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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 8 de junho de 2022

Cine Dica: Cinemateca Capitólio - Programção de 09 a 15 de junho de 2022

 CINEMATECA CAPITÓLIO E MUBI EM CLIMA DE ROMANCE

Amor a Flor da Pele. 

A MUBI, distribuidora global, produtora e serviço de streaming com curadoria, em parceria com a Cinemateca Capitólio, espaço cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, promove sessões especiais nos dias 11 e 12 de junho, em comemoração ao Dia dos Namorados. Serão exibidos os filmes Shiva Baby, de Emma Seligman, Great Freedom, de Sebastian Meise, e Amor à Flor da Pele, de Wong Kar-wai - este restaurado em 4K.

Os ingressos serão vendidos a partir da terça-feira, 7 de junho, nos horários de funcionamento da bilheteria da Cinemateca (15h, 17h, 19h). Inteira: 10 reais, meia-entrada: 5 reais (pagamento apenas em dinheiro).

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5123/especial-dia-dos-namorados/


FILMES JAPONESES EM EXIBIÇÃO

De 9 a 22 de junho de 2022, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Animações Japonesas com quatro fascinantes obras contemporâneas do inesgotável catálogo de maravilhas da produção de animes do país asiático.  No dia 10 de junho, às 19h30, a programação apresenta uma edição do Projeto Raros com a cultuada comédia Comic Magazine, realizada em 1986 por Yôjirô Takita – diretor que venceu, décadas depois, o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por A Partida. A mostra é uma co-realização com o Escritor Consular do Japão em Porto Alegre e a Fundação Japão. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5101/animacoes-japonesas/


OBRA-PRIMA DE ANTHONY MANN E DOCUMENTÁRIO SOBRE CUBA EM CARTAZ

O Último País, documentário realizado pela diretora cubana Gretel Marín Palácio, e O Preço de um Homem, obra-prima do fabuloso ciclo de faroestes do diretor Anthony Mann com o astro James Stewart, ganham sessões na Cinemateca Capitólio até o dia 15 de junho.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5095/o-ultimo-pais/ e  http://www.capitolio.org.br/eventos/5098/o-preco-de-um-homem/


GRADE DE HORÁRIOS

09 a 15 de junho de 2022


09/06 (quinta)

15h – O Preço de um Homem

17h – O Último País

19h – O Lugar Prometido em Nossa Juventude


10/06 (sexta)

15h – O Preço de um Homem

17h – O Último País

19h30 – Projeto Raros: Comic Magazine


11/06 (sábado)

15h – Pop in Q

16h30 – Shiva Baby

18h – Great Freedom

20h – Amor à Flor da Pele


12/06 (domingo)

15h – Crayon Shinchan – Bravo! Grande Batalha de Samurais

16h30 – Great Freedom

18h30 – Amor à Flor da Pele

20h15 – Shiva Baby


14/06 (terça)

15h – O Preço de um Homem

17h – O Último País

19h – Cinco Centímetros por Segundo


15/06 (quarta)

15h – Pop in Q

17h – O Último País

19h – O Preço de um Homem

Cine Dica: Jesus Kid, de Aly Muritiba, é destaque no CineBancários de 9 a 15 de junho

 Documentários Brasileiríssima e Espero Que Esta Te Encontre E Que Estejas Bem também incluem a programação da semana

Jesus Kid

Três lançamentos nacionais preenchem a programação do CineBancários de 9 a 15 de junho: o longa-metragem Jesus Kid, de Aly Muritiba, e os documentários Brasileiríssima e Espero que Esta Te Encontre E Que Estejas Bem. Comédia ácida com Paulo Miklos no papel principal, Jesus Kid tem como diretor um dos principais nomes do cinema nacional contemporâneo. Entre as obras do baiano Aly Muritiba estão O Pátio, Minha Amada Morta e Deserto Particular, que recentemente foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar 2022.

Já Brasileiríssima convida o espectador a uma viagem pela herança sócio-cultural do maior produto de entretenimento já criado no Brasil: a Telenovela. Com depoimentos de produtores, roteiristas, diretores, especialistas e artistas, o longa apresenta o desenvolvimento deste gênero, desde os primórdios até os dias atuais, passando pelos momentos mais memoráveis da Televisão Brasileira. Outra estreia da semana, o documentário Espero Que Esta Te Encontre E Que Estejas Bem resgata a história de um lote de 180 cartas de amor encontrado em uma Feira de Antiguidades. A partir desta descoberta, uma investigação se inicia para localizar o casal responsável pelas. Uma história sobre amor, tempo e memória, propícia para a semana em que se comemora o Dia dos Namorados.


Programação CineBancários

9 A 15 DE JUNHO


15h: BRASILEIRÍSSIMA

17h: ESPERO QUE ESTA TE ENCONTRE E QUE ESTEJAS BEM

19h: JESUS KID

Não há sessões nas segundas feiras


ESTREIAS: 


JESUS KID

Direção: Aly Muritiba

Brasil, Drama, 85min, 2021

Sinopse: Eugênio (Sérgio Marone) é um escritor de livros de faroeste que está passando por uma crise. O mais novo livro de seu personagem mais famoso, Jesus Kid, está sendo um fracasso de vendas. Quando ele é contratado para escrever o roteiro de um filme, ele parece ter encontrado sua salvação.

Elenco: Paulo Miklos, Sergio Marone, Maureen Miranda

Confira aqui o trailer. 


ESPERO QUE ESTA TE ENCONTRE E QUE ESTEJAS BEM

Direção: Natara Ney

Brasil, Documentário, 2020, 84min.

Sinopse - Em janeiro de 2011 um lote com 180 cartas de amor foi encontrado em uma Feira de Antiguidades, todas escritas por uma moradora de Campo Grande/MS para o seu noivo no Rio de Janeiro. Durante 2 anos, 1952/53, ela relata sobre a paixão e a distância. A partir desta descoberta, uma investigação se inicia para localizarmos este casal apaixonado e descobrirmos o desfecho do romance. Uma história sobre amor, tempo e memória.  

Confira aqui o trailer. 


BRASILEIRÍSSIMA

Brasil, Documentário, 77min, 2021.

Direção: André Bushatsky

Sinopse: O documentário 'Brasileiríssima - A História da Telenovela' leva o espectador a uma viagem pelo patrimônio sociocultural do maior entretenimento já criado no Brasil: a novela. Com depoimentos de Produtores, Roteiristas, Diretores, Especialistas e Artistas, como Regina Duarte, Lima Duarte, Taís Araújo, Tony Ramos, Silvio de Abreu, Dennis Carvalho, Jorge Fernando, Glória Perez, Aguinaldo Silva, Jayme Monjardin, Pedro Bial, Ana Maria Braga e Boni, entre tantos outros, o documentário apresenta o desenvolvimento do gênero, desde os primórdios até os dias atuais, mostrando os momentos mais marcantes da televisão brasileira.

Elenco: Entrevistados: Regina Duarte/Lima Duarte/Taís Araújo/Tony Ramos/Silvio de Abreu/Dennis Carvalho/Jorge Fernando/Glória Perez/Aguinaldo Silva/Jayme Monjardin/Pedro Bial/Ana Maria Braga

Confira aqui o trailer. 


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema. Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.

O CineBancários aceita Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


CINEBANCÁRIOS

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Telefone: 30309405

cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 7 de junho de 2022

Cine Especial: Sessão Plataforma - 'Crime Culposo'

Nota: Filme exibido na Cinemateca Capitólio no último sábado (04/06/22).  

Sinopse: Crime Culposo é um relato ficcional do incêndio de 19 de agosto de 1978. Nessa tragédia, quatro homens incendiaram o Cinema Rex, na cidade de Abadan, matando mais de 400 pessoas que assistiam a uma projeção de “The Deer”, de Masoud Kimiai. 

A Revolução Iraniana, ocorrida em 1979, transformou o Irã, até então uma monarquia autocrática pró-Ocidente comandada pelo Xá Mohammad Reza Pahlevi, em uma república islâmica teocrática sob o comando do aiatolá Ruhollah Khomeini. Essas mudanças de regime, logicamente, afetaram diretamente a liberdade de expressão e cultural, mas que, curiosamente, o cinema em si sobreviveu mesmo com toda a sombra da censura e a divisão de uma sociedade de alguns que defendem e outros contra ao que o Irã foi um dia. "Crime Culposo" (2020) talvez venha ser uma síntese sobre o que o cinema passou e ainda passa em um território em que ainda hoje se encontra instável, mas que sobrevive graças a paixão dos realizadores pela sétima arte e pelo que eles fazem como um todo.

Dirigido por  Shahram Mokri, o filme gira em torno na noite de 19 de agosto de 1978, onde quatro homens incendiaram o Cinema Rex, na cidade de Abadan, matando mais de 400 pessoas que assistiam a uma projeção de “The Deer”, de Masoud Kimiai. Marco da revolta popular que meses depois derrubaria o governo monárquico, o episódio traumático é revisitado em um jogo ficcional labiríntico que imagina a repetição do crime na sala escura.

Shahram Mokri procura não explicar as motivações dos incendiários que surgem na trama, pois no meu entendimento tudo gira em torno de questões políticas e das quais tudo termina com uma sociedade cada vez mais dividida e sendo algo que acontece cada vez mais mundialmente hoje em dia. Ao invés disso, ele nos convida para fazer um passeio sensorial tudo girando através da própria sétima arte, seja com relação a sala de cinema onde ocorre a projeção de um filme, ou quando a mesma arte é usada em uma determinada sessão ao ar livre em uma nascente. Curiosamente, estamos diante de um filme dentro de um filme e cuja a temática em ambos os casos é sobre a resistência dessa arte perante um país que sempre se encontra em instabilidade continua.

Essa instabilidade, aliás, é bem representada pelo modo que Shahram Mokri filma determinadas cenas, principalmente em planos sequências onde ele segue um terminado personagem e cujo o mesmo adentra em situações que fogem de qualquer lógica ou controle. Curiosamente, esses momentos me lembraram muito o filme "O filho de Saul" (2015), de  László Nemes, sendo que esse último usava esse artificio para nos levar ao inferno em que povo Judeu passou durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto aqui ficamos na expectativa sobre a possibilidade de algo ruim que possa acontecer. Até lá, se é que acontecerá algo, Shahram Mokri brilha em uma direção segura, hipnótica e onde cada um tira as suas próprias conclusões sobre o que ele quer dizer dentro da obra.

Existe também determinadas referências a outros clássicos do cinema iraniano, principalmente para aqueles que acompanharam a filmografia de diretores autorais como Abbas Kiarostami. Obras do diretor como "Gosto de Cereja" (1997), "Dez" (2002) e "Cada um com seu Cinema" (2007) me vieram rapidamente em meus pensamentos nas passagens da história em que ocorre uma sessão de cinema ao ar livre em uma nascente enquanto um pequeno grupo de soldados tenta encontrar uma possível bomba nos arredores. Curiosamente, acredito que Shahram Mokri também tenha buscado inspiração na obra do diretor coreano Hong Sang-soo.

Digo isso em uma cena particular onde ocorre a sessão ao ar livre, onde os personagens começam a dialogar ao tentar se lembrar dos nomes de atores ou personagens de um terminado filme. Imediatamente a sequência se repete, mas através de outra perspectiva, mas que faz com que quase a gente pense que ela se repetiu se não prestarmos atenção aos pequenos detalhes que fazem a diferença uma da outra. Ineditamente isso me lembrou o filme "Certo Agora, Errado Antes" (2015) do diretor coreano, mas tendo aqui um resultado até mais curioso e que nos pega desprevenidos.

No ato final, parece que tudo se encaminha com um possível atentado iminente. Porém, Shahram Mokri talvez procura nos dizer que, independentemente do que aconteça, o cinema estará lá para falar de um Irã sempre lutando contra um transe que procura sempre os silencia-los, mas que nunca obterá esse feito por completo. "Crime Culposo" é sobre a arte cinematográfica que procura acordar um Irã sempre em conflito continuo. 


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Cine Dica: Animações Japonesas No Capitólio

 
O LUGAR PROMETIDO EM NOSSA JUVENTUDE

De 9 a 22 de junho de 2022, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Animações Japonesas com quatro fascinantes obras contemporâneas do inesgotável catálogo de maravilhas da produção de animes do país asiático.  Com filmes dos prestigiados diretores Makoto Shinkai, Naoki Miyahara e Keiichi Hara, realizados entre as décadas de 1990 e 2010, a mostra é uma co-realização com o Escritor Consular do Japão em Porto Alegre e a Fundação Japão.

No dia 10 de junho, às 19h30, a programação apresenta uma edição do Projeto Raros com a cultuada comédia Comic Magazine, realizada em 1986 por Yôjirô Takita – diretor que venceu, décadas depois, o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por A Partida.


FILMES


COMIC MAGAZINE

(Komikku zasshi nanka iranai!)

Direção: Yôjirô Takita

Japão, 1986, 120 minutos, digital com legenda em português

Uma adaptação poderosa de um escândalo de ética de 1985 que abalou o mundo jornalístico japonês. A estrela pop Yûya Uchida interpreta um repórter de entretenimento de TV que é instigado por seus chefes a fazer de tudo para aumentar o público de suas transmissões. Ele tem sua oportunidade quando um proeminente gerente de investimentos, envolvido em um esquema fraudulento de investimento em ouro, se tranca em sua luxuosa casa...


O LUGAR PROMETIDO EM NOSSA JUVENTUDE

(Kumo no muko, yakusoku no basho)

Direção: Makoto Shinkai

Japão, 2004, 91 minutos, digital

Em uma realidade alternativa pós-guerra, o território japonês é dividido entre norte, controlado pela União Soviética, e sul, dominado pelos Estados Unidos. Três adolescentes decidem construir uma aeronave experimental capaz de atravessar a Hokkaido, na parte norte do país, e permitir que eles desvendem os segredos de uma misteriosa torre.


POP IN Q

Direção: Naoki Miyahara

Japão, 2016, 96 minutos, digital

A história começa no dia anterior à cerimônia de formatura. Cinco meninas do ensino médio estão preocupadas com sua vida cotidiana real. Elas se conhecem em um mundo de fantasia depois de serem enviadas para lá através de uma ocorrência repentina.


CRAYON SHIN-CHAN - Bravo! A Grande Batalha dos Samurais

Direção: Keiichi Hara

Japão, 2002, 95 minutos, digital

Depois de ser misteriosamente enviado de volta no tempo, Shin-chan salva a vida de Matabei Yoshitoshi Ijiri, um samurai que lidera o exército de uma pequena província no Japão. Recebido como convidado por Ijiri, Shinnosuke deve descobrir por que ele está preso em 1574.


CINCO CENTÍMETROS POR SEGUNDO

(Byôsoku 5 senchimêtoru)

Direção: Makoto Shinkai

Japão, 2012, 63 minutos, digital

Contada em três segmentos interligados, entre o início dos anos 1990 e 2007, um jovem chamado Takaki Tono e sua melhor amiga Akari Shinohara moram em Tóquio. Devido a mudanças no trabalho de seu pai, Akari acaba se transferindo de cidade com sua família, mas os dois lutam para manter um contato através de cartas. Seus desencontros são constantes e os dois acabam se afastando com o tempo, deixando apenas as memórias de momentos juntos.


GRADE DE HORÁRIOS

09 a 22 de junho de 2022


09/06 (quinta)

19h – O Lugar Prometido em Nossa Juventude


10/06 (sexta)

19h30 – Projeto Raros: Comic Magazine


11/06 (sábado)

15h – Pop in Q


12/06 (domingo)

15h – Crayon Shinchan – Bravo! Grande Batalha de Samurais


14/06 (terça)

19h – Cinco Centímetros por Segundo


15/06 (quarta)

15h – Pop in Q

16/06 (quinta)

15h – O Lugar Prometido em Nossa Juventude


17/06 (sexta)

15h – Crayon Shinchan – Bravo! Grande Batalha de Samurais


18/06 (sábado)

17h – O Lugar Prometido em Nossa Juventude


19/06 (domingo)

17h – Cinco Centímetros por Segundo


21/06 (terça)

15h – Crayon Shinchan – Bravo! Grande Batalha de Samurais


22/06 (quarta)

15h – Pop in Q

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Paris, 13º Distrito'

 Nota: Filme exibido para os associados no último sábado (04/06/2022) 

Sinopse: Paris, 13O arrondissement, bairro de Olympiades. Emilie encontra Camille, que se sente atraído por Nora, que acaba cruzando caminhos com Amber. Três garotas e um garoto. Eles são amigos, às vezes amantes, frequentemente os dois. 

Depois do premiado "Deephan: O refúgio" (2015), o parisiense Jacques Audiard retorna com o seu "Paris, 13º Distrito" (2021). Em Cannes de 2021 levou o prêmio de melhor Trilha Sonora. O título faz referência ao bairro parisiense conhecido pela sua efervescência cultural e multiplicidades de habitantes com origens étnicas diversas.

Adaptado de um conto, a trama nos apresenta ao bairro por três personagens imbricados em suas buscas por algum sentido maior na vida. Mas pode-se dizer que o percurso que o filme traça caminha por três questões caras ao cinema francês: o sexo, a solidão e o amor. "Paris, 13º Distrito" é neste sentido bem representativo com relação ao lado corajoso do cinema francês, ao explorar os dilemas de hoje com relação a razão existencial. Os personagens principais são formados por um professor universitário Camille (Makita Samba), que vai alugar o quarto no apartamento de Émilie (Lucie Zhang) e acaba se envolvendo fisicamente com a mesma. Contudo, tudo é apenas casual, mas não impedindo que ambos tenham um carinho um pelo outro.

Na realidade, Camille irá cair de forma encantada por Nora, interpretada pela atriz Noémie Merlant e vista recentemente no ótimo "Retrato de uma jovem em chamas" (2019). A mesma vem morar em Paris para deixar pra trás relacionamentos amorosos não resolvidos. Porém, há um mal entendido sobre a sua real identidade, já que um grupo de pessoas a confundem com  callgirl Amber Sweet (Jehnny Beth) e que a fazem mudar de planos em meio a uma situação que pode lhe dar um grande prejuízo.

Em resumo, Émilie amava Camille que amava Nora que vai se descobrir amando Amber Sweet. O cineasta monta as feridas sentimentais e ternura da trindade da história através de um roteiro refinado, alinhado com um preto e branco cru, como se a vida daquelas pessoas procura algo mais colorido, mas não tendo coragem de abraça-lo. Tudo isso alinhado com tempos em que o relacionamento digital anda aflorado, mas que fazem dos seres humanos atuais se tornarem mais mesquinhos.

"Paris, 13º distrito" nos coloca a frente de personagens que facilmente podemos nos identificar, já que as situações amorosas dos mesmos se encontram desiquilíbrio e não muito diferente do que todos nós já passamos. Porém, a situação que se dá na virada da vida de Nora, envolvendo-se com Amber Sweet, parece ser a mais promissora, porém, o filme tem Lucie Zhang como uma verdadeira entidade forte em termos de interpretação que enche a tela. A participação da atriz de raízes asiática é a força matriz do filme como um todo e fazendo com que alguns momentos os demais personagens fiquem em segundo plano. Porém, Makita Samba também não fica atrás e protagoniza um dos melhores momentos do filme diga-se de passagem.

Com momentos tocantes em que se explora também a questão da perda contra o tempo que passa sem trégua contra as pessoas de idade avançada, "Paris, 13º distrito" é sobre a humanidade buscando um amor atual cada vez mais desgastado, mas que faz os mesmos se lembrarem sobre o que faz deles serem humanos. 


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sexta-feira, 3 de junho de 2022

Cine Especial: 'ET - 40 Anos Depois'

Sinopse: O garoto Elliott faz amizade com um pequeno alienígena inofensivo que está bem longe do seu planeta. Ele decide manter a adorável criatura em segredo e em casa após apresentá-la aos irmãos. 

As minhas primeiras lembranças com relação a infância está com relacionado também ao cinema, já que meus pais tinham costume de sair de casa para assistir aos filmes dos Trapalhões no início dos anos oitenta e como eles me tiveram no início daquela década começaram a me levar junto. A minha primeira lembrança que eu tenho sobre isso é que eles me levaram em uma sessão do Imperial da rua das Andradas de Porto Alegre, onde estava passando "A Filha dos Trapalhões" (1984). Porém, o que eu mais me marquei nesta sessão foi o trailer que passou antes desse filme e que foi justamente de "ET" (1982) de Steven Spielberg.

Há um, porém com relação a isso, já que o filme dos Trapalhões é de 1984, enquanto o filme do pequeno alienígena foi lançado em 1982, mas talvez o Imperial naquela época tenha decidido reprisa-lo devido ao enorme sucesso que o filme vinha fazendo. Deixando as dúvidas de lado, eu me lembro que eu fiquei encetado por aquele trailer, mas não sabia ao certo o que era aquilo tudo, ao ponto que achava que o pequeno alienígena em cima bicicleta era uma velhinha. Mal sabia o quanto eu estava enganado.

O filme viria anos mais tarde a ser exibido na Rede Globo sempre nas noites final de ano. Quando eu assisti pela primeira vez foi em uma sessão inesquecível de uma possível "Tela Quente", onde meus pais e eu nos emocionávamos com a jornada do pequeno ET e de sua amizade com o menino Elliott, interpretado por Henry Thomas. O filme foi reprisado umas dezenas de vezes na saudosa "Sessão da Tarde", mas sempre era pura magia, pois sempre havia um novo detalhe a serem fisgados em cada cena.

Steven Spielberg criou uma fábula de ficção inspirada um pouco em sua própria infância, já que no passado os seus pais haviam se separado e ele queria passar os seus sentimentos através dos filmes que ele foi criando através do tempo. Talvez "ET" seja o filme que mais representa a essência do que foi um dia Spielberg, um jovem cheio de imaginação, mas tendo que enfrentar os dilemas da vida de como amadurecer e seguir em frente para continuar vivendo haja o que houver. Os personagens centrais da trama, por exemplo, nada mais são do que alter egos do próprio diretor, pois enquanto Elliott foi abandonado pelo pai, ET foi abandonado pelos seus próprios irmãos e começa a usar a tecnologia da terra para poder voltar.

Amizade entre o menino e o pequeno alienígena sem sombra de dúvida é o coração pulsante do filme como um todo e que arranca lagrimas de várias gerações desde que foi lançado. Tecnicamente o filme, talvez, seja um dos mais significativos da carreira do diretor, já que sua maneira de filmar, desde a gradual apresentação do personagem central, como o mistério que ele constrói com relação aos humanos que perseguem o ET, são de um primor único. Vale destacar as inúmeras referencias que o cineasta insere na trama com relação aos seus filmes anteriores e de seu colega George Lucas, já que ambos dominavam o cinema de entretenimento daquela época e essas referências visuais eram obvias para serem vistas nesta obra.

O filme possui inúmeras cenas que se tornariam clássicas e diversas vezes copiadas ou satirizadas em outros filmes. A cena em que Elliott e ET voam com a bicicleta e passam na frente da lua acabou se tornando uma das imagens mais icônicas da história do cinema. Como se ainda não bastasse o diretor presta uma bela homenagem ao clássico "Depois do Vendaval" (1982) de John Ford, para o fechamento da hilária sequência em que Elliot, ligado ao ET, está bêbado, soltando as rãs durante a aula e encerrando a cena de uma maneira inesquecível.

O ato final reserva um dos momentos mais emocionantes da história do cinema, mas muito dessa emoção não é somente criada por Steven Spielberg, como também graças ao seu amigo e mestre das trilhas sonoras John Williams. O maestro e compositor cria aqui o que talvez seja uma de suas maiores obras primas, já que a sua trilha não somente se casa com as belas cenas do ato final da trama, como também nos passa a sensação de que testemunhamos um dos maiores espetáculos de todos os tempos e que não haveria mais retorno. Ao final, ficamos com os olhos cheios de lagrimas, pois todo o começo tem um fim e esse final orquestrado por Steven Spielberg e seu amigo Williams é sem sombra de dúvida um dos maiores marcos da história do cinema.

"ET" é um dos maiores clássicos de todos os tempos, cuja a obra encanta várias gerações até hoje e que irá ser lembrado por todo o sempre. 

Nota: O filme foi exibido em uma sessão especial na Cinemateca Capitólio no último Domingo (22/05/2022) em comemoração aos 40 anos do lançamento do clássico. 

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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - Paris, 13° Distrito

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

Local: Sala Eduardo Hirtz, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 04/06/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Paris, 13° Distrito" ( Les Olympiades)

França, 2021, 105 min, 16 anos.

Direção:  Jacques Audiard 

Elenco:  Lucie Zhang, Makita Samba, Noémie Merlant


Sinopse:  Bairro que reúne a comunidade chinesa de Paris, em torno da estação Olympiades, o 13° arrondissement serve de cenário para os desencontros amorosos de um grupo de jovens parisienses. Émilie, de ascendência oriental, divide apartamento com Camille, que ensina francês. Os dois se envolvem sem compromisso, mas a chegada de Nora acaba complicando a situação do trio – principalmente depois que ela é confundida com uma garota que posta vídeos de sexo nas redes sociais. Rodado em preto e branco, o filme integrou o Festival Varilux de Cinema Francês.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.


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