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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Cine Dica: ‘DIVINAS DIVAS’ NA SESSÃO DE CINEMA INCLUSIVO NA CINEMATECA PAULO AMORIM



 
O documentário DIVINAS DIVAS, da diretora Leandra Leal é o próximo título da SESSÃO DE CINEMA INCLUSIVO. A exibição será no dia 27 de outubro, sábado, às 14h30 na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim (térreo da Casa de Cultura Mario Quintana – Rua dos Andradas, 736), com recursos de audiodescrição, legendas e tradução para Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Video sobre a sessão: https://goo.gl/2feQWy

O objetivo é contemplar um público quem nem sempre tem acesso às atividades culturais e atender às demandas de acessibilidades, que hoje já são uma exigência da legislação brasileira em vários setores.
As SESSÕES DE CINEMA INCLUSIVO, dedicadas aos filmes brasileiros e/ou produções gaúchas, integram o Plano Anual de Programação da Cinemateca Paulo Amorim, com patrocínio do Banrisul, Icatu Seguros e Rio Grande Seguros por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Até o final do ano, o Plano inclui outras mostras especiais e também a reforma completa e digitalização da Sala Eduardo Hirtz.

Sobre a sessão:
DIVINAS DIVAS (Brasil, 2017, 110min). Documentário de Leandra Leal.  Vitrine Filmes, 14 anos.
Sinopse: Rogéria, Valéria, Jane Di Castro, Camille K, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios representam a primeira geração de travestis do Brasil que brilhou nos palcos do Rio de Janeiro, ainda nos anos 1970. O filme acompanha o reencontro destas artistas para a montagem de um espetáculo, destacando histórias e memórias de um grupo que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.

As exibições têm entrada franca, com agendamento de instituições, escolas e grupos especiais de acessibilidade pelo telefone (51) 3226.5787.

PREÇOS DOS INGRESSOS:
TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES.
ESTUDANTES DEVEM APRESENTAR CARTEIRA DE IDENTIDADE ESTUDANTIL. OUTROS CASOS: CONFORME LEI FEDERAL Nº 12.933/2013.
A MEIA-ENTRADA NÃO É VÁLIDA EM FESTIVAIS, MOSTRAS E PROJETOS QUE TENHAM INGRESSO PROMOCIONAL. OS DESCONTOS NÃO SÃO CUMULATIVOS.
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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Berenice Procura



Sinopse: Berenice é uma mulher dedicada ao seu trabalho de taxista. Ela tem uma paixão especial por fatos policiais e cenas de crimes. Um dia, ela escolhe o caso do assassinato de um travesti no bairro de Copacabana para fazer sua própria investigação. 

Em tempos em que o Brasil tenta vender uma espécie “digníssima família brasileira” para a posteridade, por outro lado, há indícios cada vez mais tênues de que essa imagem se encontra desgastada devido ao lado hipócrita vindo do próprio brasileiro. Se por um lado o conservadorismo do mundo real tenta a todo custo esconder essa realidade, por outro lado, a ficção cinematográfica colabora para escancarar uma realidade não vista nas novelas plásticas e sem vida. “Berenice Procura” mostra o outro lado dessa moeda, cujo figuras de uma trama policial sintetizam a real família brasileira a beira do precipício.
Dirigido por Allan Fiterman (Embarque Imediato), o filme conta a história de Berenice (Claudia Abreu) que, com o casamento em frangalhos, decide se dedicar a vida como taxista. Tendo certa tentação escondida com relação a crimes policiais, Berenice se atrai pelo assassinato de uma travesti, cujo corpo foi encontrado na praia de Copacabana. Não demora muito para que ela descubra um o outro lado da cidade, que é o submundo obscuro e cheio de segredos.
Em tempos em que o cinema brasileiro cada vez mais se renova, ao tentar explorar outros gêneros, Berenice Procura possui um clima de filme policial Noir poucas vezes visto em nossa história. Embora não possua uma fotografia em preto e branco, da qual nos lembre esse gênero, todas as figuras conhecidas estão lá: assassinato, inúmeros suspeitos, damas fatais e segredos obscuros.
Além disso, o cineasta Allan Fiterman cria um belo jogo de câmera, ao fazer enquadramentos fora do convencional, com planos sequências mirabolantes já no início da trama. Além disso, estamos diante de uma Copacabana pouco vezes vista nos cartões postais, mas sim moldada com uma fotografia obscura e que molda um clima de insegurança. Em tempos nebulosos do Brasil do mundo real, a realidade vista nessa ficção se mostra mais do que verossímil.
Curiosamente, o filme também remete alguns clássicos policiais dos anos 70, nos lembrando até mesmo a obra prima Taxi Drive. Berenice, por exemplo, não é muito diferente do personagem daquele filme interpretado por Robert De Niro, mas tendo uma raiva mais contida e procurando algum sentido na vida pelas ruas de Copacabana. Seu lar, por exemplo, é claustrofóbico, ao não saber se comunicar com o seu filho e tendo um casamento em declínio com o marido (Eduardo Moscovis, ótimo).
Uma vez que a personagem vai adentrando no caso da travesti assassinada, se abre um leque de inúmeros personagens envolvidos, sendo alguns até mesmo próximos a ela. Em contra partida, o filme faz uma severa crítica sobre qual é a verdadeira imagem da família brasileira atual, sendo que ela, talvez, não seja moldada pelos laços de sangue, mas sim pela solidariedade pelo próximo. Indivíduos excluídos pela sociedade, por serem considerados diferentes, acabam sendo mais felizes com o pouco que tem do que aqueles que se encontram naquela que se diz ser “digníssima família brasileira”, mas que se encontra a beira da falência moral e digna.
Embora algumas soluções pareçam previsíveis na trama, Berenice Procura é um belíssimo jogo de gato e rato, além de sintetizar o atual  lado hipócrita de um povo brasileiro em frangalhos.



Onde assistir: Cinebancários. Rua General Câmara, nº424, centro de Porto Alegre. Horários: 17h e 19h.   



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Cine Curiosidade: Novo Instituto Olga Rabinovich lança prêmio inédito na Mostra



Por meio da doação de bolsas, financiamento de projetos e parcerias com instituições, o novo Instituto nasce para ser um agente catalisador da excelência do audiovisual brasileiro

O Brasil ganha o primeiro instituto filantrópico de apoio ao audiovisual. O Instituto Olga Rabinovich acredita que o trabalho dedicado ao amadurecimento dos projetos e a troca com profissionais experientes são fundamentais para a criação de grandes histórias contadas no audiovisual e no consequente engajamento do público espectador.“Ao longo de minha trajetória senti a necessidade de atuar de forma efetiva na transformação de algumas realidades no Brasil, país que recebeu minha família com tamanha generosidade”, Olga Rabinovich.
O novo Instituto vai atuar na formação e capacitação de profissionais, no apoio a roteiro e desenvolvimento de projetos e ainda na reflexão sobre como essas histórias podem chegar ao grande público. Como projeto piloto de lançamento, o novo Instituto vai premiar um roteirista com mentorias e uma bolsa de R$ 30 mil, pelo período de seis meses. A pré-estreia do Instituto ocorre durante a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O premiado será escolhido por uma comissão externa formada pela Mostra, entre os 20 projetos selecionados para o Encontro de Negócios do Mercado de Ideias Audiovisuais.
“A história do Instituto Olga Rabinovich no audiovisual começou há um ano, por meio da realização de 79 conversas com profissionais do meio, a fim de traçar um diagnóstico que permitisse identificar qual seria a melhor e mais eficiente atuação da instituição filantrópica”, afirma Joséphine Bourgois, diretora executiva da Instituição.

O posicionamento
- O Instituto Olga Rabinovich atuará como agente catalisador, a partir de uma visão sistêmica e integradora
- Será um doador de bolsas e apoiador de projetos (“grant-maker”)
- Mobilizará atores diversificados em torno de soluções desenhadas e operadas em parceria com eles

Projetos do Instituto Olga Rabinovich
O Instituto será lançado em janeiro de 2019 quando anunciará a gama completa de projetos que pretende apoiar. Neste momento, lança o primeiro projeto: a edição piloto do Programa de Apoio ao Roteiro e Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais, que vai beneficiar quatro roteiristas com bolsa de seis meses (valor total de R$ 30 mil) e ainda mentorias com especialistas. O programa conta com a parceria de importantes instituições do cinema brasileiro, que serão responsáveis pela seleção dos roteiristas:

42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
O premiado será escolhido por uma comissão externa formada pela Mostra, entre os 20 projetos selecionados para o 1º Encontro de Negócios do Mercado de Ideias Audiovisuais. O anuncio do vencedor do Prêmio será feito no dia 27 de outubro de 2018.

Laboratório Novas Histórias/Programa Sesc e Senac São Paulo de Desenvolvimento de Roteiros 2018
Anúncio do vencedor entre os projetos participantes da Edição 2018 do Laboratório Novas Histórias será feito durante o evento de premiação na Mostra Internacional de Cinema, no dia 27 de outubro de 2018.

BrLab
O projeto ganhador do Prêmio Aquisição Vitrine Filmes da 8ª edição do laboratório  BrLab de desenvolvimento de projetos audiovisuais (http://brlab.com.br/) foi escolhido como beneficiário do programa.

CENA 15
O Centro de Narrativas Audiovisuais do Porto Iracema das Artes, o CENA 15, anunciará o projeto contemplado pelo Programa no evento de encerramento (pitching final), que será realizado no dia 15 de dezembro de 2018.

Sobre Olga Rabinovich
Brasileira com longa atuação no voluntariado, Olga Rabinovich fundou em 2018 o Instituto que leva seu nome, com a missão de apoiar de forma filantrópica profissionais, instituições e projetos em dois segmentos distintos: saúde e audiovisual.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Sem Data, Sem Assinatura

Nota: filme exibido para os associados no último sábado (20/10/18).
Sinopse: Kaveh Nariman se envolve em um acidente de trânsito e insiste que um garoto de oito anos, levemente ferido, seja levado ao hospital. Dois dias depois, no Instituto Médico-Legal em que trabalha, o Doutor Nariman se surpreende ao ver um corpo familiar.
O efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.
Embora isso possa parecer inverossímil, determinados casos do dia a dia podem desencadear certas situações desastrosas e das quais muitos se perguntam por que chegamos a elas O velho termo “ato e consequência” são inevitáveis, pois uma vez que, por exemplo, uma pessoa sai de casa, ela pode mudar a sua vida ou alguém próximo a ela. Sem Data, Sem Assinatura trata exatamente desse pensamento, onde pequenas escolhas não pensadas podem desencadear situações sem volta.
Dirigido por Vahid Jalilvand, esse filme iraniano se inicia no transito, onde um doutor chamado Mariman (Amir Aghael) evita de sofrer um acidente na pista, mas acaba batendo numa moto. No veiculo se encontrava Moosa (Navid Mohammadzadeh), além de sua esposa e dois filhos, mas que, aparentemente, não aparentavam ter sofrido sérios danos físicos. No dia seguinte, Mariman dá de encontro com um corpo familiar no leito do hospital e desencadeando eventos irreversíveis. 
Embora seja um dos seus primeiros longa metragens, Vahid Jalivand demonstra total controle no desenvolvimento da trama, ao criar uma linha de eventos iniciada por pequenas atitudes dos personagens, mas nos levando em situações que, por mais absurdo que elas sejam, soam verossímeis. Atos e consequências andam de mãos dadas nesse espiral de eventos, mas fazendo a gente se perguntar quem é o verdadeiro responsável e sendo que a culpa pode estar nos ombros de alguém que nem sequer aparece na tela. Diante disso, o sentimento de culpa paira nos personagens principais, ao ponto de saírem dos trilhos e tomar decisões irreparáveis.
Além de manter um ritmo dinâmico nos eventos vistos na tela, Vahid Jalivand consegue a dedo um elenco talentoso e do qual transmite os dilemas dos protagonistas. Se Amir Aghael se sai bem como o médico em que carrega uma terrível dúvida, por outro lado, Navid Mohammadzadeh se sobressai em cenas dolorosas e que sintetiza a dor que o seu personagem carrega: a cena de um terreno baldio onde ele descarrega a sua dor através de um grito é disparada o seu melhor momento em cena.
No ato final, o roteiro se envereda para desdobramentos, como se cada camada do caso fosse descascada e para nos levarmos, ou numa solução, ou para uma escolha. Nesse caso, aliás, as escolhas finais dos protagonistas é que irão moldar o que eles serão pelo resto de suas vidas. Porém, Vahid Jalivand é engenhoso ao deixar a trama em aberto e fazer com que a gente pense qual seria o próximo passo daqueles personagens cheios de conflitos. 
Sem Data, Sem Assinatura é sobre os atos e consequências em que os personagens principais trilham e os levando em caminhos espinhosos. 
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