Sinopse: O jamaicano Bob Marley supera as adversidades para se tornar um dos o músicos mais famosos do mundo.
As cinebiografias de artistas do universo da música obtiveram grande sucesso através do público, mesmo quando as mesmas possuam alguns defeitos. Por melhor que seja, por exemplo, "Bohemian Rhapsody" (2018), o filme omitiu muitas passagens e distorceu alguns pontos especificos sobre a vida e a obra de Freddie Mercury. Já "Bob Marley: One Love" (2024), segue para um caminho parecido, mesmo possuindo a ideia primordial que o artista sempre passava em vida.
Dirigido por Reinaldo Marcus Green, o filme conta a história de Bob Marley (Kingsley Ben-Adir), ícone que revolucionou reggae. O longa reconta os importantes feitos do cantor para seu país a Jamaica, assim como as adversidades que o mesmo, a sua família, amigos e colegas passaram. Marley ficou conhecido por sua pregação pela paz e a fé rastafari. Porém, após sofrer um atentado, ele e sua esposa (Lashana Lynch) partem do país para fazer uma turnê, mas é através dela que novos dilemas irão surgir.
Por melhores que sejam as boas intenções em adaptar sobre a vida de Bob Marley, o filme possui alguns vícios constantes do cinemão norte americano, principalmente quando é retratar um país estrangeiro. Por melhor que seja o retrato da Jamaica, por exemplo, é irritante perceber que os realizadores teimam em usar uma fotografia alaranjada, como se todo o país fora dos EUA fosse quente o suficiente para parecer tudo desta forma. O filme é produzido por Brad Pitt, mas ao meu ver ele precisa viajar um pouco mais para conhecer melhor o mundo real.
Além disso, o filme tem a participação da família na produção, o que faz com que o filme se torne mais conservador do que deveria e que com certeza omitiu passagens mais polêmicas do artista. Porém, ao menos o ator Kingsley Ben-Adir soube captar o que foi Bob Marley em vida, sendo alguém que evitou usar a arma de fogo, mas sim usando a música para tocar nas pessoas e fazer das mesmas se tornarem melhores ao invés de só guerrearem. Além disso, a proposta de saber perdoar ao invés de se vingar é valida, mesmo para tempos como hoje em que as pessoas não sabem mais ao certo o que é praticar o bem para o seu próximo.
Para os fãs o filme é um verdadeiro prato cheio, principalmente pelo fato de boa parte dos seus grandes sucessos embalarem a trilha sonora no decorrer do longa. O album "Exodus", um dos maiores sucessos de sua carreira, é o grande destaque da trama, principalmente na cena em que um determinado personagem questiona simplicidade da capa, quando na verdade o que contava era o seu próprio conteúdo em si. Marley não buscava por um retorno financeiro, mas sim deixar a sua mensagem viva para aqueles que buscavam uma paz de espírito.
Infelizmente o filme nos passa aquela sensação de que poderia ter sido melhor, que poderia ter explorado ainda mais a faceta desse grande artista e não se intimidar com as consequências. Bob Marley era um desses gênios cujo corpo humano não era forte o suficiente para mante-lo neste mundo, mas deixando para nós a sua obra como um todo. Ou seja, é um filme que somente nos dá a superfície, mas faltando algo a mais para a gente compreender melhor a sua real essência.
"Bob Marley: One Love" é uma cinebiografia que ficou aquém do esperado perante do que foi Bob Marley, mas ao menos a sua mensagem que sempre pregou em vida está lá para a gente se lembrar sempre quando der.
Onde Assistir: Apple TV.
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