Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Japão.
Yoshiteru Miki (Akira Kubo) e Taketori Washizu (Toshirô Mifune) são os
comandantes do primeiro e do segundo castelo de um reino local, cuja sede fica
no Castelo das Teias de Aranha. Após defenderem seu senhor em batalha, eles
estão retornando para casa quando encontram um espírito que prediz o futuro de
ambos. Ele diz que Washizu em breve assumirá o trono e que o filho de Miki,
Yoshaki (Minoru Chiaki), o sucederá. Ao retornar para casa, Washizu comenta a
predição com a esposa, lady Asaji (Isuzu Yamada). Ela acredita no que o
espírito disse e incentiva o marido a agir quando o atual rei chega em seu
castelo, para passar a noite.
Kurosawa jamais escondeu sua simpatia por histórias ocidentais, em especial, as escritas
por William Shakespeare. Entretanto, ele sempre soube fazer uma ótima mistura
desses contos, quando fossem adaptados para a sua cultura. Sendo um diretor com
uma grande filmografia, é de se surpreender que na maioria dela, todos os seus
filmes são considerados como indispensáveis. Algo raro que agente vê em outras
filmografias, sendo que se vê algo parecido, somente na filmografia de Alfred Hitchcock
ou Stanley Kubrick. E Trono Manchado de
Sangue é mais uma de suas obras-primas. Nela, Kurosawa transporta para o Japão
feudal a história de Macbeth. O diretor se encontra em seu melhor momento da carreira. O
apuro visual, as cenas grandiosas, a fotografia deslumbrante, o elenco soberbo,
com destaque para Mifune, ator preferido do diretor. Tudo no filme funciona a
favor da história, que possui uma combinação das mais felizes. Shakespeare
visto por Kurosawa é arte pura.
Com a chegada do mega
evento Vingadores que estréia neste final de semana, vamos recapitular o que já rolou no
universo Marvel no cinema, que antecede ao filme do super grupo:
O INCRÍVEL HULK
Sinopse: Vivendo
escondido e longe de Betty Ross (Liv Tyler), a mulher que ama, o cientista
Bruce Banner (Edward Norton) busca um meio de retirar a radiação gama que está
em seu sangue. Ao mesmo tempo ele precisa fugir da perseguição do general Ross
(William Hurt), seu grande inimigo, e da máquina militar que tenta capturá-lo,
na intenção de explorar o poder que faz com que Banner se transforme no Hulk.
Em 2003, a Universal
investiu todas as suas fichas no filme do Hulk, nas mãos do diretor Oscarizado
Ang Lee. A intenção, logicamente, era fazer uma franquia, assim como aconteceu
com x-men e Homem Aranha, pegando na esteira os filmes da Marvel que estavam
fazendo sucesso, e como o personagem pertencia à editora, com certeza verdinha estavam
vindo por ai. Mas não foi isso que aconteceu.
Ang Lee é um diretor
artístico, que mesmo fazendo ótimos filmes de ação como o Tigre e o Dragão,
sempre deixou em primeiro plano a exploração do lado psicológico dos
personagens e isso ele explorou bastante no filme. Resultado: O filme
decepcionou muita gente que estavam esperando pancadaria do inicio ao fim. Em
vez de um filme repleto de ação, vemos um drama carregado de choques
traumáticos da infância do personagem e fez com que muitas pessoas ficassem
afastadas do cinema.
Sempre gostei da
versão de Ang Lee, mas o que ocorreu é que aquele filme estava à frente do seu
tempo e o publico não estava preparado para ele. Com isso, a Marvel agora
produzindo os seus filmes, investiu pesado de novo no personagem passando a
borracha com relação ao filme anterior.
Desta vez foi o
diretor Louis Leterrier (Cão de Briga) na direção, talentoso em filmes de
pancadaria, aliás, e escalou um elenco estelar, ao começar por Edward Norton
(Clube da Luta) como Bruce Banner que se transforma no Hulk. Liv Taylor Willian Hurt e Tin Hot completam o elenco. A historia começa num
rápido flashback contando rapidamente a origem do personagem. Imediatamente
somos levados a favela da Rocinha do Rio de Janeiro (nota: a cena que fazem uma
panorâmica na favela, do inicio ao fim é espetacular) onde Bruce trabalha numa
fabrica de refrigerante, e ao mesmo tempo, busca por uma cura.Enquanto isso
General Ross (Hurt) manda um combatente (Hot) ao encalço do personagem, e para
isso, fará de tudo para capturá-lo, chegando a um ponto em se tornar o temível
Abominável.
Mesmo sendo os mesmos
personagens, se comparar com o filme de 2003, da para notar que são filmes
completamente diferentes, sendo que esse é levado muito mais a ação, mas nunca
deixando de lado a construção dos personagens. Edward Norton, como sempre, faz
seu personagem com a maior competência, representando um homem que se sente
preso a uma fera interior. Com relação ao resto de elenco tudo ok, poderiam Ter
sido melhores, especialmente Hot, que acho um excelente ator desde Pup Fictiun,
mas também não faz feio. Mas assim como o filme de 2003, esta nova versão de
novo teve uma bilheteria relativamente baixa, principalmente se comparada a
outras produções que teve em 2008, como o filme irmão Homem de Ferro. Parece
que por mais que o filme seja bom, o publico não consegue se identificar com o
personagem, sendo que, outro ponto que negativo, é que o Hulk é um personagem,
que por mais perfeito que seja, é um personagem digital, e sinto que esse é um
dos muitos motivos que o publico não se identifica.
Contudo, torço para
que o personagem volte para o cinema novamente, pelo menos no filme dos
Vingadores que a Marvel está planejando e isso fica claro, pois tanto nesse
filme como do Homem de Ferro, as pistas ficam evidentes, principalmente no Hulk,
onde Tony Stark (Homem de Ferro) aparece em uma rápida ponta nos segundos
finais do filme.
Por fim, O Incrível
Hulk é entretenimento puro para aqueles que são tanto fãs dos quadrinhos como
fãs da série de tv, e referencias a aquela série clássica tem muitas, como uma
ponta hilária de Lou Ferrigno como segurança e até a musica tema série (tan
tan, tan tan), ou seja, um filme para se assistir curtindo ele, sem exigir
muito.
NOTA: A atriz
brasileira Débora Nascimento, famosa pelas novelas globais, faz uma ponta bem
no inicio do filme, mas o suficiente para chamar a atenção de muita gente,
principalmente pelos estúdios de Hollywood.
Sinopse:
Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho.
Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temerosa,
evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em
que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin
(Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o
primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o
tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva
jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.
Eu sempre falo que a
pessoa é boa ou má, de acordo com a sua forma de educação ao longo da vida, mas há casos, que não existe explicação, para a origem de tamanha atrocidade que vem
de uma pessoa e com isso, da entender que ela simplesmente nasceu assim. Ao
assistir o filme da diretora Lynne Ramsay (O Romance de Morvern Callar),
testemunhamos uma verdadeira historia de terror psicológico, sobre o
relacionamento complicado de uma mãe (Tilda Swinton, soberba) com o seu filho
Kevin (Ezra Miller, assustador), que sempre quando responde para ela, são com
palavras duras e venenosas, que simplesmente nos faz a gente se perguntar por
que ele age assim. Embora no inicio do filme, fique claro que a protagonista
possuía certos sonhos a serem realizados, mas que não conseguiu (devido ao
casamento e a gravidez), ela jamais deixou de dar atenção a criança, mesmo
quando atriz passa um certo desejo que a personagem tem de estar em outro
lugar. Tilda Swinton está soberba nestes momentos, ao retratar uma mulher que
sofre por dentro, mas tenta passar certa felicidade para família por fora,
mesmo tendo que encarar uma criança com sentimentos inexplicáveis.
Contudo, é Ezra
Miller que faz um verdadeiro show de interpretação, entregando um desempenho digno
de indicação ao Oscar. Ao construir uma personalidade perversa para o
personagem, percebemos que a proposta, que tanto o ator, como os criadores do
filme, querem passar para nós, é que não existe uma explicação plausível dos
seus atos, e com isso, soa ainda mais assustador. O ato final reserva momentos
angustiantes em que responde todas as pontas soltas que ficaram no decorrer do
filme, já que até lá, a trama é nos apresentada de uma forma desfragmentada,
onde passado e presente vem e volta, embora já tenhamos uma vaga idéia do que o
final nos reserva.
Com uma ótima trilha sonora e montagem engenhosa,
Precisamos Falar Sobre O Kevin é um filme para poucos, sendo um verdadeiro soco
no estômago para a maioria, mas é puro cinema e que retrata situações que já vimos
pela TV. E se na vida real, já é difícil entregar uma resposta plausível sobre
esses acontecimentos, o filme tão pouco se importa em entregar a resposta, e
sim suas consequências.
NOTA: Infelizmente o curso sobre Kurosawa que
eu iria participar neste final de semana não irá mais acontecer, devido à falta
de um numero maior de inscritos para atividade. Uma pena, já que o curso seria
uma espécie de continuação do anterior (Cinema Japonês). Mas paciência, e nem
por isso deixarei de falar mais um pouco sobre o cineasta ao longo da semana,
portanto confiram um pouco mais sobre seus
filmes.
Dersu Uzala
Sinopse: História do capitão Arseniev, membro
do exército russo e líder de uma expedição na Sibéria, e de Dersu Uzala, um
caçador asiático. Uma grande amizade nasce entre os dois, apesar de todas as
diferenças culturais.
Filme quase contemplativo, de
grande beleza plástica e tom solene. O diretor aproveita ao máximo as belas
paisagens naturais da Sibéria. Feito durante uma época em que Kurosawa
praticamente se auto exilou do Japão. Vencedor do Oscar de melhor filme
estrangeiro.
Sonhos
Sinopse: São oito pequenos filmes separados
que, de alguma forma, se conectam entre si, com uma dose fabulosa de poesia e
beleza. O homem e sua relação com o seu próprio ambiente é um tema comum.
O filme tem uma inegável elaboração visual, possível
pela colaboração de nomes como Steven Spielberg e George Lucas neste projeto
pessoal. Destaque para O Tunel, o sonho de concepção mais impressionante, e
para o final da fita, um contagiante cortejo fúnebre, uma sincera mensagem sobre
otimismo e esperança do homem.
Com a chegada do mega evento Vingadores que estréia neste final de
semana, vamos recapitular o que já rolou
no universo Marvel no cinema, que antecede ao filme do super grupo:
HOMEM DE FERRO
Sinopse: Tony Stark (Robert Downey Jr.) é um industrial bilionário, que
também é um brilhante inventor. Ao ser sequestrado ele é obrigado por
terroristas a construir uma arma devastadora mas, ao invés disto, constrói uma
armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro. A partir de
então ele passa a usá-la para combater o crime, sob o alter-ego do Homem de
Ferro.
Rendendo
mais de $315 milhões nas bilheterias americanas e com mais de 2,8 Milhões de
público aos cinemas do Brasil até hoje, Homem de Ferro estréia com alta
velocidade e ação nas alturas quando o genial magnata Tony Stark sobrevive a um
ataque inesperado em território inimigo e escapa depois de construir uma
armadura de alta tecnologia. Quando descobre um nefasto plano com implicações
mundiais, ele veste sua poderosa armadura e jura proteger o mundo como o Homem
de Ferro. Diretamente das páginas das lendárias histórias em quadrinhos, Homem
de Ferro é um herói que não nasceu, foi criado para ser incomparável!
O DVD
nacional possui menus caprichados, sendo que a edição traz dois discos. No
primeiro além do filme, a onze minutos de cenas inéditas, um preview de uma
nova versão animada do personagem, além de um easter egg divertidíssimo que
mostra a gravação da ponta de Stan Lee no longa. Para ativá-lo, basta ir até o
"material especial" e escolher a terceira opção (que é um pequeno
logo acima do botão que volta para o menu principal), O segundo disco reúne uma
quantidade de extras de proporções heróicas. Logo de cara, o especial "Eu
sou o Homem de Ferro" revela todo o processo de criação do filme. Cm quase
duas horas, ele é dividido sem sete capítulos que abordam diferentes momentos
da produção. Há entrevistas, cenas de bastidores e ensaios. O item seguinte,
"O Invencível Homem de Ferro", mostra as origens nos quadrinhos e
também traz depoimentos de escritores e desenhistas. Os efeitos visuais são
tema de um especial á parte bastante interessante. Faltou apenas uma faixa de
comentários em áudio do diretor com o ator principal, mas fora isso é uma
edição caprichada. para se ter na estante.
HOMEM DE
FERRO 2
Sinopse: No
filme 'HOMEM DE FERRO 2' o mundo já sabe que o inventor bilionário Tony Stark
(Robert Downey Jr.) é o super-herói blindado Homem de Ferro. Sofrendo pressão
do governo, da mídia e do público para compartilhar sua tecnologia com as
forças armadas, Tony reluta em divulgar os segredos por trás da armadura do
Homem de Ferro, temendo que as informações caíssem em mãos erradas. Tendo
Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) e James "Rhodey" Rhodes (Don Cheadle)
a seu lado, Tony estabelece novas alianças e enfrenta novas e poderosas forças.
Homem de
ferro (2008) foi uma grata surpresa para inúmeros fãs de cinema e historia em
quadrinhos, e ousadia, principalmente pelo fato de terem pegado um personagem
não tão conhecido pelo publico em geral e lançar numa superprodução que abriria
oficialmente os filmes da Marvel Estúdios, cujo grande interesse é criar filmes
para os seus personagens, interligá-los um com o outro, para então, finalmente
se reunirem todos na futura superprodução Vingadores. Mas talvez a maior bola
dentro do filme foi realmente Robert Downey Jr. Vindo de uma carreira difícil
graças ao vicio com drogas e álcool, ele viu na produção uma grande oportunidade,
de se reerguer das cinzas, e como tanto o personagem como o ator em si são
parecidos um com outro (nos quadrinhos Tony Stark sofria com a bebida), tudo se
encaixou perfeitamente e o ator acabou criando talvez o melhor desempenho de
sua carreira, ao fazer um homem de ferro excêntrico, narcisista, mas que acaba
descobrindo algo melhor dentro de si.
Mas e a
seqüência?? Sem aquele ar de novidade, o diretor Jon Favreau se concentrou a
todo o momento numa trama, que embora simples no decorrer da película, jamais
cai no aborrecimento, isso graças às ótimas piadas certeiras que ocorre durante
toda a projeção, aliados com uma ótima trilha sonora pesada e ótimas cenas
de ação na medida certa e não um vídeo game ininterrupto como foi Transformes
2. Apesar de haver mais personagens e mais sub-tramas, o enredo jamais soa
confuso, ele flui normalmente para melhor compreensão para espectador que vai
ao cinema unicamente para se divertir, e o que não falta no filme é diversão. Ver
cenas onde Tony Stark mostra toda a sua fragilidade como ser humano (num
momento de pura bebedeira) faz nos identificar com o personagem e mostrar que é
tão humano quanto qualquer um e sempre estará a mercê de cometer erros.
Neste ponto, o filme faz uma leve reverencia a clássica HQ Demônio da garrafa,
onde o personagem sofreu com o vicio da bebida e mesmo que no filme esse ponto
tenha ficado amenizado, os fás logo irão se lembrar daquela historia.
Os coadjuvantes é que fazem a
festa, ao começar por Mickey Rourke que da um show fazendo o vilão durão e mal encarado em busca
da pura e simples vingança contra Tony Stark. Gwyneth Paltrow tem um desempenho
melhor como Pepper Potts, mas só um pouquinho (achava ela a única coisa
negativa do filme anterior). Don Cheadle veio para ser o Rhodey Rhodes
definitivo com seu alter ego Maquina de Combate.Sam Rockwell faz Justin Hammer
uma espécie de versão de Tony Stark se caso não tivesse obtido uma segunda
chance na vida no primeiro filme. Contudo, a grande estrela dos coadjuvantes é
Scarlett Johansson fazendo a personagem agente Viúva Negra e nova assistente de
Tony Stark. Apesar de eu achar Scarlett um tanto que inexpressiva, sua
personagem séria e durona caíram como uma luva para atriz e ela simplesmente
não faz feio nas cenas de luta, principalmente onde suas pernas se tornam suas
armas. Não posso esquecer claro da pequena, mas importante participação de
Samuel L. Jackson, como líder da agencia SHIELD, Nick Fury, que será o grande
laço que irá reunir os principais heróis que foram já apresentados e que irão
em breve aparecer no cinema. Apesar de o ato final ter sido um tanto que
apressado e a parte que aparece o pai do Tony em vídeo não ter me convencido,
Homem de Ferro 2 jamais ofende a inteligência do espectador e procura acima de
tudo divertir e fazer criar um largo sorriso de satisfação, por unir aventura e
humor na medida certa.
Nos dias 28 e 29 de abril, estarei participando do
curso “AKIRA KUROSAWA: MESTRE DAS
TELAS”, que será
realizado no Cinbancários, criado pelo CENA UM e ministrado
pelo pesquisador de historia de cinema, Jorge Roldan. E enquanto a atividade não acontece, por aqui, estarei
postando tudo o que eu sei, sobre esse cineasta, que se tornou sinônimo de
qualidade do cinema japonês.
RAN
Sinopse:
Japão, século XVI. Hidetora (Tatsuya Nakadai), o poderoso chefe
do clã dos Ichimonjis, decide dividir em vida seus bens entre seus três filhos:
Taro Takatora (Akira Terao), Jiro Masatora (Jinpachi Nezu) e Saburu Naotora
(Daisuke Ryu). Com o primeiro fica a chefia do feudo, as terras e a cavalaria.
Os outros dois ficam com alguns castelos, terras e o dever de ajudar e obedecer
Taro. No entanto, Hidetora exige viver no castelo de alguns deles, manter seus
trinta homens, seu título e a condição de grão-senhor, mas Saburu, o predileto,
prevendo as desgraças que viriam com tal decisão, se mostra contrário à decisão
paterna. Assim é expulso do feudo e acaba sendo acolhido por Nobuhiro Fujimaki
(Hitoshi Ueki), que se mostra impressionado com sua decisão de contrariar o pai
e casa-o com sua filha. Hidetora vai ao seu castelo, que agora é de Taro, e não
é bem recebido, pois seu primogênito é encorajado por Kaede (Mieko Harada), sua
mulher, para ter liberdade para tomar decisões e chefiar o feudo. Kaede quer
vingar a morte dos pais, que foram mortos por Hidetora em um incêndio, e guarda
muito rancor e igual rejeição. Hidetora sente isso quando vai ao castelo de
Jiro e assim se vê isolado em seu ex-império e bem próximo da insanidade.
Uma das ultimas obras
primas de Akira Kurosawa feito em 1985, onde o cineasta mostrou que era um o
diretor experiente em super produções gigantescas. Adaptação da tragédia Rei
Lear de Shakespeare, transportada para Japão Feudal, o que torna o seu trabalho
definitivo. Na opinião do próprio diretor esse foi o seu filme mais bem feito e
mais querido pessoalmente na opinião dele. Não faltaram esforços para que o
filme fosse gigantesco em termos de superprodução, sendo que um castelo de tamanho
natural, foi praticamente destruído durante as filmagens para dar um maior
realismo.
Após ter recuperado a
criatividade no inicio dos anos 80 com A Sombra de um Samurai, Kurosawa cria
uma verdadeira tragédia grega familiar, em que ambições pela riqueza corrompem a
união de uma família. Direção de arte, figurino e fotografia são mostradas de
uma maneira surpreendente e não faltam claro cenas que se tornaram clássicas,
como o ataque do castelo e o rosto atônico de Taro Takatora (Akira Terao) são
os pontos altíssimos dessa obra fantástica do diretor.
Curiosidade: Durante 10 anos
Akira Kurosawa planejou cada cena de Ran preparando storyboards que mostravam
como cada cena deveria ser rodada.
Kagemusha
- A Sombra do Samurai
Sinopse: Durante o
Japão medieval, um importante lorde falece em meio à uma decisiva guerra.
Prevendo que isso pudesse acontecer, ele deixa uma ordem de que, se realmente
falecesse, alguém deveria se passar por ele e, assim, evitar a queda de seu
reinado. Nesse momento entra na história um pobre ladrão, sósia do grande
lorde, que encontra uma situação incrivelmente mais difícil do que qualquer um
poderia imaginar.
Fascinante épico que toma como ponto de partida
um costume do Japão Feudal: o de providenciar dublê para homens poderosos (a
palavra Kagemusha tem exatamente esse significado – “dublê” ou “sombra” de guerreiro).
Grandes cenas de batalha, com impecáveis reconstituições de roupas e armas, rituais
majestosos e pérfidas intrigas palacianas. Um dos trabalhos de maior apuro
visual de Kurosawa.A produção executiva da versão internacional de
Kagemusha, a Sombra do Samurai ficou a cargo de Francis Ford Coppola e George
Lucas.