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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Cine Dica: Streaming - 'Top Gun: Maverick'

Sinopse: Depois de mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha, Pete "Maverick" Mitchell está de volta, rompendo os limites como um piloto de testes corajoso. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano ainda é essencial. 

Embora seja um clássico dos anos oitenta eu nunca fui muito fã de "Top Gun: Ases Indomáveis" (1986) de Tony Scott, sendo que eu achava que o filme havia feito o sucesso que fez graças a sua contagiante trilha sonora e sendo liderada pelo tema "Take My Breath Away". O problema que quando eu havia assistido eu era ainda muito jovem, tinha uma outra mentalidade e talvez não havia capitado a mensagem principal da obra como um todo, de que devemos superar os nossos limites e alcançarmos o que parecia impossível de ser feito. Pois bem, "Top Gun: Maverick" (2022) fez o que parecia impossível, superou o primeiro filme, funciona como uma obra independente, quebra todos as previsões negativas e nos brinda da melhor maneira possível sobre como se faz realmente cinema.

Dirigido por Joseph Kosinski, que já havia trabalhado com Ton Cruise em "Oblivion" (2013), o filme acompanha a história de Pete “Maverick” Mitchell, um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos nos últimos 30 anos. Entretanto, nada disso foi suficiente para sua carreira decolar, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor. A explicação para esse declínio é simples: Ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não hesita em romper os limites e desafiar a morte. Nesta nova aventura, Maverick precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas. 

O filme em si não é muito diferente de outros títulos que foram criados para nos despertar aquela nostalgia em nós, mas não somente por aqueles que são fãs do longa original, como também para aqueles que cresceram na década de oitenta e da qual se torna cada vez mais dourada na medida em que o tempo passa. Porém, o filme não se sustenta somente por essa fórmula, como também consegue sair da sombra da obra original e obter a sua voz própria. Mesmo que você não tenha visto o clássico de 1986 irá compreender toda a proposta desse longa como um todo e podendo degusta-lo de uma forma mais tranquila e sem ter que vasculhar o que havia sido feito no passado.

Aqui Maverick é o veterano, que não sabe fazer mais nada na vida, a não ser pilotar um avião e procurando sempre se superar na medida certa. A partir do momento que é chamado para treinar novos recrutas para uma missão suicida se percebe que as novas regras não dependem somente da nova tecnologia, como também da mão humana e que ainda é a melhor arma para se criar algo em que a máquina não supera. Tom Cruise, enfim, aceita que está realmente envelhecendo, mas querendo provar que ainda pode nos oferecer algo e pelo visto ele consegue aqui essa mensagem com bom êxito.

Falando em tecnologia, o filme é uma resposta mais do que obvia sobre o que está acontecendo com o cinema atual, principalmente com relação aos blockbusters de hoje que se encontram cada vez mais carregados de CGI sem nenhum peso, sem vida e dos quais os mesmos irão envelhecer muito mal algum dia. Não é o que acontece aqui, onde vemos os próprios atores dentro dos aviões, voando realmente no céu aberto e tornando tudo mais verossímil. Tudo feito em grande escala para ser visto e revisto em uma tela IMAX e provando que as velhas técnicas de se filmar sempre serão validas para fazer o cinema de verdade continuar a existir.

Mas como eu disse acima, é um filme que funciona mesmo se você não assistiu ao clássico. Porém, a trama faz questão de sempre resgatar uma peça importante da obra original e por conta disso a imagem de Goose (Anthony Edwards), ala e amigo de Maverick no primeiro filme se torna uma aura constante dentro da trama principalmente com a presença do seu filho Bradley "Rooster" Bradshaw (Miles Teller) e que possui certos atritos com o protagonista devido ao passado. Passado esse que bate à porta de uma maneira ainda mais forte quando surge em cena o personagem Tom "Iceman" Kasanzky (Val Kilmer), rival do passado do protagonista e agora almirante e grande amigo do protagonista.

Na cena, surge a esposa de Iceman que conta para Maverick que o seu câncer havia retornado. Como consequência disso, o personagem de Val Kilmer conversa por meio de um computador, convencendo Maverick a aceitar o seu papel na Top Gun. Para aqueles que não sabem, Kilmer realmente enfrentou um câncer na garganta, sendo que isso é melhor explicado em seu documentário "Val" (2021) e fazendo com que essa cena aqui se torne ainda mais impactante e, na minha opinião, uma das melhores partes do filme.

Ao mesmo tempo, a trama procura nos dizer que caminha com os novos tempos, onde um certo machismo acentuado na obra original procura aqui se atualizar com a presença forte da mulher atual. Embora Penny (Jennifer Connelly) seja o novo par romântico de Maverick, na cena do bar ela ensina ao mesmo que certas paqueras de hoje podem sim ter consequências e fazendo de a briga dos sexos ficar melhor anivelada. E se ela não é o suficiente para as feministas de plantão, a piloto Phoenix, por sua vez, segura todas as pontas no ar e correspondendo para aqueles que esperam maior diversidade.

O ato final em si é tudo aquilo que os fãs esperam, cuja as cenas de ação são desde já uma das melhores do ano e alinhado com uma carga de pura tensão que nos faz respirar fundo. Ao final, concluímos que Tom Cruise não é muito diferente do seu Maverick, sendo uma pessoa que tenta sempre superar os seus próprios limites, mesmo quando corre um sério risco de se machucar realmente. A missão foi cumprida e só nos restando a dúvida o que virá logo em seguida.

"Top Gun: Maverick" vem em um momento em que o cinema atual procura resgatar sobre o que era ser realmente cinema em grande escala e o filme nos mostra da melhor maneira possível de como essa arte precisa ser dirigida. 

Onde Assistir: Locação pelo Youtube.

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 29 DE SETEMBRO A 05 DE OUTUBRO

 ESTREIA:

OS OSSOS DA SAUDADE

Direção:Marcos Pimentel

Brasil/ Documentário/2022/1h47min.

Sinopse: Os Ossos da Saudade é um documentário que trata das ausências, narrado a partir das vivências de personagens que habitam os territórios do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, cinco países que compartilham do mesmo idioma, a língua portuguesa. Essas pessoas contam no filme, seus sentimentos de falta e distância, sintetizadas em uma só palavra: Saudade. O documentário apresenta um panorama sobre singularidades e semelhanças culturais entre esses países lusófonos, enfatizando as ligações afetivas que existem entre as pessoas, ligações essas que são capazes de criar pontes e atravessar oceanos. 


EM CARTAZ:


DESTERRO

Direção - Maria Clara Escobar

Brasil/ Argentina/ Portugal, 2020, 123'

World Premiere - Rotterdam International Film Festival 2020

Sinopse - Desterro. Descompasso. O que se passa dentro de Laura (Carla Kinzo) parece estar sempre em um espaço diferente e em um ritmo distinto daquilo que se espera dela. Desconfortável, Laura decide sair de casa e seguir uma jornada pessoal sem rumo definido. Num percurso de autodescoberta, ela se depara com situações imprevisíveis e outras histórias de vida que vão reconfigurar suas próprias ideias.

Elenco:  Carla Kinzo, Otto Jr., Rômulo Braga


O LIVRO DOS PRAZERES

Direção: Marcela Lordy

Brasil/Argentina/ Drama/ 2021/ 100min

O longa fez sua estreia na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em 2020, quando o evento aconteceu exclusivamente online, e ficou no top 3 dos mais vistos e bem votados da edição. Depois disso, o longa viajou o mundo em festivais presenciais e virtuais, recebendo diversos prêmios como no 22˚ BAFICI (Competição Americana – Prêmio de Melhor Atriz para Simone Spoladore e Menção Honrosa para o longa); 26 ̊ Festival de Cinema de Vitória (Prêmio de Melhor Roteiro, Melhor Interpretação para Simone Spoladore e Menção Honrosa para Fotografia de Mauro Pinheiro Júnior, ABC); e Festival do Rio 2021

Sinopse: Simone Spoladore interpreta a protagonista, Lóri, uma professora fluminense recém chegada no Rio de Janeiro com dificuldade de estabelecer elos afetivos mais profundos, até conhecer Ulisses (Javier Drolas), um professor de filosofia argentino, com quem viverá um relacionamento intenso. As personagens e a direção feminina, em um filme livremente inspirado na obra de uma autora mulher, aborda justamente os prazeres femininos, de uma maneira ainda pouco vista nos cinemas.

Elenco: Simone Spoladore e Javier Drolas.


HORÁRIOS DE 29/9 A 05/10:

NÃO HÁ SESSÕES NAS SEGUNDAS-FEIRAS!


15h: OS OSSOS DA SAUDADE

17h: O LIVRO DOS PRAZERES

19h: DESTERRO


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.

Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (29/09/2022)

 SORRIA

Sinopse: Após testemunhar um incidente bizarro envolvendo um paciente, a médica Rose Cotter (Sosie Bacon) começa a passar por eventos assustadores que não consegue explicar. Para sobreviver e conseguir seguir sua vida, ela precisará confrontar seu passado e tomar decisões difíceis que a levarão para fora dessa horrível realidade.


A Queda

Sinopse: A Queda é um agoniante filme com a produção da Lionsgate, conta a história de duas melhores amigas escaladoras Becky (Grace Fulton) e Hunter (Ginny Gardner) que decidem escalar uma antena a centenas de metros de altura. Até que se encontram presas e isoladas a quilômetros do chão, para sobreviverem será necessário usarem todos os seus dons e instintos de sobrevivência. 



ENNIO, O MAESTRO

Sinopse: O documentário segue a carreira do lendário compositor Ennio Morricone, duas vezes vencedor do Oscar e autor de mais de 500 trilhas sonoras. Com entrevistas e depoimentos de artistas e diretores como Quentin Tarantino, Quincy Jones, Bruce Springsteen, John Williams e Clint Eastwood, o longa traz fatos não revelados sobre o compositor, como seu amor por xadrez, que pode ter ajudado em suas composições e seus pensamentos por trás de cada faixa.



LIMA BARRETO, AO TERCEIRO DIA

Sinopse: Nos três últimos dias de sua internação em um manicômio, o escritor Lima Barreto, que sofreu com depressão e alcoolismo, relembra sua vida como jovem autor enquanto escrevia "Triste Fim de Policarpo Quaresma", uma de suas principais obras. 



KOMPROMAT – O DOSSIÊ RUSSO

Sinopse: A espetacular fuga de um diretor da Aliança Francesa da Sibéria. Vítima de uma trama orquestrada pelo FSB (Serviço Federal de Segurança da Rússia), esse intelectual terá que se transformar em homem de ação para escapar de seu destino.


DUETTO

Sinopse: Duetto se passa na Itália, em 1965, e conta a história de encontro entre Cora, uma adolescente brasileira, e o famoso e controverso cantor italiano Marcello Bianchini. Mas a história começa em São Paulo. Depois da trágica morte de seu pai em um acidente de carro, Cora viaja com a avó, Lúcia, para a sua cidade natal, na Apúlia. Entre o passado familiar, os dramas e histórias da cidadezinha italiana, Cora trilhará seu caminho para a maturidade e a vida adulta.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 29 DE SETEMBRO A 05 DE OUTUBRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim.

 NÃO HAVERÁ SESSÕES NOS DIAS 02 E 03 DE OUTUBRO

O Debate


SALA 1 / PAULO AMORIM


14h30 – A VIAGEM DE PEDRO Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 105min). Direção de Laís Bodanzky, com Cauã Reymond, Luise Heyer, Victoria Guerra, Isabél Zuaa. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama histórico.

Sinopse: O ano é 1831. Rejeitado pelos brasileiros, Dom Pedro deixa o Brasil independente e volta a Portugal, disposto a enfrentar o irmão Miguel na disputa pelo trono do país onde nasceu. No meio do Atlântico, a bordo de uma fragata inglesa, misturam-se membros da corte, oficiais, serviçais e negros escravizados, numa babel de línguas, culturas e posições sociais. Pedro tenta reunir forças para a guerra fratricida que se aproxima, mas ele está doente e teme a morte. Nesta situação, o ex-imperador revive diversos momentos da sua vida, como a infância, o casamento, os filhos e as relações com o irmão.


16h30 – O SEGREDO DE MADELEINE COLLINS Assista o trailer aqui.

(Madeleine Collins – 2021, 100min). Direção de Antoine Barraud, com Virginie Efira, Quim Gutiérrez, Bruno Salomone. Synapse Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Judith leva uma vida dupla entre a Suíça e a França, com dois amantes e filhos diferentes. Em Genebra ela vive com Abdel, com quem cria uma menina; em Paris está Melvil, com quem ela tem dois meninos mais velhos. Pouco a pouco, esse frágil equilíbrio de mentiras, segredos e idas e vindas começa a se despedaçar. O filme integrou a programação do Festival Varilux de Cinema Francês em 2022.


18h45 – MARTE UM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 115min). Direção de Gabriel Martins, com Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião. Embaúba Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O filme foi um dos destaques do Festival de Gramado 2022, com o prêmio especial do júri e os Kikitos de melhor roteiro e júri popular.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


15h – O LIVRO DOS PRAZERES Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2019, 105min). Direção de Marcela Lordy, com Simone Spoladore e Javier Drolas. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Professora do ensino fundamental, melancólica e reservada, Lóri vive só. Num acaso, ela conhece Ulisses, um reconhecido professor de filosofia, argentino egocêntrico e provocador, mas que ainda não entendeu nada sobre as mulheres. É com ele que Lóri aprende a amar enfrentando sua própria solidão. O filme é baseado no romance “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector.


17h – AMIRA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Egito/Jordânia/Emirados Árabes Unidos/Arábia Saudita - 2021, 100min). Direção de Mohamed Diab, com Saba Mubarak, Tara Abboud, Ali Suleiman. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Amira é palestina, tem 17 anos e foi concebida com o esperma contrabandeado de seu pai, Nawar, que há muitos anos cumpre pena em um presídio de Israel. Apesar do relacionamento distante, construído a partir de visitas, o pai é um herói para Amira. Tudo muda quando Nawar tenta conceber outra criança e descobre que é infértil.


19h – O DEBATE Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 85min). Direção de Caio Blat, com Debora Bloch e Paulo Betti. Paris Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Paula e Marcos trabalham juntos na redação de um importante telejornal. Eles foram casados durante 20 anos e acabaram de se separar – mas continuam amigos e se respeitam, tanto no plano pessoal quanto no profissional. Mesmo assim, ambos têm opiniões distintas sobre como conduzir e editar o último debate entre os dois candidatos à presidência que será realizado às vésperas da eleição. O filme é uma adaptação do livro homônimo escrito pelos cineastas Jorge Furtado e Guel Arraes, que também assinam o roteiro do longa.

*Na sexta-feira, 30, sessão comentada com o cineasta Jorge Furtado e o jornalista Moisés Mendes.*


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


14h15 – MI IUBITA, MEU AMOR *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Mi Iubita, Mon Amour - França, 2021, 95min). Direção de Noémie Merlant e Gimi Covaci, com Gimi Covaci, Noémie Merlant, Sanda Codreanu. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Jeanne viaja para a Romênia com algumas amigas para tirar uns dias de férias e comemorar sua despedida de solteira. Depois de terem seu carro roubado, as garotas são acolhidas por Nino e sua família. Neste país diferente e onde nem tudo está sob controle, Jeanne vai viver novas experiências. O filme é a estreia na direção de Noémie Merlant, atriz de “Retrato de uma Jovem em Chamas”.


16h – DESTERRO Assista o trailer aqui.

(Brasil/Argentina/Portugal, 2020, 123min). Direção de Maria Clara Escobar, com Carla Kinzo, Otto Jr, Romulo Braga. Embaúba Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Mãe de um menino, Laura parece viver em um ritmo diferente do que se espera dela. Por conta disso, ela decide sair de casa e seguir uma jornada pessoal sem rumo definido. Num percurso de autodescoberta, Laura se depara com situações imprevisíveis e outras histórias de vida que vão reconfigurar suas próprias ideias.


18h30 – CORDIALMENTE TEUS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 95min). Direção de Aimar Labaki, com Marcos Breda, Liz Reis, Thaia Perez. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: O filme aborda as relações de violência no Brasil a partir de dez episódios que se passam em épocas distintas, desde a época da colonização até nossos dias. Revolta de escravos, perseguição a judeus, ditadura militar, humilhação na agência bancária – todas as histórias falam sobre situações cotidianas em um país marcado pela violência, corrupção e desigualdade social.


*NÃO HAVERÁ SESSÕES NOS DIAS 29 E 30 (QUINTA E SEXTA).*


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação rofissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'O Segredo de Madeleine Collins'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 25/09/2022.

Sinopse: Judith leva uma vida dupla: dois amantes, duas famílias. Emaranhada entre segredos e mentiras, suas vidas começam a desmoronar.

São raros os casos de dois gêneros se cruzarem e renderem bons frutos para um determinado filme. Quando acontece, porém, tudo se torna surpreendente, principalmente quando achávamos que nesta mistura pudesse dar tudo errado. "O Segredo de Madeleine Collins" (2021) é um desses casos em que os gêneros se cruzam para moldar uma história surpreendente, mas que nos soa verossímil perante esse mundo cada vez mais complexo.

Dirigido por Antoine Barraud, o filme conta a história de Judith, interpretada pela atriz Virginie Efira e vista recentemente em "Benedetta" (2021), que se divide entre a Suíça e a França, vivendo uma vida dupla com dois amantes e filhos diferentes. Em um lugar, com Abdel ela cria uma menina, e em outro, com Melvil, tem dois meninos mais velhos. Todavia, essa frágil harmonia é quebrada, e toda teia de mentiras, segredos e idas e vindas começa a ser revelada.

Em sua abertura, Antoine Barraud busca inspiração através de Alfred Hitchcock, já que nela nos é apresentado a protagonista em um dia qualquer comprando umas roupas. Toda essa parte é apresentado em um plano-sequência, como se o realizador quisesse que a gente se prepare para algo de peculiar venha acontecer. Algo realmente acontece, mas as respostas surgem mais adiante.

Aos poucos vamos conhecendo o dia a dia de Judith, mas não demora muito para a gente notar que a sua vida é mais complexa do que a gente imagina. No primeiro ato, por exemplo, conhecemos os seus dois lados da mesma moeda, os seus trabalhos do qual ela se sustenta e que é através deles que ela consegue contornar e manter as suas mentiras. Aos poucos percebemos em seu olhar que ela possui um conflito interno, pois sabe que a qualquer momento tudo aquilo que ela havia construído pode desmoronar a qualquer momento.

Virginie Efira nos brinda com uma das melhores atuações do ano, cuja a sua expressão sintetiza toda ação e reação que sua personagem provoca para si e para as pessoas em sua volta. Não deixa de ser espantoso, por exemplo, a cena em que ela assiste ao concerto do seu marido, para logo percebemos que a sua expressão vai mudando e fazendo a mesma sair do local antes que acontecesse algo de pior para dizer o mínimo. Um momento simples, porém, poderoso, muito bem dirigido e que somente obteve esse feito graças ao desempenho da atriz que se entregou na cena como um todo.

Curiosamente, a trama em alguns momentos vem e volta no tempo, fazendo com que a gente tenha uma atenção redobrada para não ficarmos no meio do caminho. Quando a situação foge do controle para Judith as coisas começam a fazer maior sentido, mesmo quando desejamos no fundo que tudo se amenize, pois já sentimos que a protagonista não conseguirá manter tudo o que construiu por muito tempo. Na medida em que as revelações são jogadas ao nosso colo percebemos também uma Judith cada vez mais se desequilibrando e partindo por situações que fogem do seu raciocínio.

O filme, portanto, se torna um suspense psicológico de proporções arrasadoras, não somente para a protagonista, como também para as pessoas das quais ela ama, porém, que sofrem pelas suas ações e consequências. Neste último caso, por exemplo, ficamos com o coração partido ao vermos a inocência de uma criança diante da complexidade da vida adulta e tentando compreender algo que nem os adultos envolvidos conseguem explicar de forma coerente. De forma resumida, o filme é uma síntese atual do ser humano que se encontra sempre correndo contra o relógio, escolhendo caminhos errados e não conseguindo achar o caminho de volta para recomeçar do zero.

"O Segredo de Madeleine Collins" é um eficiente suspense dramático com contornos surpreendentes e que nos levam junto com a protagonista ao fim iminente. 


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quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Marte Um'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.


SESSÃO CLUBE DE CINEMA 

Local: Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana. Data: 01/10/2022, sábado, às 10:15 da manhã 


"Marte Um"

Brasil, 2021, 115 min, 16 anos

Direção: Gabriel Martins 

Elenco: Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião 

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O filme foi um dos destaques do Festival de Gramado 2022, com o prêmio especial do júri e os Kikitos de melhor roteiro e júri popular. É o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.

Sobre o Filme: É curioso observar que, após o resultado das eleições de 2018, o cinema brasileiro tem nos brindado com tramas em que retratam protagonistas em tempos em que o futuro se encontra completamente indefinido. No recente "O Debate" (2022), por exemplo, testemunhamos um casal de jornalistas que debate sobre o antes e o depois das eleições daquele ano e ao mesmo tempo tentam manter o que havia restado do casamento. "Marte Um" (2022) é sobre sonhos há serem conquistados em um futuro próximo, mesmo quando os rumos do país nos levam para o cenário da incerteza e até mesmo de desespero.

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui. 


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Queda'

Sinopse: Para as melhores amigas Becky (Grace Caroline Currey) e Hunter (Virginia Gardner), a vida é sobre vencer medos e ultrapassar limites. Mas depois de escalarem 2000 pés até o top de uma torre de rádio remota e abandonada, elas encontram-se presas e sem saída. 

O subgênero “filme de sobrevivência” já rendeu alguns títulos curiosos dentro da história do cinema e que fizeram muitos ficarem aflitos na medida em que a trama ia avançando e fazendo a gente crer que o protagonista não poderia como sair vivo.  Mas se por um lado temos o exagerado "Limite Vertical" (2000), do outro, temos algo mais coerente como "127 Horas" (2010) que vale a pena ser lembrado. Pode-se dizer que "A Queda" (2022) transita entre os clichês, exageros, mas que é compensado por momentos de pura tensão e que fará muitos prenderem a respiração.

Dirigido por Scott Mann, o filme conta a história da alpinista emocionalmente abalada, Becky, que relutantemente decide enfrentar seus medos quando sua amiga, outra alpinista experiente, a convence a embarcar em uma aventura de escalada de alto risco, até o topo de uma torre de TV abandonada. No entanto, quando a escalada perigosa não sai como planejado, as mulheres devem reunir toda a coragem e força para elaborar um plano para um retorno seguro para casa - ou morrer tentando.

Quando eu assisti ao filme "King Kong" (2005) de Peter Jackson eu fiquei espantando com o ato final em que o gorila gigante enfrenta os aviões no alto da torre do Empire State Building e provocando em mim uma verdadeira sensação de vertigem. E olha que estamos falando de uma época que nem sequer havia ainda o 3D nos cinemas, mas as cenas muito bem filmadas e efeitos visuais caprichados fizeram com que o momento fosse praticamente verdadeiro. Essa foi a minha sensação ao assistir "A Queda", pois é preciso dar o braço a torcer pelas impressionantes sequências de eventos que ocorrem com as duas protagonistas no alto de uma grande torre de energia.

Antes disso acontece os clichês básicos, desde ao fato da protagonista sofrer devido a uma grande perda no passado, mas tendo que se reanimar para sobreviver em uma situação que exige a sua força de vontade em querer sobreviver até o último minuto. Neste último caso, infelizmente, o filme nos passa aquela costumeira sensação de Déjà vu, já que a trama possui elementos narrativos já usados até de forma melhor em outros títulos. Há, por exemplo, um grande segredo envolvendo a personagem Hunter e do qual me lembrou por demais o filme de horror "Abismo do Medo" (2005) e quem for cinéfilo de olho atento sabe do que eu estou falando.

Tanto Grace Caroline como Currey Virginia Gardner fazem o que podem para nos convencer no primeiro ato da trama, mas as suas atuações nestes primeiros momentos não agradam e fazendo tudo parecer um tanto que forçado demais em um primeiro momento. Porém, o trabalho delas dá uma melhorada quando ambas se encontram no cenário principal da trama e é aí que os seus desempenhos realmente se encaixam com a proposta principal da obra. Em termos de ação e pura tensão, as interpretes nos convencem e fazendo a gente torcer pelas suas personagens mesmo quando a gente percebe que será quase impossível que ambas saem vivas desta enrascada.

O filme realmente engrena quando elas se encontram no topo do mundo, onde os efeitos visuais convincentes nos passam uma verossimilhança extraordinária e nos provocando até mesmo vertigens em alguns momentos em que nos é apresentado. Claro que há também alguns elementos clichês vindos de outros filmes sobre sobrevivência, desde a falta de comida, água e um perigo que se encontra à espreita. Eles funcionam para provocar mais tensão no espectador que assiste, mesmo quando nos passa aquela sensação de que há uma forçada de barra em determinados momentos da história.

Neste último caso, há uma situação que nos pega desprevenidos na reta final da trama, pois embora ela nos soe forçada em alguns momentos, ao mesmo tempo, ela possui também pistas que nos revela o que realmente está acontecendo. Quando a revelação acontece ficamos à deriva e nos dando a entender que tudo parece perdido para as protagonistas. Mas é claro que estamos falando de Hollywood, a máquina de sonhos que deseja que saiamos da sala um tanto que aliviados e isso acontece graças ao surgimento de uma solução surgida nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, mas quando acontece já estamos mais do que esgotados dos nervos.

"A Queda" possui todos os clichês básicos dos filmes de sobrevivência, mas que funcionam quando nos empurram junto com as protagonistas em um cenário mortal e inesquecível. 

Nota: O filme estreia na próxima Quinta. 

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