Sinopse: Durante um dia normal de trabalho como entregador, Jong-soo reencontra Hae-mi, uma antiga amiga que vivia no mesmo bairro que ele. A jovem está com uma viagem marcada para o exterior e pede para Jong-soo cuidar de seu gato de estimação enquanto ela está longe.
Olhando para trás se percebe que o cinema recente previu certas adversidades que o mundo atual viveria, desde divisão classes, capitalismo desenfreado, doenças e com tudo isso agora transbordando. Se por um lado "Coringa" retrata uma cidade dividida entre as classes, alinhado com o corte de ajuda social, por outro lado, "Parasita" explicita o lado podre do capitalismo transbordando e do qual, não importa qual classe, todos saem perdendo. "Em Chamas" segue uma trilha similar destes dois filmes citados, mas se aprofundando ainda mais no lado psicológico dos personagens em meio a um mundo sempre em movimento e movido pelo lucro.
Dirigido por Lee Chang-Dong, mesmo diretor de "Poesia" (2011), o filme se passa durante um dia um dia normal de trabalho como entregador, Jong-soo (Yoo Ah-In) que reencontra Hae-mi (Jeon Jong-seo), uma antiga amiga que vivia no mesmo bairro que ele. A jovem está com uma viagem marcada para o exterior e pede para Jong-soo cuidar de seu gato de estimação enquanto está longe. Hae-mi volta para casa na companhia de Ben (Steven Yeun), um jovem misterioso que conheceu na África. No entanto, o forasteiro tem um hobby peculiar, que está prestes a ser revelado aos amigos.
Com mais de duas horas e meia, o filme não tem pressa em retratar o dia a dia do protagonista Jong-Soo, ao ponto de ficarmos nos perguntando qual é realmente o conflito do qual ele está passando naquele momento. Durante esse percurso, observamos a sua realidade, onde vemos uma Coréia do Sul movida pelo dinheiro, pelo consumo, pela batalha de quem vende o produto mais tentador e de toda uma sociedade movida por números e do sonho de ser bem sucedido. É curioso observar, por exemplo, o cenário onde a personagem Hae-Mi mora, sendo um simples quarto, mas cheio de Bugigangas e fazendo a gente se perguntar qual o significado de todas aquelas coisas.
Essa sensação que nós sentimos vem através do olhar de Jong-Soo, já que ele nos guia para testemunharmos essa Coréia do Sul atual e do qual, ou se vive com ela, ou se desvencilha da possibilidade de se tornar apenas mais uma engrenagem predestinada a mover essa roda. Com isso, observamos um conflito de divisão de classes, principalmente quando surge em cena Ben, um rapaz simpático, porém, misterioso, bem sucedido, mas com atitudes peculiares e que fazem o protagonista ter determinados conflitos internos.
Uma vez o trio central conversando em diversas cenas, observamos certas análises que cada um faz um com o outro ou consigo próprio. É simbólica, por exemplo, a cena em que o trio se encontra na divisa com a Coreia do Norte, sendo que o lado de cá eles se sentem livres em abraçarem certos prazeres, mas não escondendo o fato de estarem presos também a um sistema cheio de regras e dos quais não fazem exatamente eles estarem felizes nessa realidade. Ao vermos Hae-mi dançando quase nua perante um belo pôr do sol após ter fumado uma erva, observamos uma pessoa não exatamente livre, mas sim alguém amarrada por cordas invisíveis criada pela realidade em que vive.
O ato final nos brinda com um conflito entre Jong-soo e Ben, mas não em confronto direto, mas sim por um caminho que nos leva a um jogo psicológico e gerando até mesmo uma apreensão sobre o que virá logo a seguir. Mesmo rico, Ben possui um prazer peculiar em queimar estufas abandonadas e gerando certa revolta interna de Jong-soo. O do porque isso ocorre não é muito explicado, muito embora constatamos que ali há uma guerra de classes criada através do medo, ou da pessoa acreditar que ela é intocável e achando que pode fazer o que bem entender por se achar simplesmente afortunado.
Não é um filme que traz respostas facilmente, principalmente por fazer com que nos tornemos apenas observadores e testemunhar as mudanças repentinas que ocorrem vindas dos personagens. Mudanças essas que vem da revolta, do medo e da insegurança nascida dentro de uma sociedade que vive perante um futuro incerto. O filme caba de uma forma fulminante, mas ficamos pelo caminho, pois o nosso mundo real pode nos encaminhar por situações ainda piores do que aquilo.
"Em Chamas" é sobre uma guerra psicológica sobre uma sociedade em crise existencial e movida somente pelos números e não mais pelo lado que nos faz mais humanos.
Dirigido por Lee Chang-Dong, mesmo diretor de "Poesia" (2011), o filme se passa durante um dia um dia normal de trabalho como entregador, Jong-soo (Yoo Ah-In) que reencontra Hae-mi (Jeon Jong-seo), uma antiga amiga que vivia no mesmo bairro que ele. A jovem está com uma viagem marcada para o exterior e pede para Jong-soo cuidar de seu gato de estimação enquanto está longe. Hae-mi volta para casa na companhia de Ben (Steven Yeun), um jovem misterioso que conheceu na África. No entanto, o forasteiro tem um hobby peculiar, que está prestes a ser revelado aos amigos.
Com mais de duas horas e meia, o filme não tem pressa em retratar o dia a dia do protagonista Jong-Soo, ao ponto de ficarmos nos perguntando qual é realmente o conflito do qual ele está passando naquele momento. Durante esse percurso, observamos a sua realidade, onde vemos uma Coréia do Sul movida pelo dinheiro, pelo consumo, pela batalha de quem vende o produto mais tentador e de toda uma sociedade movida por números e do sonho de ser bem sucedido. É curioso observar, por exemplo, o cenário onde a personagem Hae-Mi mora, sendo um simples quarto, mas cheio de Bugigangas e fazendo a gente se perguntar qual o significado de todas aquelas coisas.
Essa sensação que nós sentimos vem através do olhar de Jong-Soo, já que ele nos guia para testemunharmos essa Coréia do Sul atual e do qual, ou se vive com ela, ou se desvencilha da possibilidade de se tornar apenas mais uma engrenagem predestinada a mover essa roda. Com isso, observamos um conflito de divisão de classes, principalmente quando surge em cena Ben, um rapaz simpático, porém, misterioso, bem sucedido, mas com atitudes peculiares e que fazem o protagonista ter determinados conflitos internos.
Uma vez o trio central conversando em diversas cenas, observamos certas análises que cada um faz um com o outro ou consigo próprio. É simbólica, por exemplo, a cena em que o trio se encontra na divisa com a Coreia do Norte, sendo que o lado de cá eles se sentem livres em abraçarem certos prazeres, mas não escondendo o fato de estarem presos também a um sistema cheio de regras e dos quais não fazem exatamente eles estarem felizes nessa realidade. Ao vermos Hae-mi dançando quase nua perante um belo pôr do sol após ter fumado uma erva, observamos uma pessoa não exatamente livre, mas sim alguém amarrada por cordas invisíveis criada pela realidade em que vive.
O ato final nos brinda com um conflito entre Jong-soo e Ben, mas não em confronto direto, mas sim por um caminho que nos leva a um jogo psicológico e gerando até mesmo uma apreensão sobre o que virá logo a seguir. Mesmo rico, Ben possui um prazer peculiar em queimar estufas abandonadas e gerando certa revolta interna de Jong-soo. O do porque isso ocorre não é muito explicado, muito embora constatamos que ali há uma guerra de classes criada através do medo, ou da pessoa acreditar que ela é intocável e achando que pode fazer o que bem entender por se achar simplesmente afortunado.
Não é um filme que traz respostas facilmente, principalmente por fazer com que nos tornemos apenas observadores e testemunhar as mudanças repentinas que ocorrem vindas dos personagens. Mudanças essas que vem da revolta, do medo e da insegurança nascida dentro de uma sociedade que vive perante um futuro incerto. O filme caba de uma forma fulminante, mas ficamos pelo caminho, pois o nosso mundo real pode nos encaminhar por situações ainda piores do que aquilo.
"Em Chamas" é sobre uma guerra psicológica sobre uma sociedade em crise existencial e movida somente pelos números e não mais pelo lado que nos faz mais humanos.
Onde assistir: Em locação pelo Google play Filmes e Youtube
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