Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Cine Especial: Festival Varilux de Cinema Francês - 'Culpa e Desejo'

Sinopse: Anne, mãe bem-sucedida e respeitada advogada especializada em violência sexual contra menores, coloca tudo em risco ao entrar em um jogo de sedução com Théo, filho de seu marido em um casamento anterior. 

"A Dama de Copas" (2019) foi um filme dinamarquês que me impressionou pela sua bela direção, elenco afiado e do qual o mesmo não se intimidou por momentos polémicos da trama. Portanto, era difícil crer que haveria uma nova versão em um curto espaço de tempo. Eis que me engano e chega agora o franco-norueguês "Culpa e Desejo" (2023), cuja tramas são as mesmas, mas possuindo alguns pontos que fazem a diferença.

Dirigido por Catherine Breillat, acompanhamos a história de Anne (Léa Drucker), um brilhante e respeitada advogada que vive com seu marido Pierre (Olivier Rabourdin) e as filhas do casal. Inesperada e gradualmente, a vida de Anne começa a mudar quando ela conhece o jovem Théo (Samuel Kircher), filho de um relacionamento passado de Pierre. Os dois acabam embarcando em um arriscado jogo de sedução, que resulta rapidamente em uma relação apaixonada - mas isso pode colocar a carreira de Anne e sua vida familiar em perigo.

Embora possua um tema que soe como tabu até nos dias de hoje, a realizadora Catherine Breillat opta em remodelar a trama de um modo mais delicado e menos sexual tecnicamente falando. Assim como no original, a protagonista surge como uma forte e destemia advogada que não tolera violência contra as mulheres, pois observamos no seu olhar que ela guarda um fato dolorido vindo do passado. Por conta disso os seus sentimentos soam complexos perante o enteado, do qual a enxerga nele sentimentos nunca antes alcançado em tempos mais libertários, mas dos quais foram afogados por tempos mais conservadores.

Vista em ótimos filmes como "Custódia" (2017) Léa Drucker aqui cria para si uma personagem que se difere do que foi visto na pele da atriz Trine Dyrholm na versão de 2019. Se lá sentimos simpática, desejo e desprezo pela personagem em um único filme, aqui a situação é o inverso, já Léa Drucker possui já uma aura dominante em seu olhar, mas não escondendo certa ingenuidade com relação as regras que existem no mundo real e se jogando de frente nos perigosos que podem lhe causar ao deixar nascer essa relação. Já Samuel Kircher pouco tem de oferecer em cena, já que em sua primeira atuação em cena ele não faz muita coisa a não ser fazer pose e nos passar um olhar sedutor para a protagonista, mas que soa artificial em situações em que deveria se fortalecer a verossimilhança.

Com requintes menos sexuais e mais conservadores, o filme se encaminha para um final similar ao original. Contudo, a Catherine Breillat opta em fechar a história com o destino dos personagens principais em aberto e frustrando aqueles que esperavam algo mais dramático. Por conta disso, o filme se enfraquece ainda mais se formos comparar esse final com o original e que fará com que muitos que assistirem ficarem na dúvida se preferem esse ou original.

"Culpa e Desejo' é até eficiente em sua proposta, mas se perdendo se formos comparar ao polêmico e indispensável "A Dama de Copas" 

  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Cine Especial: Festival Varilux de Cinema Francês - 'Anatomia de uma Queda'

Sinopse: Durante o último ano, Sandra, uma escritora alemã, e Samuel, seu marido francês, viveram juntos com Daniel, o filho de 11 anos do casal, em uma pequena e isolada cidade nos Alpes. Quando Samuel é encontrado morto, a polícia passa a tratar o caso como um suposto homicídio, e Sandra se torna a principal suspeita. 

O subgênero "filme de tribunal" pode facilmente ser encontrado dentro do universo de suspense, pois a cada minuto que passa durante o julgamento ele se torna cada vez mais sufocante. Em muitos casos, por exemplo, a pergunta não é sobre quem cometeu determinado crime, mas quem se beneficia com ele, sendo que por esse ponto é que podemos concluir, ou não, determinado caso sendo retratado no longa como um todo. "Anatomia de Uma Queda" (2023) é um emocionante filme de tribunal, do qual a transição entre o drama e o suspense acontece em harmonia e gerando algo até mesmo incomum do que se vê hoje em dia.

Dirigido por Justine Triet, a mesma de "Sibyl" (2021), o filme conta a história sobre um homem que é encontrado morto na neve do lado de fora do chalé isolado onde morava com sua esposa, uma escritora alemã, e seu filho de 11 anos com deficiência visual. A investigação conclui se tratar de uma "morte suspeita": é impossível saber ao certo se ele tirou a própria vida ou se foi assassinado. A viúva é indiciada, tendo seu próprio filho no meio do conflito: entre o julgamento e a vida familiar, as dúvidas pesam na relação mãe-filho.

Justine Triet já surpreende na abertura desse filme, pois a trama começa com a protagonista Sandra (Sandra Hüller) sendo entrevistada dentro de sua casa por uma jornalista enquanto o marido está no andar de cima. Imediatamente o mesmo começa a tocar uma música alta e gerando certa tensão no ar e obrigando a jornalista ter que sair. Não demora muito para que o marido seja encontrado morto e fazendo a gente obter mais dúvidas do que respostas sobre ocorrido.

Durante a investigação e o julgamento, a cineasta nos leva ao passado em determinado ponto do antes e o depois da morte do marido, mas ao mesmo tempo nos colocando em dúvida se aquilo o que a gente vê é algo verossímil ou fruto da imaginação de um dos personagens. Neste último caso, por exemplo, podemos interpretar que é uma forma de como o jovem Daniel, interpretado de forma estupenda por Milo Machado Graner, consegue se lembrar das coisas mesmo não podendo enxergar nada. Ao mesmo tempo isso nos serve como um verdadeiro quebra cabeça que pode ser montado, mas ao mesmo tempo nos levando em um beco infinito.

Mas o lado primoroso da direção fica por conta das cenas do julgamento, onde a cada momento um novo capítulo é revelado sobre os fatos e ao mesmo tempo gerando até mesmo uma situação claustrofóbica em alguns momentos. Sandra se vê a todo momento sendo encurralada, julgada e, por vezes, de forma apressada, mas jamais recuando perante o promotor que na maioria das vezes mais parece um carrasco disposto a decapitá-la. Logicamente, nos passa aquela sensação em alguns momentos de que o julgamento não está sendo exatamente justo com a protagonista, mas a dúvida existe graças a forma como a personagem se apresenta em suas declarações.

Sandra Hüller cria para si uma personagem dúbia, da qual jamais temos certeza se está sendo sincera em suas palavras ou se há um jogo psicológico sendo criado por ela mesma. A situação ainda piora quando determinada gravação é encontrada e cujo conteúdo transita entre os momentos que testemunhamos determinada discussão, para logo em seguida ouvirmos somente o áudio do ápice do conflito. Ponto para diretora que faz com que a gente fique com um conflito interno sobre as motivações dos principais personagens e fazendo com que jamais apontemos o culpado de forma imediata.

Porém, é impressionante que quem rouba a cena do filme como um todo seja justamente o cachorro da família, sendo que o seu olhar curioso não esconde certa tristeza no decorrer da história, pois o mesmo testemunha aquele casal em ruínas e carregando consigo um fardo que o faz se sentir mais velho e cansado. Em um determinado momento, por exemplo, acontece uma cena dramática com o animal, do qual irá fazer muitos recuarem o olhar, mas ao mesmo tempo nos surpreendendo com tamanha verossimilhança que nos passa naquela cena. Não é à toa que o cachorrinho viria a ganhar o prêmio "Palm Dog" no último festival de Cannes.

Dito isso, o filme nos leva a crer que vivemos atualmente em um mundo do qual ficamos facilmente frustrados com os nossos desempenhos em vida e fazendo a gente crer que nada nos resta, a não ser sermos corroídos pela inveja devido ao sucesso de outros em nossa volta. Em tempos que é cada vez mais difícil criarmos uma família e nos tornarmos facilmente mesquinhos ao decidirmos ficar sozinhos em vida, o filme vem em um momento em que a sociedade se encontra em metamorfose e cujo casamento tradicional se encontra em frangalho e fazendo a gente ficar com maior receio sobre o nosso futuro. Portanto, a cena final se torna um consolo, pois sempre haverá um amigo para dividir as dores como um todo.

Vencedor do prêmio de melhor filme no último festival de Cannes, "Anatomia de Uma Queda" nos coloca em dúvida sobre as reais intenções de cada um dos seus personagens e ao mesmo tempo retratando o lado frágil que uma família é construída nos dias de hoje. 

  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  

Cine Dica: Buñuel no México

 Cinemateca Capitólio apresenta

BUÑUEL NO MÉXICO

Mostra conta com 10 filmes da fase mexicana do grande diretor espanhol


QUANDO: 28/11 (terça-feira) a 08/12/2023 (sexta-feira)

ONDE: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1.085 - Centro Histórico de Porto Alegre). QUANDO: Entrada gratuita com distribuição de senhas 30 minutos antes da sessão

De 28 de novembro a 08 de dezembro, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Buñuel no México, com dez filmes da fase mexicana do grande diretor espanhol. A sessão de abertura, na próxima terça-feira (28), às 19h30, exibe uma das grandes obras-primas de Luis Buñuel, O Anjo Exterminador, com apresentação do crítico de cinema Marcus Mello.

A programação destaca ainda as demais obras marcantes da história do cinema, como Os Esquecidos, Nazarín, O Alucinado e Simão do Deserto, com um recorte que passeia entre histórias de cunho social e narrativas abertamente surrealistas.


GRADE DE HORÁRIOS

28 de novembro

19h30 – O Anjo Exterminador


29 de novembro

17h – O Bruto

19h30 – Os Esquecidos


30 de novembro

17h – Escravos do Rancor

19h30 – A Adolescente


01 de dezembro

17h – Nazarín


02 de dezembro

17h – Simão do Deserto


03 de dezembro

17h – Ensaio de um Crime

19h – O Alucinado


05 de dezembro

17h – A Adolescente

19h30 – Escravos do Rancor


06 de dezembro

17h – Simão do Deserto

18h – Os Esquecidos

19h30 – Nazarín


07 de dezembro

15h – Ensaio de um Crime

17h – O Bruto

19h30 – A Morte Neste Jardim


08 de dezembro

15h – O Alucinado

17h – O Anjo Exterminador


Mais informações, imagens e solicitações de entrevista com:

CAROL ZATT ASSESSORIA

carolinezatt@gmail.com - (51) 9 9737-7031

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Tia Virgínia'

Sinopse: Virgínia, uma mulher de 70 anos, nunca se casou e nem teve filhos. Ela foi convencida pelas irmãs a deixar a vida que tinha para cuidar dos pais. Agora, Virgínia se prepara para receber as irmãs, que viajam para celebrar o Natal. 

Fabio Meira parece gostar de rasgar as cortinas e revelar como é realmente feito as entranhas de uma família brasileira. Em "As Duas Irenes" (2017) ele faz uma análise do que acontece quando segredos estão a poucos metros de nossa casa, mas não são revelados por medo, ou por não assumir a culpa e a responsabilidade com relação aos cenários dos eventos. "Tia Virgínia" (2023) vai mais além, onde o copo simplesmente transborda e não tendo nada para remediar a situação inevitável e do qual acabamos nos identificando.

O filme conta a história de uma mulher (interpretada por Vera Holtz) de 70 anos que não tem nenhum filho e nunca se casou, e acaba sendo convencida pelas irmãs, Vanda (Arlete Salles) e Valquíria (Louise Cardoso), a se mudar para outra cidade a fim de cuidar dos pais. Se passando em apenas um dia, o filme acompanha a preparação de Virgínia para receber as irmãs que estão vindo até sua casa para celebrar o Natal.

A cena de abertura é simbólica, onde vemos a protagonista movimentar os ponteiros de um antigo relógio, como se ela quisesse avançar no tempo rapidamente, ou então retrocedê-lo para que possa, então, resolver algo do passado. Porém, não há como retornar, mas sim ter que encarar o fato de que a responsabilidade veio ao ter que cuidar da mãe enferma enquanto as demais irmãs sempre deram uma desculpa para fugir da responsabilidade. Quem passa ou já passou por uma mesma situação irá se identificar com o filme de forma imediata.

Mas Virgínia, talvez, seja uma representação do nosso "eu" que nunca aflora, seja por medo das consequências, ou de simplesmente não querer perder a pessoa próxima. Uma vez que revela a sua verdadeira face nada lhe detém, mesmo tendo que encarar os seus demônios do passado de frente, mas de forma potencializada e que dificilmente pode ser parada. Atriz veterana de novelas, além de diretora de teatro, Vera Holtz chega aqui no ápice de sua carreira, pois embora eu tenha testemunhado grandes desempenhos seus no passado nenhum supera o que é visto aqui como um todo.

Sua Virgínia é uma entidade da natureza, cuja sua jaula estava aberta e pronta para atacar uma vez que não tem mais motivos nenhum para se sentir presa. Sua atuação é tão intensa e assombrosa que dificilmente nos lembraremos das atuações das atrizes que interpretam as irmãs, mesmo quando as mesmas são interpretadas por grandes talentos como Arlete Salles e Louise Cardoso. Devo salientar que cada uma ali possui os seus conflitos internos, dos quais tentam conte-los, mas uma vez que os ânimos se encontram aflorados não tem mais do que esconder.

O filme é um retrato mórbido da verdadeira cara da família brasileira, da qual muitas vivem das aparências, mas que a qualquer momento esse teatro pode acabar ficando em pedaços. Neste último caso, o filme flui muito bem com relação ao fato de transitar entre o cinema com elementos teatrais, pois quase toda a trama se passa em um único cenário, ou seja, a casa que no final das contas é disputada internamente pelas irmãs. Isso faz com que gere em nós uma sensação claustrofóbica e da qual me remete ao que já foi visto em filmes como "A Morte da Donzela" (1994), ou "Deus da Carnificina" (2011) de Roman Polanski.

Do segundo ao terceiro ato não há mais como fingir, seja sobre as dores internas, ou pelo fato de erros não poderem mais serem camuflados. Portanto, a sequência final do terceiro faz com que o filme facilmente se torne o melhor longa brasileiro do ano, pois foi criada em um plano-sequência para que nos dê a sensação de que algo muito importante acontecerá e uma vez quando acontece não pode mais voltar. Curiosamente, a última cena da personagem me fez lembrar da cena final do clássico "Os Incompreendidos" (1959), pois em ambos os casos o destino dos protagonistas fica em aberto e diante deles está um mundo a ser explorado.

"Tia Virgínia" é um filme de humor sombrio do qual nos identificamos, pois sempre temos aquele desejo de falarmos umas verdades para o nosso próximo, sendo que os mesmos fogem por medo de encarar os fatos. 

  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  

Cine Dica: Mulheres Diretoras no Cinema Brasileiro

 

O cinema feito por mulheres é um fenômeno vigoroso e de longa data no Brasil. Entretanto, muitas vezes a trajetória das nossas cineastas acaba minimizada ou esquecida nos livros de história do cinema. Nas últimas duas décadas, a insurgência dos movimentos sociais em prol da equidade de gênero impulsionou pesquisadoras e pesquisadores a resgatarem a presença artística das mulheres no audiovisual.

Este novo olhar para a história do cinema brasileiro revelou cineastas do período silencioso, como Cléo de Verberena, além de difundir o trabalho de diretoras em atividade durante movimentos importantes da nossa cinematografia como a Pornochanchada, o Cinema Novo e o Cinema Marginal.

Objetivos

O Curso MULHERES DIRETORAS NO CINEMA BRASILEIRO, ministrado por Daniela Strack, deseja lançar luz à trajetória das cineastas mulheres no contexto brasileiro. A partir da análise da vida e obra de algumas de suas principais cineastas, o curso propõe um novo olhar para a história do cinema brasileiro.

* MATERIAL *

Certificado de participação


Ministrante: DANIELA STRACK

Mestre em Comunicação pelo PPGCOM UFRGS (2022), com bolsa Capes. Possui graduação em Produção Audiovisual pela PUCRS (2014). Sua dissertação sobre o trabalho de Helena Ignez na direção cinematográfica recebeu voto de louvor pela Banca Examinadora da Dissertação de Mestrado e foi indicada ao Prêmio Socine de Teses e Dissertações. Trabalha no mercado cinematográfico desde 2012, integrando as equipes de direção e montagem de diversos filmes gaúchos. Atuou como Assistente de Direção dos longas-metragens Tinta Bruta (Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, 2018); A Colmeia (Gilson Vargas, 2019) Raia 4 (Emiliano Cunha, 2019); 5 Casas (Bruno Goulart Barreto, 2020) e A Nuvem Rosa (Iuli Gerbase, 2021), dentre outros.

Foi presidenta da Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul (APTC-RS) na gestão 2019-2021. É membro-fundadora do cineclube "Academia das Musas", fundado em 2016 com objetivo de estudar produções dirigidas por mulheres, e membro da ACCIRS (Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul). Foi presidente da APTC-RS (Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul) de 2019 a 2021. Ministrou o curso “Agnès Varda: Pioneira da Nouvelle Vague” (2020) pela Cine UM.


Curso

MULHERES DIRETORAS NO CINEMA BRASILEIRO 

de Daniela Strack


* Datas

25 e 26 de Novembro

(sábado e domingo)


* Horário

14h30 às 17h30


* Local

Cinemateca Capitólio

(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro - Porto Alegre - RS)


INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/2023/10/mulheres-diretoras.html


Realização

Cine UM Produtora Cultural

Apoio

Cinemateca Capitólio


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Cine Especial: BOGART & BACALL - 'Uma Aventura na Martinica'

"Casablanca" (1942) não somente se tornou um sucesso na época como virou uma espécie de símbolo da sorte do estúdio Warner. Claro que muito se deve ao desempenho em cena dos astros Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, que viriam a se tornar os queridinhos do grande público que deixaram as lagrimas escorrerem após o inesquecível final daquele clássico. Coube então repetir a dose, mas nem sempre um raio cai duas vezes no mesmo ponto para o sucesso.

Eis que então surgiu em cena Howard Hawks, diretor conhecido, que havia chocado o mundo com o seu "Scarface - A Vergonha de Uma Nação" (1932) e há quem diga que esse filme tenha sido o responsável pelo surgimento do Código Hays. Tentando repetir o sucesso de "Casablanca" Hawks buscou o livro ''Ter e Não Ter'', de Ernest Hemingway para adaptação do seu próximo filme e que houvesse ingredientes que repetissem o último grande sucesso do estúdio Warner. O resultado é "Uma Aventura na Martinica" (1944), filme lembrado mais pela química forte do casal central do que a trama em si.

A história se passa no Mar do Caribe, Martinica, 1940. Harry Morgan (Humphrey Bogart) é o capitão e dono de um pequeno barco, que ele aluga para turistas. Acontece que membros da Resistência Francesa querem alugar o barco de Morgan, para ele pegar "discretamente" um colaborador importante. Harry diz que não fará o serviço, pois não quer se meter em confusões. Além disto iria receber US$ 825 de Johnson (Walter Sande), um cliente que não tinha lhe pago pois precisava ir ao banco no dia seguinte para sacar a quantia. Por acaso Marie Browning (Laren Bacall), uma batedora de carteiras que naquela tarde tinha chegado no local, pega a carteira de Johnson. Morgan vê o roubo, vai atrás dela e descobre que havia US$ 1400 em cheques de viagem e uma passagem de avião, que sairia bem cedo, ou seja, antes do banco abrir. Era claro que Johnson não pretendia pagar, assim Harry e Marie lhe devolvem a carteira. Percebendo que tinha sido pego, Johnson ia pagar com cheques de viagem, mas então começa um tiroteio entre a polícia e membros da resistência. Uma bala perdida mata Johnson, assim Harry não pôde receber o dinheiro. Para piorar, a polícia "confisca" o pouco que tinha. Sem dinheiro, Morgan tem como única alternativa aceitar o serviço para a Resistência, sem imaginar o que aconteceria.

Assim como "Casablanca" a trama se passa nos tempos em que a Segunda Guerra Mundial ainda estava acontecendo e, portanto, os nazistas são os vilões novamente da história enquanto os franceses são a resistência. Novamente Humphrey Bogart interpreta um protagonista que não está interessado em tomar parido algum do conflito, mas somente se virando com o que tem enquanto o restante do mundo vai se matando. Porém, as circunstâncias fazem com que ele mude de ideia, principalmente quando surge a personagem de Laren Bacall em cena.

É preciso e muito destacar a química de ambos os atores, já que não é fácil contracenar com alguém de tamanha presença como Bogart. Porém, Bacall não se intimidou, ao construir para si uma dama fatal e da qual o seu olhar tem muito mais a dizer do que as palavras em si. Curiosamente, esse foi o filme de estreia da atriz e sendo até hoje um dos mais bem sucedidos da história do cinema.

Não é segredo que ambos os intérpretes se apaixonaram em cena e se casaram posteriormente. O casório renderia mais três projetos com ambos juntos, sendo "À Beira do Abismo" (1948), "Prisioneiros do Passado" (1947) e "Paixões em Fúria" (1948). Revisto hoje, o filme "Uma Aventura na Martinica" se sustenta mais graças ao casal central do que a trama em si que, curiosamente, não somente possui elementos já vistos em "Casablanca", como também não seria a primeira vez que veríamos Bogart sendo dono de um barco, sendo que posteriormente o veríamos como capitão no clássico filme "Uma Aventura na África" (1951).

Naquele estilo da Era de Ouro, temos ainda canções tocadas ao piano, coadjuvantes adoráveis, piadas afiadas, diálogos esplendorosos e beijos cinemáticos. O subtexto erótico de algumas linhas é divertidíssimo e sendo que hoje faz ainda maior sentido. O roteiro, porém, envelheceu nos pontos em que mostra a personagem de Bacall querendo se tornar a futura esposa do protagonista, mas isso é típico daquela época, pois afinal é ainda os anos quarenta. O diretor Howard Hawks, enfim, obteria o seu grande sucesso, mesmo não o obtendo o mesmo patamar que foi "Casablanca".

"Uma Aventura na Martinica" é um romance perfeito pertencente a era de ouro do cinema e ao possuir uma poderosa química entre o casal central de forma imediata. 


Onde Assistir: Prime Vídeo. 

  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (16/11/23)

 JOGOS VORAZES O A CANTIGA DOS PÁSSAROS E DAS SERPENTES

Sinopse: Antes de Katniss Everdeen, sua revolução e o envolvimento do 13 distrito, houve o Presidente Snow, ou melhor, Coriolanus Snow. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é a história do ditador de Panem antes de chegar ao poder. Anos antes, Coriolanus Snow vivia na capital, nascido na grande casa de Snow, que não anda muito bem em popularidade e financeiramente. Ele se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. O destino de sua Casa depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas para conseguir mentorar o tributo vencedor. Foi lhe dado a tarefa humilhante de mentorar a garota tributo do Distrito 12. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer terá consequências dentro e fora do Jogo. Na arena, a batalha será mortal e a garota terá que sobreviver a cada segundo. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a garota, mas terá que ter que qualquer passo que der, fará com que a menina e ele mesmo sofram de alguma maneira.


CAFI

Sinopse: Retrata a obra do fotógrafo recifense Carlos Filho, o Cafi, que durante mais de 40 anos se dedicou a registrar grande parte dos acontecimentos da dança, teatro e da música popular brasileira. Gravações, shows, turnês e ensaios de importantes artistas passaram pelas lentes de Cafi. Tudo registrado de maneira intimista e poética. Cafi também assinou imagens que ilustram mais de 300 capas de discos e encarte.



NELSON PEREIRA DOS SANTOS – VIDA DE CINEMA

Sinopse: O documentário exibe o percurso do grande cineasta brasileiro Nelson Pereira dos Santos (1928-2018), um dos mais reverenciados do país, cujo talento atravessou fronteiras e conquistou importantes premiações internacionais. Mais de 80 horas de gravações de arquivo foram reunidas para a seleção de imagens, filmes e entrevistas do diretor. Na obra, relatos da vida pessoal, do processo criativo e também do sucesso que ele obteve ao longo de 60 anos de carreira que inclui filmes essenciais do cinema nacional, como “Vidas Secas” (1963), “O Amuleto de Ogum” (1974) e “Memórias do Cárcere” (1984).


SAMSARA – A JORNADA DA ALMA

Sinopse: No Laos, dezenas de adolescentes vivem e estudam juntos em templos budistas. Um jovem atravessa o rio todos os dias para ler um texto para uma senhora idosa que serve de guia para encontrar o caminho da vida após a morte. Quando a mulher morre, seu espírito inicia uma jornada sensorial rumo à reencarnação em seu próximo corpo. Para completar a viagem, é preciso confiar em se deixar levar pelo som e pela luz.


  Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui: