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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: A ASSASSINA

Sinopse: Durante a Dinastia Tang, Nie (Shu Qi) foi raptada e é treinada para ser uma assassina. Sua missão é relembrar feridas do passado quando é incumbida de matar seu primo, líder da força militar da China. Mas ela sente dúvidas em executá-lo, pois na verdade é apaixonada por ele. 

Vencedor do Prêmio de Melhor Diretor em Cannes 2015, A assassina chamou atenção entre os fãs de cinema autoral quando foi anunciado a sua produção. Isso se deve ao fato do cineasta Hou Hsiao Hsien é reconhecido pelos seus filmes como Barão Vermelho, onde então se criou um cinema mais minimalista. Em A assassina, de forma inédita, o cineasta trabalha no gênero de artes marciais.
Contudo, não esperem por algo parecido como foi visto em filmes como Tigre e o Dragão, longe disso. O filme não é ação que possui o foco principal, mesmo possuindo belissimas cenas de combate das quais não deve nada ao já citado clássico filme.  Porém, é o drama, os conflitos interiores dos personagens, como no caso de Yinniang  ( Qi Shu de Carga explosiva).
No Séc 9, durante a Dinastia Tan, Yinniang é enviada, aos 10 anos de idade, para as mãos da freira Jiaxin, que a treina para ser uma assassina. Durante uma missão, Yonniang falha: vendo a sua vitima abraçada ao filho pequeno, ela desiste de matá-lo. Por conta dessa fraqueza humana, Jiaxin a envia até Weibo, cidade onde Yinniang nasceu, com a incumbência de matar o seu primo, que outrora haviam se apaixonados e impedidos de se amar pelos pais de Yinniang. Agora, ela precisa decidir se cumpre a sua missão, ou se deixa mais uma vez o seu coração comandar as suas ações.
O que poderia render um tipico filme de ação de artes marciais, o cineasta vai contra a maré e cria  um filme belíssimo, com fotografia espetacular de Pin Bing Lee (um dos fotógrafos de Amor à for da pele, de Wong Kar Wai), Direção de arte, figurino e trilha sonora que se torna o verdadeiro foco principal.  Para aqueles que esperam ação, o filme  filme tem um ritmo extremamente lento, e recomenda-se que quem for assistir ao filme em ter paciencia com ele, pois estará perdendo uma grande obra para ser assistida na tela grande.
Contudo, as suas cenas de ação são ótimas, mas nem dá para comparar com as coreografias malabarísticas dos filmes de Zhang Yimou. Há planos longos, fixos e com panorâmicas, uma marca até do cinema de Mizogushi em "O intendente Sancho" e "Ohayo". Planos gerais e muito raramente, fecha-se em closes. É um cinema do qual a gente somente observa, do qual nos faz analisar tudo que se encontra no quadro.   Aplaudido em Cannes no ano passado, o filme é uma curiosa e bela experiencia e que vai contra as nossas expectativas. 


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Cine Dica : “Central”, um filme indispensável


Este domingo, tive o privilégio de assistir à segunda exibição pública do documentário brasileiro “Central”, em competição na secção de documentários do FESTIN. Realizado por Tatiana Sager, o filme leva-nos para dentro do Presídio Central de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com imagens gravadas pelos próprios presos e alguns depoimentos vivos que nos dão uma exímia descrição do funcionamento do sistema penitenciário no Brasil. Apesar de sairmos da sessão com o estômago do avesso, reina em nós uma profunda sensação de esclarecimento e de que acabamos de ver uma verdadeira obra prima do cinema documental brasileiro.
“Central” é baseado no livro “Falange Gaúcha”, do jornalista Renato Dornelles e conta a história daquele que foi, em tempos, considerado o pior presídio da América. As imagens mostram a degradação do edifício, projectado para receber um número máximo de 1600 pessoas, mas que já chegou a albergar mais de 5 mil. As consequências estão à vista: uma gritante superlotação, esgotos a céu aberto, falta de saneamento básico, de energia eléctrica e de água potável. Uma verdadeira bomba relógio, que incumpre violentamente com as regras mínimas estabelecidas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No entanto, para além de visibilizar a falta de conservação da prisão e o estado indigno em que vivem os detentos, o documentário dá-nos uma visão mais ampla e crítica sobre o sistema penitenciário em si. Vemos como cai pelo chão o afã teórico de “correcção”, face a uma taxa de reincidência da ordem dos 70%. A ideia de que se consegue diminuir o crime aumentando o número de detenções nas ruas não passa de um engano. Um jovem de 18 anos entra na Central por vender de drogas, cumpre a sua pena numa autêntica universidade do crime, sai em liberdade e dá-se conta de que poucas opções lhe restam para além de voltar ao crime – ou por dívidas e compromissos contraídos na prisão, ou simplesmente por não conseguir um trabalho. A prisão transforma-se numa dívida eterna paga por toda a sociedade.
“Quanto pior estiver a situação na prisão, melhor para o crime”, repetia um dos entrevistados.
O filme desmonta a teoria da ressocialização, mostrando as complexas dinâmicas internas do presídio, os jogos de poder e o equilíbrio alcançado entre as autoridades e os presos, mediante constantes negociações com os líderes das facções criminosas, que se auto-organizam quase que partilhando a gestão da Central com os guardas. Grande parte das decisões precisa da aprovação tácita ou explícita dos chamados Plantões, os porta-vozes, líderes dos vários grupos, que chegam ao poder de forma autocrática na maior parte das vezes.
Negociar é a palavra de ordem. Essa foi a forma de minimizar as rebeliões, diminuir o número de mortes dentro do presídio e acalmar o fogo mediático à volta da imagem da instituição. Mas quais as consequências desse empoderamento dos presos? Com o decorrer do filme vamos entendendo porque é que esse estado de permanente negociação beneficia tanto o Estado como o próprio crime organizado dentro e fora do presídio.
Os muros, as grades e o arame farpado não separam realmente o mundo de dentro e o de fora, pois o crime organizado tem a possibilidade de se fortalecer ainda mais dentro da Central, aproveitando-se das fraquezas do sistema. Como o Estado investe pouquíssimo dinheiro naquele presídio (20 mil reais mensais, de acordo com o filme), a enorme escassez de tudo, desde alimentos a produtos de higiene básicos, é colmatada pelo mercado clandestino. Este comércio paralelo é uma enorme fonte de rendimento para os bandos. 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo:



CREED: NASCIDO PARA LUTAR

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A GRANDE APOSTA
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O REGRESSO

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Cine Dica: Fantaspoa exibe clássicos do cinema brasileiro da Cinemateca Capitólio

 A Cinemateca Capitólio recebe entre os dias 14 e 29 de maio seis sessões especiais da 12ª edição do Fantaspoa, incluindo clássicos do cinema brasileiro como Prata Palomares, de André Faria, Finis Hominis, de José Mojica Marins, Espelho de Carne, de Antonio Carlos da Fontoura, e uma homenagem ao diretor Guilherme de Almeida Prado. O valor do ingresso é R$ 10,00.

O Fantaspoa  Festival internacional de cinema fantástico de Porto Alegre – acontece de 13 a 29 de maio em Porto Alegre, com o Patrocínio da Petrobras.

A Cinemateca Capitólio é um equipamento da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos daPrefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização daFundação CinemaRS – FUNDACINE.


FILMES

A HORA MÁGICA
(1999, Fantasia, Drama, Romance Brasil - 103 min - 12 anos)

Em 1950, a Rádio Brasil recebia artistas para interpretar a radionovela “Um Assassino Está Entre Nós”. Tito Balcárcel dá voz às peripécias do galã e interpreta o mordomo Matias. Um dia, ele se apaixona por Lúcia, uma jovem ambiciosa que o colocará no centro de uma teia rodeada de pequenos mistérios.

Ficha técnica Direção: Guilherme de Almeida Prado Roteiro: Guilherme de Almeida Prado Produção:Guilherme de Almeida Prado, Sara Silveira Produção Executiva: Dardo Toledo Barros Música: Hermelino Neder Fotografia: Jean-Benoît Crèpon Edição: Cristina Amaral Elenco Júlia Lemmertz, Raul Gazolla, Maitê Proença, José Lewgoy, Paulo Sousa


ESPELHO DE CARNE
(1984Horror, Aventura Brasil - 110 min - Classificação: 18 anos)

Álvaro arremata num leilão um espelho que pertencera ao quarto principal de um bordel de luxo. Ele leva o espelho para casa para presentear sua esposa. O casal logo percebe que o espelho possui um perfume que provoca diferentes sensações e desejos, estimulando o apetite sexual de quem se aproxima.

Ficha técnica Direção: Antonio Carlos da Fontoura Roteiro:Antonio Carlos Fontoura Produção: Antonio Carlos Fontoura Música: David Tygel Fotografia: Carlos Egberto Silveira Edição: Denise Fontoura Elenco Hileana Menezes, Dennis Carvalho, Maria Zilda Bethlem, Daniel Filho, Joana Fomm

FICA COMIGO ESTA NOITE
(2006, Fantasia, Comédia Brasil - 73 min - Classificação: Livre)

O casamento de Edu e Laura está em crise. Em meio a essas turbulências, Edu, repentinamente, morre. Decidido a se despedir de Laura de qualquer forma e querendo saber qual era o segredo que ela iria lhe contar pouco antes de morrer, Edu passa a buscar um meio de se comunicar com ela.

Ficha técnica Direção: João Falcão Roteiro: Adriana Falcão, João Falcão, Tatiana Maciel Produção: Diler Trindade Produção Executiva: Telmo Maia Música: Robertinho do Recife Fotografia: Mauro Pinheiro Jr. Edição: Natara Ney Elenco Vladimir Brichta, Alinne Moraes, Laura Cardoso, Clarice Falcão, Gustavo Falcão

FINIS HOMINIS
(1971, Horror, Drama Brasil - 89 min - Classificação: 16 anos)

Um homem completamente nu emerge do mar e caminha tranquilamente pelas ruas da cidade, interferindo de várias maneiras em episódios cotidianos, sempre em busca de justiça. Assumindo o nome Finis Hominis, ele é tido pela população como um messias moderno, capaz de operar milagres.

Ficha técnica Direção: José Mojica Marins Roteiro: Rubens Francisco Luchetti, José Mojica Marins Produção: Marciano Bley Bittencourt Música: Herminio Giménez Fotografia: Giorgio Attili Edição:Roberto Leme Elenco José Mojica Marins, Teresa Sodré, Roque Rodrigues, Rosângela Maldonado, Mário Lima, Andreia Bryan


PERFUME DE GARDÊNIA
(1992, Brasil - 118 min - Classificação: 14 anos)

O motorista de táxi Daniel é casado com Adalgisa, com quem tem um filho. Ela começa a fazer cinema, abandona a família e é proibida por Daniel de ver o filho Joaquim. Durante onze anos, Daniel nutre um sentimento de vingança, que ganha força quando Joaquim reencontra a mãe, em decadência profissional.

Ficha técnica Direção: Guilherme de Almeida Prado Roteiro: Guilherme de Almeida Prado Produção:Guilherme de Almeida Prado Produção Executiva: Assunção Hernandes Música: Hermelino Neder Fotografia: Cláudio Portioli Edição: Danilo Tadeu Elenco Christiane Torloni, José Mayer, Walter Quiroz, Cláudio Marzo, Betty Faria

PRATA PALOMARES
(1972, Brasil - 125 min - Classificação: 18 anos)

Dois guerrilheiros se escondem numa igreja em ruínas. Enquanto decidem o que fazer, recebem a visita de uma mulher misteriosa que diz querer engravidar deles dois. Um dos guerrilheiros pretende construir um barco para sair da ilha e o outro se veste de padre fazendo amizade com as autoridades locais.

Ficha técnica Direção: André Faria Roteiro: André Faria, José Celso Martinez Corrêa Produção: João Guerra, Marcos Guimarães, Luiz Augusto Sacchi Música: Luis Eduardo Aute, Roberto Carlos, Guilherme Guimarães Vaz, Daniel Violiati Fotografia: Sílvio Bastos, Carlos Ebert, Soly R. Levy
Edição: João Ramiro Mello. Elenco Renato Borghi, Carlos Gregório, Renato Dobal, Paulo Augusto, Cão.


GRADE DE HORÁRIOS
FANTASPOA - CINEMATECA CAPITÓLIO

14/05 (sábado)
17h – Perfume de Gardênia

15/05 (domingo)
17h – A Hora Mágica (Sessão comentada com o diretor Guilherme de Almeida Prado).

21/05 (sábado)
17h – Finis Hominis (Sessão comentada com o diretor brasileiro e especialista na obra de José Mojica Marins, André Barcinski).

22/05 (domingo)
17h – Fica Comigo Esta Noite

28/05 (sábado)
17h – Prata Palomares (Sessão comentada com o diretor André Faria)

29/05 (domingo)
17h – Espelho de Carne (Sessão comentada com o diretor Antonio Carlos da Fontoura)