Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Malévola: Dona do Mal' - Uma Continuação Que Faz o Original Se Tornar Ainda Melhor

Sinopse: Malévola e sua afilhada Aurora começam a questionar os complexos laços familiares que as prendem à medida que são puxadas em direções diferentes por casamentos, aliados inesperados e novas forças sombrias em jogo. 

"Malévola" (2014) foi uma grata surpresa para os fãs do famoso conto de fadas. Ao invés de cair no óbvio, o filme explorou um lado até então desconhecido do conto e Angelina Jolie nos brindou em uma atuação que nasceu para ela como um todo. Infelizmente, "Malévola: Dona do Mal" fica aquém do esperado, mesmo com um visual incrivelmente belo.
Dirigido agora por Joachim Rønning, do filme "Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar" (2017), o filme se passa cinco anos após os eventos do filme original e Aurora é a agora rainha dos Moors e é pedida em casamento pelo príncipe Phillip (Harris Dickinson). Ela aceita o pedido e, com isso, parte rumo ao reino de Ulstead ao lado de Malévola (Angelina Jolie), no intuito de conhecer seus futuros sogros, John (Robert Lindsay) e Ingrith (Michelle Pfeiffer). Porém, a reunião familiar desencadeia situações que irão se tornar irreversíveis.
Basicamente essa continuação é uma repetição do filme original, onde vemos malévola transitar novamente entre o bem e o mal. Porém, os roteiristas exploram mais uma vez a sua real origem e dosando elementos até mesmo mitológicos e familiares para aqueles que curtem o gênero fantástico. Particularmente eu acho isso um tanto forçado, pois a mitologia de malévola estava mais do que estabelecida e ao tentar explorar algo novo com relação as  suas raízes nada mais é do que uma desculpa para haver essa sequência.
Visualmente o filme é arrebatador em termos de fotografia e edição de arte. O que faltava no filme original aqui é explorado em até o seu último grau e transformado aquele universo mágico em algo maior e visualmente arrebatador. É preciso reconhecer também o belíssimo cenário onde moram os seres que possuem o mesmo sangue da protagonista e que desejam lutar contra a raça humana.
Fora isso, não há mais nada vindo do filme que possa nos surpreender e tão pouco nos pegar desprevenidos.  Já no primeiro ato da trama fica bastante óbvio, por exemplo, que a Rainha Ingrith é a vilã da história e que sua personagem só não se torna mais previsível ainda graças atuação competente da veterana Michelle Pleifffer mesmo em um papel tão limitado como esse. E se por um lado o Príncipe Phillip (Harris Dickinson) poderia ter sido facilmente interpretado por outro ator, em contrapartida, a relação de mãe filha entre Malévola e Aurora é o que ainda nos encanta, mesmo quando isso fica de uma forma bem secundária na trama.
O ato final reserva até bons momentos de pura ação, mesmo quando algumas situações parecem até algo copiado do que nós já havíamos testemunhado na trilogia "O Senhor Dos Anéis". Quando os minutos finais chegam, nos damos conta que tudo ficou no mais do mesmo e tornando a existência dessa continuação unicamente para ganhar dinheiro. "Malévola: Dona do Mal" veio apenas para tornar o filme original em algo muito mais prazeroso de ser assistido.  


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Exibições especiais de Raymond Chauvin e Otto Guerra

CINEMA EXPERIMENTAL DE RAYMOND CHAUVIN NO DIA MUNDIAL DO PATRIMÔNIO AUDIOVISUAL  A CIDADE DOS PIRATAS DE OTTO GUERRA EM PRÉ-ESTREIA
Cidade Dos Piratas

No domingo, 27 de outubro, às 16h, a Cinemateca Capitólio Petrobras celebra o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual com sessão gratuita Cinéma de Salon: O Cinema Experimental de Raymond Chauvin, com 9 pequenos filmes realizados por um dos nomes mais marcantes da produção em Super-8 do Brasil. A sessão tem entrada franca. No domingo, 27 de outubro, às 19h, ocorre a sessão de pré-estreia do longa-metragem A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra, com a presença do diretor e de integrantes da equipe. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

CINÉMA DE SALON:
O CINEMA EXPERIMENTAL DE RAYMOND CHAUVIN
O programa apresentado na Cinemateca Capitólio Petrobras foi um dos destaques da programação da 1ª Mostra Cine Brasil Experimental, realizada em São Paulo, em setembro deste ano. A sessão conta com o apoio do Festival Curta 8, de Curitiba, da ABPA (Associação Brasileira de Preservação Audiovisual), da pesquisadora e curadora Lila Foster e da preservadora Carlinda Maria Fischer Mattos, profissional responsável pelo acervo fílmico do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa. A sessão marca a homenagem da Cinemateca Capitólio Petrobras ao trabalho realizado por Carlinda Fischer Mattos e pela equipe do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa para a preservação do cinema realizado no Rio Grande do Sul. 
Apresentação adaptada do texto publicado no catálogo da 1ª Mostra Cine Brasil Experimental. A seleção “Cinema de Salon: O Cinema Experimental de Raymond Chauvin” foi apresentada inicialmente no Festival Curta 8 em 2012, com curadoria de Lila Foster. Raymond Chauvin foi um personagem marcante na cena Super-8 de Porto Alegre. Nascido na França, chegou ao Brasil aos 18 anos e se fixou na capital gaúcha, onde trabalhou como professor de francês. Entre autorretratos, filmes pintados e riscados direto na película, quase sempre sem edição, pensando a montagem no próprio ato de filmar, teria feito cerca de 400 filmes – uma parcela está sob a guarda do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, em Porto Alegre. “Cinéma de Salon” era o nome que Chauvin dava às pequenas sessões para convidados que, muitas vezes, saíam das projeções com os filmes que distribuía como presente.

FILMES (exibição digital)
Café Jornal (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3′)
Anti-cinema (?) (Auto retrato n. 4) (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Iconoclasta (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Decadentismo (Amador n. 5) Um Manifesto (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Metamorfose (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Metamorfose 2 (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Decadente n. 4 (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Improviso n. 2 (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)
Non-figuratif (Raymond Chauvin, 1970-1980c, 3’)

A CIDADE DOS PIRATAS
Brasil, 2018, 85 minutos, DCP
Direção: Otto Guerra
Distribuição: Lança Filmes
Qual o sentido de fazer um longa-metragem sobre Piratas que navegam pelo Rio Tietê atrás de vítimas para saquear e torturar quando, entre a ideia de fazê-lo até a consumação do fato, passam-se décadas, o mundo entra no século XXI e o Brasil se vê diante de um enredo que supera qualquer ficção? Há um bom e grande motivo: o projeto escrito a partir desses personagens foi finalmente viabilizado. Em meio a isso, Laerte, o autor da história, assume sua troca de gênero, começa a renegar seus antigos personagens, os Piratas do Tietê, e a criar outras narrativas interessantes. O Diretor do filme, perdido com essa nova realidade e decidido a ser fiel aos seus caprichos após se ver diante da morte, resolve contar seu drama misturando-se à trama, criando um caótico labirinto entre a ficção e a vida real.

GRADE DE HORÁRIOS
24 a 30 de outubro de 2019

24 de outubro (quinta)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h – Curto Circuito + Bacurau
20h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever

25 de outubro (sexta)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h - Curto Circuito + Bacurau
20h - Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever

26 de outubro (sábado)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h - Curto Circuito + Bacurau
20h - Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever

27 de outubro (domingo)
14h – O Clube dos Canibais
16h – Cinéma de Salon – Filmes de Raymond Chauvin
17h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever
19h – A Cidade dos Piratas (pré-estreia)

29 de outubro (terça)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever
20h – Vicious + Matou a Família e Foi ao Cinema (Cinema de Invenção)

30 de outubro (quarta)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
18h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever
20h – República da Traição (Cinema de Invenção)

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Meu Nome é Daniel’ - A Limitação Não é Uma Opção

Sinopse: Daniel Gonçalves nasceu com uma deficiência que nenhum médico foi capaz de diagnosticar. No documentário pessoal “Meu nome é Daniel”, o jovem cineasta residente no Rio de Janeiro traça o caminho de sua vida para tentar compreender sua condição. 

Os anos oitenta e noventa estão sendo revisitados através do cinema e da música atual. No cinema brasileiro recente, por exemplo, a estética da década de noventa é vista através da tecnologia da época, como no caso do recente "Os Jovens Baumann". "Meu Nome é Daniel", por sua vez, procura através de registros de VHS recontar a vida sobre alguém que não se intimidou perante as suas próprias limitações.
Dirigido pelo estreante Daniel Gonçalves, o mesmo decide, através de cenas de arquivos de VHS, recontar um pouco sobre a sua própria vida. Nascido com uma doença que ainda hoje é desconhecida, Daniel tem dificuldades motoras, mas que não o impede de seguir em frente para abraçar os seus objetivos. Ao mesmo tempo, enxergamos um pouco sobre a história do Brasil nessas suas cenas de arquivos.
O primeiro minuto do filme já nos pega desprevenidos, já que Daniel propõe filmar ele próprio dirigindo um carro, mas fazendo a gente temer por um possível acidente durante o percurso. Esse momento é proposital, já que, inconscientemente, tememos que ele se machuque, mas ao mesmo tempo somos pegos desprevenidos pela sua força de vontade ao longo da projeção. Com cenas em primeira pessoa, observamos a sua vida através do seu olhar e assim testemunhamos a sua grande revolução que ele vai trilhar.  
Tecnicamente o filme é um colírio para os cinéfilos que buscam uma estética diferente do convencional e que busca resgatar um pouco sobre como eram feitas as gravações caseiras de antigamente. Do Super8 ao VHS, conhecemos não somente a vida de Daniel, como também os costumes, a moda e sobre o que acontecia com o país em determinada época.  Ao mesmo tempo em que vemos, por exemplo, Daniel se interagir com a sua família, é curioso como a nossa atenção é fisgada sobre o que está passando na tv através do som e fazendo até mesmo nos localizarmos em que período se passa a história naquele momento.
Porém, é a própria figura de Daniel que se torna o coração do filme como um todo. A gente facilmente se identifica com ele, principalmente de acordo com os seus depoimentos sobre partes importantes de sua vida e fazendo a gente imaginar cada detalhe importante vinda através de suas próprias palavras. Não importa quais obstáculos surgiam, ou palavras até mesmo preconceituosas que lhe machucaram, o protagonista seguiu em frente para continuar vivendo e assim abraçar os seus grandes sonhos.
"Meu Nome é Daniel" é sobre persistência, força de vontade e a luta de alguém que não aceita ser excluído pela sociedade. 


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: “A Fera na Selva”,que estreia dia 24 de setembro, às 19h, no CineBancários

Eliane Giardini e Paulo Betti estrelam o longa-metragem “A Fera na Selva”, que estreia dia 24 de setembro, às 19h, no CineBancários

“A Fera na Selva” é baseado na obra do escritor americano Henry James, tem direção de Eliane Giardini, Paulo Betti e Lauro Scorel e é estrelado por Eliane Giardini e Paulo Betti. Baseado livremente na obra do escritor americano Henry James, escrita no século XX, “A Fera na Selva” conta uma história de amor incompreendida. No filme acompanhamos um homem que vive de olho no futuro e passa a vida esperando por um acontecimento sem conseguir enxergar os sinais de algo que poderia realmente ter transformado sua vida mas que acabou ficando em segundo plano, como uma fera à espreita na selva.
No elenco ainda estão Juliana Betti, Janice Vieira, Cristina Labronici, Ademir Feliziane e Mário Pérsico. “A Fera na Selva” é dirigido por Eliane Giardini, Paulo Betti e Lauro Escorel e coproduzido por Prole de Adão Produções, Batuta Filmes, Canal Brasil e Globo Filmes. O produtor associado é Fernando Meirelles. A distribuição nos cinemas é da O2 Play. Filmado no interior de São Paulo em Sorocaba, Salto, Votorantim e Iperó, o trabalho envolveu mais de 600 pessoas entre equipe técnica, fornecedores e figurantes.

Mais informações em http://aferanaselva.com.br/

Sinopse: João e Maria vivem uma vida inteira juntos. Ele é professor de português, ela de literatura inglesa. João é atormentado pela obsessão que uma coisa extraordinária vai acontecer em sua vida. Maria aceita esperar com ele A Fera na Selva, que um dia chegará avassaladora.

FICHA TÉCNICA:
Brasil I Drama I 87min.
DIREÇÃO: Eliane Giardini, Paulo Betti, Lauro Escorel
COPRODUÇÃO: Prole de Adão Produções, Batuta Filmes, Canal Brasil, Globo Filme
ROTEIRO: Paulo Betti, Luís Artur Nunes, Eliane Giardini e Rafael Romão
PRODUÇÃO ASSOCIADA: Fernando Meirelles
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Gilberg Antunes
PRODUÇÃO DE ELENCO: Juliana Betti
NARRAÇÃO: José Mayer
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Lauro Escorel, ABC
DIREÇÃO DE ARTE: Ronald Teixeira
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Alexandre Miliani
DIREÇÃO DE PLATÔ: Ocimar Marques
 MONTAGEM: Eduardo Escorel
TRILHA MUSICAL: Felipe Lara
SOM DIRETO: Márcio Câmara
DESENHO DE SOM: Alexandre Griva, Gabriel Pinheiro
FIGURINO: Maribel Espinoza, Ronald Teixeira
MAQUIAGEM E CARACTERIZAÇÃO: Siva Rama Terra, Ebony
PRODUÇÃO DE FINALIZAÇÃO: Marcelo Pedrazzi
ADAPTAÇÃO DE A FERA NA SELVA, DE HENRY JAMES
DISTRIBUIDORA: O2 Play

Informações para a imprensa:
Marcos Morelli (+55 11) 3871-0022, ramal 235
morelli@agencialema.com.br

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Noite Amarela' - Garotos Perdidos

Sinopse: Um grupo de adolescentes viaja para uma remota ilha do nordeste para comemorar a formatura do ensino médio. As brincadeiras e festas são gradativamente interrompidas pela sensação de que o lugar abriga um horror insondável. 

Não importa se um filme possua um orçamento limitado, pois basta ter uma boa ideia para que saia dali um grande conteúdo. Pegamos, por exemplo, o recente "Os Jovens Baumann" que, não só remete filmes clássicos como "A Bruxa de Blair" (1999) como também sintetiza o que foi um pouco dos anos noventa. "A Noite Amarela" segue uma linha parecida, moldada com poucos recursos, mas criando um criativo filme de terror psicológico e que fala da geração perdida do nosso tempo.  
Dirigido por Ramon Porto Mota, do filme "O Nó Do Diabo" (2017), o filme conta a história de uma turma de jovens amigos que param em uma ilha para comemorar a formatura do ensino médio. Porém, eles começam a andar em círculos pelo local, como se não conseguissem sair dali por algum motivo. Ao mesmo tempo, a trama vem e volta no tempo e revelando novas pistas sobre o que pode estar acontecendo.  

Conheça e anuncie na Rádio Cultura Cigana. https://radioculturacigana.minhawebradio.net/

Assistir ao filme "A Noite Amarela" requer um pouco de paciência, principalmente para aqueles que buscam pelo terror convencional, mas que irão encontrar algo fora do normal. Para começar, a sua fotografia é quase sempre escura, como se aqueles personagens estivessem em um pesadelo continuo e que buscam uma chance de acordar daquele cenário. Aliás, a trama nos força a prestar atenção no filme do começo ao fim, principalmente pelo fato de passado e presente transitarem a todo momento e fazendo a gente se perguntar o que realmente está acontecendo.
Mesmo com poucos recursos, Ramon Porto Mota cria um verdadeiro clima de tensão, pois ficamos nos perguntando se há algum mal que está à espreita para dar bote nos protagonistas. O mal, aliás, não surge na figura de um monstro, mas talvez nas atitudes duvidosas, seja dos protagonistas centrais, ou das figuras ambíguas que surgem na tela. Nesse último caso, essa sensação acontece justamente quando a história vem e volta no tempo e que explora as escolhas e atitudes dos protagonistas que são, por vezes, errôneas.
Do terceiro ato até o seu final, testemunhamos situações que fogem por completo do convencional, onde vemos os personagens se encaminhando em um turbilhão de situações que transitam entre o real e situações que beiram a um pesadelo extra-sensorial. Qualquer semelhança com alguma obra de David Lynch não deve ser vista como mera coincidência, pois a intenção, talvez, seja justamente essa. Em alguns momentos, por exemplo, o filme fez me lembrar de algumas obras do cineasta, como no caso de  "Eraserhead" (1977) e, principalmente, "Império Dos Sonhos" (2006). 
Com um final que levanta mais perguntas do que respostas, "A Noite Amarela" é um filme que incomoda por não ser um filme convencional dentro do gênero de terror e nos levando para um território até mesmo incomum. 

Conheça e anuncie na Rádio Cultura Cigana.



Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: The Cleaners, Jessica Forever, O Clube dos Canibais e Carta Para Além dos Muros (22 a 30 de outubro)

SESSÃO DE ENCERRAMENTO DA MOSTRA HORIZONTES DO FILME-ENSAIO JESSICA FOREVER, BACURAU, O CLUBE DOS CANIBAIS E CARTA PARA ALÉM DOS MUROS EM CARTAZ
O CLUBE DOS CANIBAIS

A sessão de encerramento da mostra Horizontes do Filme Ensaio acontece na quarta-feira, 23 de outubro, às 20h, com a exibição de The Cleaners, de Hans Block e Moritz Riesewieck, comentada pelo produtor Fernando Dias. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
Na quinta-feira, 24 de outubro a Cinemateca Capitólio Petrobras promove a estreia de três filmes: Jessica Forever, de Caroline Poggi e Jonathan Vinel; O Clube dos Canibais, de Guto Parente; e Cara Para Além dos Muros, de André Canto.
Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, segue em exibição até o dia 26 de outubro. O valor do ingresso dos filmes em cartaz é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
Dois curtas-metragens produzidos pela Corcina, a Cooperativa dos Realizadores Cinematográficos Autônomos, serão exibidos durante a semana. Cinema Ação Curtametralha, de Sérgio Péo, será exibido antes de Jessica Forever. Curto Circuito, de André Parente, será exibido antes de Bacurau.

FILMES

THE CLEANERS
(Im Schatten der Netzwelt)
Alemanha/Brasil, 88’, 2018, DCP
Direção: Hans Block, Moritz Riesewieck
A cada minuto 245 mil fotos estão sendo carregadas na internet, totalizando mais de 350 milhões de fotos diariamente. Simultaneamente, algumas dessas imagens e vídeos estão sendo bloqueados ou excluídos: pornografia infantil, fotos de tortura ou violência extrema, mas também imagens inofensivas de mães que amamentam. Quem são esses moderadores que fazem a “limpeza” das redes sociais? Com qual critério? E o quanto essas decisões podem influenciar a vida e opinião de todos?

JESSICA FOREVER
um filme de Caroline Poggi e Jonathan Vinel
97 min., 2018, França, DCP
Distribuição: Zeta Filmes
Jessica é uma rainha, mas ela pode ser uma guerreira, uma mãe, uma deusa ou uma estrela. Jessica salvou todos aqueles jovens perdidos, aqueles meninos solitários, órfãos e perseguidos que nunca conheceram o amor e que se tornaram monstros. Juntos, formam uma família e procuram criar um mundo no qual tenham o direito de permanecer vivos.

O CLUBE DOS CANIBAIS
Brasil, 2018, 81’, DCP
Direção: Guto Parente
Distribuição: Olhar Filmes
Otavio e Gilda são da elite brasileira e membros do The Cannibal Club. Os dois têm como hábito, comer seus funcionários. Quando Gilda acidentalmente descobre um segredo de Borges, um poderoso congressista e líder do clube, ela acaba colocando sua vida e a de seu marido em perigo.

CARTA PARA ALÉM DOS MUROS
Brasil, 2019, 85’, DCP
Direção: André Canto
Distribuição: Descoloniza Filmes
A trajetória histórica do vírus HIV e da AIDS no imaginário brasileiro, desde a epidemia que tomou o mundo e deixou milhares de vítimas nas décadas de 1980 e 1990, até os dias atuais. Através de entrevistas com médicos, pessoas que vivem com o vírus, ministros, personalidades e representantes de movimentos conscientizadores sobre a epidemia, o diretor André Canto propõe uma reflexão sobre a evolução dos tratamentos e os desafios e estigmas ainda enfrentados por portadores de HIV.

CINEMA AÇÃO CURTAMETRALHA
Direção: Sérgio Péo
12min, 1978, 35mm, exibição em Full HD
Documentário-manifesto em defesa da inclusão do filme brasileiro de curta-metragem no circuito nacional de cinemas, acompanhando cada longa metragem estrangeiro como reserva de mercado (Lei do Curta de 1977). O filme é dedicado à ABD (Associação Brasileira de Documentaristas).

CURTO CIRCUITO
Direção: André Parente
10min, 1980, 35mm, exibição em HD
Um homem foge sem que saibamos a razão.

GRADE DE HORÁRIOS
22 a 30 de outubro

22 de outubro (terça)
15h30 – Bacurau
18h – Imagens do Mundo e Inscrições da Guerra
20h – Eclipse + Filme Socialismo

23 de outubro (quarta)
15h30 - Bacurau
18h – Crise Antropomórfica + Carnívora
20h – The Cleaners + debate com Fernando Dias

24 de outubro (quinta)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h – Curto Circuito + Bacurau
20h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever

25 de outubro (sexta)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h - Curto Circuito + Bacurau
20h - Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever

26 de outubro (sábado)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h - Curto Circuito + Bacurau
20h - Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever

27 de outubro (domingo)
14h – O Clube dos Canibais
16h – Cinéma de Salon – Filmes de Raymond Chauvin
17h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever
19h – A Cidade dos Piratas (pré-estreia)

29 de outubro (terça)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
17h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever
20h – Vicious + Matou a Família e Foi ao Cinema (Cinema de Invenção)

30 de outubro (quarta)
14h – Carta Para além dos Muros
15h30 – O Clube dos Canibais
18h – Cinema Ação Curtametralha + Jessica Forever
20h – República da Traição (Cinema de Invenção)

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Cine Especial: Clube De Cinema De Porto Alegre: ‘Em Quem Você Pensa Que Sou’

Sinopse: Claire, de 50 anos, resolve criar um perfil falso em uma rede social para acompanhar seu namorado, que é bem mais jovem. Lá, ela se esconde com a identidade de Clara, uma bela jovem de 24 anos. Neste universo virtual ela cria uma relação com Alex e os dois acabam se apaixonando. 

Em tempos atuais em que os relacionamentos tradicionais andam cada vez mais escassos, é curioso que as pessoas procurem outros meios de se relacionar, mesmo em situações que não lhes dão exatamente o tão desejado amor verdadeiro. No filme "Ela" (2013), por exemplo, testemunhamos uma história de amor absurda, mas que dialoga exatamente sobre esses tempos atuais em que as redes sociais de relacionamentos predominam e nos dominam. Já em "Quem Você Pensa Que Sou" a identificação com a trama se torna imediata e fazendo a gente se colocar no lugar da protagonista.
Dirigido pelo estreante Safy Nebbou, o filme conta a história de Claire (Juliette Binoche), que decide contar os principais eventos recentes de sua vida para uma psicóloga (Nicole Garcia). Durante as consultas, descobrimos que Claire criou um perfil falso pelo Facebook para vigiar um namorado, mas que acabou se apaixonando pelo seu amigo Alex mesmo não se vendo pessoalmente. Não demora muito para esse relacionamento virtual se tornar intenso e até mesmo irreversível.  

Conheça e anuncie na Rádio Cultura Cigana. https://radioculturacigana.minhawebradio.net/

Safy Nebbou cria um belíssimo visual sobre os tempos atuais em que vivemos, cuja a fotografia azulada sintetiza o lado frio dos relacionamentos a distância e que, por vezes, acabam de um modo que não se deveria. Curiosamente, o cineasta faz um paralelo do assunto com os reflexos vistos nos vidros e espelhos que surgem na tela e nos dando a entender que a protagonista gostaria de se ver como uma outra pessoa. É aí que surge a questão dos avatares virtuais, onde as pessoas inventam que são outras e para assim se sentirem mais desejadas.
Juliette Binoche, novamente, nos brinda com uma atuação digna de nota, onde a sua personagem representa uma pessoa que teme pela solidão e que nos faz nos identificarmos facilmente com ela. Por mais absurda que seja a ideia de uma relação amorosa virtual, o que acontece na tela nada mais é do que acontece com a maioria das pessoas do mundo real nos dias de hoje. Curiosamente, mesmo com a trama beirando ao verossímil, ficamos desconcertados com a situação e isso é muito bem representado pelas reações da psicóloga  da trama, que é brilhantemente interpretada por Nicole Gacia.
Além da questão dos relacionamentos virtuais visto na obra, Safy Nebbou faz questão também de explorar o vício atual da população em acreditar em qualquer fake news da vida. No caso do filme, testemunhamos um ato final com diversos pontos de finalização da história e do qual ficamos nos perguntando até o último minuto sobre o que é real ou mentira visto na tela. Se por um lado isso pode parecer um tanto que forçado, do outro, é interessante como isso gera diversos sentimentos conflitantes em nós e fazendo a gente questionar ainda mais sobre os dilemas das relações humanas e das verdades infundadas do nosso mundo real que surgem hoje em dia.
"Quem Você Pensa Que Sou" é uma grata surpresa para quem procura buscar questionamentos sobre os relacionamentos e verdades e mentiras dos nossos tempos contemporâneos. 


Conheça e anuncie na Rádio Cultura Cigana.


NOTA: Filme exibido para associados e não associados  do Clube De Cinema De Porto Alegre no último domingo (20/10/19) na Casa de Cultura Mario Quintana.    

Faça parte do Clube de Cinema de Porto Alegre.  
Mais informações através das redes sociais:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948
twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.