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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Cine Curiosidade: Indicados ao Globo de Ouro 2021

Nomadland

A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) anunciou hoje (3) os indicados ao Globo de Ouro 2021. O evento costuma acontecer nas primeiras semanas do ano, mas foi adiado por conta da pandemia de Covid-19 e será realizado em 28 de fevereiro.

Confira os Indicados: 


MELHOR FILME DE DRAMA

Meu Pai

Mank

Nomadland

Bela Vingança (Promising Young Woman)

Os 7 de Chicago


MELHOR ATRIZ EM FILME DE DRAMA

Viola Davis - A Voz Suprema do Blues

Andra Day - Estados Unidos Vs Billie Holiday

Vanessa Kirby - Pieces of a Woman

Frances McDormand - Nomadland

Carey Mulligan - Bela Vingança (Promising Young Woman)


MELHOR ATOR EM FILME DE DRAMA

Riz Ahmed - O Som do Silêncio

Chadwick Boseman - A Voz Suprema do Blues

Anthony Hopkins - Meu Pai

Gary Oldman - Mank

Tahar Rahim - The Mauritanian


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM FILME

Glenn Close - Era uma Vez um Sonho

Olivia Colman - Meu Pai

Jodie Foster - The Mauritanian

Amanda Seyfried - Mank

Helena Zengel - Relatos do Mundo


MELHOR ATOR COADJUVANTE EM FILME

Sacha Baron Cohen - Os 7 de Chicago

Daniel Kaluuya - Judas e o Messias Negro

Jared Leto - Pequenos Vestígios

Bill Murray - On The Rocks

Leslie Odom Jr. - Uma Noite em Miami


MELHOR DIREÇÃO EM FILME

Emerald Fennell - Bela Vingança (Promising Young Woman)

David Fincher - Mank

Chloé Zhao - Nomadland

Regina King - Uma Noite em Miami

Aaron Sorkin - Os 7 de Chicago


MELHOR ROTEIRO EM FILME

Bela Vingança (Promising Young Woman)

Mank

Os 7 de Chicago

Meu Pai

Nomadland


MELHOR ANIMAÇÃO

Os Croods 2: Uma Nova Era

Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica

A Caminho da Lua

Soul

Wolfwalkers


MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Another Round - Dinamarca

A Maldição da Chorona - França, Guatemala

Rosa e Momo - Itália

Minari - Em Busca da Felicidade - EUA

Nós Duas - EUA, França


MELHOR TRILHA SONORA EM FILME

O Céu da Meia-Noite

Tenet

Relatos do Mundo

Mank

Soul


MELHOR CANÇÃO EM FILME

"Fight for You" - Judas e o Messias Negro

"Hear My Voice" - Os 7 de Chicago

"Io Sí (Seen)" - Rosa e Momo

"Speak Now" - Uma Noite em Miami

"Tigress & Tweed" - Estados Unidos Vs Billie Holiday


MELHOR FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

Borat: Fita de Cinema Seguinte

Hamilton

Music

Palm Springs

A Festa de Formatura (The Prom)


MELHOR ATRIZ EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

Maria Bakalova - Borat: Fita de Cinema Seguinte

Kate Hudson - Music

Michelle Pfeiffer - French Exit

Rosamund Pike - I Care a Lot

Anya Taylor-Joy - Emma


MELHOR ATOR EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

Sacha Baron Cohen - Borat: Fita de Cinema Seguinte

James Corden - A Festa de Formatura (The Prom)

Lin-Manuel Miranda - Hamilton

Dev Patel - The Personal History of David Copperfield

Andy Samberg - Palm Springs


MELHOR SÉRIE DE DRAMA

The Mandalorian

The Crown

Lovecraft Country

Ozark

Ratched


MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE DRAMA

Emma Corrin - The Crown

Olivia Colman - The Crown

Jodie Comer - Killing Eve

Laura Linney - Ozark

Sarah Paulson - Ratched


MELHOR ATOR EM SÉRIE DE DRAMA

Jason Bateman - Ozark

Josh O'Connor - The Crown

Bob Odenkirk - Better Call Saul

Matthew Rhys - Perry Mason

Al Pacino - Hunters


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE

Gillian Anderson - The Crown

Helena Bonham Carter - The Crown

Julia Garner - Ozark

Annie Murphy - Schitt's Creek

Cynthia Nixon - Ratched


MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE

John Boyega - Small Axe

Brendan Gleeson - The Comey Rule

Daniel Levy - Schitt's Creek

Jim Parsons - Hollywood

Donald Sutherland - The Undoing


MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL

Emily em Paris

The Flight Attendant

Schitt's Creek

The Great

Ted Lasso


MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL

Lily Collins - Emily em Paris

Kaley Cuoco - The Flight Attendant

Elle Fanning - The Great

Catherine O'Hara - Schitt’s Creek

Jane Levy - Zoey e sua Playlist Extraordinária


MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA OU MUSICAL

Don Cheadle - Black Monday

Nicholas Hoult - The Great

Eugene Levy - Schitt's Creek

Jason Sudeikis - Ted Lasso

Ramy Youssef - Ramy


MELHOR MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Normal People

O Gambito da Rainha

Small Axe

The Undoing

Nada Ortodoxa


MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Cate Blanchett - Mrs. America

Daisy Edgar-Jones - Normal People

Shira Haas - Nada Ortodoxa

Nicole Kidman - The Undoing

Anya Taylor-Joy - O Gambito da Rainha


MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU FILME PARA TV

Bryan Cranston - Your Honor

Jeff Daniels - The Comey Rule

Hugh Grant - The Undoing

Ethan Hawke - The Good Lord Bird

Mark Ruffalo - I Know This Much is True


PRÊMIO CECIL B. DE MILLE

Jane Fonda


PRÊMIO CAROL BURNETT

Norman Lear


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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Cine Especial: Cine Debate: 'Umbrella'

NOTA: O curta será debatido no próximo Cine Debate dia 09/02/21. Para participar basta entrar em contato com Maria Emília Bottini clicando aqui.

Sinopse:  Inspirado em eventos reais, enquanto uma menina visitava um lar de crianças ela conhece Joseph, um menino que sonha em ter um guarda-chuva amarelo. Esse encontro inesperado desperta as memórias do passado dele.  

O cinema brasileiro de animação tem uma história farta de bons títulos, mas que não são muito reconhecidos pelo grande público nosso. Porém, bastou ser lançado o ótimo "O Menino e o Mundo" (2016) para que o público brasileiro se dar conta que a palavra criatividade é o que dá ordem na casa nesta forma de contar boas história. Embora com meros oito minutos, "Umbrella" nos emociona pela sua singela história criativa e cuja própria não está muito distante da realidade de muitas pessoas.

Dirigido por Helena Hilario e Mario Pece, o curta "Umbrella" conta a história de um pequeno órfão que, sem motivo aparente algum, encanta-se por um guarda-chuva amarelo, pertencente a uma mulher que visita o orfanato em que ele vive. Embora comum, o garoto descobre que o objeto pode fazer muito mais do que apenas protegê-lo da chuva. A partir daí, a história transita entre, o passado, presente e o futuro.

Embora não tenha a mesma qualidade de um estúdio Pixar, os realizadores se empenharam em criar um visual rico de detalhes, onde a trama se passa em uma cidade não especifica, porém, extremamente familiar. A computação gráfica chama atenção pelas suas qualidades, porém, é preciso dar destaque nos momentos em que a mesma dá lugar, tanto ao desenho tradicional, como também ao velho stop motion mesmo em um curto espaço de tempo. Uma forma bem vinda para nos dizer que as velhas fórmulas de contar boas histórias em animação nunca ficaram esgotadas.

Curiosamente, o filme toca até mesmo em assuntos delicados do mundo atual, que vai desde a imigração como também saber enxergar a dor do próximo. O jovem protagonista não diz nenhuma palavra, mas os seus desenhos escondidos em um armário falam por si e revelando uma jornada dolorosa em seus primeiros anos de vida. O final nos parte o coração, mas deixando um ar esperançoso e de que sempre haverá um novo recomeço.

"Umbrella" é uma pequena joia do nosso cinema brasileiro e se tornando uma grata surpresa para os nossos olhos. 

Onde Assistir: Gratuitamente pelo Youtube. 




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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Hamilton'

Sinopse: Por meio da história de um dos principais fundadores americanos e primeiro secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, a trilha sonora que mistura hip-hop, jazz, R&B e Broadway revoluciona o teatro no The Richard Rodgers Theatre, na Broadway, em junho de 2016. 

Shows da Broadway são comuns ao serem levados para telas do cinema e fazerem um grande sucesso. "Os Miseráveis" (2012), por exemplo, foi bem feito pelo fato de se manter fiel as suas raízes e criando uma obra dinâmica do começo ao final dela. "Hamilton" (2020) dá um passo muito além de sua proposta, ao colocar o cinéfilo dentro do palco e testemunhando o esforço do elenco ao manter um grande espetáculo.

Dirigido pelo próprio diretor da peça, Thomas Kail, "Hamilton" é um musical que conta a história da América por vozes americanas. Por meio da história de um dos principais fundadores americanos e primeiro secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, a trilha sonora que mistura hip-hop, jazz, R&B e Broadway revoluciona o teatro no The Richard Rodgers Theatre, na Broadway, em junho de 2016.

Inicialmente pensado para ser adaptado para o cinema e ser lançado em 2021, o projeto acabou sendo engavetado devido a pandemia do ano passado. Porém, os estúdios Disney decidiram filmar o espetáculo em sua própria em sua casa, ou seja, a trama se passando realmente em um palco da Broadway. Para isso, foi convocado Thomas Kail para comandar a sua própria cria e o resultado não decepciona.

Para começar, Kail não erra ao utilizar os recursos de cinema para filmar as cenas e consegue como ninguém filmar com exatidão os momentos principais da trama. Ao mesmo tempo é um requinte único o figurino, a edição e o show de luzes e cores que moldam o filme como um todo e cuja as músicas que dão ritmo a trama empolga a todo momento. Há de destacar, logicamente, o esforço de cada um dos intérpretes/cantores, sendo que testemunhamos eles suarem a todo momento, mas nunca perdendo o ritmo dentro do palco.

Ao mesmo tempo, o filme é uma pequena aula sobre as raízes dos primeiros fundadores americanos, onde se discute direitos iguais do começo ao fim do conto. Notasse, porém, que Lin-Manuel Miranda é um tanto que limitado justamente ao interpretar o próprio protagonista, mas o diretor acabou sendo engenhoso ao escolher um elenco que pudesse ofuscar esse lado negativo. Leslie Odom Jr, por exemplo, está fenomenal como Burr, Phillipa Soo te emociona com um olhar de Eliza, Renée Elise Goldsberry é cativante e Daveed Diggs comanda o palco como ninguém, criando dois personagens, Lafayette e justamente Thomas Jefferson.

Claro que muitos irão acusar a produção de não ser um filme, mas sim apenas uma peça que acabou sendo filmada. Isso é um equívoco se chegarmos a esse ponto, já que o cinema em si nasceu como uma experiência experimental, da qual os irmãos Louis Lumière começaram a filmar o cotidiano do seu dia a dia e das demais pessoas. Portanto, eu enxergo o filme como uma espécie de retorno as velhas fórmulas de como se fazia um bom cinema e sem o uso da pirotecnia que tanto polui filmes que se dizem super produções hoje em dia.

"Hamilton" é a prova de um belo casamento entre a sétima arte e os grandes shows da Broadway.


Onde Assistir: Disney+

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Cine Dica: Cine Dica: Streaming: 'Vozes'

Sinopse: Depois de uma tragédia ocorrer em sua nova casa, Daniel escuta um pedido de socorro sinistro e pede a ajuda de um famoso especialista em paranormalidade.

Fazer um filme de terror do modo tradicional que nos convença hoje em dia é algo complicado, principalmente em tempos em que o cinema "pós terror" tem ganhado espaço ao inserir mais realismo e com um teor bem reflexivo. Porém, há ainda bons exemplos de filmes produzidos que ainda usam os velhos clichês do gênero, mas conseguindo obter um resultado positivo, principalmente aqueles que conseguem fazer a gente pular da poltrona a todo momento. "Vozes" é um desses casos em que a velha fórmula pode ainda ser bem conduzida com uma boa direção e um roteiro que nos surpreende em cenas muito bem realizadas e imprevisíveis.

Dirigido por  Ángel Gomez Hernández, o filme conta a história de Daniel (Rodolfo Sancho) e Sara (Belén Fabra), que são um casal que costuma comprar casas em mau estado ao redor da Espanha e reformá-las para vender a um preço mais alto. Por isso eles acabam se mudando junto com o filho, Eric (Lucas Blas), para um casarão enorme, super deteriorado e mal assombrado. Já no primeiro dia Eric começa a ouvir vozes malignas, mas seus pais fazem pouco caso e, aos poucos, coisas sinistras começam a acontecer na casa, ao ponto de Dani ter que pedir ajuda ao especialista em fenômenos paranormais, Germán (Ramón Barea), e a filha deste, Sofia (Nerea Barros), para tentar fazer com que as assombrações parem de atormentá-los.

O grande acerto já no início do filme é criar personagens bem construídos para que faça com que a gente simpatize com eles e para assim temermos pelos seus destinos. O interessante é que o roteiro não dá nenhuma chance para aqueles personagens se guardarem em um porto seguro, pois a qualquer momento pode acontecer o pior para eles. Tudo isso moldado pelas fórmulas de sucesso dos filmes de casa mal assombrada, mas sem os vícios do cinemão norte americano.

Digo isso porque os efeitos visuais são quase zero aqui, fazendo com que aqui o filme se torne menos artificial e mais verossímil, mesmo se tratando de uma trama com teor fantasmagórico. Vultos no escuro, ruídos estranhos e maquiagem no bom e velho estilo fazem a gente relembrar dos velhos filmes terror e principalmente aqueles dos anos setenta que transitava entre o psicológico e sobrenatural. Há especialmente uma cena que me fez lembrar do clássico "A Profecia" (1976) e cujo os minutos que antecedem o momento está entre os melhores momentos do filme como um todo.

O filme somente derrapa um pouco ao usar ideias bastante repetidas em outros filme em seu terceiro ato final. Porém, isso tudo é posto por terra no momento em que vários quebra cabeças vão se juntando e revelando um grande segredo inserido na trama e do qual estava ali o tempo todo. Em termos de final dentro do gênero talvez esse seja um dos mais corajosos do ano e que não se preocupa sobre qual a reação que nós sentiremos.

Com pistas sobre uma possível continuação, "Vozes" é uma grata surpresa para aqueles que esperavam um sopro de criatividade dentro do gênero de horror tradicional e provando que as velhas fórmulas de sucesso ainda não morreram. 

Onde Assistir: Netflix. 

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Magnatas do Crime'

Sinopse: Um talentoso graduado estadunidense em Oxford, usando suas habilidades únicas, audácia e propensão à violência, cria um império da maconha usando as propriedades dos aristocratas ingleses empobrecidos.

Guy Ritchie surgiu no final dos anos noventa sendo comparado a Quentin Tarantino graças ao sucesso de crítica "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" (1998). Se por um lado a comparação pode ser interpretada como um elogio, do outro, Ritchie tem uma visão própria na realização de seus filmes autorais, mesmo quando ainda há críticos sem sal por aí batendo nesta mesma tecla anos a fio. Mas, embora tenha lançado em seguida o maravilhoso "Snatch - Porcos e Diamantes" (2000), o cineasta cometeu o erro de se casar com a rainha do pop Madonna e lançando o desastroso "Destino Insólito" (2002) protagonizado por ela.  

Quando parecia que a sua carreira estava indo para o fundo do poço, principalmente após o desastroso "Revólver" (2005) eis que o divórcio com a cantora lhe serviu bem a saúde, ao ponto de ele voltar aos eixos com o ótimo "RocknRolla - A Grande Roubada" (2008). Com o prestígio resgatado, Ritchie foi convidado para dirigir super produções que, embora não seja a sua praia de se envolver com blockbusters, é preciso reconhecer que os dois filmes de "Sherlock Holmes" (2009 - 2011) são divertidos e do qual o segundo contém todos os vícios com a câmera que o cineasta adora injetar em suas obras. Mas embora "O Agente da U.N.C.L.E." (2015) seja um filme charmoso de sua autoria, novamente, o cineasta cometeu o ato falho em não obter liberdade criativa no problemático "Rei Arthur - A Lenda da Espada" (2017).  

Tendo dividas a pagar, é óbvio que Guy Ritchie se vendeu por necessidade aos estúdios Disney para dirigir a versão Live action do clássico "Aladdin" (2019), mas que, convenhamos, é o mais divertido filme dessa leva de versões que ninguém pediu para lançar. Chego até aqui fazendo um resumo dos altos e baixos da carreira desse diretor, do qual possui uma visão autoral, mas que as vezes é preciso vender a alma a Hollywood para uma vez ou outra voltar a fazer filmes de sua autoria. Felizmente, o último pacto com o Diabo deu ao diretor liberdade novamente para dirigir um filme da sua maneira e o resultado é o ótimo "Magnatas do Crime" (2020).  

O filme acompanha um traficante graduado em Oxford (Matthew McConaughey) que usa suas habilidades para criar um império de maconha. Porém, quando ele tenta vendê-lo para um colega americano bilionário (Jeremy Strong), uma série de eventos passa a se desenrolar, envolvendo assassinato, chantagens, oligarcas russos, gangsters da Tríade e jornalistas corruptos. Tudo isso narrado pelo jornalista charlatão Fletcher (Hugh Grant).  

Guy Ritchie nos pega de jeito em seus primeiros minutos de projeção, já que acontece um momento imprevisível e do qual somente iremos ver os desdobramentos disso mais adiante. Até lá, a trama vem e volta no tempo, como se a intenção do diretor seja para que prestemos atenção no emaranhado de subtramas, mas das quais são todas envolvidas em uma única linha de teia. Com isso, temos todo o direito do mundo de prestigiarmos uma trilha sonora que empolga, uma edição de cenas frenéticas e cuja a câmera do cineasta viola as leis da física.  

Como se isso tudo já não bastasse, o cineasta tem a proeza, novamente, de comandar um elenco ilustre e que cada um consegue dar o melhor de si em suas criativas cenas dirigidas pelo cineasta. Mas se temos Matthew McConaughey como protagonista e rei da maconha dentro da trama, por outro lado, Hugh Grant rouba a cena no que, talvez, seja a melhor atuação de sua carreira. Narrando toda a trama do começo ao fim dela, Hugh Grant de nada lembra aquele garoto que se consagrou em comédias românticas inglesas dos anos noventa e criando assim um personagem sarcástico e do qual jamais será esquecido.  

Como um todo, o filme nos faz relembrar os principais e melhores títulos do cineasta citados acima, mas tendo luz própria de sua maneira e que merece ser degustada. O diretor pode ter vendido a sua alma algumas vezes para a fábrica dos sonhos, mas nunca abandonou a sua visão autoral como um todo. "Magnatas do Crime" é uma prova que Guy Ritchie não se vendeu por completo ao jeito fácil de fazer filmes em Hollywood e nos brindando com um filme que é uma injeção na veia para aqueles que procuram oxigênio de criatividade na medida certa. 

Onde Assistir: TELE CINE PLAY

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/01/21)

 RESSACA

Sinopse: O corpo artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos símbolos culturais do Brasil, se vê paralisado por uma grave crise. Com salários atrasados, sem notícias animadoras no horizonte, bailarinos, cantores, músicos e demais funcionários enfrentam diariamente uma situação triste que diz muito sobre o Brasil de hoje.

disponível nas plataformas NetNow, Oi Play e Vivo Play.  

Dente por Dente

Sinopse: Ademar, dono de uma empresa de segurança particular, descobre que seu sócio está envolvido em um grande esquema criminoso.

MINHA IRMÃ

Sinopse: Situado em Berlim e nos Alpes Suíços, o filme apresenta Nina Hoss como Lisa, esposa e mãe de dois filhos que chega à beira do esgotamento enquanto tenta equilibrar a família e o trabalho com o desafio físico e psicológico de cuidar do irmão. 


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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Nunca Raramente Às vezes Sempre'

Sinopse: Após descobrir que está grávida, uma jovem de 17 anos decide abortar. No entanto, para realizar a operação seguindo as leis estadunidenses, Autumn decide fazê-lo em Nova York, e embarca na metrópole acompanhada de sua prima Skylar. 

Embora o conservadorismo atual tente acobertar certos assuntos, os responsáveis pela cultura, por sua vez, debatem situações que os mesmos não querem acobertar, mas sim para que nos faça refletir. O cinema sempre levou para as telas a questão do aborto com certa delicadeza para que assim todas as pessoas, independentemente de quaisquer opinião, possam pensar sobre o assunto como algo sério a ser debatido. "Nunca Raramente Às vezes Sempre" (2020) nos coloca ao lado de duas protagonistas que adentram uma jornada em busca de uma solução delicada, mas que nos faça pensar do começo ao final desta história.

Dirigido por Eliza Hittman, o filme conta a história de amigas e primas inseparáveis Autumn (Sidney Flanigan) e Skylar (Talia Ryder), que navegam precariamente na vulnerabilidade da adolescência feminina na Pensilvânia rural. Quando Autumn inesperadamente engravida, ela é confrontada com uma legislação conservadora de colarinho azul, sem piedade de mulheres, que impõe um aborto. Com o apoio infalível da Skylar e recursos ousados, o dinheiro para financiar o procedimento é garantido e a dupla embarca em um ônibus com destino ao estado de Nova York para encontrar a ajuda que o Autumn precisa.

A cineasta Eliza Hittman procura trazer a realidade mais próxima possível para os nossos olhos, pois a questão do aborto perdura já a vários anos e, portanto, ela coloca em sua obra, tanto a difícil decisão em escolher esse caminho, como também enfrentar o difícil percurso para poder praticá-lo. Por conta disso, a cineasta escancara o conservadorismo norte americano, que do qual não é muito diferente do nosso e que acha que tem a palavra final sobre as escolhas que as jovens de hoje têm que tomar neste momento complicado. Curiosamente, o filme sintetiza o lado solidário das mulheres quando se dão as mãos, mesmo quando as mesmas fraquejam perante a sombra do machismo.

Machismo esse, por sua vez, é representado por figuras masculinas que colaboram para que as mulheres cada vez mais se distancie da ajuda do homem, pois os mesmos não oferecem nenhuma solução, mas sim somente angustia, dor e repreensão. Quando, por exemplo, as duas protagonistas entram no coração de Nova York, tudo o que elas encontram são figuras masculinas que, por mais inofensivas que sejam, cobram um alto preço para estender a mão para ajudá-las em uma situação complexa.

Tanto Sidney Glanigan como Talia Ryder estão ótimas em seus respectivos papéis, sendo que ambas possuem um mesmo olhar perante uma realidade opressora que elas precisam enfrentar em seu dia a dia. Se por um lado Talia consegue sintetizar pela sua personagem uma pessoa que sabe contornar essa realidade machista, por outro lado, Sidney Flanigan nos conduz com sua personagem momentos em que ela nos passa toda a dor que ela carrega nas costas, ao ponto de temermos pelo seu próximo passo que será dado. A cena em que ela responde um questionário com relação a sua escolha do aborto está entre os melhores momentos do filme e cujo o desempenho da jovem atriz nos impressiona a cada segundo que passa durante essa cena.

"Nunca Raramente Às vezes Sempre” nos coloca a frente em assunto espinhoso, mas do qual já não pode mais ser escondido perante os nossos olhos. 

Onde Assistir: Google Play Filmes. 

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