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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Cine Especial: Conhecendo 'Um Lugar ao Sol'

Eis um caso de imagens que se tornaram místicas sem razões definidas, fazendo desde "Um Lugar ao Sol" (1951) um dos grandes filmes da história do cinema. Parte do encanto deriva da beleza do par central, Montgomery Clitt e Elizabeth Taylor, glamorizados pela luz branca refletida em seus rostos, mas a direção de George Stevens construiu outras imagens fortíssimas. Baseado em "Uma Tragédia Americana", romance de Theodore Dreiser publicado em 1925, o conteúdo conservador desse clássico não atinge a crítica social proposta pelo texto original. Por outro lado, o que seria apenas melodrama resulta em um filme inesquecível, história de amor mesclada com tragédia social, cuja intensidade é ampliada pela trilha sonora do polonês Franz Waxman.

Na história, Gerge Eastman (Montgomery Clitt) é um operário que procura ascender socialmente, namora outra trabalhadora da fábrica, Alice Tripp (Shelley Winters), mas acaba se apaixonando pela rica Angela Vickers (Elizabeth Taylor). Ambos mantém um caso ás escondidas, e o rapaz decide largar a namorada que, por azar, está grávida. Surge a ideia, então, de ele se livrar da namorada, um empecilho a sua escalada. O romance de Dreiser baseou-se num fato real ocorrido em 1906, quando Chester Gillette matou a namorada grávida.

Após ter sido julgado e condenado a morte, em 1908, surgiu a lenda de que o fantasma da vítima assombrava o apartamento onde ela morava, em Nova York. No longa, Clift consegue compor um Eastman ambíguo, apaixonado e encantando com o fausto no qual Ângela vive, enquanto o filme julga impiedosamente seu personagem. A intenção de Stevens é trazer á cena uma discussão sobre a desigualdade social em seu país, além de dar importância aos espaços por onde transitam os personagens, entre ambiente claro e escuros, imagens iluminadas e outras embaçadas.

Na entrega do Oscar de 1952, o filme indicado em nove categorias e premiado com seis, incluindo melhor Direção, fotografia, Roteiro e trilha sonora. 

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Cine Dica: Primeira Sessão Clube de Cinema 2025: "Tudo Que Imaginamos Como Luz", na Cinemateca Paulo Amorim

Você ficou com saudade do Clube de Cinema? Com certeza nós já estávamos loucos para voltar para a nossa amada Cinemateca Paulo Amorim para assistir mais um filme ao seu lado.

Neste sábado, a abertura oficial da temporada 2025 do Clube será com a exibição do aclamado filme indiano "Tudo Que Imaginamos Como Luz", dirigido por Payal Kapadia. A produção foi vencedora do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes e já está presente em várias listas de melhores filmes do ano.


A sessão acontecerá no dia 11 de janeiro, na Cinemateca Paulo Amorim.


SESSÃO DE ABERTURA - TEMPORADA 2025

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico)


Data: 11/01/2025, sábado, às 10h15

"Tudo Que Imaginamos Como Luz" (All We Imagine As Light)

Índia/França/Holanda/Luxemburgo, 2024, 120 min, 14 anos

Direção: Payal Kapadia

Elenco: Kani Kusruti, Divya Prabha, Chhaya Kadam


Sinopse: Em Mumbai, a rotina da enfermeira Prabha se transforma quando ela recebe um presente inesperado do ex-marido. Sua colega de quarto, a jovem Anu, tenta em vão encontrar um lugar na cidade onde possa ter alguma intimidade com o namorado. Uma viagem ao litoral permite que eles encontrem um espaço para que seus desejos se manifestem.

Esperamos por você para celebrar o início de mais um ano de cinema conosco!

Atenciosamente,

Equipe diretiva do Clube de Cinema de Porto Alegre

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (09/01/25)

 BABYGIRL

Sinopse: Em BABYGIR, uma executiva de sucesso (Nicole Kidman), coloca sua carreira e vida particular em risco ao decidir se envolver com o jovem Samuel, estagiário vivido por Dickinson.



Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

Sinopse: Chico Bento precisa unir toda sua turma para "sarvá" a goiabeira do Nhô Lau.



A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO

Sinopse: Recém-promovido a juiz de instrução, Iman luta contra a paranoia e o esgotamento mental em meio à agitação política em Teerã causada pela morte de uma jovem.


Rm: Right People, Wrong Place

Sinopse: Capturando a jornada de RM enquanto ele explora seu verdadeiro eu, entre os papéis de líder do BTS, artista Kim Nam-joon e humano Kim Nam-joon.

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 9 A 15 DE JANEIRO DE 2025

 PROGRAMAÇÃO DE 9 A 15 DE JANEIRO DE 2025

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

A cinesemana de 9 a 15 de janeiro destaca o lançamento do filme brasileiro BABY, segundo longa do diretor Marcelo Caetano (de “Corpo Elétrico”, 2017). Também estreia na nossa programação a delicada produção iraniana MEU BOLO FAVORITO, que ganhou prêmios no Festival de Berlim apesar dos vetos no seu país de origem.

Seguem em cartaz os longas COMO GANHAR MILHÕES ANTES QUE A AVÓ MORRA (da Tailândia) e TUDO QUE IMAGINAMOS COMO LUZ (da Índia), que estão nas listas de melhores da temporada. Em sua última semana de exibição, o público pode conferir MARCELLO MIO, de Christophe Honoré, e HISTÓRIAS QUE É MELHOR NÃO CONTAR, de Cesc Gay.


Confira nossa programação completa e o Portal do Cinema Gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h30 – COMO GANHAR MILHÕES ANTES QUE A AVÓ MORRA Assista o trailer aqui.

(Lahn Mah - Tailândia, 2024, 125min). Direção de Pat Boonnitipat, com Putthipong Assaratanakul, Usha Seamkhum, Sanya Kunakorn. Paris Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Amah é uma senhora idosa que, de acordo com as tradições de seu país, sonha em ter uma sepultura própria quando morrer. Isso atrai o interesse de seu neto, que resolve cuidar da avó por conta da herança que ela pode deixar depois que partir. À medida em que o jovem se aproxima da idosa, as vivências e sentimentos entre ambos vão se modificando, com base no amor e respeito. O longa é o representante da Tailândia no Oscar e está entre os 15 títulos pré-selecionados ao prêmio de filme internacional.


16h45 – TUDO QUE IMAGINAMOS COMO LUZ

(All we imagine as light - Índia/França/Holanda/Luxemburgo, 2024, 120min). Direção de Payal Kapadia, com Kani Kusruti, Divya Prabha, Chhaya Kadam. Filmes da Mostra, 14 anos. Drama.

Sinopse: Na caótica Mumbai, a rotina de três mulheres que trabalham em um hospital é atravessada por sentimentos e situações que dão conta das tradições de um país. Prahna não tem notícias do marido, que foi tentar a sorte em outro país. Anu vive um romance com um rapaz que os pais não aprovam. Parvaty perdeu o marido e também está prestes a perder sua casa. O alento para o caos pode estar em uma viagem para o interior, onde há paz de espírito. O filme foi o vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Cannes e já aparece em várias listas de melhores produções do ano.


19h – MEU BOLO FAVORITO – ESTREIA (NÃO HAVERÁ SESSÃO DIA 14) Assista o trailer aqui.

(Keyke mahboobe man – Irã/França/ Suécia/Alemanha, 2024, 97min). Direção de Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, com Lily Farhadpour e Esmail Mehrabi. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Mahin tem 70 anos, é viúva e vive sozinha em Teerã. Apesar da rotina solitária, ela mantém a vitalidade e o interesse pelas coisas do cotidiano – o que inclui afrontar a Polícia da Moral que controla os costumes no país. Disposta a revitalizar sua vida amorosa, a viúva convida o taxista Faramarz para um encontro. O filme foi o vencedor do prêmio Fipresci (da crítica) e do Juri Ecumênico no Festival de Berlim 2024, mas seus diretores foram proibidos de deixar o Irã para acompanhar a premiação.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h – MARCELLO MIO Assista o trailer aqui.

(França, 2024, 120min). Direção de Christophe Honoré, com Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Fabrice Luchini. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Marcello Mastroiani (1924 - 1996) é reverenciado pela própria filha em homenagem ao centenário do seu nascimento. Diante da semelhança, Chiara Mastroianni se apresenta como Marcello e reencarna o pai em alguns momentos emblemáticos da sua trajetória. Entre cenários de Paris e Roma, ela se veste e fala como ele, entregando momentos de interpretação convincente e outros em que parece estar em busca de sua verdadeira identidade. O filme participou da seleção oficial do Festival de Cannes 2024.


17h15 – HISTÓRIAS QUE É MELHOR NÃO CONTAR Assista o trailer aqui.

(Historias para no contar - Espanha, 2024, 100min). Direção de Cesc Gay, com Anna Castillo, Chino Darín, Maribel Verdú, José Coronado, Javier Cámara. Pandora Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Um elenco talentoso protagoniza cinco episódios de situações embaraçosas do dia a dia, provavelmente já vividas por muitas pessoas e que seria melhor não serem reveladas. Em comum, as histórias são tratadas com bom humor e desfechos inesperados, incluindo o encontro de três amigas atrizes para um teste de elenco ou a tentativa de um casal de arranjar uma namorada para um amigo desiludido.


19h15 – BABY - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2024, 106min). Direção de Marcelo Caetano, com João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Após ser liberado de um centro de detenção juvenil, Wellington se vê sozinho nas ruas de São Paulo, sem nenhum contato com os pais ou recursos para reconstruir a vida. Ele encontra Ronaldo, um homem maduro que lhe ensina novas formas de sobrevivência. Prêmios de melhor filme e ator no Festival do Rio.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 16,00 (R$ 8,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 20,00 (R$ 10,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'What If...?' (3.ª temporada)

Sinopse: Vigia continua vigiando as mais diversas realidades alternativas do universo Marvel. Porém, suas atitudes começam a incomodar os seus superiores.

Inicialmente 'What If...?' começou com uma iniciativa bem criativa do estúdio em querer visitar as mais diversas versões dos personagens através de realidades alternativas e sendo apresentadas pela entidade Vigia. Porém, deu para sentir que a fórmula se desgastou na segunda temporada, principalmente em tramas esquecíveis e naquelas em que as pitadas de humor não ajudam em nada. Nesta terceira e última temporada  'What If...?' ao menos se encerra com certa dignidade, mesmo nos passando a sensação que poderia ser melhor.

Na trama, vemos o Vigia observando novas histórias, das quais envolvem um Hulk fora do comum, uma trama que envolve tempos da velha Hollywood, ou até mesmo uma história do velho oeste. Porém, Vigia começa a interferir no destino dos personagens e fazendo com que os seus superiores não gostassem dessa situação. Ao mesmo tempo, Capitã Britânia e sua equipe vinda das mais diversas realidades decidem ajuda-lo.

Ao meu ver os roteiristas chegaram ao ponto do esgotamento em termos de originalidade, pois só mesmo dessa maneira para explicar o episódio em que Hulk se transforma em um Godzilla e cuja trama remete elementos vistos no ótimo filme "Círculo de Fogo" (2013). Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer a coragem de colocarem Howard, o Pato fazendo um casório com a personagem Darcy Lewis e gerando, enfim, a futura personagem  Byrdie. Apesar de ser o melhor e mais engraçado episódio da série, ele também não deixará de ser polêmico, onde os politicamente corretos irão acusar o estúdio de promover zoofilia.

Os últimos episódios, por fim, desencadeiam uma teia de eventos que fazem com que velhos personagens retornem. Se por um lado o retorno de Ultron optando por uma redenção soe forçada, por outro lado, é sempre bom rever a Capitã Britânia, sendo ela a melhor e mais bem construída personagem desses universos alternativos e que com certeza muitos irão querer revê-la em um futuro projeto. De brinde, temos um vislumbre de uma Tempestade dentro desse universo MCU e fazendo com que os fãs fiquem mais ansiosos pela aguardada nova versão de "X-Men" para o cinema.

"What If...?" (3.ª temporada) encerra a série de forma satisfatória, mas nos passando também a impressão de que a ideia se estendeu mais do que deveria. 

Onde Assistir: Disney+

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO RETOMA PROGRAMAÇÃO COM CLÁSSICOS DE HITCHCOCK

A Cinemateca Capitólio abre o ano de 2025 com uma mostra especial dedicada a um grande mestre do cinema e três lançamentos em cartaz!  

A partir de 14 de janeiro, será apresentada a mostra Hitchcock Colorido, com quatro filmes realizados em cores pelo diretor inglês: Festim Diabólico (1948), O Terceiro Tiro (1955), Marnie, Confissões de uma Ladra (1964) e Trama Macabra (1976).


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/8150/hitchcock-colorido/

A partir de 16 de janeiro, três lançamentos serão apresentados na telona da Cinemateca: Baby, do brasileiro Marcelo Caetano, Misericórdia, do francês Alain Guiraudie, e Tudo Que Imaginamos Como Luz, da indiana Payal Kapadia.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/programacao/


GRADE DE HORÁRIOS

14 a 21 de janeiro de 2024


14 de janeiro (terça)

15h – Trama Macabra

17h30 – Festim Diabólico

19h – O Terceiro Tiro


15 de janeiro (quarta)

15h – O Terceiro Tiro

17h – Marnie, Confissões de uma Ladra

19h15 – Festim Diabólico


16 de janeiro (quinta)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Misericórdia


17 de janeiro (sexta)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Misericórdia


18 de janeiro (sábado)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Misericórdia


19 de janeiro (domingo)

15h – Baby

16h50 – Marnie, Confissões de uma Ladra

19h – Misericórdia


21 de janeiro (terça)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Trama Macabra


22 de janeiro (quarta)

15h – Marnie, Confissões de uma Ladra

17h30 – Festim Diabólico

19h – Misericordia

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Favorita do Rei'

Sinopse: Jeanne usa seus encantos e inteligência para ascender na escala social. Contrariando todas as convenções, ela se torna uma das favoritas do Rei Luís XV e se muda para Versalhes.  

É curioso observar que ao longo da história muitos impérios foram criados através da sombra da igreja católica, mas cuja mesma não tinha força o suficiente para conter a libertinagem da raça humana. O universo aristocrático francês de séculos atrás transitava entre os bons costumes para aflorar o lado selvagem da carne como um todo e revelando o seu verdadeiro jogo entre política e cobiça. "A Favorita do Rei" (2023) mostra que não era muito difícil se chegar ao poder, desde que saiba transitar entre os bons costumes e o desejo pela liberdade.

Dirigido por Maïwenn, a mesma de "Polissia" (2011), o filme conta a história real de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV (Johnny Depp). Interpretada pela própria diretora  Maïwenn, a protagonista é ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Porém, os olhares conservadores da corte serão o seu obstáculo com o passar do tempo.

Maïwenn possui um certo equilíbrio entre direção e atuação, mesmo quando se tem o risco dessas duas tarefas gerarem algo irregular no decorrer da produção. Ao usar uma história real sobre tempos passados, a mesma fala sobre o papel da mulher de ontem e hoje, sempre vigiada devido às regras dos bons costumes, mas usando um jogo de cintura perante a ignorância conservadora. Em contrapartida, o filme é uma crítica ácida com relação ao formalismo exagerado quando na realidade não passavam de seres humanos que desejavam ser eles mesmos.

Nesta última observação que eu faço, por exemplo, isso se encaixa perfeitamente com relação ao rei Luís XV, que usava e abusava dos serviços imperiais, mas não escondia o fato de que tudo ali não passava de uma verdadeira piada e isso se intensifica na cena em que Jeanne observa o seu despertar por detrás espelho. Após anos envolvidos em escândalos que gerou o seu afastamento do mundo cinematográfico, Johnny Depp retorna com estilo, ao criar para si um Luís XV não muito diferente do que foi visto em um dos seus melhores desempenhos que foi "O Libertino" (2004), porém, um tanto mais contido. Curiosamente, a sua química entre a diretora e atriz funciona até certo ponto, pois nota-se que a própria realizadora não se sentia muito à vontade com o ator em cena e isso se confirmou em algumas declarações dela de que jamais voltaria trabalhar com Depp novamente devido ao seu lado desdém com relação em atuar em determinados projetos.

Polêmicas à parte, o filme irá agradar aqueles que apreciam um bom filme que se preocupa em fazer uma bela reconstituição de época e nisso o longa tem em abundância. Ao mesmo tempo o filme é cru com relação ao racismo aflorado daquele período e isso é intensificado ainda mais através de alguns comentários racistas vindo das próprias filhas do rei. De lá pra cá o mundo evoluiu, mas ao mesmo tempo certas raízes venenosas do passado continuam ainda prevalecendo em tempos contemporâneos.

Ao final, constatamos que a cruzada Jeanne Bécu em busca da felicidade não é muito diferente das mulheres que acreditam que conseguiram a estabilidade da vida através do poder. Na realidade o olhar crítico e conservador sempre estará lá para destruir aqueles que não tem amarras com a igreja e cabe saber como viver neste mundo cheio de regras em que a religião dita a última palavra. O filme pode ser irregular em alguns momentos, mas a sua mensagem já vale a sessão como um todo.

"A Favorita do Rei" é sobre tempos em que o poder francês ansiava pela libertinagem, mesmo com o olhar conservador da igreja. 

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