Sinopse: "A Praga", o último filme inédito dirigido pelo mestre de horror José Mojica Marins (Zé do Caixa), conta a história de Marina e Juvenal, um que passa a ser assombrado pela imagem de uma estranha idosa.
José Mojica Marins foi um dos maiores diretores autorais do nosso cinema brasileiro e ao mesmo tempo o grande pai do gênero fantástico de horror do nosso país. Porém, mesmo sendo responsável por obras primas como, por exemplo, "A Meia Noite Levarei Sua Alma" (1964), o realizador sempre teve dificuldade nas suas realizações, seja pela falta de recursos, ou até mesmo devido a perseguição da censura e mudanças dos governos. "A Praga + A Última Praga de Mojica" (2023) não é somente um filme redescoberto de sua autoria, como também uma representação dos esforços de realizadores em preservar a nossa história cinematográfica.
A produção na verdade começa com um curta metragem, dirigido por Pedro Junqueira e demais cineastas que obtiveram os negativos da obra perdida do José Mojica a mais de trinta anos. Rodado nos anos oitenta, o filme era uma produção da emissora Band e da qual foi realizada pelo cineasta e cujo mesmo usava o seu personagem mais conhecido como pano de fundo. Infelizmente um incêndio atingiu o estúdio naquele tempo, destruindo inúmeras gravações e fazendo com que a obra do realizador se tornasse perdida.
Pedro Junqueira e demais realizadores procuraram o próprio Mojica para tentar concluir a obra com os restos que havia sido encontrado e para assim pudesse ser lançado. Mesmo com a morte do realizador em 2020 o projeto seguiu adiante e assim fazendo com que obtivéssemos uma total plenitude de um dos últimos projetos do realizador nunca antes visto. A trama em si não é muito diferente do que já tinha sido visto anteriormente em suas obras, onde se explora sempre a questão de maldição, os mistérios do além, sexo e tudo embalado em uma forma que remeta a nossa cultura brasileira.
Vale destacar que a trama havia sido também adaptada em uma HQ e fazendo com que as páginas se tornassem uma espécie de fonte de inspiração para a sua conclusão. Embora curto, a produção é curiosa pelo seu lado precário, mas que não esconde o lado autoral do seu realizador, principalmente no modo de direção com relação a sua câmera e que fazia toda a diferença. Infelizmente a produção é uma representação do descaso com as obras dirigidas em nosso país, sendo que ela é vasta, mas que acaba se tornando perdida e acabe os amantes da sétima arte em tentar preservá-la.
"A Praga + A Última Praga de Mojica" é o testamento final de um dos maiores realizadores do nosso país e que todas as adversidades não o impediram de lançar a sua última praga de sua autoria.
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