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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Cine Curiosidade: Tatiana Maslany, de 'Orphan Black', será a 'She-Hulk' na série do Disney+

Ótima notícia. Segundo a Variety, a atriz Tatiana Maslany, conhecida mundialmente pelos seus inúmeros papéis Orphan Black, será a protagonista de She-Hulk, nova série do MCU no Disney+. A história foca na origem da personagem, ou seja, como nos quadrinhos, a advogada Jennifer Walters, prima de Bruce Banner, herda os poderes dele após uma transfusão de sangue. No entanto, em vez de perder o controle, ela se sente mais confiante quando transformada.

Ao longo das decadas,  She-Hulk já integrou no grupo dos Vingadores,  Defensores e até mesmo no Quarteto-Fantástico na época em que o personagem Coisa estava ausente. Em 1989, a personagem ganhou uma série solo, onde passou a se dar conta de que fazia parte de uma HQ e quebrava constantemente a quarta parede. A heroína foi criada por Stan Lee e John Buscema e apareceu pela primeira vez em The Savage She-Hulk #1, de 1980.

Esta semana a série do Disney+ contratou Kat Coiro como diretora e produtora executiva. Com grande bagagem televisiva, a cineasta comandou episódios de grandes séries como Brooklyn Nine-Nine e Disque Amiga Para Matar.

O lançamento do Disney+ na América Latina é previsto para 17 de novembro. Sinceramente eu acho uma ótima escolha, pois sou muito fã de Tatiana Maslany desde o término da série "Orphan Black" e sempre queria ver um novo trabalho desta grande atriz. Resta saber como será o seu visual interpretando a personagem, o que aumenta ainda mais a ansiedade. Aguardemos e enquanto isso relembramos um dos melhores momentos da série.   



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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘O Olho e a Faca’

Sinopse: Roberto trabalha em uma base de petróleo e passa meses afastado da esposa e dos filhos. Nos momentos de distância, inicia um relacionamento com outra mulher. Quando Roberto recebe uma promoção no emprego, ele é forçado a ficar ainda mais tempo longe.

O cinema “Pós-Terror” brasileiro tem nos brindado com títulos curiosos e que exploram a questão atual do trabalhador brasileiro. Tanto “Trabalhar Cansa” (2011), como o recente “A Sombra do Pai” (2018), são filmes que transitam entre o horror fantástico e o temor realístico da perda do emprego, ou de ser consumido pelo mesmo. Embora o gênero fantástico não esteja exatamente presente em “O Olho e a Faca”, há um clima de insegurança a todo momento, seja ela externa ou interna, mesmo em momentos irregulares da trama.

Dirigido por Paulo Sacramento, do filme “Riocorrente” (2013), o filme conta a história de Roberto (Rodrigo Lombardi), de “Amor em Sampa” (2015), que trabalha numa plataforma de petróleo, e passa longos meses afastado da esposa e dos dois filhos. Nos momentos de distância, inicia um relacionamento com outra mulher (Debora Nascimento) de “Rio, Eu Te Amo” (2013). Um dia, Roberto recebe uma promoção no emprego, que força-o a ficar ainda mais distante da família e dos amigos.

O primeiro ato começa de uma forma curiosa, já que Sacramento não tem a intenção de nos levar logo ao principal ponto da trama, mas sim fazer com que conheçamos melhor o dia a dia daqueles personagens que trabalham na petrolífera. Aliás, é nesse ponto que o filme ganha a sua força, pois embora não seja um suspense, ou tão pouco uma catástrofe, há sempre a sensação de que algo muito ruim poderá acontecer a qualquer momento. Isso deve ao fato desses personagens ficarem isolados no meio do oceano.

As coisas desandam quando os realizadores decidem transitar a trama para outros cenários, ao invés de manter o foco no principal local dos acontecimentos. A partir do momento em que a trama se encosta somente no personagem Roberto, se tem aquela sensação de que os roteiristas cometeram o equívoco de ir em direção ao caminho de maior tráfego. Não que o ator Rodrigo Lombardi não esteja bom em sua atuação, mas até nos envolvermos emocionalmente com o seu arco dramático, isso acaba demorando um pouco.

Do segundo ao terceiro ato, se tem uma espécie de construção de um suspense psicológico, em que vemos Roberto, aos poucos, desconstruir tudo aquilo que ele havia criado ao enfrentar seus próprios demônios. Curiosamente, Sacramento cria figuras simbólicas que sintetizam essa consideração, que vai de um gato a um corvo que sempre surgem de formas misteriosas. O problema é que, por vezes, essas figuras surgem de forma gratuita e parecendo não ter muito a ver com que o personagem principal enfrenta.

O filme ganha um novo fôlego em sua reta final, principalmente quando testemunhamos o personagem caminhar em sua própria corda bamba pessoal. Ao se entregar para um lado poeticamente cinematográfico, Sacramento consegue se redimir diante dos altos e baixos de um longa metragem que tinha tudo para entrar na lista do cinema “Pós-Terror”. Boas intenções se tinha, mas faltou firmeza. 

“O Olho e a Faca” é bom até certo ponto, mas lhe faltou foco.

Onde Assistir: Google Play Filmes

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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Cine dica: Curta dirigido por cineasta com deficiência será apresentado em Gramado

 Victor Di Marco estrela e dirige premiada produção ‘O que Pode um Corpo?’



Porto Alegre (RS) - O curta-metragem "O que Pode um Corpo?", de Victor Di Marco e Márcio Picoli, estará disponível de 19 e 22 de setembro no serviço de streaming Canal Brasil Play. O filme faz parte da seleção do 48º Festival de Cinema de Gramado e concorre ao Prêmio Assembleia Legislativa de Cinema - Mostra Gaúcha de Curtas. 

A produção mistura documentário e videoarte ao tratar a vivência de Victor enquanto pessoa com deficiência. O cineasta possui distonia generalizada, distúrbio neurológico dos movimentos. A obra entrelaça o desejo de Victor em ser artista, sua sexualidade e a anulação de seu corpo.

O filme teve sua estreia mundial no 31º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo (Curta Kinoforum), de onde levou o prêmio especial do Troféu Borboleta de Ouro, para destaques LGBT+. O curta foi realizado dentro curso de produção Audiovisual da UniRitter.

"Meu desejo era me ver em tela, pois pessoas com deficiência dificilmente encontram espaço no audiovisual”, avalia Victor Di Marco, que também divide roteiro,  montagem e produção com Márcio Picoli. “No fim, o filme se tornou, além de uma busca, um documento que evidencia a importância de dar voz a artistas com deficiência", conclui.

A equipe técnica de "O que Pode um Corpo?" traz Bruno Polidoro na direção de fotografia, enquanto Valeria Verba assina a direção de arte. A produção é da Balde de Tinta FIlmes e Proa Cultural, com apoio da Cromagato, Locall e Onomato. O patrocínio é da ComFoco e apoio institucional do Curso de Produção Audiovisual da Uniritter.


Sinopse: Um bebê nasce, mas não chora. Um corpo grita e não é ouvido. As tintas que escorrem em um futuro prometido, não chegam em uma pessoa com deficiência. Victor faz de si, a própria tela em um universo de pintores ausentes.


Ficha Técnica:

Direção: Victor Di Marco e Márcio Picoli 

Assistente de direção: Aline Gutierres

Roteiro: Victor Di Marco e Márcio Picoli 

Produção Executiva: Laura Moglia e Márcio Picoli 

Produção: Laura Moglia, Márcio Picoli, Aline Gutierres e Victor Di Marco

Direção de Fotografia: Bruno Polidoro 

Assistente de Fotografia: Caio Rodrigues

Assistente de Câmera: Guilherme Zollim

Direção de Arte: Valéria Verba

Diálogos, Edição e Mixagem de Som: Guilherme Cássio

Som Direto: Vinicius Cassol

Ambiências, Foley e Sound FX: Jonts Ferreira

Finalização e Colorimetria: Juliano Moreira

Trilha Sonora: Casemiro Azevedo e Vitório O. Azevedo

Montagem: Márcio Picoli e Victor Di Marco 

Depoimento e Performance: Victor Di Marco

Preparação de Elenco: Lorna Longaray

Produção de Set: Paula Inácio

Making Of: Kevin Ferreira

Conceito Visual: Leo Lage

Design Gráfico: Laura Moglia 

Acessibilidade: Fernando R. Polla


Isidoro B. Guggiana

Assessoria de Imprensa

T 55 51 9 9923 4383

isidoro.guggiana@gmail.com

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Ninguém Sabe Que eu Estou Aqui'

Sinopse: Memo é morador de uma remota fazenda de ovelhas no Chile e que esconde sua linda voz do mundo.  

filmes que retratam os altos e baixos de um artista da área da música é o que não falta no cinema, principalmente agora nestes últimos anos que esse subgênero ganhou nova força através de títulos de sucesso como, por exemplo, de "Bohemian Rhapsody" (2018). Porém, é raro assistir sobre alguém que tinha um grande talento, mas não obtendo para si o grande estrelato através do olhar do público. "Ninguém Sabe Que eu Estou Aqui" segue este segundo caso, onde vemos um protagonista em exílio, mas escondendo do mundo o grande talento que tem consigo.

Dirigido pelo estreante Gaspar Antillo, o filme conta a história de Memo, interpretado pelo ator Jorge Garcia da série Lost, que vive em uma remota fazenda de ovelhas no Chile e que esconde sua linda voz do mundo. Traumatizado por acontecimentos do passado, ele vive de maneira solitária, até que uma mulher lhe oferece a chance de encontrar a paz que tanto procura.

Com uma bela fotografia onde se passa a trama principal, o filme transita entre o presente e o passado e revelando, aos poucos, o passado de Memo e do porquê ele ter se isolado do mundo. Nós descobrimos, por exemplo, que ele foi um grande talento em um passado distante quando criança, mas que acabou perdendo o estrelato devido a ganancia de empresários, da incompetência de seu pai e das consequências quando decidiu revidar perante uma situação injusta. O peso desse ponto dramático só é somente mais fortalecido graças a presença de Jorge Garcia.

Revelado ao mundo ao estrelar a série "Lost", Garcia faz de seu Memo uma pessoa fechada, não só perante o mundo, como também consigo mesmo. Garcia consegue nos passar perante a sua expressão um ser a ponto de explodir a qualquer momento, mas se contendo ao praticar o que melhor sabe fazer, mesmo que escondido do mundo. A situação muda de figura no momento em que o exterior bate a sua porta e fazendo tomar uma difícil escolha.

Resumidamente, o filme é uma crítica ácida com relação ao showbiz, onde se acredita que grandes talentos precisam agradar visualmente e para assim encher os cofres dos engravatados. Em sua reta final, o filme escancara o lado hipócrita desse circo de luzes e revelando que reais talentos não vêm da beleza, mas sim da ação e coragem ao revelar o seu dom interior. "Ninguém Sabe Que eu Estou Aqui" é sobre os verdadeiros talentos escondidos atrás das cortinas enquanto a massa é entretida por grandes mentiras.  

Onde Assistir: Netflix. 

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Estou Pensando em Acabar com Tudo'

Sinopse: Uma jovem vai com o namorado conhecer os pais dele em uma fazenda remota e embarca em uma viagem para dentro de seu próprio psiquismo. 

Se você gosta de um cinema autoral, no mínimo, deve conhecer o diretor e roteirista Charlie Kaufman. Se consagrando como roteirista em obras incomuns como "Quero Ser John Malkovich" (1999), Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) e "Adaptação" (2002), Kaufman se lançou na direção com o maravilho "Sinédoque, Nova York" (2008) e nos surpreendendo ainda mais com animação "Anomalisa" (2015). Portanto, se você já assistiu aos filmes citados, irá esperar tudo e muito mais em "Estou Pensando em Acabar com Tudo" (2020).

O filme conta a história de Jake, interpretado pelo ator Jesse Plemons do filme "O Irlandês" (2019), que decide levar a sua namorada, interpretada pela atriz Jessie Buckley da série "Chernobyl" (2019), para conhecer os seus pais. Os pais de Jake, interpretados pelos atores Toni Collette e David Thewlis, se apresentam de uma forma estranha para o casal. Ao mesmo tempo, um desvio inesperado transforma a viagem do casal numa jornada terrível rumo a fragilidade psicológica e pura tensão.

Charlie Kaufman gosta de brincar com a nossa perspectiva com relação a história e principalmente jogando na tela elementos para que formem um verdadeiro quebra cabeça. Se você assistiu, por exemplo, "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", a sua jornada para compreender aqui essa nova obra poderá até ser facilitada, mas não se engane pelas aparências. Se por um lado não sabemos ao certo sobre o que realmente está acontecendo no princípio, ao mesmo tempo, Kaufman cria diversos diálogos entre o casal central, principalmente quando ambos se encontram dentro do seu carro. Devido a isso, além do filme pegar carona com o subgênero roadie movie, o cineasta ainda tem a capacidade de prestar uma hilária homenagem ao filme "Uma Mente Brilhante", mas isso falarei mais para adiante.  

Para melhor entendermos os fatos há dois cenários que são as verdadeiras peças chaves da trama e dos quais são a casa e a escola. Na casa, aliás, conhecemos os excêntricos pais de Jake e que, novamente, Toni Collette nos surpreende pela sua grande atuação mesmo em poucos momentos de cena. Vale destacar que a relação entre os pais de Jake e ele são o estopim para, enfim, comprendemos o que acontece, mas cabe atenção redobrada para os cinéfilos de plantão de primeira viagem dentro do universo de Charlie Kaufman. 

Com relação ao casal central, tanto Jesse Plemons como Jessie Buckley estão ótimos em seus respectivos papéis. Porém, Jesse Plemons se consagrada de vez com a melhor atuação de sua carreira, desde que o mesmo chamou atenção na reta final da série "Breaking Bad" (2008), mas obtendo o seu melhor desempenho aqui. Curiosamente, a sua atuação me lembrou muito do já falecido Philip Seymour Hoffman e fazendo eu desejar acompanhar a sua carreira ainda mais de perto.  

Com relação a reta final, a escola tem um papel primordial dentro da trama. Pode-se dizer que ali há elementos que simbolizam as expectativas que pessoas tem sobre nós, mas que nem sempre conseguimos corresponde-las em vida. Ao fim da obra, ficamos pensando o que acabamos de assistir, mas logo então compreendemos que o filme não falava somente sobre os protagonistas ali, como também sobre todos nós. 

"Estou Pensando em Acabar com Tudo" é uma verdadeira viagem sobre sonhos e desilusões, mas tudo emoldurado de uma maneira que nos faça pensar sobre o que acabamos de testemunhar. 


Onde Assistir: Netflix. 

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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Querido Menino'

Sinopse:David Sheff é um conceituado jornalista e escritor que vive com a segunda esposa e os filhos. O mais velho deles, Nic Sheff, é viciado em metanfetamina e abala completamente a rotina da família e do lar. 

Tanto "Réquiem para um Sonho" (2000) como "Trainspotting - Sem Limites" (1996) são filmes autorais dos seus realizadores e que conseguem fazer cinema de qualidade sem cair no lado melodramático em demasia com relação ao problema das drogas. Porém, não depende somente de uma visão única de um cineasta, como também de um forte elenco capaz de nos passar o drama destes personagens que vivem quase sempre na corda bamba. "Querido Menino" explora a jornada de um pai que busca compreender o que leva o seu filho a cair no mundo das drogas, mas alinhado com direção segura e que nos quer sempre dizer alguma coisa.  
Dirigido por Felix Van Groeningen, o mesmo diretor de  "Alabama Monroe" (2012), o filme conta a história de David Sheff (Steve Carell), um conceituado jornalista e escritor que vive com a segunda esposa e os filhos. O filho mais velho, Nic Sheff, interpretado pelo ator de Timothée Chalamet do filme "Me Chame pelo Seu Nome" (2017), é viciado em metanfetamina e abala completamente a rotina da família e daquele lar. David tenta entender o que acontece com o filho, que teve uma infância de carinho e suporte, ao mesmo tempo em que estuda a droga e sua dependência. Nic, por sua vez, passa por diversos ciclos da vida de um dependente químico, lutando para se recuperar, mas volta e meia se entregando ao vício. 
Assim como na questão da perda vista em "Alabama Monroe", Felix Groeningen usa a questão da dependência das drogas de uma forma que consiga explorar os limites de seus personagens comuns ao ver a sua realidade desmoronar através da dependência química. O que vemos na tela são situações verossímeis, das quais muitas pessoas podem se identificar em maior ou menor grau e chegando em um momento que nos colocamos no lugar daqueles personagens que não gostariam de estar naquela situação, por vezes, irreversível. Em alguns momentos, quando achamos que a situação irá melhor, tudo retorna para a estaca zero e fazendo com que isso teste os nossos próprios nervos.  
Tecnicamente, o realizador ainda cria uma edição curiosa, onde o passado e o presente se cruzando a todo momento, mas nunca fazendo com que a gente perca o entendimento do enredo. Curiosamente, esses flashbacks sintetizam a situação que os personagens passam, sendo que a fotografia de cores quentes representa uma época de boas futuras promessas, enquanto a fotografia do presente com cores escuras representa um futuro nada acolhedor para aqueles personagens. Tudo muito bem embalado com uma ótima trilha sonora, cuja uma música clássica de John Lennon acaba se tornando a cereja do bolo.  
Mas nada disso funcionaria se o filme não fosse moldado por um ótimo elenco e é exatamente que o filme possui como um todo. Steve Carell nos brinda com outra grande atuação de sua carreira, cujo o seu personagem transita entre desequilíbrio e lucidez para tentar compreender esse universo complexos das drogas que o seu filho acabou ficando preso. Porém,  Timothée Chalamet não fica muito atrás, ao nos brindar com uma atuação realista de um dependente química, do qual tem consciência do seu vício, mesmo quando ele tem o desejo de não se livrar dele tão cedo.  
"Querido Menino" é um melodrama caprichado cinematograficamente falando, do qual nos fala sobre pessoas que não aceitam a sua realidade e fogem através de vícios que podem levar a um caminho sem volta.     

Onde assistir: Amazon Prime. 

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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘O Relatório’

Sinopse: O idealista Daniel J. Jones (Adam Driver), encarregado pela senadora Dianne Feinstein (Annette Bening) de liderar uma investigação sobre o Programa de Detenção e Interrogatório da CIA, criado após os atentados de 11 de setembro. 

"A Hora Mais Escura" (2013), da diretora Kathryn Bigelow, nasceu como um projeto ao retratar o esforço da CIA, liderado por uma agente, interpretada pela atriz Jessica Chastain, de capturar Osama Bin Laden. Durante as filmagens Osama acabou realmente sendo capturado e fazendo com que os realizadores colocassem esse momento dentro do projeto. O filme foi lançado com esse final, mas a pergunta que fica no ar até hoje é, até que ponto tudo aquilo foi realmente real?
Após o 11 de Setembro o cinema norte americano mudou, ao menos para o cinema de ação e do qual não havia mais lugar para um personagem que representava o exército de um homem só. Surgiu ao longo do tempo filmes que questionam até mesmo os esforços do governo dos EUA em capturar os terroristas, sobre a questão da invasão do Iraque ter sido absurda e até que ponto os fins justificam os meios. "O Relatório" é um filme que desvenda uma parte vergonhosa da história política daquele país, mas que pode até mesmo ter sido apenas a ponta de um iceberg.
Dirigido por Scott Z. Burns, o filme retrata eventos após o de 11 de setembro de 2001, onde a CIA passou a adotar o uso da tortura como meio de obter informações de pessoas consideradas ameaças ao país, sob a justificativa de evitar a todo custo que um ataque do tipo acontecesse mais uma vez. Trabalhando para a senadora Dianne Feinstein (Annette Bening), o agente Daniel J. Jones (Adam Driver) inicia, em 2007, uma investigação interna acerca de denúncias sobre a destruição de fitas de interrogatório por parte da CIA, divulgadas através de reportagem publicada pelo jornal New York Times. Com muita dificuldade em conseguir os documentos necessários, Daniel dedica-se ao relatório por quase uma década.
Com uma edição dinâmica, Scott Z. Burns jamais deixa o ritmo da trama decair, pois faz com que o seu protagonista seja sempre direcionado para novas informações que o faça revelar novas histórias para nós. Ao mesmo tempo, a trama vem e volta no tempo, mas ao invés de confundir, isso faz com que tenhamos melhores informações para que a gente obtenha um mosaico de situações sobre o que realmente acontecia nos porões da CIA. O resultado nos cria um verdadeiro déjà vu, já que as polêmicas sobre as possíveis torturas que os agentes provocaram contra possíveis terroristas escandalizaram o mundo ao ser noticiado pela imprensa na época.
Claro que o filme não foge de comparações com relação a outros filmes com a mesma temática, como no caso recente "Snowden" (2016), ou até mesmo de clássicos como "Todos Os Homens do Presidente"(1976). Assim como "O Relatório" ambos os filmes falam sobre a corrupção dentro do coração de Washington, porém, Scott Z. Burns obtém a diferença através do bom desempenho dos seus atores, em especial ao protagonista Adam Drive e a coadjuvante Annette Bening. Se por um lado Drive novamente nos brinda com uma ótima interpretação sua, do outro, Annette Bening nos faz desejar que a vemos novamente em novos projetos futuros.
"O Relatório" é um ótimo filme investigativo e sintetizando o fato que os fins não justificam os meios através de atos tão bárbaros. 

Onde Assistir: Amazon Prime Video

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