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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 16 de março de 2017

Cine Especial: Literatura Policial no Cinema: Parte 1


Nos dias 25 e 26 de março eu estarei participando do curso Literatura Policial no Cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema César Almeida. Enquanto atividade não chega, por aqui eu irei fazer uma pequena investigação sobre os principais clássicos envolvidos nesse gênero cinematográfico.  

 

O FALCÃO MALTÊS (1941)



Sinopse:Um detetive particular (Humphrey Bogart) é procurado por uma mulher misteriosa (Mary Astor), que alega estar sendo ameaçada. Mas tanto o seu perseguidor quanto o homem encarregado de protegê-la aparecem mortos e tudo gira em torno de uma estátua de falcão de valor incalculável.


Primeiro filme como diretor do até então roteirista John Huston (O Tesouro de Sierra Madre, 1948), ousando em adaptar o livro O Falcão Maltês, de Dashiel Hammett, que já havia sido filmado em 1931 e 1936. O resultado é um clássico do filme noir, com Bogart provando ser o melhor interprete dos detetives deste tipo de filme. Tanto, que se alguém se lembrar de um filme de detetive, imediatamente se lembrara de Bogart com sua cara fechada de poucos amigos e com um cigarro na boca, mesmo não sabendo exatamente de qual filme. Fotografia em preto e branco primorosa, cheia de sombras e nuanças, se tornou uma verdadeira fonte de referencias para o gênero, onde inúmeros cineastas tentaram fazer outros filmes que talvez superassem ou chegassem perto do resultado final do filme de Huston, mas muitos não conseguiram. 



Pacto de Sangue (1944)



Sinopse: Walter Neff (Fred MacMurray), um vendedor de seguros, é seduzido e induzido por Phyllis Dietrickson (Barbara Stanwyck), uma sedutora e manipuladora mulher, a matar seu marido, mas de uma forma que pareça acidente para a polícia e também em condições específicas, que façam o seguro ser pago em dobro (no caso, 100 mil dólares).


Para muitos cinéfilos, um dos melhores filmes da história do cinema. Criado brilhantemente por Billy Wilder, que com certeza foi decisivo para o resultado final dessa obra e que se tornasse um filme indispensável, se comparado com os outros filmes noir daquele tempo. O filme faz um verdadeiro giro em inúmeros gêneros dentro da historia: da comédia ao drama, do romance ao noir.
Tudo numa forma bem redonda e muito bem dirigida. Mas o grande trunfo está no roteiro, adaptado do romance homônimo de James Cain, e escrito a quatro mãos pelo próprio Wilder e por Raymond Chandler. O curioso, é que é de se espantar o roteiro ter ficado tão bom, já que, por motivos pessoais, Wilder e Chandler, simplesmente se odiavam.
Para a época, a historia de adultério e assassinato, levou anos para sair do papel devido ao código Hays, que ainda era vigente em 1944. Por isso a trama teve que ser moldada várias vezes para passar pela censura. O resultado final, foi um roteiro mais sugestivo em determinadas situações.
A atuação de Barbara Stanwyck, vivendo a fria Phyllis , que usou o tempo todo Walter para conseguir o que queria é magistral. Fred MacMurray, interpreta com desenvoltura Walter Neff. Mas o destaque do elenco é Edward Robinson, que interpreta o analista Barton Keyes e dá o tom irônico dos filmes de Wilder.


 

 À beira do abismo (1946)



Sinopse: Bogart é o detetive particular Philip Marlowe, que se vê numa delicada situação ao ser contratado por Carmen (Martha Vickers), a jovem filha do General Sternwood (Charles Waldron). O trabalho é ser responsável pela segurança da família, mas Marlowe imediatamente se apaixona pela irmã de Carmen, Vivien (Lauren Bacall) - ainda que no início a moça não tenha simpatizado com o detetive.

Até a realização deste filme, ninguém havia percebido a “química” entre Bogart e Bacall na tela. O casamento tempestuoso de Bogart com Mayo Methot entrou em declínio assim que a bela loura entrou em cena, mas a ruptura definitiva ocorreu no início destas filmagens. O detetive particular durão vivido Philip Marlowe investiga um assassinato que envolve chantagem, ninfomaníacas e gangues perigosas em ruas escuras e lugares sujos de Hollywood. Marlowe é um detetive impassível, não teme o submundo em que se meteu para desvendar a trama, afinal, é o seu habitat.

 

A Marca da Maldade (1958)



Sinopse: Ao investigar um assassinato, Ramon Miguel Vargas (Charlton Heston), um chefe de polícia mexicano em lua-de-mel em uma pequena cidade da fronteira dos Estados Unidos com o México, entra em choque com Hank Quinlan (Orson Welles), um corrupto detetive americano que utiliza qualquer meio para deter o poder.

Visão crua de um mundo corrupto e racista das cidades fronteiriças, baseada no romance de Whit Masterson. Complexo e instigante, um filme com vários subtemas, sendo que um deles relacionado a uma gangue de narcóticos, cujo chefe é representado pelo ótimo Akim Tamiroff. Musica notável de Henry Macini e fotografia antológica de Russel Metty. Preste atenção na maravilhosa entrada de Marlene Dietrich e as aparições não creditadas de Joseph Cotten e Mercedes McCambridge. Tendo se tornado apenas um relativo sucesso na época, o filme rapidamente se tornou um Cult ao longo dos anos.



Inscrições para o curso você clique aqui.


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Cine Dicas: Estreias do final de semana (16/03/17)




 A Bela e a Fera
Sinopse: Bela (Emma Watson) vive num vilarejo com o pai, que é capturado pela Fera. Desesperada, a jovem se oferece para ser prisioneira da Fera no lugar do pai, que teve um mal-entendido com o ser horrendo. Bela se isola, mas aos poucos vai percebendo que por trás da assustadora criatura há alguém de coração e alma de príncipe.

 
Com os Punhos Cerrados

Sinopse: Os amigos Joaquim, João e Eugenio vivem em Fortaleza e usam suas vozes como armas em uma rádio pirata. Eles invadem as transmissões de outras rádios, causando a fúria de poderosos da cidade, que dão uma recompensa pelas cabeças dos três.


Fatima

Sinopse: A empregada doméstica Fatima é árabe e mãe solteira de duas jovens. Para as filhas, se comunicarem em francês é o melhor para garantir um bom emprego. No entanto, Fatima tem dificuldade com essa língua. Quando ela sofre um acidente, tem de ficar em repouso. Nesse período, Fatima começa a escrever um diário em árabe para as filhas, dizendo tudo o que adoraria expressar diretamente para as jovens em francês.
 
La Vingança
Sinopse:Caco está enfurecido por flagrar sua namorada na cama com um argentino. A traição lhe faz partir numa viagem com um amigo para Buenos Aires a bordo de um Opala 1972. Chegando lá, seu objetivo é ficar com o maior número de mulheres possível e assim deixar para trás a sua fama de corno.
 
O Filho de Joseph

Sinopse: O adolescente Vincent foi criado pela mãe, Marie, e sempre quis saber a identidade de seu pai. No entanto, Marie se nega a revelar quem é. Vincent então parte em busca dele e descobre que seu pai é o editor de livros Oscar Pormenor (Mathieu Amalric). O jovem é tomado pelo ódio e o sentimento de vingança. Ao conhecer um homem chamado Joseph, o adolescente começar a ver nele uma figura paternal.
  
Pedro Osmar, prá Liberdade que se Conquista

Sinopse: Documentário usa imagens de arquivo e depoimentos para contar a história do artista paraibano Pedro Osmar. Ele é escritor, artista plástico e músico. Osmar já compôs canções que ficaram famosas ao serem gravadas por nomes como Elba Ramalho, Zé Ramalho, Lenine e Zeca Baleiro.
 
Tinha que Ser Ele?

Sinopse:Um homem (Bryan Cranston) é muito ciumento e protetor com sua filha única. Ela mora fora, pois está cursando a universidade e a jovem logo apresenta a seu pai o namorado (James Franco), um homem rico do mercado da tecnologia. É o que basta para os dois acirrarem uma rivalidade pela atenção da moça.




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quarta-feira, 15 de março de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Olhar Instigado



Sinopse: Documentário acompanha os artistas Alexandre Orion, André Monteiro (Pato) e Bruno Locuras pelas ruas de São Paulo. O trio usa o espaço público para manifestar sua arte por meio de grafites, revelando seus olhares instigados.

Eleito como novo prefeito de São Paulo, João Doria declarou guerra contra os grafiteiros e pichadores da cidade, ao ponto de cobrir inúmeras obras de arte com tinta cinza e gerando inúmeros protestos pela cidade e pelo Brasil. Agindo dessa maneira, Doria dá entender que não compreende o pensamento do jovem contemporâneo, do qual se não é ouvido, ele se expressa através da escrita e os dos desenhos dos quais coloca nas paredes da cidade. Devido a esses últimos eventos vistos na cidade atualmente, é impressionante como o documentário Olhar Instigado acaba tendo um papel relevante nesse momento e dando voz para os artistas incompreendidos.
Dirigido por Chico Gomes e Felipe Lion, o filme acompanha a cruzada de  três artistas de rua, em diferentes registros cotidianos: Bruno Locuras faz pichações em prédios e pontes, Alexandre Orion efetua grandes painéis artísticos misturando pintura e colagem e André Monteiro, conhecido como Pato, combina o grafite com esculturas interativas. Em comum, os três procuram dizer alguma coisa em suas atividades, mas ao mesmo tempo, colocando pouco de vida em um cenário moldado com enormes concretos pálidos e sem nenhum significado.
Se a pessoa for assistir ao documentário sem saber do que se trata exatamente ele pode se surpreender no início, já que os cineastas foram engenhosos ao retratar um dos protagonistas na penumbra da noite e fazer com que nós não tenhamos certeza do que realmente está acontecendo. Gradualmente, vamos sendo apresentados aos três protagonistas, cuja suas narrações se casam com as cenas do dia a dia, onde eles fazem de tudo para colocar o trabalho deles nas paredes da cidade, nem que para isso corram o risco de serem presos. Bruno Locuras, por exemplo, é o que mais se encontra na corda bamba, mas não mede esforços para se expressar em suas pichações, defendendo o fato de que as ruas pertencem ao povo, onde fazem o que bem entender, dizer o que pensa e se expressar com relação ao mundo de hoje do qual vive.
O grande destaque fica por conta do belo painel do qual Alexandre Orion cria em um prédio. Primeiro ele desenha a figura de um menino em um quadro, para logo depois construir gradualmente essa imagem na grande parede de concreto e fazendo com que o ambiente do local ganhe um novo significado. Isso se fortifica com as palavras de uma moradora de uma comunidade, tentando enxergar o mural de Orion apesar da vista bloqueada por uma palmeira. Ela discursa sobre a beleza da imagem, a capacidade de representar seu cotidiano e a maneira como a obra de arte transforma o horizonte de um bairro pouco contemplado pelas políticas públicas. É nesse momento que o longa metragem mostra pelo que veio, pois se há aqueles que criticam os pichadores ou grafiteiros, acusando eles de estarem poluindo a imagem da cidade, pelo menos existem pessoas que reconhecem o esforço desses jovens que procuram um sentido na vida através de suas artes e pensamentos inseridos neles. 
Embora curto, Olhar Instigado tem muito a dizer sobre esses artistas da cidade de São Paulo, cujo seus empenhos fazem com que eles lutem contra maré, mas ganhando o merecido reconhecimento, por parte de um olhar mais tolerante de nossa sociedade.  
 



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