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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de março de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Estranho Caminho'

Sinopse: Um jovem cineasta que visita sua cidade natal é surpreendido pelo rápido avanço da pandemia e precisa encontrar seu pai, com quem não fala há mais de dez anos. Depois do primeiro encontro, coisas estranhas começam a acontecer.

Guto Parente é um cineasta brasileiro que gosta de fazer filmes experimentais e que já desde cedo tem chamado a minha atenção. Nunca me esquecerei da sessão do filme "Os Monstros" (2011), assim como o ótimo "Inferninho" (2018) e "O Clube dos Canibais" (2018) e dos quais surpreenderam o público e a crítica antes dos tempos de pandemia do Covid-19. Com relação a isso, "Estranho Caminho" (2023) fala justamente sobre esses tempos nebulosos, além de explorar laços familiares que merecem ser reatados.

Na trama, David (Lucas Limeira) é um jovem cineasta que retorna à sua cidade natal em meio à crescente crise da pandemia de Covid-19. O retorno inesperado é impulsionado pela necessidade urgente de se reconectar com seu pai Geraldo (Carlos Francisco), com quem está em silêncio há mais de uma década. O encontro com o pai, marcado por um misto de tensão e esperança, inicialmente parece ser um passo positivo na reconciliação.

Tanto "Inferninho" como "O Clube dos Canibais" foi uma forma do realizador fazer uma análise pessoal com relação ao Brasil em tempos em que a Extrema Direita estava se vangloriando no poder e colocando em xeque o nosso futuro. Neste filme, porém, ele é um de muitos que irão vir a seguir ao fazer um retrato sobre aqueles tempos nebulosos em que todos nós viveram, mas que cada um tem uma história distinta para contar. No caso do realizador, eu acho que ele procurou exorcizar os seus temores e procurar reconciliar-se com o seu passado familiar.

No caso da ficção aqui, isso é muito bem realizado pelas ótimas atuações de Lucas Limeira e do veterano Carlos Francisco, que em cena são dois lados da mesma moeda, mas que precisam se reconciliar em meio a tensão crescente que ocorre em meio a eles. Contudo, mais do que reaproximação sendo explorada aqui, Guto Parente acrescenta tudo o que ele havia feito nos filmes anteriores e fazendo de o longa transitar entre o convencional e o experimental e fazendo com que algumas passagens da história nos provoque mais dúvidas do que respostas.

Isso acaba se casando perfeitamente com a desordem da época, onde não sabíamos ao certo como terminaria toda aquela situação de isolamento devido à pandemia e o filme nos provoca até mesmo lembranças que nós preferimos enterrar desde sempre. Embora não tenha o mesmo impacto cinematográfico que foi sentido nos longas anteriores, o filme pode facilmente se encaixar perfeitamente nesta pequena onda crescente que retrata esses tempos indefinidos e que pode facilmente ser revisitado. Acima de tudo, é um filme brinca com as nossas expectativas, nos surpreendendo em alguns momentos, mesmo em um curto espaço de tempo.

"Estranho Caminho" é sobre a busca pelo direito de resposta familiar em meio às incertezas dos tempos da Covid.   

Onde Assistir: Mubi   

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Cine Dica: Cinemateca Capitólio - Programação - 27 de março a 2 de abril

 CINEMATECA CAPITÓLIO CELEBRA DEZ ANOS COM SESSÃO GRATUITA DE FILME RESTAURADO DE ROGÉRIO SGANZERLA

Na quinta-feira, 27 de março, às 20h, celebraremos o aniversário de dez anos da Cinemateca Capitólio com uma sessão gratuita da cópia restaurada de A Mulher de Todos (1969), um dos filmes mais inventivos de Rogério Sganzerla, protagonizado por Helena Ignez e Jô Soares.  Os ingressos serão distribuídos na bilheteria a partir das 19h30. 


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8580/a-mulher-de-todos-cinemateca-capitolio-10-anos/


CINEMA GAÚCHO NA SESSÃO AAMICCA

Na semana em que a Cinemateca Capitólio comemora seu 10º aniversário, a AAMICCA (Associação de Amigas e Amigos da Cinemateca Capitólio) retoma as suas sessões comentadas com entrada franca! No próximo dia 29 de março (sábado), às 18h30, a Associação promove uma Sessão AAMICCA especial, com dois filmes que levam à tela da Cinemateca Capitólio dois registros em períodos distintos do próprio Capitólio. Serão apresentados os filmes Início do fim (2005, direção de Gustavo Spolidoro) e Aqueles dois (1985, direção de Sérgio Amon), que comemoram, em 2025, respectivamente, 20 e 40 anos de seus lançamentos.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/8601/sessao-aamicca-12/


MURILO SALLES DEBATE FILME SOBRE MÁRIO DE ANDRADE

Na segunda-feira, 31 de abril, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão de pré-estreia de Mário de Andrade, o Turista Aprendiz, o mais novo filme de Murilo Salles. O diretor participa de uma conversa com o público após a sessão.  


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8597/mario-de-andrade-o-turista-aprendiz-debate-com-murilo-salles/


GRADE DE HORÁRIOS

27 de março a 2 de abril de 2025


27 de março (quinta-feira)

15h – Encontro com o Ditador

17h – Pra Frente Brasil

20h – A Mulher de Todos (Cinemateca Capitólio 10 anos)


28 de março (sexta-feira)

15h – Tempo Suspenso

17h – Terra em Transe

19h – Cabra Marcado Para Morrer


29 de março (sábado)

15h – Encontro com o Ditador

17h – Greve + A Luta do Povo

18h30 – Sessão AAMICCA: Início do Fim + Aqueles Dois


30 de março (domingo)

15h – Tempo Suspenso

17h – Torre + Vala Comum + Libertação de Inês Etienne + Arara  

19h – Eles Não Usam Black-Tie


31 de março (segunda-feira)

19h30 – Mário de Andrade, o Turista Aprendiz + debate


1º de abril (terça-feira)

15h – Tempo Suspenso

17h – Meu Tio José

19h – Cidadão Boilesen


2 de abril (quarta-feira)

15h – Tempo Suspenso

17h – Eles Não Usam Black-Tie

19h – O ABC da Greve

terça-feira, 25 de março de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Sem Chão'

Sinopse: O documentário produzido por um coletivo palestino-israelense mostra a destruição de Masafer Yatta por soldados israelenses na Cisjordânia ocupada e a aliança que se desenvolve entre o ativista palestino Basel e o jornalista israelense Yuval.


O que é um Documentário?

Essa pergunta serviu como título para o curso do CIne Um que eu participei anos atrás e do qual era uma análise sobre os mais diversos tipos de documentários existentes. Talvez o meu tipo de documentário favorito seja aquele em que os documentaristas não somente registram os fatos, como também se tornam os próprios protagonistas do seu projeto e fazendo nos passar até mesmo a sensação de que estão atuando. Ao assistir o documentário "Sem Chão" (2024) senti no fundo que eu gostaria que as imagens vistas na tela não fossem reais, pois uma vez elas sendo realmente verdadeiras me faz crer que a humanidade se encontra perdida.

Co-dirigido pelo palestino Hamdan Ballal, a obra é um retrato sobre relações em choque entre Israel e Palestina a partir do olhar de cineastas e ativistas palestinos-israelenses. O documentário mostra a aliança entre Basel Adra, um jovem militante palestino, e Yuval Abraham, um jornalista israelense. O documentário filma as ruínas e a terra arrasada que se tornou Masafer Yatta, um conjunto de vilas palestinas localizadas na Cisjordânia ocupada, mas que aos poucos vai sendo destruído por Israel com a mera desculpa que o local se tornará uma base militar.

Desde os ataques de Hamas contra Israel ocorridos no dia 7 de outubro de 2023 me parece que há um esforço das partes das mídias tradicionais colocarem o país como os bons moços enquanto os de fora como o estado da Palestina são os verdadeiros terroristas. Porém, é somente para quem se encontra dentro deste conflito que perdura por décadas que temos então uma verdadeira noção dos fatos. Basel Adra e  Yuval Abraham foram resistentes até os seus limites durante a desocupação de Masafer Yatta e fazendo do projeto um verdadeiro documentário denúncia que poucas vezes assistimos no cinema.

É como se nós estivéssemos em meio ao conflito, pois os realizadores fazem questão de registrar tudo. Com a edição de cenas feita às escondidas em uma das cavernas da região, os dois protagonistas registram cenas angustiantes das casas sendo destruídas pelos tratores, além dos moradores quase sempre sendo ameaçados pelos soldados Israelenses. Curiosamente, o documentário vem e volta no tempo em alguns momentos, já que o pai de Basel Adra foi alguém que também lutou pela não invasão e cuja cenas da época um Adra mais novo nos revela o quanto ainda perdura esse conflito e desinformação como um todo.

Cada vez mais que é registrado as cenas dos desmanches das casas a obra fica cada vez mais tensa, principalmente quando Basel Adra e seu parceiro jornalista se tornam conhecidos nas redes sociais ao divulgar os fatos e despertando a ira de determinados políticos. Porém, o documentário não esconde o quanto é árduo em manter a resistência contra aqueles que usam armas e que a qualquer momento irão atirar até mesmo em crianças indefesas. Se no passado era complicado a situação piorou ainda mais a partir de outubro de 2023 e fazendo com que aquele local se tornasse impossível de se viver.

Em um cenário em que faz com que a descrença se fortaleça, tudo o que resta é se manter vivo para continuar passando os verdadeiros registros da história.  Portanto, a vitória de "Sem Chão" no Oscar de 2025 como melhor documentário é um exemplo de resistência e de, ao menos, um pingo de esperança para aqueles que ainda acreditam que a verdade pode ainda sim prevalecer nos dias de hoje. Infelizmente com advento das redes sociais, onde qualquer disseminador de fake news pode se intitular jornalista, pensar sobre o assunto cada vez mais desanima. Ao menos sempre existirá alguns para nos dizerem o quanto estamos errados em não nos importarmos com isso.

"Sem Chão" é um documentário de suma importância ao nos revelar os verdadeiros fatos sobre o conflito entre palestinos e israelenses que já perdura há muito tempo.  



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 27 DE MARÇO A 02 DE ABRIL

 ESTREIAS:

A BATALHA DA RUA MARIA ANTONIA

OESTE OUTRA VEZ

Brasil/Drama/ 2024/137min

Direção:Erico Rassi

Sinopse: No sertão de Goiás, homens brutos que não conseguem lidar com suas fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros.

Elenco:  Ângelo Antônio, Rodger Rogério, Antônio Pitanga, Babu Santana, Adanilo, Daniel Porpino e Tuanny Araújo.


A BATALHA DA RUA MARIA ANTONIA

Brasil/ Drama/ 2023 / 84min

Direção: Vera Egito

Sinopse: Outubro de 1968. Durante a ditadura brasileira, estudantes e professores do Movimento Estudantil enfrentam ataques do Comando de Caça Comunista vindos do outro lado da rua, numa noite crucial conhecida como 'A Batalha dos Estudantes', contada em 21 planos-sequência.

Elenco: PâMELA GERMANO ISAMARA CASTILHO CAIO HOROWICZ JULIANNA GERAIS PHILIPP LAVRA.

EM CARTAZ:

MILTON BITUCA NASCIMENTO

Brasil/ Documentário/ 2024/ 110min

Direção: Flavia Moraes

Sinopse: O documentário musical parte da turnê de despedida de Milton Nascimento, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, para entender a complexidade simples de sua obra, e o quanto os mistérios que ele carrega nos fazem refletir sobre a alma brasileira.

Elenco:Milton Nascimento, Quincy Jones, Spike Lee, Caetano Veloso, Chico Buarque, Paul Simon, Gilberto Gil, Simone, Maria Gadu, João Bosco, Mano Brown, Os Gêmeos, Speranza Spalding e os integrantes do Clube da Esquina.


HORÁRIOS DE 27 DE MARÇO A 02 DE ABRIL (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: MILTON BITUCA NASCIMENTO

17h: A BATALHA DA RUA MARIA ANTONIA

19h: OESTE OUTRA VEZ


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14,00 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7,00. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 24 de março de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - 'É Tempo de Amar'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 23/03/25. 

Sinopse: Em 1947, em uma praia na Normandia, Madeleine, uma garçonete e mãe de um menino pequeno, conhece François, um estudante rico. Com o tempo, descobre-se que François busca escapar ao entrelaçar o destino de Madeleine com o seu próprio. 

Nos últimos tempos eu tenho percebido o lançamento no cinema  de alguns títulos que exploram as consequências que as pessoas convivem após o término da Segunda Guerra Mundial. Se em "O Brutalista" (2024) vemos um EUA que vive só da promessa de um país livre e que acolhe os imigrantes, por outro lado, "A Garota da Agulha" (2024) é um retrato ainda mais cru das mulheres que são deixadas à própria sorte após o término do conflito. "É Tempo de Amar" (2023) segue uma cartilha semelhante com o último filme citado e do qual vemos os personagens lutarem para serem eles mesmos.

Dirigido por Katell Quillévéré, o filme é baseado na história da sua própria avó que havia revelado e seu passado até então não revelado. A trama gira em torno sobre Madeleine que, após o final da Segunda Guerra, precisa se virar sozinha na vida e com o seu único filho que é fruto de um relacionamento com um soldado nazista. Certa vez, na praia da Normandia, ela conhece François e ambos se apaixonam, mesmo quando cada um possui um segredo distinto. Não demorou muito para que o passado venha atrás deles e fazendo com que ambos lidem com os seus próprios temores.

Katell Quillévéré capricha em uma bela reconstituição de época, sendo que o cenário principal que surge que é a praia da Normandia se torna um colírio para os nossos olhos. Esse cenário nos transmite uma certa promessa para novos tempos, sendo que os minutos iniciais são de puro horror, pois vemos a protagonista e outras mulheres serem hostilizadas por terem se relacionado com nazistas e tendo que sofrer com duras consequências. A partir do momento em que ela conhece François parece que há uma busca pela sua redenção, mas isso só não basta.

O filme ainda explora a dura relação entre Madeleine e o seu filho e do qual o mesmo deseja saber sobre o destino do seu pai do começo até o final da obra. Em contrapartida, a protagonista insiste em não revelar nada e ao mesmo tempo demonstrando certa dificuldade de encarar o seu próprio filho, pois infelizmente ela enxerga nele o homem que fez da sua vida um verdadeiro inferno. É nestes momentos em que a atriz Anaïs Demoustier brilha como um todo, principalmente quando o olhar de sua personagem fala por si e não escondendo os seus sentimentos perante a realidade em que convive.

Já François não é muito diferente de sua esposa, já que foge do seu passado, mas não com relacionado sobre a guerra, mas sim procurando fugir de si mesmo. Vincent Lacoste nos brinda com uma atuação assombrosa, onde as suas expressões e seus trejeitos falam por si, principalmente quando ele busca lutar contra algo do qual nasceu dentro dele desde sempre, mas temendo o preconceito de uma sociedade ainda muito conservadora daqueles tempos. Já o soldado americano, sendo interpretado pelo ator Morgan Bailey, se torna uma espécie de catalisador para que o casal central possa realmente se conhecerem, mesmo quando os atos e consequências já não possuem mais volta.

O filme em si fala sobre as guerras intermináveis, seja aquelas entre conflitos entre países, como também aceitar ser você mesmo e tendo que conviver com o preconceito a aflorar de uma sociedade desinformada com relação à verdadeira natureza humana. Embora se estenda por demais em alguns momentos, o filme é aquele caso em que os personagens bem construídos fazem com que o tempo se torne um mero detalhe e fazendo a gente acompanhar passo a passo o destino deles. Ao final, tudo o que resta é aceitar as perdas e conviver com o passado que continuará sempre incrustado nas memórias.

"É Tempo de Amar" é uma curiosa história de amor sobre pessoas que carregam cicatrizes emocionais, mas que precisam saber conviver com elas e consigo mesmo na vida. 

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Cine Dica: Cineclube Vestígio realiza ciclo de filmes em parceria com a Sala Redenção em 2025

Em 2025, o cinema universitário realiza um ciclo mensal em parceria com o Cineclube Vestígio, formado há um ano por estudantes universitários de Porto Alegre. A primeira sessão exibe o filme “Variety” e acontece na quinta-feira, dia 27 de março, às 19h. Os encontros são sempre seguidos de debate após a projeção. 

O ciclo faz parte da mostra “À Flor da Pele”, programação do cineclube que exibe filmes que retratam diferentes tipos de prazer e formas de exercer a sexualidade, abrindo o caminho para lugares onde o desejo não é tabu, mas uma nova maneira de experienciar o mundo. A curadoria tem o objetivo de tensionar os limites que censuram as inúmeras possibilidades de existir enquanto seres pulsantes e vivos, considerando que nossos jeitos de se relacionar intimamente também compõem as nossas formas de viver. 

O filme de 1983 é o primeiro longa da cineasta Bette Gordon e hoje é considerado um clássico cult feminista. Escrito em parceria com Kathy Acker, ícone da cena punk, o filme reflete sobre a subversão do olhar masculino.  “Variety” é contextualizado pela diretora como uma reação aos movimentos conservadores que, nos anos 80, apelavam à proibição da pornografia nos Estados Unidos. O filme conta a história de Christine, vendedora de bilhetes em um cinema pornô, perto da Times Square. Em vez de se distanciar da natureza escura e erótica do lugar, ela desenvolve uma obsessão que começa a consumir a sua vida.do lugar, ela desenvolve uma obsessão que começa a consumir a sua vida.

A entrada é franca e aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus central da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.



SINOPSE:

VARIETY

(dir.Bette Gordon | Estados Unidos | 1983 | 100 min | Drama | 18 anos)Christine consegue um emprego como vendedora de bilhetes em um cinema pornô, perto da Times Square. Em vez de se distanciar da natureza escura e erótica do lugar, ela desenvolve uma obsessão que começa a consumir a sua vida.

27 de março | quinta-feira | 19h sessão seguida de debate

Confira outras programações da sala no site oficial clicando aqui e aqui. 

domingo, 23 de março de 2025

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Sing Sing'

Sinopse: Mesmo preso Divine G encontra um propósito ao atuar em um grupo de teatro junto com outros detentos, incluindo um novato desconfiado.

O subgênero de filmes de prisão sempre tem como pano de fundo o conflito e o desejo dos protagonistas em saírem do confinamento para que assim possam desfrutar a sua liberdade. Porém, filmes como "Um Sonho de Liberdade" (1995) é um curioso exemplo de que a liberdade tem o seu preço e que nem sempre se consegue restabelecer dentro da sociedade. Porém, Sing Sing (2025) é um retrato curioso de presidiários que decidem se dedicar à cultura da interpretação para que assim possam colocar para fora os seus reais sentimentos tanto tempo escondidos.

Dirigido por Greg Kwedar, acompanhamos a história de Divine G (Colman Domingo), um homem injustamente preso que encontra um novo objetivo ao se reunir com um grupo de teatro na prisão. Ao lado de outros detidos, ele embarca em um projeto artístico que vai além do confinamento, descobrindo na arte uma poderosa ferramenta de transformação e resistência. A chegada de um novo integrante, cauteloso e desconfiado, desafia o grupo a superar suas próprias barreiras emocionais e a explorar a comédia como meio de expressão.

Baseado em fatos verídicos o diretor Greg Kwedar tem a proeza de unir atores profissionais com verdadeiros detentos que interpretam eles mesmos em cena. Porém, é impressionante a atuação de cada um visto na tela, sendo que eles expressam, tanto as suas alegrias, como também as suas tristezas e os obstáculos que todos ali enfrentam no dia a dia. Dos detentos reais destaque para Clarence Maclin que rouba a cena ao ser a figura deslocada do grupo, mas que logo vai se encaixando uma vez que já teve contato com a magia da cultura no passado.

Vale destacar as cenas dos ensaios de Hamlet dos quais eles participam, sendo que os dilemas do personagem de William Shakespeare se tornam o reflexo dos demônios interiores que cada um ali está enfrentando em cena. Por conta disso, a batalha para aflorar a veia shakespeariana cada um ali gera cenas até mesmo tensas, pois a qualquer momento alguém dali irá colocar a sua real dor para fora. Neste último caso, por exemplo, temos a ótima atuação de Colman Domingo.

Vindo de filmes como "A Voz Suprema do Blues" (2020), Colman Domingo consegue construir para si um personagem complexo, onde nos transmite segurança através da arte em que ele tanto preza, mas não escondendo em seu olhar a frustração perante um sistema que o mantém preso de forma injusta. Uma vez que um personagem próximo sai de cena é então que o protagonista se encontra em verdadeiro desequilíbrio e sintetizando isso na cena de ensaio onde ele se parte ao meio. Não é à toa que o ator recebeu uma merecida indicação ao último Oscar de melhor ator.

Ao final constatamos que a cruzada para esses detentos é árdua, porém, compensatória, pois é através da cultura que eles obtêm um novo significado sobre a vida. Em tempos em que a sociedade está cada vez mais acelerada e presa em suas atividades corriqueiras, vemos então um grupo de detentos voltarem a se sentirem realmente humanos quando obtêm contato com a literatura e o teatro e fazendo que consigam voos mais altos. "Sing Sing" é uma grata surpresa ao nos transmitir o poder da atuação através de detentos que se acharam na vida através dessa arte prazerosa. 

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