Pela terceira vez, a Sala Redenção recebe a Mostra Sesc de Cinema durante o mês de novembro com uma programação recheada de novas tendências e temáticas nos 50 filmes incluídos, permeando produções nacionais e regionais, assim como aquelas voltadas para o público infantil. O projeto, no intuito de contribuir na difusão da produção cinematográfica brasileira e incentivar a linguagem audiovisual, arrecada filmes do país todo, nas modalidades curta, média e longa-metragem. Dessa maneira, a proposta possibilita reconhecimento, visibilidade e janelas de exibição às produções, encontrando no Cinema Universitário espaço acolhedor e parceiro dessa ideia.
Para estrear a semana, as telas mostram as aventuras da caminhoneira Fabiana, pelo olhar da diretora Brunna Laboissière, na produção que leva o mesmo nome da protagonista. Ela, mulher trans, se depara com os tempos solitários e, ao mesmo tempo, desafiadores da aposentadoria.
Vivendo uma fase da vida completamente diferente, o longa Euller Miller entre Dois Mundos (2017), com direção de Fernando Severo, conta os dilemas enfrentados pelo jovem indígena Euller ao deixar sua tribo no interior do Mato Grosso do Sul para cursar Odontologia na capital paranaense. Enquanto uma personagem precisa deixar a estrada, a outra está apenas começando o longo trajeto que está a sua frente.
Já na quarta-feira, a obra recente de Tai Linhares, Parda (2019), nos convida a uma distopia de um regime autoritário, que planeja instaurar a supremacia branca no Brasil. Numa medida radical, o governo exige o retorno de todos os brasileiros brancos que vivem no exterior. Em meio ao caos político, Tai precisa provar que não é branca, mas se depara com a própria incerteza sobre sua identidade racial. Na mesma sessão, a nostalgia e o sonho tomam espaço, através do filme A Câmera de João (2019). Dirigido por Tothi Cardoso, a história acompanha as descobertas e as paixões do garoto João pela fotografia, ao ressurgir as memórias e heranças do seu avô Zeca.
E, como cinema também é coisa de criança, não poderia faltar atração para os pequenos. De Poética de Barro (2019) ao Vivi Lobo e o Quarto Mágico (2019), os curtas trazem experiências de como lidar com as incógnitas da vida com animação e muita diversão. A fantástica histórica de Cravo, Lírio e Rosa (2018) nos prova que solidão, assédio e vulnerabilidade do corpo são temas que podem ser discutidos também com as crianças. A vida de Cê e sua irmã Sara convida todos para trabalhar essas questões com seriedade e muita descontração, ao mesmo tempo.
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