Sinopse: Um acampamento de verão inovador motiva um grupo de jovens com deficiência a criar um movimento em busca de novos caminhos para um mundo com mais igualdade.
Os anos sessenta e setenta foram épocas em que o excluído ganhou fala, forma e sendo que o mesmo não estava interessado mais em voltar para as sombras. O Festival de Woodstock, por exemplo, foi uma espécie de janela para o mundo assistir a pessoas de diversas cores, pensamentos e modos de agir que iam contra ao sistema implantado pelos governos daqueles tempos. O documentário "Crip Camp: Revolução Pela Inclusão" fala de um pequeno pedaço dessa história, mas que abriria um leque de novas possibilidades e maior liberdade para pessoas com deficiência.
Dirigido por Nicole Newnham e James Lebrecht, o documentário fala sobre acampamento Crip Camp, onde ninguém de lá poderia imaginar que aqueles verões juntos na floresta seriam o começo de uma revolução. No final da estrada de Woodstock, o Camp Jened era um acampamento para adolescentes deficientes. Esse grupo de campistas transformados em ativistas moldaram o futuro do movimento dos direitos das pessoas com deficiência e mudaram a legislação de acessibilidade para todos.
O documentário pode ser visto na forma de dois atos, mas interligados como um todo. O primeiro ato, por exemplo, se concentra no acampamento Crip Camp, onde vemos diversas pessoas em que cada uma possui uma deficiência específica, mas que lá se interagem em total harmonia e longe de qualquer olhar preconceituoso daquela época. Muitas dessas cenas são gravadas em Super-8, cujas as cenas registram momentos descontraídos, humanos e, por vezes, bastante divertidos.
Algumas dessas pessoas desse cenário logo vão evoluindo, saindo dos seus pontos seguros e decidindo procurar pelos seus direitos. É aí que o filme avança, onde nos é apresentado um segundo ato completamente diferente, mas sendo estrelados por essas mesmas pessoas que gritam pelos direitos de mudanças. No momento em que os EUA estavam explodindo entre os vários protestos que surgiam pelos direitos iguais, eis que esse pequeno grupo incomum chamou atenção naqueles tempos de mudanças.
Pela aprovação do artigo 504, que possibilita o melhor deslocamento e acesso para as pessoas com deficiência, vemos esses mesmos protestarem em cenas de grande impacto e fazendo a gente até mesmo temer pelos destinos de alguns em cena. Não deixa de ser curioso observar alguns políticos em determinados momentos do documentário, sendo que alguns demonstram total aversão pelo artigo e não querendo aprová-lo. Em tempos em que vivemos de retrocessos vindos da extrema direita, notasse que o passado preconceituoso, infelizmente, ainda ecoa em nosso presente.
O documentário também serve como denúncia pela forma como essas pessoas eram mal tratadas e cujas as instituições precárias e desumanas da época pareciam mais um cenário de puro horror infinito. Portanto, ao vermos alguns desses personagens centrais retornando anos mais tarde no que era antes Crip Camp na reta final do documentário, constatamos o dever cumprindo em suas expressões, pois eles fizeram um bem maior para diversas pessoas que buscavam uma voz a ser ouvida. A luta por outros diversos direitos ainda prossegue e o documentário serve para ser visto, revisto e fazer a fé se revigorar como um todo.
"Crip Camp: Revolução Pela Inclusão" é a luta pelos direitos iguais de pessoas que, para alguns, são minorias, mas cujo os gritos tornam-se gigantes perante os preconceituosos.
Onde Assistir: Netflix.