interesse em seu lançamento, obtendo as piores criticas possíveis. Mas, como eu sempre prego, é o tempo que justifica os meios, pois o trabalho de Georges Franju vai além da simples proposta de pregar sustos na platéia, e sim, vai construindo um clima fantasmagórico e inquietante, no qual o publico jamais esquece tão cedo.
Embora tenha fracassado, o filme de Franju foi resgatado graças a opinião da crítica norte-americana Pauline Kael, que na época, era o nome de maior atividade na profissão durante os anos 1960 e 1970, Kael conseguiu ver neste filme, algo mais do que um mero filme de terror. Para Kael, o filme tinha uma qualidade etérea que transcendia os encantos do gênero. Como acontecia com freqüência, a crítica percebeu, antes de resto do mundo, que estava diante de uma obra original, um filme capaz de mesclar elementos de gêneros díspares – o surrealismo, o thriller policial e o naturalismo macabro do teatro Grand Guignol – para construir algo único.
OS OLHOS SEM ROSTO é um filme construído sobre uma imagem fascinante de Catherine, que se torna uma figura fantasmagórica, com sua máscara branca de porcelana e os seus vestidos brancos, vagando sem rumo pelos amplos corredores da mansão gótica, afastada da capital francesa, onde vive com o pai. Os enormes e expressivos olhos claros da atriz Edith Scob ajudam a transformar a figura de trágica de Christiane numa personagem complexa, de nuances que vão muito além das palavras. De fato, OS OLHOS SEM ROSTO é um filme lento, repleto de seqüências sem diálogos, e isso pode incomodar alguns espectadores, mas funciona a favor do filme, no sentido em que contribui para a construção de uma atmosférica lúgubre.
A grande fotografia do polaco Eugen Schüfftan (responsável pelos efeitos especiais do clássico “Metrópolis”, de Fritz Lang) vai além do mero contraste claro/escuro que sempre caracterizou o expressionismo alemão. A câmera busca ângulos que acentuam o isolamento da família Génessier, bem como a progressiva perturbação emocional de pai e filha. Há pelo menos três belas seqüências filmadas à noite, perturbadores por captar um senso agudo de desolamento e solidão. Schüfftan usa os cômodos do casarão da família (especialmente o sinistro porão) para dar um toque levemente macabro a Christiane, cujo guarda-roupa – observe que ela usa sempre vestidos claros e compridos, que a fazem parecer flutuar como um fantasma, ao invés de caminhar – completa o trabalho brilhantemente.
Pedro Almodóvar, que é grande fã dessa obra, fez recentemente, o seu mais novo sucesso, (A pele que Habito), se inspirando em elementos vistos nesta obra francesa. Com isso, muitos cinéfilos sabendo disso, foram correr atrás desse clássico, e atualmente, não me admira que a obra comece a ganhar mais e mais fãs gradualmente.


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