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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Cine Especial: 'Amor a Queima Roupa - 30 Anos Depois'

Quando se fala o nome de Quentin Tarantino logo vem à mente violência, sangue, história não linear e muito diálogo interligado com a cultura pop. O realizador mudou a cara do cinema independente norte americano no início dos anos 90 a partir do seu clássico "Cães de Aluguel" (1992) e colocando o mundo no seu bolso com a sua obra prima "Pup Fiction" (1994). Porém, para chegar esse ponto, o ex-balconista de vídeo locadora precisou colocar em prática certos sacrifícios.

Antes de ganhar o seu status Tarantino tinha um grande roteiro e do qual o mesmo foi dividido para quatro filmes ao longo do tempo. Uma parte desse roteiro foi intitulado "Amor a Queima Roupa" (1993) e do qual foi vendido para a Warner. Com o dinheiro adquirido pela venda o cineasta teve a chance de dirigir na sua maneira "Cães de Aluguel" e o resto é história.

Porém, o mundo cinematográfico talvez não estivesse preparado para a sua visão autoral sobre um grupo de assaltantes e com a sua mala de diamantes, pois o mesmo foi aplaudido no festival de Cannes da época e saindo dali consagrado de forma definitiva. Ao testemunharem isso e se dando conta do potencial em mãos, a Warner decidiu escalar o diretor Tony Scott, que na época ainda colhia os louros do sucesso pelo seu "Top Gun" (1986), para dirigir "Amor a Queima Roupa". Sendo autor do roteiro, Tarantino foi convidado também para a realização do filme e o que vemos é a mistura de dois grandes autores em cena.

Vários anos depois do seu lançamento é curioso observar que o filme possui alma própria, mesmo tendo sido criada por dois diretores com visões distintas. Não me surpreenderia se houvesse atritos durante a realização, mas acredito eu que na época Tarantino estava mais preocupado na realização do seu "Pup Fiction" do que qualquer outra coisa. Portanto, as cenas de ação em câmera lenta, por vezes, na diagonal e com fotografias de cores quentes sintetizam a visão de Scott e da qual possui familiaridade com outras obras suas como "Dias de Trovão" (1990).

Porém, é notório que estamos diante do universo de Tarantino, principalmente quando os personagens começam a discursar sobre determinados assuntos, desde aos momentos históricos como também referente ao universo dos filmes e da música pop. O jovem Clarence Worley (Christian Slater) já na abertura do filme começa a falar direto sobre Elvis, ao ponto dele se destacar se caso estivesse no meio de uma multidão. A partir do momento em que conhece a garota de programa Alabama (Patricia Arquete) é então que temos uma dimensão maior sobre ele, sendo um fanático por filmes de ação e HQ. A meu ver, assim como inúmeros personagens que o cineasta havia criado, Clarence é uma espécie de Avatar em que Tarantino usa para disparar sobre o seu verdadeiro ser, seja com relação ao que realmente gosta e que compartilha para todos nós e não importando com as consequências.

Curiosamente, Alabama é citada em um determinado ponto da história de "Cães de Aluguel" pelo personagem de Harvey Keitel e confirmando essa interligação que ele liga os seus filmes mesmo podendo compreendê-los separadamente. O longa em si não deve nada se comparada a outras histórias de amor policial vistas em outras obras, já que Clarence e Alabama seriam uma espécie de Bonnie e Clyde, mas que diferente desse famoso casal de assaltantes, eles procuram não roubar, mas sim desfrutar de uma intensa história de amor e aniquilar toda a dor e violência que afligia Alabama. É em meio a essa matança e a violência que surge a maleta cheia de cocaína e que fará o casal entrar em uma cruzada indefinida.

Vale destacar que, assim como outros títulos tarantinescos, o filme possui uma penca de astros que inclui Brad Pitt, Dennis Hopper, Val Kilmer, Gary Oldman, Christopher Walken, Samuel L. Jackson e Chris Penn. Curiosamente, a maioria participa da trama de forma breve, mas cada um deixa a sua marca ao ponto de nos lembrarmos facilmente dos seus respectivos personagens. Não há como negar que a cena do interrogatório de Christopher Walken com Dennis Hopper é pesada, incomoda e ao mesmo tempo perfeita.

Já a figura do Elvis se torna uma peça dominante dentro da vida de Clarence, ao ponto que ele conversa com o astro diversas vezes e fazendo a gente se perguntar se tudo não passa de um delírio dele. Embora quase não apareça o seu rosto, Val Kilmer surpreende na pele do rei do Rock e entrando facilmente na galeria de inúmeros atores que interpretaram o artista ao longo dos anos. Não me surpreenderia que essa relação de ídolo com fã serviu de inspiração para que o roteirista Garth Ennis criasse a sua HQ "Preacher", sendo que lá o protagonista possuía uma relação parecida com o seu ídolo John Wayne.

Não há exatamente heróis ou vilões na história, mas o roteiro colabora de nós ficarmos ao lado do casal central até o fim, já que os personagens interpretados por Gary Oldman, Christopher Walken e James Gandolfini são figuras que a gente teme desde as suas primeiras cenas, sendo que o último protagoniza uma cena de extrema violência contra Alabama dentro de um motel e rendendo um dos momentos mais fortes do longa. Claro que nada se comparada ao verdadeiro banho de sangue que ocorre no final do terceiro ato e cuja visões de Tarantino e Tony Scott se fundem como um todo.

Na época do seu lançamento o filme não rendeu para o estúdio, ao ponto de ser considerado um enorme fracasso. Porém, com o advento de Quentin Tarantino, muitos fãs ficaram procurando nas locadoras mais sobre o realizador e "Amor a Queima Roupa" estava lá sempre em uma prateleira como se não quisesse nada. Não demorou muito para que a obra ganhasse o status de cult, não somente graças ao nome Tarantino, como também o fato de as locadoras terem tido o papel fundamental para isso.

Trinta anos já se passaram e afirmo em dizer que "Amor a Queima Roupa" é um dos melhores filmes cults dos anos noventa, talvez a obra máxima de Tony Scott e que carrega o sangue de Quentin Tarantino na veia. 

Nota: Recentemente lançado em uma edição em Blu-Ray pelo "Obras Primas do Cinema".

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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (20/10/23)

 ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES

Sinopse: Os assassinatos dados a partir de circunstâncias misteriosas na década de 1920, assolando os membros da tribo Osage, acaba desencadeando uma grande investigação envolvendo o poderoso J. Edgar Hoover, considerado o primeiro diretor do FBI.



97 MINUTOS

Sinopse: Um 767 sequestrado cairá em apenas 97 minutos quando o combustível acabar. Contra a forte vontade do vice-Toyin da NSA, o diretor da NSA Hawkins se prepara para derrubar o avião antes que cause qualquer dano catastrófico no solo, deixando o destino dos passageiros inocentes nas mãos de Alex, um agente disfarçado da Interpol que foi incorporado na cela terrorista.


ELAS POR ELAS

Sinopse: Este é um filme antológico composto por sete contos cujo denominador comum é a representação de protagonistas femininas. Cada uma dessas mulheres tão diferentes enfrenta um desafio particular em sua vida com extrema determinação e coragem que as tornam mais fortes e autoconscientes.


O LIVRO DOS SONHOS

Sinopse: Que conta a história de Thelma Carrez (Alexandra Lamy), mãe de Louis (Hugo Questel), um garoto que entra em coma após ser vítima de um atropelamento. Certo dia, Thelma encontra o diário do filho e, nele, uma lista com “10 coisas para fazer antes do fim do mundo”. Então, ela decide sair em uma jornada para realizar os desejos de Louis, na esperança de que, ao ouvir as histórias sobre as aventuras da mãe, o rapaz irá finalmente acordar. E ao realizar os sonhos de um adolescente aos 40 anos de idade, a própria Thelma também acaba vivendo momentos mais incríveis do que imaginou. 


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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Meu Nome É Gal'

Sinopse: A trajetória de Gal Costa, uma menina tímida que desde muito cedo soube que a música guiaria seus caminhos. 

Gal Costa pertence aos pilares da música brasileira, da qual a sua voz fez a diferença em tempos mais conservadores e cuja possibilidade de ser um artista requeria coragem. Ao soltar a voz e mostrar a sua cara se revelou alguém que ia muito além daquela jovem tímida que sonhava ser uma cantora, mas mal imaginando os rumos que isso tudo levaria. "Meu Nome é Gal" (2023) fala somente de uma parte sobre a sua vida, mas sendo o suficiente para revelar a sua essência.

Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, o filme é uma cinebiografia da cantora Gal Costa (Sophie Charlotte), onde acompanhamos a trajetória de Maria da Graça Costa Penna Burgos antes de se tornar a famosa cantora. Sempre tímida quando criança, Gal decidiu se arriscar na vida e se mudar para o Rio de Janeiro aos seus 20 anos de idade. Coincidentemente em uma das cidades mais bonitas do país, a cantora acaba encontrando amigos como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, que acompanham os primeiros passos de Gal na música profissional no final da década de 1960.

O início do filme pode decepcionar para aqueles fãs que esperam enxergar na versão cinematografia toda a intensidade que a cantora exibia nos palcos. Porém, o que vemos na tela é uma Gal ainda dentro do casulo, onde não sabia ao certo quando se liberar para o mundo, mas que aos poucos foi bater asas para o universo da música como um todo.  É bem da verdade que a atriz Sophie Charlotte não é muito parecida com a Gal Costa que um dia conhecemos, sendo que os seus primeiros minutos em cena nos passa a sensação de que escolheram atriz errada e que não fazia jus a pessoa que foi a real artista.

Porém, talvez isso seja de forma proposital, para que a transformação daquela tímida jovem aos poucos vá acontecendo, ao ponto que a sua total plenitude se distancie do primeiro vislumbre que nós havíamos testemunhado. Neste último caso Sophie Charlotte surpreende a todos nós, ao ponto que a sua cena final ela se desprende de todas as suas amarras e se tornando, enfim, a Gal Costa que havíamos conhecido um dia. Pode não ser perfeita da maneira em que a gente queria, mas valeu o esforço pela sua conquista.

Fora isso, o filme é carregado de uma grande nostalgia para aqueles que apreciam a história e sobre movimentos que estavam gerando transformações na sociedade dos anos sessenta. Além de Gal, vemos os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dedé Gadelha, Maria Bethânia e tantos outros artistas que formariam o movimento "Tropicália" e cuja suas letras fariam com que a música brasileira fosse notada no mundo a fora. É claro que nem tudo foram Flores nesta jornada.

Tanto Gal como os demais artistas viram a represaria comandada pela Ditadura Militar da época e fazendo com que boa parte deles fugissem para outros países. Curiosamente, os realizadores Dandara Ferreira e Lô Politi procuram transitar entre a reconstituição de época para filmes de arquivo e potencializando assim para um ar quase documental dentro da obra como um todo. Vale destacar as cenas em super-8 que, embora não sejam verdadeiras da época, elas sintetizam tempos mais dourados, mesmo com a tensão em volta como um todo.

O filme, portanto, é uma pequena mostra de um período tenebroso em que o nosso país estava passando, mas cuja vozes de alguns fizeram a diferença e se tornando verdadeiros símbolos de resistência. Em tempos atuais em que os brasileiros convivem com a música sertaneja universitária a exaustão, é sempre bom voltarmos a respirar quando ouvíamos música de verdade e que tinha muito a dizer sobre o que acontecia em nosso país e despertando para o mundo real que devemos enxergar. Gal partiu, mas a sua voz ficou para nos acordar da alienação.

"Meu Nome é Gal" é uma pequena parte da carreira dessa grande artista, mas que fala sobre o que realmente vale a pena ouvir de nossa música e para assim despertarmos e defendermos o que realmente importa. 


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema - "Johnny Guitar"

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Cinemateca Capitólio

Data: 21/10/2023, sábado, às 10:15 da manhã


"Johnny Guitar" 

EUA, 1954, 110 min, 12 anos

Direção: Nicholas Ray

Elenco: Joan Crawford, Mercedes McCambridge, Scott Brady, Sterling Hayden

Sinopse: Vienna (Joan Crawford), dona de um saloon próximo da ferrovia, tem planos ambiciosos para seu terreno. Emma Small (Mercedes McCambridge), filha de um rico fazendeiro da cidade vizinha, não pretende deixar que ela os realize. Emma é apaixonada por Dancin’ Kid (Scott Brady), que prefere Vienna. Tentando se livrar da inimiga, a herdeira manda seus capangas destruírem o saloon e inicia uma verdadeira guerra, na qual Vienna conta com o luxuoso auxílio de uma importante figura de seu passado: Johnny Guitar (Sterling Hayden).

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Cine Dica: Cine Dica: Streaming - 'Angela'

Sinopse: A famosa socialite Ângela Diniz conhece Raul e acredita ter encontrado alguém que ama seu espírito livre tanto quanto ela. A atração avassaladora faz o casal largar tudo e viver o sonho de reconstruir suas vidas na praia. No entanto, a relação se deteriora e o abuso e a violência tomam conta, culminando em um dos crimes mais famosos do Brasil. 

Mesmo em pleno século vinte um nós ainda vivemos com a possibilidade de retrocessos, principalmente contra as minorias que até hoje lutam pelos seus direitos e um lugar ao sol. As coisas evoluíram muito a favor das mulheres, mas no Brasil parece que sempre há uma tentação vinda dos homens em querer que tudo vire um universo "Patriarcado" e desejando que as esposas fiquem aos seus pés a todo custo. "Angela" (2023) é a reconstituição de um dos crimes mais conhecidos contra mulher, mas que serviu para a revolta finalmente aflorar.

Dirigido por Hugo Prata, o filme "Angela" é uma cinebiografia nacional que conta a história da vida e morte da socialite Ângela Diniz, que ficou conhecida após seu assassinato que chocou o país. Na trama, Angela (Isis Valverde) acaba de sair de um divórcio no qual teve que abrir mão dos filhos, e quando conhece Raul (Gabriel Braga Nunes) ela acredita ter encontrado alguém que ama seu espírito livre tanto quanto ela. A atração avassaladora faz o casal largar tudo e viver o sonho de reconstruir suas vidas na praia, mas a relação declina rapidamente para o abuso e violência, terminando em um dos crimes mais marcantes do Brasil.

Hugo Prata já havia demonstrado ter talento em reconstituições de época mesmo com orçamentos limitados, pois basta assistirmos o ótimo "Elis" (2015) como um belo exemplo. Porém, "Angela" ele se sobressai com relação a reconstituição dos anos setenta, ao sintetizar todas as cores quentes da época, assim como também os ventos da mudança e os comportamentos das pessoas. Angela era alguém a frente do seu tempo, onde as mulheres eram julgadas de uma forma porcamente enquanto os homens desejavam serem os donos do mundo e fazerem o que bem entenderem.

Isis Valverde está ótima ao interpretar a protagonista, já que em um primeiro momento não obtemos total simpatia por ela, pois a mesma não esconde o seu lado pretensioso perante o momento em que se julga que pode passar por tudo e a todos quando deseja algo. Já Raul é alguém que transita entre o desejo e a confusão mental pelo sentimento que sente pela protagonista e que faz com que o mesmo desperte o seu verdadeiro ser que irá transformá-lo em um monstro. Ambos em cena a tensão somente aumentam, tanto nas cenas tórridas de sexo, como também aquelas em que os atritos afloram e gerando um verdadeiro pesadelo.

Hugo Prata procura retratar esses personagens de forma humana e por vezes falha, mas que nada torna o suficiente para eliminar a vida da outra. Em tempos em que o machismo sempre tenta afogar o feminismo a todo custo é sempre bom ver um filme que retrata tempos mais complexos e cuja leis favoreciam homens violentos. Uma pena, portanto, que o filme não retrate o levante das mulheres após o assassinato de Diniz, mas isso não diminui a sua importância ao trazer à tona um fato do passado, mas do qual se repete até nos dias de hoje.

"Angela" é a reconstituição de um terrível assassinato que marcou o Brasil, mas sendo um de muitos que acontecem até nos dias de hoje.        


Onde Assistir: Amazom Prime

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Cine Dica: OBRAS-PRIMAS DO CINEMA BRASILEIRO EM CARTAZ NA CINEMATECA CAPITÓLIO

A Cinemateca Brasileira está percorrendo o país com a mostra itinerante A Cinemateca É Brasileira. O objetivo é estreitar laços com instituições afins e apresentar parte da rica produção audiovisual brasileira, levando uma seleção de títulos importantes para a história do cinema brasileiro. Em Porto Alegre, os 19 títulos da Mostra serão exibidos em sessões gratuitas na Cinemateca Capitólio, de 20 de outubro a 1º de novembro.

O evento faz parte do Projeto Viva Cinemateca, lançado em junho, que reúne os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica.

A sessão de abertura da mostra apresenta, na sexta-feira, 20 de outubro, às 19h30, a nova restauração de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.


DIVULGAÇÃO COMPLETA:

http://www.capitolio.org.br/novidades/6712/a-cinemateca-e-brasileira/


PROGRAMAÇÃO

20 de outubro (sexta)

19h30 - Deus e o Diabo na Terra do Sol


21 de outubro (sábado)

17h - Ilha das Flores + São Paulo: a sinfonia da metrópole

19h - Dona Flor e seus dois maridos


22 de outubro (domingo)

17h - O Cangaceiro

19h - Macunaíma


24 de outubro (terça)

17h - Carnaval Atlântida

19h – Limite


25 de outubro (quarta)

17h – Jeca Tatu

19h – O Pagador de Promessas


26 de outubro (quinta)

17h - Dona Flor e seus Dois Maridos

19h - Cinco Vezes Favela


27 de outubro (sexta)

15h – O Pagador de Promessas

17h – Deus e o Diabo na Terra do Sol


28 de outubro (sábado)

17h – Marte Um

19h – O Bandido da Luz Vermelha

23h59 – À meia-noite levarei sua alma


29 de outubro (domingo)

15h – A Hora da Estrela

17h – Central do Brasil

19h – Cabra Marcado para Morrer


31 de outubro (terça)

15h – Jeca Tatu

17h – Cinco Vezes Favela

19h – Cidade de Deus


01 de novembro (quarta)

15h – Cabra Marcado para Morrer

17h – A Hora da Estrela

19h – Bacurau

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Casa dos Prazeres'

Sinopse: Emma se muda da França para Berlim e decide entrar em um bordel para entender as prostitutas, tema de seu novo romance. 

O universo da prostituição é algo que foi revisitado diversas vezes dentro da história do cinema, seja maior ou de menor grau. Se por um lado já foi romantizado em clássicos como em "Bonequinha de Luxo" (1961), há também aqueles que revelam uma faceta mais crua, porém, humana no ramo como foi visto em "Bruna Surfistinha" (2011). Já em "A Casa dos Prazeres" (2022), vemos uma mulher atraída pela curiosidade com relação aquele universo, mas obtendo uma análise sensível sobre o universo feminino naquele ramo.

Dirigido por Anissa Bonnefont, "A Casa dos Prazeres "é um drama erótico francês que mostra a história de Emma (Ana Girardot), uma escritora de 27 anos que, para ajudar no processo criativo de seu próximo livro - sobre o mundo das prostitutas -, decide trabalhar em um famoso bordel de Berlim conhecido como La Maison. Porém, a aventura que deveria durar apenas algumas semanas acaba se estendendo por dois anos. Durante toda a jornada, Emma conhece mais sobre o mundo secreto das profissionais do sexo - mas, além de todo o encanto e poder, a profissão também esconde vários perigos voltados para a exploração da fantasia feminina.

Dito isso acima, se percebe que o conteúdo da trama irá render cenas quentes de sexo, por vezes, explícitos, mas que se casa com a proposta principal da obra que é revelar sobre até que ponto leva essas mulheres ao se submeterem a esse tipo de profissão. Uma vez as mesmas adentrando esse mundo começam a conhecerem melhor a faceta real do homem que de "Macho Alfa" não tem nada, mas sim se revelam serem pessoas frustradas, tanto na vida profissional como na pessoal e que veem nas garotas uma chance de esquecer o mundo real. A protagonista, por sua vez, começa a se fascinar por esse universo e sentindo um poder nas mãos em que ela até então desconhecia até certo ponto.

Ana Girardot se sai bem em um papel complexo como esse, onde a sua personagem não esconde em seu olhar um desejo constante de adentrar ainda mais neste tipo de ramo, nem que para isso os seus objetivos iniciais acabam ficando em segundo plano. Por outro lado, ela acaba encarando o fato de que, por mais que se mantenham fortes nesta profissão, algumas não se dobram perante o abuso vindo do homem e cujo ato revela a sua real face. Portanto, a cena em que ela provoca um possível abusador durante o trabalho, ela deixa se submeter a dor e sentir o que muitas mulheres passam no decorrer do tempo dentro da profissão.

Ao final, concluímos que as mesmas são pessoas comuns, onde cada uma possui um desejado sonho a ser conquistado mesmo quando ele se encontra distante em alguns momentos. A protagonista pode ter entrado neste mundo com o intuito de escrever somente um livro, mas levou consigo o verdadeiro universo feminino que passa por diversos percalços nas mãos de homens que se acham os donos do mundo. Com participação especial da musa de Pedro Almodóvar, Rossy de Palma, "Casa dos Prazeres" é um curioso retrato sobre o obscurantismo do mundo da prostituição, mas do qual revela o lado forte e ao mesmo tempo frágil dessas mulheres que buscam uma forma de sustento e um prazer ainda inédito.  

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