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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cine Especial: Federico Fellini – O Maestro: FINAL



 Nos dias 23 e 24 de Julho, eu estarei participando do curso Federico Fellini – O Maestro, criado pelo CENA UM  e ministrado pela jornalista Fatimarlei Lunardelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei destacando os principais filmes desse cineasta, que até hoje é considerado um dos melhores diretores autorais e críticos do cinema Italiano.

 

Noites de Cabíria

Sinopse: Cabíria (Giulietta Masina) é uma jovem romântica e ingênua que se prostitui para sobreviver. Mesmo enfrentando muitas dificuldades, ela demonstra uma confiança impressionante e sonha com o verdadeiro amor enquanto sofre constantes desilusões amorosas.

Fellini é um ótimo narrador de histórias. Seu visual onírico, ainda aparece de forma contida nesse filme, anterior a “La Dolce Vita”, onde essa sua marca registrada começou a tomar forma mais vigorosa, para ir num crescendo desde ‘Julieta dos Espíritos’, “Fellini, oito e meio”, “Satyricon”, “Amarcord”, “Ensaio de Orquestra”, “E la nave vá”, até o fim de sua vida. Mas Giulieta é uma atriz excepcional em expressividade. 
O filme até que corre morno, para os padrões Fellinianos, o que significa, mesmo assim, uma atenção sempre presa e encantada. Parecia até que Fellini estava preocupado com o Oscar, para o qual esse filme foi indicado, indicando um final feliz padrão. Mas as duas cenas finais valem a emoção que me motivou a escrever e recomendar. A penúltima mostra uma das maiores violências, psicológicas bem entendido, que poderíamos imaginar, principalmente sob o ponto de vista feminino.
A última, quando ficamos pensando no pior, nos brinda com uma das mais belas imagens que já vi, imortalizadas em película. Logicamente, acompanhada da maravilhosa música de Nino Rota. 

                         Casanova de Fellini

Sinopse: Donald Sutherland interpreta o lendário sedutor do século 18 Casanova.


 Neste filme, Fellini desfaz o mito de Casanova, mostrando-o como uma pessoa comum, cujos os atos eram motivados pelas circunstâncias. Casanova frequentava a nobreza, mas passeava pela política e por suas aventuras amorosas com tédio e desdém. Proibido nos anos de chumbo no Brasil, totalmente e inédito, na íntegra sem cortes, um luxo em todos os sentidos de uma obra de arte.

Leia também: Partes 1,2,3 e 4
 

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CineDica: O JARDIM DE LEANDRO MACHADO EM EXPOSIÇÃO NA GALERIA DOS ARCOS

A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre inaugura em 24 de julho de 2014, às 19h, a exposição O Jardim, de Leandro machado, que ocupará a Galeria dos Arcos (térreo da Usina do Gasômetro) até 14 de setembro.
Leandro Machado estará apresentando, nesta exposição,  seu jardim particular, formado por fotografias e instalações com plantas ornamentais e outros objetos da natureza.
Leandro é formado em Artes Plásticas – Bacharelado e Licenciatura pela UFRGS, com especialização em Saúde Mental (Hospital Psiquiátrico São Pedro), tendo realizado Residência Integrada em Saúde na Escola de Saúde Pública em 2007.  Já realizou individuais na Casa de Cultura Mário Quintana (1998 - Fragmentos); Galeria Iberê Camargo (2004 - NEGRO BLACK NOIR); Atelier Subterrânea (2007 - Deslocamento, trajeto e percurso). Galeria Arte e Fato (2011 – Ferpa no Coração) e Jabutipê (2012 -  O paraíso fica bem perto do inferno), além de várias exposições coletivas.
Nas palavras do artista:
O jardim, ocupando o pátio por completo, acessa o interior da casa pelas janelas, portas e frestas. O corpo [esta casa onde existo] também se vê habitado por ele. As plantas ligam o lugar onde moro a outros lugares [e pessoas a outras pessoas e lugares].
Do reino vegetal, tão complexo e numeroso, desconheço quase que a totalidade [ainda que me refira apenas às espécies que habitam os mesmos territórios aonde, com frequência, vou e venho – a vila Pitinga, a cidade de Porto Alegre, a Grande Porto Alegre e algumas localidades da região leste do Rio Grande do Sul]. O que faço é distinguir e comparar cores, texturas, tamanhos, cheiros, flores e frutos, a outros já vistos. Mesmo tendo a noção do tamanho da minha ignorância frente a este assunto [e a outros tantos], não vejo como impedimento conversar sobre o que desconheço.
Tendo a liberdade que a Arte permite, aproximei palavras que exprimem sentimentos, estados de espírito e imagens de plantas. Instigado pela ideia de que se as plantas em geral nos remetem a beleza, a ternura, a vida [numa leitura romantizada e distante], as palavras que tentam traduzir as reações humanas situam-se entre o abominável e o sublime. Então como seria um diálogo desta ordem - de relações harmônicas e contraposições, de tensionamentos em maior ou em menor grau? Na tentativa de desdobrar o pensamento inicial, alargando os sentidos do discurso e as possíveis leituras, me coloquei na busca por uma interação de um modo mais direto com a terra e as plantas.
O uso da imagem, da escrita e de alguma poesia são recursos que me ajudam a entender esta contradição que sou eu.
Sobre as plantas, assim como sobre a vida, ainda sei tão pouco [com partes de sol e sombra].

O Jardim
Leandro machado
Abertura 24 de julho, às 19h
Visitação até 14 de setembro, de terças a domingos
Galeria dos Arcos - térreo da Usina do Gasômetro
Informações: 3289 8133

terça-feira, 22 de julho de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO




Sinopse: O filme é a continuação direta do remake Planeta dos Macacos: A Origem (2011). Seguirá a trajetória do macaco Caesar (Andy Serkis) 15 anos após a revolução animal ocorrida no primeiro filme. Desta vez o animal deve enfrentar um grupo organizado de seres humanos sobreviventes que planejam reconquistar o domínio do planeta.



Por mais que tente, o cinema atual jamais irá fazer algo tão impactante quanto à cena final de O Planeta dos Macacos de 1968. Ao ver a Estátua da Liberdade encravada na praia, o personagem Taylor (Charlton Heston) nos condena por ter destruído a terra e fazê-lo não ter duvidas nenhuma sobre a falta de fé que tinha com relação à humanidade. Eram tempos em que o mundo vivia temeroso com a guerra fria e o filme nada mais era do que uma metáfora com relação a esse temor e sobre os conflitos de raças e classes que havia em abundância ainda na década de 60.
O mundo de hoje é muito diferente de 46 anos atrás, mas nem por isso deixamos de ter problemas globais que nos deixam apreensivos. Casos recentes como as guerras sem fim em Israel e os recentes conflitos da Rússia e Ucrânia, nos leva a cada vez mais nos preparar pelo pior. Planeta dos Macacos: O Confronto é mais do que uma sequência da reinvenção do clássico lançado em 2011, como também é uma metáfora desse medo devido ao desconhecido futuro e sobre a falta de dialogo que existe entre as nações e o que os leva a guerra.
Dirigido por  Matt Reeves (Cloverfield – Monstro) a trama se situa dez anos após os eventos vistos no filme anterior. Os humanos sofreram o flagelo do vírus símio (numa sequência de abertura engenhosa) enquanto os macacos liderados por Cesar (Andy Serkis, soberbo) sobrevivem na floresta onde criaram a sua própria comunidade. Os problemas acontecem, no momento em que um grupo de humanos sobreviventes surge do nada, na tentativa de buscar uma forma de religar uma usina elétrica que se encontra na floresta. 
O simples fato dos humanos quererem de volta energia elétrica para ao menos ter um mínimo de conforto numa Sam Francisco em ruínas, é o suficiente para se gerar inúmeras duvidas e desconfianças de ambos os lados.  Pode-se dizer que ambos os lados é representado por opiniões distintas: se na comunidade dos macacos Cesar, mesmo que relutante, tenta contornar os problemas através do dialogo, temos o seu braço direito Koba (Toby Kebbell, espetacular) carregado de ódio e que deseja o extermínio dos humanos. Já no lado dos humanos temos Malcolm (Jason Clarke), que enxerga em Cesar a razão naquela comunidade inusitada e busca o dialogo através dele. Porém temos o líder dos humanos  Dreyfus (Gary Oldman) que não vê esperança nenhuma através de seres que ele acha serem irracionais.
Essa divisão e opiniões diferentes é o que gera inúmeros momentos de tensão, pois a qualquer momento há de se explodir e gerar consequências irreversíveis. Os roteiristas habilidosos como ninguém, criam pequenos prelúdios de um inevitável conflito, que por incrível que pareça soam realmente imprevisíveis e que vai contra a expectativa daquele que assiste. Quando a guerra chega finalmente entre humanos e macacos, se tem então um verdadeiro show de horror, onde mentiras, medo, ódio e desconfiança irão gerar mortes desnecessárias.
Numa super produção como essa, é sempre óbvio haver um verdadeiro show de efeitos visuais que atrai a massa. Porém, desde o filme de 1968, a cine série Planeta dos Macacos sempre teve a intenção de gerar uma reflexão e horas de debates após a sessão. Mesmo sendo ficção e possuir algumas situações absurdas para os olhos de alguns, é bom ver que o cinemão americano ainda tem consciência de que nos refletimos sobre o que vemos.
Tecnicamente o filme é quase impecável, mas muito se deve ao lado humano e esse tem um nome:Andy Serkis. Quando se pensa em desempenho capture (aquela técnica em que minicâmeras e sensores fornecem a base real para um personagem digital) o cinéfilo sempre se lembrara desse ator que injetou algo há mais além de dar movimentos aos personagens criados pelo computador. Deu a eles vida e fazer com que realmente enxergássemos e sentíssemos a vida através de suas expressões e não um mero boneco virtual.
Mesmo que Weta Digital seja pioneira nesse tipo de técnica e crie efeitos visuais soberbos, Serkis prova que o lado humano da atuação será insubstituível e ele não está só: interpretado por Toby kebbll, Koba é outro personagem macaco que rouba a cena com seus conflitos e ódio vindo do seu interior. O personagem já havia chamado atenção no ato final do filme anterior, mas ninguém imaginava o quão longe ele chegaria nessa sequência, provocando discórdia entre humanos e macacos e criando situações imprevisíveis e que nos faz pular da cadeira. 
Com um ato final que usa de elementos vistos no ultimo capitulo da cine série Clássica (Batalha no Planeta dos Macacos) Planeta dos Macacos: O Confronto termina dando uma dica de que há mais trama vindo por ai. Se for o caso, torçamos que a qualidade de historia, com altas doses de reflexão, que nos bombardeia em nossas mentes após sairmos da sessão se mantenha na próxima aventura.    

Leia também: Planeta dos Macacos: A Origem.


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Cine Dica: CINEPOLÍTICO DEBATE O BRAVO GUERREIRO

 
A terceira edição do Cine Político acontece na próxima quinta-feira, 24 de julho, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). A sessão tem início às 20h e apresenta o filme O Bravo Guerreiro, dirigido por Gustavo Dahl. Após a exibição do longa-metragem, haverá um debate com a historiadora Alice Trusz e mediação de Emiliano Cunha. O projeto, que é realizado pela Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, juntamente com a Prefeitura de Porto Alegre, tem entrada franca e vale como atividade complementar.
Lançado em 1968, O Bravo Guerreiro faz parte da segunda fase do Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro da década de 60. O filme narra a história de um jovem deputado da oposição que decide mudar para o partido que está no comando do governo, achando que só no poder conseguirá fazer alguma mudança para a causa pública. Um dia recebe em casa a visita de um cabo eleitoral dizendo que sindicalistas estão tentando derrubar a diretoria do sindicato, tendo por motivo um projeto de lei de sua autoria. O deputado, então, vai à Assembléia Geral do sindicato e faz um discurso narrando a sua história política, concluindo que não é mais indicado para defender essa causa.
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133 / 8135 / 8137

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: HELI





Sinopse: Heli (Armando Espitia) é jovem que mora no meio do nada, com sua mulher, Sabrina (Linda González), o filho pequeno, seu pai (Ramón Álvarez) e a irmã de 12 anos, Estela (Andrea Vergara). Ele e o pai trabalham numa montadora de carros. A vida não é fácil, mas dá para ser levada, a duras penas. A ruptura ocorre quando Estela começa a namorar um soldado, Beto (Juan Eduardo Palacios), e este rouba dois pacotes de cocaína.

 

Chocante filme ganhador do prêmio de direção no Festival de Cannes 2013, para o mexicano Amat Escalante, Heli é um filme para poucos, mas que diz muito. A trama é crua e uma verdadeira descida ao inferno pessoal e social, ao retrata um México longe das propagandas turísticas, longe da riqueza, distante de tudo, e afogada em problemas sociais e do pior do homem.
A primeira cena da produção já diz o que virá: um corpo é enforcado e jogado do alto de uma passarela. Curiosamente retornamos um pouco no passado e gradualmente começamos a descobrir o do porque esse chocante momento aconteceu. As desgraças surgem sem dó, nem piedade na vida de cada um dos personagens e faz com a gente sinta que não há escapatória para nenhum deles. Em suma, o que vemos na tela é o pior do ser humano quando ele se encontra desprendido de qualquer altruísmo pelo próximo. 
 Escalante não mostra cenas sugestivas, mas sim de cara mesmo e doa o que doer. E em seu filme há cenas explícitas de tortura: numa delas, no campo de treinamento, Beto é obrigado a rolar no chão que está sujo com seu vômito e fazendo-o desejar não estar naquele lugar jamais. As cenas mais bravas de tortura acontecem sob os olhares adolescentes e crianças enquanto estavam jogando videogame. O diretor, que é também escreveu o roteiro, parece indicar um paralelo entre a violência virtual do jogo eletrônico e a real – ambas tendem à desumanização das vítimas e seus algozes.
O cineasta é sincero ao mostrar a guerra do tráfico em seu país  sem usar panos quentes. Ainda assim, há um sentimento de repetição no que ele tem a dizer ou escancarar para nos. Num ponto a favor, ele não espetaculariza nenhuma das questões, ainda que não tenha muito de novo a dizer.
 
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