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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Cine Dica: O Mestre e o Divino chega ao CinaBancários

O Mestre e o Divino, documentário de Tiago Campos, entra em cartaz no CineBancários no dia 15 de dezembro, na sessão das 17h. Sua história é contada através de dois personagens que vivem em uma aldeia indígena, no estado do Mato Grosso. A aldeia Sangradouro recebe a visita de dois cineastas – o alemão Aldalbert Heide e o Xavante Divino Tserewahu – que auxiliam na descoberta das origens de certas tradições da tribo.
Os ingressos são R$ 10,00 (inteiras) para público geral, e R$ 5,00 (meias) para estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados. Aceitamos os cartões Vale Cultura do Banrisul, Banricompras, Visa e Mastercard.
O longa é uma produção da Vídeo nas Aldeias com distribuição da Livre Filmes.

SINOPSE

Dois cineastas retratam a vida na aldeia e na missão de Sangradouro, Mato Grosso: Adalbert Heide, um excêntrico missionário alemão, que, logo após o contato com os índios, em 1957, começa a filmar com sua câmera Super-8, e Divino Tserewahú, jovem cineasta Xavante, que produz filmes para a televisão e festivais de cinema desde os anos 90. Entre cumplicidade, competição, ironia e emoção, eles dão vida a seus registros históricos, revelando bastidores bem peculiares da catequização indígena no Brasil.

FICHA TÉCNICA

Duração: 85 minutos
Ano de Produção: 2013
Ano de Lançamento: 2016
Produção: Vídeo nas Aldeias
Direção: Tiago Campos
Fotografia: Ernesto de Carvalho
Som direto: Nicolas Hallet
Montagem: Amandine Goisbault
Produção Executiva: Vincent Carelli
Direção de produção: Amandine Goisbault
Assistente de produção: Olívia Sabino
Edição de som: Amandine Goisbault
Trilha Musical: Johann Brehmer
Mixagem: Gera Vieira, Junior Evangelista
Supervisão mixagem: Nicolas Hallet
Personagens: Adalbert Heide e Divino Tserewahu

GRADE DE HORÁRIOS

15 de dezembro (quinta-feira)
15h – Lampião da Esquina
17h – O Mestre e o Divino
19h – Lampião da Esquina

16 de dezembro (sexta-feira)
15h – Lampião da Esquina
17h – O Mestre e o Divino
19h – Lampião da Esquina

17 de dezembro (sábado)
15h – Lampião da Esquina
17h – O Mestre e o Divino
19h – Lampião da Esquina

18 de dezembro (domingo)
15h – Lampião da Esquina
17h – O Mestre e o Divino
19h – Lampião da Esquina

20 de dezembro (terça-feira)
15h – Lampião da Esquina
17h – O Mestre e o Divino
19h – Lampião da Esquina

21 de dezembro (quarta-feira)
15h – Lampião da Esquina
17h – O Mestre e o Divino
19h – Lampião da Esquina

C i n eB a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre | RS | CEP 90010-230
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Lampião da Esquina



Sinopse:Após os acontecimentos da década de 60 por todo o mundo e com o aumento da conquista de direitos civis, políticos e também de uma maior participação na sociedade como um todo, surgiu nos Estados Unidos o jornal "Gay Sunshine", uma publicação voltada para o público homossexual da época. Em 1978, no Brasil, uma iniciativa similar foi criada: o jornal "O Lampião".

Graças à internet hoje é fácil obter notícias para se ficar bem informado, principalmente no período do qual vivemos, em que o jornalismo televisivo cada vez mais vai se tornado parcial. Contudo, houve um tempo que era escasso a obter informações, das quais o papel do jornal era algo crucial na vida das pessoas que buscavam notícias para ficar bem informado. Em Lampião da Esquina, o documentário não só destrincha um jornal que foi pioneiro para informação, como também fez com que muitas pessoas da comunidade LGBT saíssem do armário sem medo e se identificasse com o conteúdo lido. 
Dirigido por Lívia Perez e co-produção de Doctela e Canal Brasil, o documentário possui depoimentos de do dramaturgo Aguinaldo Silva, do escritor João Silvério Trevisan, do poeta Glauco Macoso, do produtor cultural Celso Curi, e do antropólogo Petr Fry. Durante as entrevistas, eles destrincham lembranças, provando através de imagens de arquivos, como o jornal com um conteúdo até então inédito para as pessoas acabou mexendo com todas elas.  O filme ainda traz entrevistas com figuras constantes nas páginas do Lampião como o cantor Ney Matogrosso, a cantora Leci Brandão e o cantor Edy Star, além da participação de Winston Leyland, editor do Gay Sunshine, publicação americana gay pioneira no mundo e que influenciou o Lampião.
No decorrer do filme, percebemos a paixão que os realizadores tinham pelo que faziam, mas ao mesmo tempo mostrando disposição e coragem, principalmente pelo fato de que ser gay nos  anos 60 e 70 era visto como algo abominável aos olhos dos conservadores da época. Por outro lado, o jornal atraiu inúmeras pessoas, não somente da comunidade LGBT, como também pessoas de mente aberta e que buscavam um olhar alternativo com relação a determinadas noticias da época. Portanto, não é a toa que as edições publicadas atraiam, não só outros meios de comunicação, como também partidos de esquerda e até mesmo o meio artístico.
Com um ritmo dinâmico, a obra não somente possui inúmeros depoimentos, como também ele nos brinda com as principais matérias que foram destaque na época. Com as imagens soltando na tela, percebemos como determinados assuntos revistos hoje evoluíram, mas ao mesmo tempo alguns ainda se encontram estagnados. Bom exemplo é quando testemunhamos um noticiário de um grupo de mulheres protestando em a favor da legalidade do aborto nos anos 70, sendo que é uma imagem poderosa e que ecoa até mesmo nos eventos recentes vistos em nosso país.
Até o início dos anos 80, o jornal sobreviveu bravamente, mas diferente de outras leituras jornalísticas que duram até hoje, O Lampião foi algo que não sobreviria perante o seu próprio poder da mudança, já que ele próprio havia influenciado outros jornais, tanto de São Paulo como também do Rio de Janeiro, ao criarem um material similar e até mesmo superior. Com isso, gradualmente o jornal foi dando Adeus e seus realizadores cada um seguiu o seu o  caminho. 
Contudo, Lampião da Esquina é um documentário feito com carinho e uma prova que determinados meios jornalísticos podem sim mudar os rumos de uma sociedade para um futuro melhor e sem ter nenhum preconceito com o próximo.   
 


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Cine Curiosidade:Atriz Cris Lopes e Diretor Rodney Borges recebem 2 prêmios pelo filme AGS em São Paulo no Festival de Jacareí




atriz internacional Cris Lopes (protagonista do filme AGS), Rodney Borges (diretor do filme AGS e diretor de fotografia).

A atriz de cinema Cris Lopes e o Diretor Rodney Borges marcaram presença na cerimônia de premiação do Festival de Cinema Corvo de Gesso em Jacareí no estado de São Paulo, para receber 2 prêmios pelo filme AGS nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Edição, realizado na Sala Mário Lago com organização do Cineclube Jacareí e da Fundação Cultural Jacarehy.
O filme AGS - Agence Génerale du S... também recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cinema Pop Corn Sorocaba/São Paulo e está percorrendo o circuito internacional de festivais com exibição recente na Espanha no Festival Cine de Loja/Andalucia e em breve em outros países da Europa. O filme selecionado em diversos festivais no Brasil, teve a direção de fotografia de Rodney Borges inspirado em O Grande Hotel Budapeste. AGS conquistou o público com seu humor negro que fala de suicidio e excesso de consumo, com os protagonistas Madame e Monsieur interpretados por Cris Lopes e o ator e roteirista do filme Euler Santi, baseado em obra francesa AGS, Agencia Geral de Suicidio do poeta francês Jacques Rigaut anos 20.
Cris Lopes e Rodney Borges já trabalharam juntos no filme A Ultima Cena sobre a ditadura militar com seleção oficial no Uruguai e em 2 festivais na Itália. Cris recebeu menção honrosa na categoria de melhor atriz, protagonizou o filme Miguel de Natalia Grecco sobre violência contra mulher, selecionado nos Festivais de Caruaru (Mostra Direitos Humanos) e Cinefest Votorantim 2016 e estrelou o filme canadense Freer que será lançado no primeiro semestre de 2017 nos Estados Unidos e Canadá. 

Página oficial Cinema e Tv com atriz Cris Lopes: Facebook @crislopesoficial
Assista aqui o Trailer do Filme AGS: https://www.youtube.com/watch?v=W8tnO05edfQ

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Sangue do meu Sangue



Sinopse: No século XVII, Federico (Pier Giorgio Bellocchio) viaja até um monastério a fim de lutar pela alma de seu irmão, que se suicidara e, portanto, é impedido de ser enterrado em sangue sagrado. A única maneira de reverter isso é fazer com que a irmã Benedetta (Lidiya Liberman), amante do irmão do protagonista, confesse sua culpa, seu pecado. Dito isso, ela passa por inúmeras provações a fim de testar seu espírito, gerando angústia em todos os presentes ao testemunharem seu constante silêncio e seu olhar de escárnio que é quase uma visão do presente sobre o passado.

A fé cega e intolerante da Igreja é colocada em cheque no italiano Sangue do meu Sangue, fazendo com que, nós que assistimos, questione sobre o passado cheio de violência e faça com que criemos um paralelo com a realidade atual, que vai desde questões de preconceito e aceitação do diferente. Dito isso, é um filme que nos deixa inquieto e que fará com que, por um bom tempo, faça com que a gente reflita com relação ao que assistimos após a sessão. Motivos para isso é o que não faltam e é nisso que o torna tão sedutor.
O protagonista Federico é visivelmente um homem cheio de conflitos internos, suas motivações são inconclusivas e suas ações beiram de uma forma precipitada. Talvez isso se deva ao fato do personagem se sentir deslocado perante um mundo até então inédito para ele e o que faz então ser alguém facilmente persuadido, seja pela igreja ou pela enigmática personagem feminina da trama. Logicamente torcemos por ele tomar uma iniciativa contra aqueles que desejam dobrar a mulher da trama ao meio, mas ele próprio se dobra perante no que acredita cegamente.
Dirigido por Marco Bellocchio (A Bela que Dorme), o cineasta procura deixar claro o quão é frágil toda aquela situação, onde questões como religião, alma e honra, moldam aquele universo e faz com que questionemos aquilo á todo momento. Se for para simplificar, Federico é a representação do silêncio de inúmeras pessoas ao longo dos séculos, que viam as atrocidades que a igreja cometia, mas nada se fazia. Uma representação como um todo com relação à Caça ás Bruxas, sendo que nenhum momento o roteiro faz com que a personagem se torne culpada daquela situação e fazendo com que nos remoemos com as cenas de tortura da qual ela sofre.
Perante a isso, a fé e o pecado são colocados em pratos limpos, provando a inquietude que as pessoas têm pelo desejo da salvação, quando na realidade se enterram cada vez mais no que acreditam. Não bastasse isso, a história então passa a atuar em dois tempos distintos, mostrando como um julgamento errôneo pode alterar todo o rumo de uma história, gerando ainda mais miséria, uma sociedade corrupta, amaldiçoada e parada em seu próprio tempo. Essa mudança de uma hora pra outra dentro da trama, causa então um estranhamento para aqueles que assistem e essa sensação vai até o seu clímax que, aliás, potencializa ao máximo o trabalho do fotografo Daniele Ciprì, já que o uso de luz e sombras se torna a alma do filme.
Vale destacar o fato que os minutos finais vêm com a versão de Nothing Else Matters feito por Scala & The Kolacny Brothers, uma releitura verdadeiramente íntima da música do Metallica. Sangue do meu Sangue permanecerá com toda força na mente daquele que for assistir, pois sua mensagem com relação ao passado ecoa como metáfora com relação à impotência do homem perante as suas próprias regras criadas.

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