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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Mistério do Gato Chinês' - Beleza Vs Narrativa

Sinopse: Dinastia Tang, na China, um gato preto começa a atacar altos membros da Corte Imperial, deixando uma série de mortos. Um poeta e um monge se unem para investigar os estranhos fatos que andam acontecendo neste cenário. 

A China é atualmente um dos maiores mercados cinematográficos do mundo e tendo o direito de fazer qualquer tipo de filme que bem entender. O problema é quando esse tipo de filme é vendido ao público do ocidente e tendo sério risco de testar a paciência de pessoas acostumadas pelo lado convencional de uma trama."O Mistério do Gato Chinês" é uma superprodução onde se encontra o melhor da mitologia do país e da qual nem todos irão compreender.  
Dirigido pelo cineasta Chen Kaige, do filme "Sacrifício" (2013), o filme se passa durante a dinastia Tang, na China, onde um gato misterioso começa a atacar altos membros da Corte Imperial, deixando uma série de mortos. Dois homens muito diferentes, o poeta chinês Bai Letian (Huang Xuan) e o monge japonês Kûkai (Shôta Sometani) decidem unir forças para descobrir o que existe por trás do animal místico. Aos poucos, eles descobrem segredos na história da nobreza, envolvendo uma bela concubina amada pelo Imperador, mas atacada pelo povo. 
O primeiro ato do filme já nos deixa claro que estamos diante de algo em que os realizadores não terão freio em usar e abusar dos melhores recursos de ponta e dos quais irão moldar a narrativa do começo ao fim dela. O gato em si, por exemplo, é apresentado na maioria das vezes de uma forma digital e, por vezes, realista. Além disso, é notório o uso de velhos recursos de luz e sombra e dos quais se cria um clima de mistério dos filmes policiais de antigamente, mesmo quando essa trama se passe no oriente. É preciso destacar também que esses momentos são moldados por um plano-sequência curioso, onde câmera flui de uma maneira fácil pelos cenários e sintetizando a genialidade do cineasta Chen Kaige. 
Mas acho que o problema principal de "O Mistério do Gato Chinês" seja o excesso de informações para uma trama que não precisaria de tantas camadas narrativas. O uso em demasia de inúmeros personagens, por exemplo, faz com que o público tende a se concentrar em dobro e o que acaba prejudicando o raciocínio. É preciso, portanto, se concentrar nos dois principais protagonistas, principalmente por eles serem uma espécie de representação do público perante uma situação em que os mesmos tentam compreende-la. 
Se a narrativa e personagens em demasia tornam a história confusa, ao menos, visualmente o filme é um verdadeiro espetáculo. Além de efeitos visuais e da câmera fluida já citado acima, o filme possui uma das mais belas edições de arte e fotografia que eu presenciei neste ano e do qual sintetiza todo o esplendor da cultura Chinesa como um todo. O flashback, por exemplo, do qual se inicia no final do segundo ato, é um verdadeiro colírio para os nossos olhos e se tornando peça-chave para melhor compreendemos esse quebra cabeça de teorias conspiratórias.   
Embora com complexidades narrativas em excesso, "O Mistério do Gato Chinês" é um filme para ser apreciado graças ao seu visual esplendoroso. 

Nota: O filme foi exibido para os associados no última sábado (10/08/19) na sala Sala Eduardo Hirtz na Cinemateca Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana. O filme segue em cartaz as 19h. Confira a programação completa clicando aqui.

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