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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (09/01/25)

 BABYGIRL

Sinopse: Em BABYGIR, uma executiva de sucesso (Nicole Kidman), coloca sua carreira e vida particular em risco ao decidir se envolver com o jovem Samuel, estagiário vivido por Dickinson.



Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

Sinopse: Chico Bento precisa unir toda sua turma para "sarvá" a goiabeira do Nhô Lau.



A SEMENTE DO FRUTO SAGRADO

Sinopse: Recém-promovido a juiz de instrução, Iman luta contra a paranoia e o esgotamento mental em meio à agitação política em Teerã causada pela morte de uma jovem.


Rm: Right People, Wrong Place

Sinopse: Capturando a jornada de RM enquanto ele explora seu verdadeiro eu, entre os papéis de líder do BTS, artista Kim Nam-joon e humano Kim Nam-joon.

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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 9 A 15 DE JANEIRO DE 2025

 PROGRAMAÇÃO DE 9 A 15 DE JANEIRO DE 2025

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

A cinesemana de 9 a 15 de janeiro destaca o lançamento do filme brasileiro BABY, segundo longa do diretor Marcelo Caetano (de “Corpo Elétrico”, 2017). Também estreia na nossa programação a delicada produção iraniana MEU BOLO FAVORITO, que ganhou prêmios no Festival de Berlim apesar dos vetos no seu país de origem.

Seguem em cartaz os longas COMO GANHAR MILHÕES ANTES QUE A AVÓ MORRA (da Tailândia) e TUDO QUE IMAGINAMOS COMO LUZ (da Índia), que estão nas listas de melhores da temporada. Em sua última semana de exibição, o público pode conferir MARCELLO MIO, de Christophe Honoré, e HISTÓRIAS QUE É MELHOR NÃO CONTAR, de Cesc Gay.


Confira nossa programação completa e o Portal do Cinema Gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h30 – COMO GANHAR MILHÕES ANTES QUE A AVÓ MORRA Assista o trailer aqui.

(Lahn Mah - Tailândia, 2024, 125min). Direção de Pat Boonnitipat, com Putthipong Assaratanakul, Usha Seamkhum, Sanya Kunakorn. Paris Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Amah é uma senhora idosa que, de acordo com as tradições de seu país, sonha em ter uma sepultura própria quando morrer. Isso atrai o interesse de seu neto, que resolve cuidar da avó por conta da herança que ela pode deixar depois que partir. À medida em que o jovem se aproxima da idosa, as vivências e sentimentos entre ambos vão se modificando, com base no amor e respeito. O longa é o representante da Tailândia no Oscar e está entre os 15 títulos pré-selecionados ao prêmio de filme internacional.


16h45 – TUDO QUE IMAGINAMOS COMO LUZ

(All we imagine as light - Índia/França/Holanda/Luxemburgo, 2024, 120min). Direção de Payal Kapadia, com Kani Kusruti, Divya Prabha, Chhaya Kadam. Filmes da Mostra, 14 anos. Drama.

Sinopse: Na caótica Mumbai, a rotina de três mulheres que trabalham em um hospital é atravessada por sentimentos e situações que dão conta das tradições de um país. Prahna não tem notícias do marido, que foi tentar a sorte em outro país. Anu vive um romance com um rapaz que os pais não aprovam. Parvaty perdeu o marido e também está prestes a perder sua casa. O alento para o caos pode estar em uma viagem para o interior, onde há paz de espírito. O filme foi o vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Cannes e já aparece em várias listas de melhores produções do ano.


19h – MEU BOLO FAVORITO – ESTREIA (NÃO HAVERÁ SESSÃO DIA 14) Assista o trailer aqui.

(Keyke mahboobe man – Irã/França/ Suécia/Alemanha, 2024, 97min). Direção de Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, com Lily Farhadpour e Esmail Mehrabi. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Mahin tem 70 anos, é viúva e vive sozinha em Teerã. Apesar da rotina solitária, ela mantém a vitalidade e o interesse pelas coisas do cotidiano – o que inclui afrontar a Polícia da Moral que controla os costumes no país. Disposta a revitalizar sua vida amorosa, a viúva convida o taxista Faramarz para um encontro. O filme foi o vencedor do prêmio Fipresci (da crítica) e do Juri Ecumênico no Festival de Berlim 2024, mas seus diretores foram proibidos de deixar o Irã para acompanhar a premiação.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h – MARCELLO MIO Assista o trailer aqui.

(França, 2024, 120min). Direção de Christophe Honoré, com Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Fabrice Luchini. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Marcello Mastroiani (1924 - 1996) é reverenciado pela própria filha em homenagem ao centenário do seu nascimento. Diante da semelhança, Chiara Mastroianni se apresenta como Marcello e reencarna o pai em alguns momentos emblemáticos da sua trajetória. Entre cenários de Paris e Roma, ela se veste e fala como ele, entregando momentos de interpretação convincente e outros em que parece estar em busca de sua verdadeira identidade. O filme participou da seleção oficial do Festival de Cannes 2024.


17h15 – HISTÓRIAS QUE É MELHOR NÃO CONTAR Assista o trailer aqui.

(Historias para no contar - Espanha, 2024, 100min). Direção de Cesc Gay, com Anna Castillo, Chino Darín, Maribel Verdú, José Coronado, Javier Cámara. Pandora Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Um elenco talentoso protagoniza cinco episódios de situações embaraçosas do dia a dia, provavelmente já vividas por muitas pessoas e que seria melhor não serem reveladas. Em comum, as histórias são tratadas com bom humor e desfechos inesperados, incluindo o encontro de três amigas atrizes para um teste de elenco ou a tentativa de um casal de arranjar uma namorada para um amigo desiludido.


19h15 – BABY - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2024, 106min). Direção de Marcelo Caetano, com João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Após ser liberado de um centro de detenção juvenil, Wellington se vê sozinho nas ruas de São Paulo, sem nenhum contato com os pais ou recursos para reconstruir a vida. Ele encontra Ronaldo, um homem maduro que lhe ensina novas formas de sobrevivência. Prêmios de melhor filme e ator no Festival do Rio.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 16,00 (R$ 8,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 20,00 (R$ 10,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Cine Dica: Streaming - 'What If...?' (3.ª temporada)

Sinopse: Vigia continua vigiando as mais diversas realidades alternativas do universo Marvel. Porém, suas atitudes começam a incomodar os seus superiores.

Inicialmente 'What If...?' começou com uma iniciativa bem criativa do estúdio em querer visitar as mais diversas versões dos personagens através de realidades alternativas e sendo apresentadas pela entidade Vigia. Porém, deu para sentir que a fórmula se desgastou na segunda temporada, principalmente em tramas esquecíveis e naquelas em que as pitadas de humor não ajudam em nada. Nesta terceira e última temporada  'What If...?' ao menos se encerra com certa dignidade, mesmo nos passando a sensação que poderia ser melhor.

Na trama, vemos o Vigia observando novas histórias, das quais envolvem um Hulk fora do comum, uma trama que envolve tempos da velha Hollywood, ou até mesmo uma história do velho oeste. Porém, Vigia começa a interferir no destino dos personagens e fazendo com que os seus superiores não gostassem dessa situação. Ao mesmo tempo, Capitã Britânia e sua equipe vinda das mais diversas realidades decidem ajuda-lo.

Ao meu ver os roteiristas chegaram ao ponto do esgotamento em termos de originalidade, pois só mesmo dessa maneira para explicar o episódio em que Hulk se transforma em um Godzilla e cuja trama remete elementos vistos no ótimo filme "Círculo de Fogo" (2013). Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer a coragem de colocarem Howard, o Pato fazendo um casório com a personagem Darcy Lewis e gerando, enfim, a futura personagem  Byrdie. Apesar de ser o melhor e mais engraçado episódio da série, ele também não deixará de ser polêmico, onde os politicamente corretos irão acusar o estúdio de promover zoofilia.

Os últimos episódios, por fim, desencadeiam uma teia de eventos que fazem com que velhos personagens retornem. Se por um lado o retorno de Ultron optando por uma redenção soe forçada, por outro lado, é sempre bom rever a Capitã Britânia, sendo ela a melhor e mais bem construída personagem desses universos alternativos e que com certeza muitos irão querer revê-la em um futuro projeto. De brinde, temos um vislumbre de uma Tempestade dentro desse universo MCU e fazendo com que os fãs fiquem mais ansiosos pela aguardada nova versão de "X-Men" para o cinema.

"What If...?" (3.ª temporada) encerra a série de forma satisfatória, mas nos passando também a impressão de que a ideia se estendeu mais do que deveria. 

Onde Assistir: Disney+

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO RETOMA PROGRAMAÇÃO COM CLÁSSICOS DE HITCHCOCK

A Cinemateca Capitólio abre o ano de 2025 com uma mostra especial dedicada a um grande mestre do cinema e três lançamentos em cartaz!  

A partir de 14 de janeiro, será apresentada a mostra Hitchcock Colorido, com quatro filmes realizados em cores pelo diretor inglês: Festim Diabólico (1948), O Terceiro Tiro (1955), Marnie, Confissões de uma Ladra (1964) e Trama Macabra (1976).


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/8150/hitchcock-colorido/

A partir de 16 de janeiro, três lançamentos serão apresentados na telona da Cinemateca: Baby, do brasileiro Marcelo Caetano, Misericórdia, do francês Alain Guiraudie, e Tudo Que Imaginamos Como Luz, da indiana Payal Kapadia.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/programacao/


GRADE DE HORÁRIOS

14 a 21 de janeiro de 2024


14 de janeiro (terça)

15h – Trama Macabra

17h30 – Festim Diabólico

19h – O Terceiro Tiro


15 de janeiro (quarta)

15h – O Terceiro Tiro

17h – Marnie, Confissões de uma Ladra

19h15 – Festim Diabólico


16 de janeiro (quinta)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Misericórdia


17 de janeiro (sexta)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Misericórdia


18 de janeiro (sábado)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Misericórdia


19 de janeiro (domingo)

15h – Baby

16h50 – Marnie, Confissões de uma Ladra

19h – Misericórdia


21 de janeiro (terça)

15h – Tudo que Imaginamos Como Luz

17h – Baby

19h – Trama Macabra


22 de janeiro (quarta)

15h – Marnie, Confissões de uma Ladra

17h30 – Festim Diabólico

19h – Misericordia

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Favorita do Rei'

Sinopse: Jeanne usa seus encantos e inteligência para ascender na escala social. Contrariando todas as convenções, ela se torna uma das favoritas do Rei Luís XV e se muda para Versalhes.  

É curioso observar que ao longo da história muitos impérios foram criados através da sombra da igreja católica, mas cuja mesma não tinha força o suficiente para conter a libertinagem da raça humana. O universo aristocrático francês de séculos atrás transitava entre os bons costumes para aflorar o lado selvagem da carne como um todo e revelando o seu verdadeiro jogo entre política e cobiça. "A Favorita do Rei" (2023) mostra que não era muito difícil se chegar ao poder, desde que saiba transitar entre os bons costumes e o desejo pela liberdade.

Dirigido por Maïwenn, a mesma de "Polissia" (2011), o filme conta a história real de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV (Johnny Depp). Interpretada pela própria diretora  Maïwenn, a protagonista é ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Porém, os olhares conservadores da corte serão o seu obstáculo com o passar do tempo.

Maïwenn possui um certo equilíbrio entre direção e atuação, mesmo quando se tem o risco dessas duas tarefas gerarem algo irregular no decorrer da produção. Ao usar uma história real sobre tempos passados, a mesma fala sobre o papel da mulher de ontem e hoje, sempre vigiada devido às regras dos bons costumes, mas usando um jogo de cintura perante a ignorância conservadora. Em contrapartida, o filme é uma crítica ácida com relação ao formalismo exagerado quando na realidade não passavam de seres humanos que desejavam ser eles mesmos.

Nesta última observação que eu faço, por exemplo, isso se encaixa perfeitamente com relação ao rei Luís XV, que usava e abusava dos serviços imperiais, mas não escondia o fato de que tudo ali não passava de uma verdadeira piada e isso se intensifica na cena em que Jeanne observa o seu despertar por detrás espelho. Após anos envolvidos em escândalos que gerou o seu afastamento do mundo cinematográfico, Johnny Depp retorna com estilo, ao criar para si um Luís XV não muito diferente do que foi visto em um dos seus melhores desempenhos que foi "O Libertino" (2004), porém, um tanto mais contido. Curiosamente, a sua química entre a diretora e atriz funciona até certo ponto, pois nota-se que a própria realizadora não se sentia muito à vontade com o ator em cena e isso se confirmou em algumas declarações dela de que jamais voltaria trabalhar com Depp novamente devido ao seu lado desdém com relação em atuar em determinados projetos.

Polêmicas à parte, o filme irá agradar aqueles que apreciam um bom filme que se preocupa em fazer uma bela reconstituição de época e nisso o longa tem em abundância. Ao mesmo tempo o filme é cru com relação ao racismo aflorado daquele período e isso é intensificado ainda mais através de alguns comentários racistas vindo das próprias filhas do rei. De lá pra cá o mundo evoluiu, mas ao mesmo tempo certas raízes venenosas do passado continuam ainda prevalecendo em tempos contemporâneos.

Ao final, constatamos que a cruzada Jeanne Bécu em busca da felicidade não é muito diferente das mulheres que acreditam que conseguiram a estabilidade da vida através do poder. Na realidade o olhar crítico e conservador sempre estará lá para destruir aqueles que não tem amarras com a igreja e cabe saber como viver neste mundo cheio de regras em que a religião dita a última palavra. O filme pode ser irregular em alguns momentos, mas a sua mensagem já vale a sessão como um todo.

"A Favorita do Rei" é sobre tempos em que o poder francês ansiava pela libertinagem, mesmo com o olhar conservador da igreja. 

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Nosferatu'

Sinopse: Um vampiro antigo da Transilvânia persegue uma jovem atormentada na Alemanha do século 19.

Robert Eggers já pode tranquilamente ser apontado como um dos melhores cineastas autorais dos últimos tempos e que ao mesmo tempo deu sangue novo ao gênero de horror como um todo. Títulos como "A Bruxa" (2016), "O Farol" (2020) e "O Homem do Norte" (2022) foram obras que geraram debate, dividiram a opinião do público, mas sendo justamente por isso que os longas continuassem sendo lembrados nestes últimos anos. Em "Nosferatu" (2024) o cineasta não somente cria uma refilmagem do clássico de 1922, como também o molda de sua maneira e fazendo novamente uma obra que gerará debates após a sessão de cinema.

Na trama se passa nos anos de 1800 na Alemanha e testemunhamos a sombria figura do Conde Orlok (Bill Skarsgård) na busca por um novo território. O vendedor de imóveis Thomas Hutter (Nicholas Hoult) fica responsável por conduzir os negócios de Orlok, mas ao mesmo tempo deixando para trás a sua esposa Ellen (Lily-Rose Depp) que começa a ter visões assustadoras sobre o Conde. Não irá demorar muito para que ambos se encontrem e selando o destino de ambas as partes.

Pode-se dizer que a última grande adaptação do livro Drácula para o cinema foi bem lá atrás em 1992 com o título "Drácula de Bram Stoker" e dirigido por Francis Ford Coppola. Após isso nenhuma outra adaptação ganhou o mesmo status e fazendo com que o personagem perdesse o prestígio nestes últimos anos. Porém, Robert Eggers sempre foi grande fã da história, seja vinda do livro ou da primeira e melhor adaptação que havia sido lançada em 1922 e fazendo com que o diretor realizasse até mesmo uma peça teatral antes de ingressar como diretor de cinema.

Tendo a chance de realizar o seu grande sonho de dirigir uma obra sobre esse rico personagem, Robert Eggers aproveita para moldá-la da sua maneira, ao injetar um teor sombrio similar ao que foi visto em "A Bruxa" e ao mesmo tempo um teor psicológico, onde os personagens transitam entre a realidade e delírio, mas cujo essa última observação tem certo fundamento. É interessante, por exemplo, a maneira como Conde Orlok é apresentado aos poucos, sendo visto somente como uma sinistra sombra pelas visões de Ellen, para logo depois ganhar contornos peculiares a partir do momento que Hutter tem o seu primeiro contato com ele.  Se no filme "A Bruxa" a entidade demoníaca vista no final daquele longa era apresentada como um vulto que possuía uma voz peculiar, aqui não é muito diferente, pois vemos Conde Orlok como um ser mórbido, cuja a voz parece que foi extraída de tempos bastante antigos e que aos poucos temos uma dimensão de sua real face como um todo.

Com uma pesada maquiagam, Bill Skarsgård simplesmente desapareceu em cena, ao construir para si um Nosferatu, ou Drácula para os íntimos, algo que se difere das outras adaptações, mas se aproximando ainda mais da figura literária criada por Bram Stoker.  Com uma edição de arte impressionante, além de uma fotografia sombria e que enche os olhos, o filme é extremamente fiel as passagens da trama vista no clássico de 1922, mas ao mesmo tempo Robert Eggers procura preencher novas lacunas dentro do roteiro, ao dar maior profundidade com relação a ligação entre Ellen e Nosferatu e cujo teor sexual é mais acentuado aqui diga-se de passagem. esta última observação, por exemplo, Lily-Rose Depp constrói uma Ellen inocente superficialmente, mas que não esconde a sua força e desejo interior e culmina em uma cena erótica inesperada com Hutter.

Assim como a versão comandada por Francis Ford Coppola em 1992, o diretor Robert Eggers também opta em fazer uma espécie de conto de fadas gótico, cujo os desejos e a solidão sentida na vida eterna se cruzam para se colocar um ponto final nisso. Até lá, o realizador não poupa esforços, tanto em ser fiel ao clássico do expressionismo alemão, como também fazer um paralelo aos tempos contemporâneos, em que a descrença se torna cada vez mais acentuada na medida em que catástrofes como a pandemia se alastraram pelo mundo. Neste último caso, por exemplo, Robert Eggers presta uma bela homenagem ao realizador alemão Werner Herzog, sendo que ambos retratam a peste de Orlok através de inúmeros ratos em cena e fazendo da cidade de Wismar um verdadeiro inferno na terra.

Curiosamente, o filme também é uma reconstituição fiel com relação aos pensamentos da época, em que certas crenças começam a ficar de lado e dando lugar aos meios científicos. Neste cenário em que o fantástico se fortalece e a lógica fica eclipsada o personagem Prof. Albin Eberhart Von Franz, interpretado brilhantemente por Willem Dafoe, se torna uma figura que usa os dois lados da situação para o seu propósito e fazendo com que o mesmo se encaminhe para descobrir a trágica verdade sobre o que está acontecendo na cidade de   Wismar. Se nas adaptações anteriores de "Nosferatu" esse personagem era visto como mero figurante, aqui ele ganha total relevância e se tornando uma das peças centrais da obra.

Se há algumas irregularidades com relação ao ritmo da trama do segundo ato, isso é completamente dissipado em seu ato final, onde o encontro definitivo de Ellen e o Orlok acontece e culminando em um momento surpreendente e até mesmo superior se formos compará-la com as outras versões. É como se Robert Eggers quisesse que não esqueçamos dela tão cedo e conseguindo, enfim, com grande êxito. Quem diria que uma história tantas vezes levada para o cinema pudesse soar tão fresca e renovada nos dias de hoje.

"Nosferatu" é uma história de horror de primeira linha, onde Robert Eggers refilma o clássico com elegância, coragem e puramente cinema. 

Leia Também: 'Nosferatu' (1922)', 'Nosferatu' (1979) e 'A Sombra do Vampiro' (2000)

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Cine Dica: Vencedores do Globo de Ouro 2025

O Globo de Ouro 2025, um dos principais termômetros do Oscar, revelou sua lista de vencedores neste domingo (5). O grande destaque em número de vitórias foram o filme “Emilia Pérez” e a série “Xógum” com quatro vitórias cada. A premiação também contou com uma vitória histórica para o Brasil: Fernanda Torres se tornou a primeira atriz brasileira a vencer o prêmio de Melhor Atriz em Filme Drama. Torres concorria por “Ainda Estou Aqui”, que perdeu o prêmio de Filme em Língua Não Inglesa para Emilia Pérez.

Ao subir ao palco para receber o prêmio das mãos de Viola Davis, Torres agradeceu ao diretor Walter Salles e relembrou que sua mãe, Fernanda Montenegro, esteve no palco do Globo de Ouro 25 anos atrás, concorrendo por "Central do Brasil". "Foi um ano incrível para os desempenhos de tantas atrizes aqui, que admiro tanto. Claro, que quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo. Que história, Walter! E quero dedicar esse premio à minha mãe. Vocês não têm ideia! Ela estava aqui há vinte e cinco anos."

Ela aproveitou para falar de sua personagem. "Isso é uma prova de que a arte dura na vida até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva Passou. Com tantos problemas hoje no mundo, tanto medo, esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esse.



Confira a lista dos Indicados e Vencedores: 


Melhor Atriz Coadjuvante

Selena Gomez, Emilia Pérez

Ariana Grande, Wicked

Felicity Jones, O Brutalista

Margaret Qualley, A Substância

Isabella Rossellini, Conclave

Zoe Saldaña, Emilia Pérez – VENCEDORA


Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical

Kristen Bell, Ninguém Quer

Quinta Brunson, Abbott Elementary

Ayo Edebiri, O Urso

Selena Gomez, Only Murders in the Building

Kathryn Hahn, Agatha Desde Sempre

Jean Smart, Hacks – VENCEDORA


Melhor Ator Coadjuvante

Denzel Washington, Gladiador II

Kieran Culkin, A Verdadeira Dor – VENCEDOR

Guy Pearce, O Brutalista

Jeremy Strong, O Aprendiz

Yura Borisov, Anora

Edward Norton, Um Completo Desconhecido


Melhor Ator de Drama em Série de TV

Donald Glover, Sr. e Sra. Smith

Jake Gyllenhaal, Acima de Qualquer Suspeita

Gary Oldman, Slow Horses

Eddie Redmayne, O Dia Do Chacal

Hiroyuki Sanada, Xógum: A Gloriosa Saga do Japão – VENCEDOR

Billy Bob Thornton, Landman


Melhor Atriz Coadjuvante em Título para a Televisão ou Streaming

Liza Colón-Zayas, O Urso

Hannah Einbinder, Hacks

Dakota Fanning, Ripley

Jessica Gunning, Bebê Rena – VENCEDORA

Allison Janney, A Diplomata

Kali Reis, True Detective: Night Country


Melhor Ator Coadjuvante em Título para a Televisão ou Streaming

Tadanobu Asano, Xógum: A Gloriosa Saga do Japão – VENCEDOR

Javier Bardem, Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos de Pais

Harrison Ford, Falando a Real

Jack Lowden, Slow Horses

Diego Luna, A Máquina

Ebon Moss-Bachrach, O Urso


Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical

Adam Brody, Ninguém Quer

Ted Danson, Um Espião Infiltrado

Steve Martin, Only Murders in the Building

Jason Segel, Falando a Real

Martin Short, Only Murders in the Building

Jeremy Allen White, O Urso – VENCEDOR


Melhor Roteiro

Emilia Pérez

Anora

O Brutalista

A Verdadeira Dor

A Substância

Conclave – VENCEDOR


Melhor Comediante

Jamie Foxx, What Had Happened Was

Nikki Glaser, Someday You’ll Die

Seth Meyers, Dad Man Walking

Adam Sandler, Love You

Ali Wong, Single Lady – VENCEDORA

Ramy Youssef, More Feelings


Melhor Filme de Língua Não-Inglesa

Tudo Que Imaginamos Como Luz

Emilia Pérez – VENCEDOR

The Girl With the Needle

Ainda Estou Aqui

The Seed of the Sacred Fig

Vermiglio


Melhor Ator de Filme para TV ou Série Limitada

Colin Farrell, Pinguim – VENCEDOR

Richard Gadd, Bebê Rena

Kevin Kline, Disclaimer

Cooper Koch, Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais

Ewan McGregor, Um Cavalheiro Em Moscou

Andrew Scott, Ripley


Melhor Atriz de Filme para TV ou Série Limitada

Cate Blanchett, Disclaimer

Jodie Foster, True Detective: Night Country – VENCEDORA

Cristin Milioti, Pinguim

Sofía Vergara, Griselda

Naomi Watts, Feud: Capote vs. the Swans

Kate Winslet, O Regime


Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical

Amy Adams, Canina

Cynthia Erivo, Wicked

Karla Sofía Gascón, Emilia Pérez

Mikey Madison, Anora

Demi Moore, A Substância – VENCEDORA

Zendaya, Rivais


Melhor Ator em Filme de Comédia ou Musical

Jesse Eisenberg, A Verdadeira Dor

Hugh Grant, Herege

Gabriel LaBelle, Saturday Night

Jesse Plemons, Tipos de Gentileza

Glen Powell, Assassino por Acaso

Sebastian Stan, Um Homem Diferente – VENCEDOR


Melhor Filme de Animação

Flow – VENCEDOR

Divertida Mente 2

Memórias de um Caracol

Moana 2

Wallace & Gromit: Avengança

Robô Selvagem


Melhor Direção

Jacques Audiard, Emilia Pérez

Sean Baker, Anora

Edward Berger, Conclave

Brady Corbet, O Brutalista – VENCEDOR

Coralie Fargeat, A Substância

Payal Kapadia, Tudo Que Imaginamos Como Luz


Melhor Trilha Sonora

O Brutalista

Conclave

Robô Selvagem

Emilia Pérez

Rivais – VENCEDOR

Duna: Parte 2


Melhor Canção Original

The Last Showgirl – “Beautiful That Way”

Rivais – “Compress/Repress”

Emilia Pérez – “El Mal” – VENCEDORA

Better Man – “Forbidden Road”

Robô Selvagem — “Kiss the Sky”

Emilia Pérez – “Mi Camino”


Maior Evento Cinematográfico do Ano

Alien: Romulus

Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice

Deadpool & Wolverine

Gladiador 2

Divertida Mente 2

Twisters

Wicked – Vencedor

Robô Selvagem


Melhor Filme para TV ou Série Limitada

Monstros

Bebê Rena – VENCEDOR

Difamação

Pinguim

True Detective: Terra Noturna

Ripley


Melhor Série de Comédia

Abbott Elementary

O Urso

Magnatas do Crime

Hacks – VENCEDOR

Ninguém Quer

Only Murders in the Building


Melhor Atriz de Drama em Série de TV

Kathy Bates, Matlock

Emma D’Arcy, A Casa do Dragão

Maya Erskine, Sr. e Sra. Smith

Keira Knightley, Black Doves

Keri Russell, A Diplomata

Anna Sawai, Xógum: A Gloriosa Saga do Japão – VENCEDORA


Melhor Série de Drama

O Dia do Chacal

A Diplomata

Sr. e Sra. Smith

Xógum: A Gloriosa Saga do Japão – VENCEDOR

Slow Horses

Round 6


Melhor Atriz em Filme de Drama

Pamela Anderson, The Last Showgirl

Angelina Jolie, Maria Callas

Nicole Kidman, Babygirl

Tilda Swinton, O Quarto ao Lado

Fernanda Torres, Ainda Estou Aqui – VENCEDORA

Kate Winslet, Lee


Melhor Ator em Filme de Drama

Adrien Brody, O Brutalista – VENCEDOR

Timothée Chalamet, Um Completo Desconhecido

Daniel Craig, Queer

Colman Domingo, Sing Sing

Ralph Fiennes, Conclave

Sebastian Stan, O Aprendiz


Melhor Filme de Drama

O Brutalista – VENCEDOR

Um Completo Desconhecido

Conclave

Dune: Parte 2

Nickel Boys

Setembro 5


Melhor Filme de Comédia ou Musical

Anora

Rivais

Emilia Pérez – VENCEDOR

A Verdadeira Dor

A Substância

Wicked

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