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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 7 de setembro de 2019

Cine Especial: 'Era Uma Vez no Oeste' - 50 Anos Depois

Era Uma Vez no Oeste

No último dia dez de agosto se comemorou os cinquenta anos da estreia do clássico "Era Uma Vez no Oeste" no Brasil. Portanto, por eu ser grande fã dessa obra prima de Sergio Leone, eu não podia deixar a data passar em branco e portanto eu fiz uma analise mais do que especial para o site Cinesofia. Confira clicando aqui.



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Cine Dica: 'Limite', de Mário Peixoto,em destaque na Sala Redenção

Limite

Uma mostra sobre o maior conflito militar do século XX. Uma sessão com animações internacionais. Um debate para discutir direitos humanos a partir do premiado Três Anúncios Para Um Crime. Um longa brasileiro experimental produzido em 1930. É assim, abordando diferentes temáticas e gêneros audiovisuais que a programação de 9 a 13 de setembro se apresenta na Sala Redenção. 
Considerado uma obra-prima da cinematografia nacional, o longa Limite, dirigido por Mário Peixoto em 1930,  foi único filme brasileiro escolhido por David Bowie na seleção de seus dez favoritos da América Latina. Com uma linguagem experimental, o filme fala sobre a passagem do tempo e a condição humana a partir de uma viagem de duas mulheres e um homem em um pequeno barco à deriva. Uma das mulheres escapou da prisão; a outra estava desesperada; e o homem tinha perdido sua amante. Cansados, eles param de remar, se conformam com a possibilidade da morte e relembram situações vividas no passado. A produção, considerada em 2015 o 1º lugar da lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, tem exibição na terça-feira, 10 de setembro, às 19h. Haverá, após a sessão, debate sobre a película com o secretário do Clube de Cinema de Porto Alegre, Carlos Casanova.
A programação dá continuidade à Mostra Segunda Guerra, inciada na última semana, com a história de uma jovem judia em busca de respostas sobre os mistérios da infância de sua mãe, fugitiva da Alemanha Nazista. Dirigido por Margarethe von Trotta, As Mulheres de Rosenstrasse ocupa as telas no dia 9 de setembro, segunda-feira, às 16h. Além do filme de Margarethe, longas sobre a Batalha de Stalingrado, a luta pela posse da ilha de Iwo Jima e o drama dos soldados japonese também serão exibidos como parte da mostra. 
Já no meio da semana,  Três Anúncios Para Um Crime conta o drama e o luto de uma mãe que perdeu a filha em uma situação bárbara e explora os sentimentos variados de uma sociedade frente à violência. Estrelado por Frances McDormand, atriz vencedora do Oscar de melhor atriz em 2018, o filme é o escolhido para a sessão CineDHebate Direitos Humanos. A exibição acontece no dia 11, às 19h e é uma parceria entre a Liga dos Direitos Humanos da Faculdade de Educação da UFRGS e o Cinema Universitário. 
“A animação contemporânea mundial prima pela extrapolação da imaginação e por tocar em assunto pertinentes sociedade atual de maneira lúdica travestido pôr uma sedução plástica, os filmes usam da subversão de imagens impactantes para atingir em profundidade imediata o espectador”. Essa é a proposta da mostra de curtas de animação que encerra a semana na Sala Redenção. A MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação de Belo Horizonte, após já ter passado pelo Rio de Janeiro e por São Paulo, exibe oito curtas-metragem brasileiros na quinta-feira, 12 de setembro, às 19h. Ampliando os espaços de imaginação e das possibilidades de novo dizeres e de novo sentires, a Mostra se propõe a ser um estímulo à cultura cinematográfica brasileira e um espaço para formação de novos espectadores e realizadores.

Veja programação completa no site oficial clicando aqui. 

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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Yesterday' - O Sonho Não Acabou

Sinopse: Após sofrer um acidente, o cantor e compositor Jack Malik acorda numa estranha realidade. Nesse mundo, ele é a única pessoa que lembra da existência da banda britânica Beatles.  

Não me surpreenderia se a ideia do multiverso apresentada em "Vingadores - Ultimato" possa posteriormente render inúmeros filmes que explorem as possíveis realidades alternativas de nossa própria história. Imagine, por exemplo, você acordar um dia e ser o único a se lembrar de que houve a queda do muro de Berlim, ou de que existia a franquia "Star Wars", mas que nessa realidade não existe uma coisa nem outra. "Yesterday" é criativo ao explorar essa realidade cheia de possiblidades e ao mesmo tempo proporcionando uma sessão nostálgica para todos os amantes de uma boa música.
Dirigido por Danny Boyle, de filmes como "Quem Quer Ser Um Milionário?" (2008), o filme conta a história de Jack (Himesh Patel), um cantor e compositor e que deseja fazer sucesso com as suas músicas. Certa noite acontece um blecaute mundial e nesse exato momento Jack é atropelado na rua. Quando ele acorda ninguém do mundo conhece mais os Beatles, tão pouco as suas músicas, e com isso ele decide fazer carreira com as letras de sucesso que eles haviam criado no passado.
Danny Boyle está quase irreconhecível neste filme, já que estamos acostumados pela sua edição vertiginosa e nenhum pouco convencional. Aqui ele dá uma puxada de freio e dando destaque maior ao tema principal do filme que são os próprios Beatles e de sua importância com relação as suas músicas ao longo das décadas. Com isso, o cineasta faz uma verdadeira declaração de amor a todo momento para a banda, principalmente quando nós ouvimos as suas clássicas músicas pela voz de Himesh Patel, que vai desde  “Let it Be”, “Here Comes the Sun” a “The Long & Winding Road”.
É claro que, ao longo do filme, ficamos nos perguntando até quando Jack irá aguentar o fardo de estar mentindo e carregando um sucesso vindo de músicas das quais ele nem se quer havia criado. Até lá, o filme transita em situações cômicas que Jack vai testemunhando, como no caso dessa realidade não ter também, por exemplo, cigarros ou Coca Cola. Atenção para a cenas em que ele procura tais itens pela internet e se tornando momentos incrivelmente hilários.
Himesh Patel se sai bem em um papel que transita entre os momentos de humor e dramáticos e se tornando uma das grandes revelações do ano. Destaco também as atrizes Lily James, do filme "Ritmo de Fuga" (2017) e Kate McKinnon, do filme "Caça Fantasmas" (2016), sendo que essa última sintetiza muito bem as engrenagens que movem o mundo da música atual e fazendo dos seus astros meros produtos para se gerar lucro. Infelizmente o filme descamba um pouco para as velhas fórmulas das típicas comédias românticas que hoje em dia andam fora de moda, mas nada que prejudique o resultado final da obra.
Com a participação surpresa de uma figura que é um ícone do universo da música, "Yesterday" é uma deliciosa homenagem a uma das maiores bandas de todos os tempos e que irá encantar todo aquele que curte uma boa música de tempos mais dourados.  


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (06/09/19)

Chicuarotes

Sinopse: Cagalera e Moloteco são dois amigos adolescentes que vivem na Cidade do México. Insatisfeitos com a difícil situação financeira que enfrentam, decidem tomar medidas drásticas. 

A Tabacaria 

Sinopse: Franz, um jovem de 17 anos, começa a trabalhar como aprendiz em uma tabacaria onde Sigmund Freud é um cliente frequente. Após certo tempo, os dois estabelecem uma forte amizade.

Corgi: Top Dog 

Sinopse: A Rainha Elizabeth é apaixonada por cães da raça Corgi e, dentre os que vivem no Palácio de Buckingham, Rex é o seu queridinho.

O Corpo é Nosso

Sinopse: O abismo existente entre a trajetória da desconstrução do corpo da mulher negra como objeto e da mulher branca ainda é real. 

Vision 

Sinopse: Jeanne é uma ensaísta francesa que escreve diários de suas viagens. Quando decide passar o verão na floresta Nara, no Japão, está na verdade em busca de uma erva medicinal mística, conhecida por 'visão'.

Leia também: "IT – Capítulo 2". 

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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'IT – CAPÍTULO 2' - O Palhaço Está Com Fome

Sinopse: Agora adultos, os Otários há muito tempo seguiram caminhos separados. No entanto, as crianças estão desaparecendo novamente, então Mike, o único do grupo a permanecer em sua cidade natal, chama os outros de volta para casa.  

Stephen King não tem o que reclamar, já que boa parte de suas obras de sucesso foram adaptadas para o cinema e obtendo retorno, por vezes, positivo. Porém, mesmo com o sucesso de crítica, o escritor não gostou de algumas adaptações, como foi no caso de "O Iluminado" (1980), dirigido pelo mestre Stanley Kubrick, mas cujo o clássico não foi cem porcento fiel a sua fonte. Se ele vier agora reclamar será de barriga cheia, já que "It-Capítulo 2" é muito fiel a sua fonte original, ao ponto que algumas passagens da obra literária são adaptadas até mesmo nos mínimos detalhes.  
Dirigido novamente por Andy Muschietti, do filme "Mama" (2013), a trama se passa 27 anos depois dos eventos originais, onde Mike (Isaiah Mustafa) percebe que o palhaço Pennywise (Bill Skarsgard) está de volta à cidade de Derry. Ele convoca os antigos amigos do Clube dos Otários para honrar a promessa de infância e acabar com o inimigo de uma vez por todas. Mas quando Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Ritchie (Bill Hader), Ben (Jack Ryan) e Eddie (James Ransone) retornam às suas origens, eles precisam se confrontar a traumas nunca resolvidos de suas infâncias, e que repercutem até hoje na vida adulta.  
Uma coisa que eu havia notado no filme anterior é que a história foca nos horrores em que o mundo real pode proporcionar, principalmente vindo de pessoas inconsequentes e, por vezes, tão maquiavélicas quanto o próprio vilão principal da trama. O prólogo, aliás, é definitivamente perturbador, onde dois personagens sofrem horrores vindo do preconceito e cujo esse ódio inconsequente serve para despertar o pior daquela cidade.  Pode não ser tão assustador quanto abertura do filme original, mas o seu efeito faz a gente se preparar para o pior.  
Devido ao retorno positivo do primeiro capítulo, Andy Muschietti não tem pressa em reapresentar a turma dos otários e cujos os personagens ganham agora interpretes adultos. Porém, é preciso dar palmas aos realizadores ao dar também espaço para os otários da maneira como havíamos conhecido, através de flashbacks e tornando esses momentos um dos grandes atrativos. Curiosamente, muitas passagens do filme original que a gente conhece é revisto através de um outro ângulo nestes momentos e revelando informações surpreendentes sobre aquele passado.  
Aliás, é graças ao passado que faz mover os personagens principais para ação, mesmo quando a maioria tem muito receio de encarar lembranças até então esquecidas.  Curiosamente, não é somente medo que eles sentem pelo palhaço fantasmagórico, como também devido aos problemas comuns, como abuso, preconceito e saber aceitar os erros de um passado longínquo. Mais um ponto para adaptação e do qual faz somente o filme melhorar dali em diante. 
Em termos técnicos o filme é um colírio aos olhos e cuja sua fotografia consegue sintetizar, tanto as cores quentes dos anos oitenta, como também as cores frias dos dias hoje. A trilha sonora, por sua vez, anda em sincronia com cenas em que faz a gente pular das cadeiras, mesmo quando algumas a gente já imagina o que virá acontecer. As cenas, aliás, são de terror puro, onde retrata toda a maldade e fome do palhaço Pennywise. 
É claro que havia um grande temor de que o novo elenco não superaria o original, mas logo esse receio é dissipado. Jessica Chastain, por exemplo, está perfeita como Bevely adulta, assim como também James Ransone como Eddie e cujo o seu rosto é assustadoramente idêntico ao do jovem ator Jack Dylan Grazer. O mesmo não pode ser dito, na minha humilde opinião, sobre atuação de James McAvoy que interpreta a versão adulta de Bill, pois mesmo sendo um dos grandes talentos do cinema atual, sua atuação aqui é apenas econômica e da qual eu esperava muito mais.  
Uma outra questão a ser observada é os exageros do próprio Stephen King serem levados a tela, dos quais podem funcionar nas páginas de um livro, mas não significa que funcionem na tela do cinema como um todo. Esse exagero, aliás, o escritor se inspira e muito do universo criado pelo escritor H. P. Lovecraft e isso é bastante sentindo no ato final da trama. É neste momento, por exemplo, que o filme transita entre qualidades e defeitos, cujo os efeitos visuais em profusão meio que poluem o enredo, mas não o seu resultado emocional e cujo esse ingrediente se torna o principal trunfo da obra como um todo.  
"IT – Capítulo 2" é uma ótima adaptação do clássico de Stephen King e que pode servir de modelo para as inevitáveis novas adaptações que viram logo a seguir. 
   
Leia também: It-A Coisa


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Cine Dica: Hong Sangsoo, Jia Zhangke, Sessão Vagalume e Debate de Ideias (5 a 11 de setembro)

FILME DE HONG SANGSOO ABRE MOSTRA O CINEMA DA ÁSIA SESSÃO VAGALUME APRESENTA OBRA-PRIMA DE MIYAZAKI JIA ZHANGKE EM DEBATE DEBATE DE IDEIAS COM JEAN-BAPTISTE MALET
 Hotel às Margens do Rio

Na quinta-feira, 5 de novembro, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a sessão de abertura da mostra O Cinema da Ásia com o filme O Hotel às Margens do Rio, o mais novo longa-metragem do celebrado diretor sul-coreano Hong Sangsoo, drama familiar com breves momentos cômicos e oníricos. A magnífica atuação de Ju-bong Gi foi consagrada com o prêmio de melhor ator no Festival de Locarno de 2018, evento que marcou a estreia mundial do filme.
No sábado, 7 de setembro, às 18h, o diretor e professor Eduardo Wannmacher participa de um debate após a exibição de O Mundo, um dos filmes mais importantes do realizador chinês Jia Zhangke. Produzida pelo Programa de Alfabetização Audiovisual, a Sessão Vagalume, que exibe filmes para crianças de todas as idades, apresenta nos dias 7 e 8 de novembro, sempre às 14h, a versão dublada da animação O Castelo Animado, de Hayao Miyazaki, uma das obras-primas do Studio Ghibli.  
O valor do ingresso para as sessões da mostra O Cinema da Ásia é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. A programação completa está disponível no site: http://www.capitolio.org.br/novidades/3468/o-cinema-da-asia/

DEBATE DE IDEIAS COM JEAN-BAPTISTE MALET
A Aliança Francesa Porto Alegre promove um Débats d’Idées com o jornalista investigativo Jean-Baptiste Malet. Sua recente investigação sobre a geopolítica da pasta industrial de tomate, L'Empire de l'or rouge (O império do ouro vermelho, Fayard, 2017), traduzida em vários idiomas, foi recompensada com o Prêmio do Livro Albert-Londres em 2018, dando origem ao documentário que será apresentado no dia 8 de setembro, às 18h, na Cinemateca Capitólio Petrobras. A exibição será seguida de um bate-papo com o jornalista, mediado pelo coordenador do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos, Milton do Prado. Entrada franca.
O francês é colaborador do jornal Le Monde Diplomatique e escreveu vários livros e documentários, incluindo uma reportagem polêmica sobre a gigante Amazon (En Amazonie, Fayard, 2013) que provocou muitas discussões sobre a precariedade das condições de trabalho dos funcionários da empresa americana. O Débats d’Idées é uma realização da Aliança Francesa Porto Alegre e Ministério da Cidadania por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Timac Agro e apoio da Cinemateca Capitólio.

O Império do Ouro Vermelho
(Franla, 54 minutos)
Fruta para o botânico, vegetal para o oficial da alfândega, barril para o comerciante. Em menos de um século, os tomates se tornaram um alimento básico para a humanidade. Processados na fábrica, embalados em um barril de concentrado, esses tomates circulam de um continente para outro. Para contar a espetacular difusão universal desse tomate que todo mundo consome, era necessário um afresco global. O vermelho de molho e ketchup - pizza e hambúrguer - nos conta uma história pouco conhecida do capitalismo agroindustrial que acaba por estar nas origens da globalização: dos catadores uigures de Xinjiang, na China, aos magnatas do tomate da Califórnia. Dos industriais italianos aos produtores africanos, a história da indústria do tomate e sua divisão internacional do trabalho contemporâneo nos oferecem uma narrativa inesperada que expõe a complexidade do nosso mundo.

GRADE DE HORÁRIOS
5 a 11 de setembro de 2019

5 de setembro (quinta-feira)
14h – No Coração do Mundo
16h – Cassandro, O Exótico
20h – Hotel às Margens do Rio

6 de setembro (sexta-feira)
14h – No Coração do Mundo
16h – Cassandro, O Exótico
18h – Rua Secreta
20h – Esplendor

7 de setembro (sábado)
14h – Sessão Vagalume: O Castelo Animado
16h15 – Rua Secreta
18h – O Mundo + debate com Eduardo Wannmacher

8 de setembro (domingo)
14h – Sessão Vagalume: O Castelo Animado
16h15 – Quando os Meus Pais Não Estão Em Casa
18h – Debate de Ideias (O Império do Ouro Vermelho)
20h – Assunto de Família

10 de setembro (terça-feira)
15h – Norte, O Fim da História
19h30 – Creepy

11 de setembro (quarta-feira)
14h – No Coração do Mundo
17h – Em Chamas
19h30 – Cemitério do Esplendor

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Clube dos Canibais' - A Elite Devorando a Nossa Carne

Sinopse: Otavio e Gilda são da elite brasileira e membros do Clube dos Canibais. Os dois têm como hábito, comer seus funcionários.  

O tempo irá passar e cada vez mais irá se confirmar que "Trabalhar Cansa" (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, profetizou o quadro crítico que a sociedade brasileira vive atualmente, da qual se vê cada vez mais dividida e apreensiva. Em tempos de crise econômica e falsos discursos moralistas, cada vez mais constatamos que o verdadeiro monstro não se encontra em uma casa mal-assombrada, mas sim justamente no coração de Brasília. "O Clube dos Canibais' reforça essa minha teoria, onde retrata uma elite falsamente moralista e que devora de nossa própria carne de uma forma nenhum pouco metaforicamente falando.   
Dirigido por Guto Parente, do recente "Inferninho", o filme conta a história de Otavio (Tavinho Texeira) e Gilda (Ana Luiza Rios), que são da elite brasileira e membros de clube de canibais formados por políticos corruptos. Os dois têm como hábito, comer seus próprios funcionários. Quando Gilda acidentalmente descobre um segredo de Borges (Pedro Domingues), um poderoso congressista e líder do clube, isso acaba colocando-a além do seu marido em um terrível dilema.  
Guto Parente não se intimida em retratar a elite brasileira, que se dizem digníssimos, como devoradores da carne do pobre, literalmente, ao ponto de isso ser retratado explicitamente nos primeiros minutos de filme. Ao buscarem, por exemplo, o prazer carnal, o casal central procura alinhar o sexo ao canibalismo para assim obterem o prazer do gozo. Assim como visto no recente "Animal Cordial" (2018) o horror é usado para arrancar a máscara do que se diz cidadão do bem e revelar assim o seu lado hipócrita e nenhum pouco humanista.  
Falando nisso, as palavras "cidadão do bem" se tornou parte de um discurso tão hipócrita no Brasil de hoje, que ao ouvirmos no filme elas se tornam uma piada já pronta e da qual é usada em um discurso que defende o atual privatismo descontrolado brasileiro. E essa hipocrisia moralista da elite não para por aí, ao ponto de ela ser usada após um ato puramente feito pelo desejo de quererem ser escravocratas por detrás das cortinas e se concluir em um discurso absurdo vindo do personagem Borges. Aliás, ele é uma caricatura escancarada de um certo Presidente do Brasil atual e do qual se elegeu por discursos falsamente moralistas e através de fake news.  
Borges também pode ser usado como uma espécie de representação de uma parcela da população brasileira que não admite determinados desejos, dos eles acham repulsivos, mas que os próprios praticam a sete chaves e com gosto. Aliás, o ato que acontece esse momento possui um humor sombrio escancarado e do qual ele cresce ainda mais pelas reações do casal central da trama. Em tempos atuais, onde o governo  virou um verdadeiro circo de mal gosto, isso somente é ponta de um Iceberg infindável. 
O ato final, por sua vez, escancara o que já vem acontecendo, em que a própria elite conservadora se devora para que determinados segredos não ganhem a luz do dia. Os eventos, por sua vez, ocorrem em uma formosa mansão, mas da qual se torna sem vida na medida em que o horror das ambições transborda. A cena pós crédito, aliás, dá um sinal de esperança para um povo salpicado pelo sangue de uma elite futura em frangalhos e que poderá cair devido aos seus próprios desejos.  
"O Clube dos Canibais" fala de um Brasil sendo devorado pelos poderosos e cujo os mesmos estão se devorando uns aos outros. 

Curiosidade: Assista a entrevista do cineasta Guto Parente sobre o seu recente filme Inferninho.



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