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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 15 de abril a 01 de maio de 2022

 FANTASPOA 2022

De 15 de abril a 01 de maio, a Cinemateca Capitólio recebe a programação do Fantaspoa, o maior festival de cinema dedicado exclusivamente a filmes de gênero fantástico (fantasia, ficção-científica, horror e thriller) da América Latina.

Ocorrendo anualmente na cidade de Porto Alegre desde 2005, entre os dias 14 de abril e 01 de maio de 2022, celebrará sua décima oitava edição - que também será em parte online. Serão exibidos 188 filmes, entre curtas e longas-metragens, a grande maioria inédita no Brasil, e o evento receberá mais de 70 convidados brasileiros e estrangeiros, que participarão de 37 sessões comentadas com o público e seis atividades de formação. Além das sessões de exibição, serão realizadas atividades paralelas, como três sessões musicadas, três festas, Madrugadão Fantaspoa, entre outros. As sessões de exibição serão realizadas no Cine Farol Santander; Cine Grand Café; Cinemateca Capitólio; Instituto Ling; e Sala Eduardo Hirtz (Cinemateca Paulo Amorim); e as atividades de formação no Instituto Ling. A programação online do Fantaspoa será disponibilizada gratuitamente no site Darkflix (www.darkflix.com.br) - exclusivamente para usuários em território brasileiro - de 22 de abril a 01 de maio, e contará com mais de 30 longas e 85 curtas-metragens.

A programação completa está no site do evento: https://www.site.fantaspoa.com/2022/

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Cine Dica: Streaming: 'Summer of Soul'

Sinopse: Um documentário sobre o lendário Harlem Cultural Festival de 1969, que celebrou a música e a cultura afro-americana e promoveu o orgulho e a unidade negra. 

A verdadeira música não é somente poética, ou romântica, como também fala sobre os tempos atuais em que vivemos e principalmente quando esses mesmos são afetados por questões políticas desanimadoras. No Brasil atual, por exemplo, existe uma persistência forçada para que o público ter que gostar de todas as músicas sertanejas, sendo que as mesmas atuais não passam de uma forma de alienar a população a mando de políticos conservadores e que desejam que nenhuma pessoa pense. "Summer Of Soul" (2021) é um documentário que fala sobre uma geração que pensava e protestava através da música e fazendo com que a mesma se tornasse parte primordial da história.

Dirigido por Questlove, o documentário é musical, parte registro histórico criado em torno de um evento épico que celebrou a história, cultura e moda negra. Ao longo de seis semanas no verão de 1969, a apenas 160 quilômetros ao sul de Woodstock, o Harlem Cultural Festival foi filmado no Mount Morris Park (agora Marcus Garvey Park). O filme captura um empolgante momento cultural nos Estados Unidos, embora subestimado historicamente. Entrevistas com artistas que participaram do evento são intercaladas com apresentações de shows nunca antes vistos de Stevie Wonder, Nina Simone, Sly and the Family Stone, Gladys Knight and the Pips, Mahalia Jackson, B.B. King, The 5th Dimension e muitos outros. O lendário Festival Cultural Harlem 1969, celebrou a música e a cultura afro-americana e promoveu o orgulho e a unidade negra, naquele momento do país.

A virada dos anos 60 para os 70 foi primordial para o começo de mudanças e das quais as mesmas não podiam ser freadas. A contracultura veio forte em um momento em que os EUA estavam sofrendo com a crise econômica, Guerra do Vietnã e governo de Richard Nixon. Neste momento havia uma luta pelos direitos civis cada vez mais fortes, onde a comunidade negra lutou pelos seus direitos perante o preconceito, mesmo quando líderes como Malcolm X e Martin Luther King Jr caiam perante ao racismo e aos jogos políticos.

A música, por sua vez, foi peça fundamental para essa luta sem trégua, sendo que vários artistas usavam as suas letras para dizer algo para o mundo que estava vivendo inúmeras metamorfoses e das quais mudariam a vida das pessoas para sempre. A música gospel, por exemplo, veio em um momento em que a comunidade negra precisava de esperança enquanto sofria diversos preconceitos, violência extrema, e suas letras foram uma forma de para passar força e fé perante os obstáculos. Por mais que a mídia tradicional da época quisesse esconder o que estava acontecendo, o Harlem Cultural Festival foi um marco, mesmo quando boa parte da população estava direcionando a sua atenção para Woodstock ou com a chegada do homem à lua.

O documentário em si possui vários registros impressionantes de vários artistas, sendo que a música se entrelaça com cenas sobre os principais acontecimentos do mundo e da política que estava acontecendo naquelas semanas. Vale destacar os diversos depoimentos que ocorrem durante a projeção, desde os artistas que participaram do evento na época, como também de pessoas comuns que estavam naquela ocasião e que tiveram as suas vidas mudadas. Não deixa de ser emocionante ver o jovem Stevie Wonder cantando os seus maiores sucessos daqueles tempos e sendo mais emocionante vendo o próprio ainda vivo revisitando aquele grande evento através do documentário.

Porém, acima de tudo, a música com o teor político foi a alma daquele evento e Nina Simone foi sangue pulsante para fortalecer a ideia como um todo. Embora apareça somente no ato final do documentário, a figura forte de sua pessoa rouba a cena da obra e cuja as suas letras musicais com teor político sintetizam o estado de espirito de um povo que se encontrava cansado e que lutaria com todas as suas forças para combater o preconceito. Uma luta que, infelizmente, perdura até os dias de hoje e o documentário vem em um momento para nos dizer que a arte, seja ela visual ou musical, estará presente neste combate que não terminará tão cedo.

Vencedor do Oscar de Melhor Longa Documentário de 2022, "Summer Of Soul" é um registro histórico de tempos de mudanças, pelo direito de igualdade e enfrentamento contra o poderio preconceituoso e branco. 

Onde Assistir: Disney+

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 14 A 20 DE ABRIL DE 2022 da Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

 LOLA E O MAR


SALA 1 / PAULO AMORIM


14h15 – A FELICIDADE DAS PEQUENAS COISAS Assista o trailer aqui.

(Lunana: A Yak in the Classroom - Butão/China, 2019, 110min). Direção de Pawo Choyning Dorji, com Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cansado da vida em seu pequeno país, um jovem professor butanês resolve tentar a sorte como cantor na Austrália. Mas ele precisa cumprir um último ano de trabalho e é enviado a uma escola distante, em uma aldeia glacial chamada Lunana. Sem conforto algum, o professor começa a ensinar as crianças da aldeia e, aos poucos, descobre os encantos do lugar. O longa foi um dos cinco concorrentes ao Oscar de filme internacional.


16h15 – A MULHER DE UM ESPIÃO Assista o trailer aqui.

(Supai no Tsuma - Japão, 2021, 115min). Direção de Kiyoshi Kurosawa, com Yu Aoi, Issey Takahashi, Ryota Bando. Zeta Filmes, 14 anos. Suspense/drama.

Sinopse: Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o empresário japonês Yusaku é afetado em seus negócios pelo alinhamento do Japão com a Alemanha e a Itália. Então, resolve buscar outros pontos comerciais na Manchúria, onde acaba testemunhando fatos políticos graves. Enquanto isso, a mulher de Yusaku é procurado por Taiji, amigo de infância e hoje um militar importante. Prêmio de melhor direção no Festival de Veneza em 2020.


18h30 – GAROTO CHIFFON Assista o trailer aqui.

(Garçon Chiffon - França, 2021, 110min). Direção de Nicolas Maury, com Nicolas Maury e Nathalie Baye. Imovision, 14 anos. Comédia.

Sinopse: Jérémie é um ator famoso que está passando por dificuldades emocionais e financeiras. Cansado e sem saber lidar com suas desventuras românticas, profissionais e familiares, o ator decide sair de Paris e buscar conforto na companhia da mãe, que mora no interior. Mas ele logo percebe que a mãe não está muito interessada em confortá-lo.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – O TRAIDOR *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Il Traditore - Itália-França-Alemanha-Brasil, 2020, 145min). Direção de Marco Bellocchio, com Pierfrancesco Favino, Maria Fernanda Cândido, Fabrizio Ferracane. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: No início dos anos 1980, os chefes da Máfia siciliana entram em guerra pelo controle do tráfico de heroína. Um dos chefes do sistema, Tommaso Buscetta foge para o Brasil, enquanto seus filhos e irmãos são assassinados em Palermo. Preso pela polícia brasileira e extraditado para a Itália, ele toma uma decisão que irá mudar os rumos da Máfia italiana: revelar todos os seus segredos para o juiz Giovanni Falcone e trair o voto eterno que fez à Cosa Nostra.


*Não haverá sessão na quarta, dia 20.*


17h15 – LOLA E O MAR *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Lola vers la Mer - Bélgica-França, 2021, 90min). Direção de Laurent Micheli, com Mya Bollaers e Benoît Magimel. Filmicca, 14 anos. Drama.

Sinopse: Lola é uma jovem trans que sempre contou com o apoio da mãe para seguir sua vida. Quando ela morre, Lola volta para casa e enfrenta a indiferença do pai. Apesar de tudo, os dois terão que se unir para cumprir o último pedido da mãe: ter suas cinzas jogadas no lugar onde passou a infância, em uma praia do Mar do Norte. Mya Bollaers ganhou o Prêmio Magritte (o Oscar Belga) de atriz revelação.


*Não haverá sessão na quarta, dia 20.*


19h – MATEÍNA – A ERVA PERDIDA Assista o trailer aqui.

(Uruguai/Brasil/Argentina, 2021, 80min). Direção de Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala Richero, com Federico Silveira, Martín Sacco e Diego Licio. Lança Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Num futuro próximo, a erva-mate está proibida para consumo no Uruguai. Dispostos a lucrar com o episódio, dois vendedores ilegais iniciam uma jornada rumo ao Paraguai para contrabandear o insumo. Durante a viagem, transformam-se em heróis por acaso — e tentam devolver ao povo sua identidade perdida. Prêmio de melhor filme no Festival de Cinema da Fronteira em 2021.


*Não haverá sessão na quarta, dia 20.*


XVIII FESTIVAL FANTASPOA

1º DIA DE FANTASPOA


 QUARTA-FEIRA, DIA 20 DE ABRIL


16h – O DIA DE HOJE

(França, 2021, 67min). Direção de Maxence Stamatiadis, com Maxence Stamatiadis. 12 anos. Drama, Ficção-Científica.

Sinopse: Suzanne decide trazer seu marido de volta à vida utilizando uma nova tecnologia deep-fake, mas ele se mostra diferente do homem que ela amava. Mesmo descontente com a nova versão do marido, Suzanne decide se resignar pois "é melhor do que nada".


17h45 – PUTA MERDA!

(Alemanha, 2022, 90min). Direção de Lukas Rinker, com Gedeon Burkhard, Rodney Charles, Uke Bosse, Yuki Iwamoto (voz), Friederike Kempter. 14 anos. Ação, Comédia, Suspense.

Sinopse: Quando o arquiteto Frank recobra a consciência, ele está ensanguentado e trancado em um banheiro portátil. Frank logo percebe que precisa achar uma forma de sair dali, ou morrerá explodido dentro de uma hora.


19h30 - JACINTO

(Espanha, 2021, 95min). Direção de Javi Camino, com Pedro Brandariz Gómez, Anxela Baltar, Corinna Rautenberg, Juanma Buiturón, Miro Magariños. 16 anos. Terror, Suspense.

Sinopse: Jacinto é uma criança de 9 anos presa no corpo de um homem de 40. Ele vive em Mallou, um decadente vilarejo no meio das montanhas da Galícia, com seus pais e seu porco. Jacinto vive em um mundo de fantasias, mas sua vida muda com a chegada das novas vizinhas: Alex e Ana, duas musicistas de black metal em busca de um lugar bucólico para gravar seu novo disco. 


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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terça-feira, 12 de abril de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Fundo do Coração'

Nota: Clássico exibido para os associados no último sabádo (09/04/2022)
Sinopse: No dia quatro de julho, Hank e Frannie, um casal trabalhador que vive nos arredores de Las Vegas, completam cinco anos juntos. Eles planejam comemorar, só que ao invés disso, brigam e terminam tudo.  

Francis Ford Coppola é um cineasta que gosta de se arriscar, ao ponto de pôr em risco os projetos que tem em mãos. Se no desenvolvimento de sua obra prima "O Poderoso Chefão" (1972), o diretor estava quase sempre em risco de ser demitido pelos engravatados do estúdio a qualquer momento, por outro lado, ele conheceu o inferno na realização de "Apocalypse Now" (1979) que, embora tenha se tornado um sucesso de público e de crítica, o afetou fisicamente e mentalmente. Em "O Fundo do Coração" (1982) ele veio conhecer finalmente o fracasso, mas não significa que ele estava errado.
Em "O Fundo do Coração", no dia quatro de julho, Hank (Frederick Forrest) e Frannie (Terri Garr), um casal trabalhador que vive nos arredores de Las Vegas, completam cinco anos juntos. Eles planejam comemorar, só que ao invés disso, brigam e terminam tudo. Mesmo com o recente fim do relacionamento, os dois resolvem sair à procura de novos parceiros: Frannie conhece um cantor e garçom (Raul Julia) e Hank se envolve com uma bela artista de circo (Nastassja Kinski). Só que eles ainda se amam, mas não dão o braço a torcer.
A história em si não traz nenhuma novidade, já que casais em crise tem aos montes dentro da história da sétima arte. Porém, Coppola cria um verdadeiro show de luzes e cores, onde a fotografia de cores quentes realizada por de Vittorio Storaro simboliza tempos mais dourados do gênero musical e do qual já se encontrava datado na época, mesmo quando o cinema estava obtendo estouros de bilheteria com sucessos como, por exemplo, "Os Tempos da Brilhantina" (1978). Além disso, a edição de arte que reconstitui Las Vegas é um grande espetáculo e fazendo do filme a maior produção do realizador até aquele ponto.
Coppola ama o cinema acima de tudo e por conta disso ele usa o filme para incrementar as velhas fórmulas de como se fazia filmes antigamente, desde usando maquetes, como cenários nitidamente artificiais, porém, com grande charme e imagens sobrepostas uma na outra e criando assim um belo jogo de cena. Os planos-sequências é outro item de destaque, onde a câmera do realizador caminha suavemente pelos cenários e nos revelando inúmeros detalhes e dos quais muitos somente são detectados em uma segunda visita a obra. Tudo isso não foi o suficiente para o filme escapar do grande fracasso que foi na época.
O orçamento inicial de US$ 2 milhões estourou de forma nunca antes nem depois vista na história do cinema e chegou a US$ 27 milhões, sendo uma fortuna altíssima para um drama-musical romântico. Só a construção dos sets consumiu fortunas. Coppola insistiu em recriar no estúdio até mesmo o aeroporto McCarran de Las Vegas. Isso não foi o suficiente para atrair o público que acabou não comparecendo aos cinemas. O filme teve, nos cinemas americanos, a renda de apenas US$ 636 mil, e a empresa do diretor, a Zoetrope Studios, faliu.
Revisto hoje se percebe que a obra, embora prestando uma homenagem a um gênero desgastado para a época, estava ao mesmo tempo a frente do seu tempo, principalmente em um momento em que o cinema norte americano estava cada vez menos interessado em cinema autoral e sim mais em diversão após o fenômeno "Star Wars" (1977). Coppola cria aqui o que, talvez, venha a ser o seu filme mais pessoal de sua carreira, pois ele é uma declaração de amor de como se fazia filmes de antigamente e cuja a fórmula o diretor repetiria novamente na realização de "Drácula de Bram Stoker" (1992). Mas se sua visão autoral domina o projeto de cabo a rabo, por outro lado, o elenco principal também não fica atrás na questão de bons desempenhos.
Tanto Teri Garr, de "Tootsie" (1982) como Tom Waits, de "Selvagem da Motocicleta" (1983) estão ótimos interpretando o casal central em crise, mesmo quando os mesmos são ofuscados pelos coadjuvantes. Neste último caso se destacam Raúl Julia que viria a ganhar fama mundial através de "O Beijo da Mulher Aranha" (1985) e de Nastassja Kinski que viria posteriormente estrelar alguns dos melhores filmes da década de oitenta que foi "Paris Texas" (1984). Ambos interpretam personagens que fazem o casal central mergulhar no lado mágico, porém, perigoso da cidade que não dorme e cabe ambos aprenderem com os erros e acertos de suas vidas em meio a tentações e fantasias distantes.
"O Fundo do Coração" é um exemplo clássico de filmes que vencem a barreira do tempo, provando que o público e a crítica da época estavam enganados e sendo lembrado pelos cinéfilos atuais e com muito carinho. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 14 A 21 DE ABRIL

 FILME: MEDIDA PROVISÓRIA

Brasil, Ficção, 101 min., 2020

Direção: Lázaro Ramos

Elenco: Alfred Enoch, Taís Araujo, Seu Jorge, Adriana Esteves, Renata Sorrah,

Mariana Xavier, Flavio Bauraqui, Emicida


SINOPSE: Em um futuro próximo distópico no Brasil, um governo autoritário ordena que todos os cidadãos afrodescendentes se mudem para a África – criando caos, protestos e um movimento de resistência clandestino que inspira a nação.

HORÁRIOS:

Não há sessões nas segundas feiras.

15h, 17h e 19h.


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.

Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


CINEBANCÁRIOS

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 34331205/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre: "M.A.S.H"

 Boa noite.  Segue a programação do Clube de Cinema na próxima terça-feira.




CICLO NOVA HOLLYWOOD

Sessão comentada Clube de Cinema

ENTRADA FRANCA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 12/04/2022, terça-feira, às 19:00 horas

"M.A.S.H." (M*A*S*H)

EUA, 1970, 116 min, legendado, 14 anos.

Direção: Robert Altman

Elenco: Donald Sutherland, Elliott Gould, Tom Skerritt, Sally Kellerman, Robert Duvall

Sinopse: Em meio à Guerra da Coreia, irreverentes cirurgiões do Exército dos Estados Unidos brincam com a dor e a morte e desafiam as autoridades, numa tentativa de amenizar os traumas causados pelos vários feridos que chegam a eles diariamente.

Opinião

Comédia de humor iconoclasta, e uma das grandes realizações do diretor Robert Altman. Fazer uma comédia anti-guerra nessa época era no mínimo, total falta de bom senso, mas Altman adorou e comprou a ideia. M.A.S.H. era uma sigla que identificava os hospitais móveis do exército norte-americano (Mobile Army Surgical Hospital). O filme era uma sátira da Guerra da Coréia, a partir do ponto de vista dos médicos destes hospitais de campanha, mas muitos imaginavam tratar da Guerra do Vietnã. O filme tinha no elenco principal, grande nomes como Donald Sutherland (visto antes em Os 12 Condenados), Elliott Gould, Tom Skerrit, Sally Kellerman, Robert Duvall, entre outros.

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes e Oscar de roteiro, para Ring Lardner Jr. Devido ao seu sucesso, ganhou uma serie de TV bastante conhecida.   


Curiosidade: Apesar de o filme ser situado em plena Guerra da Coréia, o único tiro ouvido no filme é o utilizado para interromper uma partida de futebol.

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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Cine Especial: 'Old Henry' - Metamorfoses de um Gênero

Sinopse: Fazendeiro com um passado misterioso abriga um estranho em sua casa com uma sacola de dinheiro. Ao mesmo tempo, homens estão em seu encalço.  

O gênero faroeste foi sem sombra de dúvida o mais explorados dentro da história do cinema, ao ponto de ficar saturado e se tornando apenas uma pálida imagem do que já foi um dia em tempos mais dourados. Por outro lado, não significa que ele esteja morto por completo, pois alguma vez ou outra ele é revitalizado, mesmo quando o mundo já não esteja mais tão interessado. No início da década de 90, por exemplo, dois filmes revitalizaram o gênero que foram "Dança com Lobos" (1990) e "Os Imperdoáveis" (1992).

Porém, cada um veio para dizer algo ao invés de somente gerar lucro para o estúdio. No caso do primeiro, dirigido e estrelado por Kevin Costner, o filme é um grande épico do gênero, mas que veio nos passar uma espécie de pedido de desculpas ao povo indígena, do qual foi massacrado pelo homem branco no mundo real e tendo sido retratado no passado quase sempre como selvagens e de forma muito estereotipada. Já o filme de Clint Eastwood chegava até mesmo ser uma obra a frente do seu tempo, já que retratava um pistoleiro que não vivia mais com um proposito e cujo o seu ato final desvenda a única coisa que ele sabia fazer de melhor na vida.

"Os Imperdoáveis" serviria de modelo para os demais filmes que iriam surgir ao longo dos anos, mas cuja a maioria não teriam o mesmo resultado. É então que foi constatado que a velha fórmula de mocinho x bandido não funciona em tempos atuais e é então que surgiu um faroeste mais psicológico e humano, que vai desde a "Três Enterros" (2003), "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005) e o recente "Ataque Dos Cães" (2021). Dessa nova leva é que surge de forma tímida, porém, muito compensadora que é o título "Old Henry" (2021) filme que merece ser descoberto por aqueles que ainda acreditam na força dentro do gênero.

Dirigido por Potsy Ponciroli, o filme é sobre um viúvo (Tim Blake Nelson) e seu filho (Gavin Lewis) que resgatam um homem ferido misterioso (Scott Haze) que também carrega uma bolsa de dinheiro. Mas quando um grupo de homens chegam dizendo que eles são da lei, o homem e o filho precisam decidir em quem confiar, mesmo que isso mostre sua verdadeira identidade.

Usando uma premissa similar ao que já foi visto em "Os Imperdoáveis", o filme se torna interessante já de imediato em sua abertura, onde testemunhamos alguém sendo caçado e posteriormente morto. Os personagens são jogados na tela sem ao menos sabermos um pouco sobre o seu passado, mas que gradualmente vai sendo aos poucos revelados. Neste último caso o protagonista Henry é que carrega a maior aura de mistério dentro da trama, já que só pelas suas atitudes e pelo seu visual constatamos que ele possui um passado carregado de dor e morte, mas que procura a sua redenção através do seu filho, mesmo tendo a consciência que o seu passado possa vir à tona a qualquer momento.

Embora desconhecido pela maioria do público, Potsy Ponciroli cria minuciosamente uma direção que mais parece de um velho veterano no ramo, cujo o seu enquadramento e posicionamento da câmera parece que sempre tem algo para dizer para nós que estamos assistindo. Os personagens se casam com o cenário principal da trama, assim como pequenas cenas que tem muito a dizer, como no caso, por exemplo, de um reflexo no espelho e que mostra duas perspectivas da mesma cena. Tudo isso é ainda mais elaborado graças a ótima fotografia John Matysiak e que faz com que cada cena se torne um verdadeiro mosaico cheio de detalhes a serem analisados.

Curiosamente, o filme se distancia muito da visão do típico protagonista que estamos acostumados assistir dentro deste gênero, sendo que Henry já se encontra na reta final da vida e estando fisicamente esgotado após carregar inúmeros fardos ao longo do seu trajeto. Tim Blake Nelson é aquele típico ator talentoso, mas que nunca sabíamos ao certo o seu nome, já que ele construiu uma carreira com inúmeros personagens coadjuvantes em diversos filmes famosos, mas nunca obtendo o grande estrelato. Aqui ele finalmente consegue ser o protagonista de um grande filme e talvez nos brindando com o melhor papel de sua carreira.

O seu Henry nada mais é do que alguém que praticou inúmeros atos no passado, fazendo com que se tornasse até mesmo uma lenda conhecida, mas optando em deixar tudo para trás e criando assim uma família. Porém, ele é o típico personagem que atrai o conflito, mesmo tendo o desejo de se esconder no fim do mundo, mas a sua natureza parece estar predestinada em atrair isso. A construção e a revelação sobre a sua real persona talvez seja um dos maiores acertos do filme, pois a revelação não deixa de ser surpreendente.

O filme é moldurado por poucos personagens, mas cujo os mesmos nunca se apresentam com as suas reais identidades assim como o protagonista em si. Isso faz com que não tenhamos o duelo entre mocinho e bandido, mas sim de pessoas normais, porém, vividas e cuja as suas histórias nunca serão o suficientemente enterradas. A famosa frase 'quem conta um conto, aumenta um ponto" nunca se encaixou tão bem quanto neste filme e cujo o seu ato final é bombástico, muito bem dirigido e que não sairá da minha memória tão cedo.

"Old Henry" é um maravilhoso faroeste, mas que nunca cai nas mesmas fórmulas do gênero, mas sim se revitalizando com os novos dilemas do mundo contemporâneo. 


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