SESSÃO ESPECIAL DE CLÁSSICO TRANSGRESSOR DO CINEMA GAÚCHO MADRUGADA MALDITA EXIBE QUATRO FILMES ATÉ O SOL NASCER DENNISON RAMALHO DEBATE MORTO NÃO FALA
A programação da segunda semana da mostra A Vingança dos Filmes B – Parte VIII apresenta sessões comentadas de Adyos, General, de Omar “Matico” Barros, e Morto Não Fala, de Dennison Ramalho, dois importantes filmes realizados no Rio Grande do Sul, e a Madrugada Maldita, com uma seleção repleta de sangue, tripas e diversão até o amanhecer.
A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras - programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE - Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.
SESSÃO COMENTADA DE ADYOS, GENERAL
Na quarta-feira, 6 de janeiro, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a sessão comentada do clássico Adyos, General (Brasil, 1986, 16mm, 56 min), com a presença do diretor Omar L. de Barros Filho, o “Matico”. Com exibição em vídeo, a sessão tem entrada franca.
Inspirado na mítica figura do líder da extrema-direita salvadorenha, José Alberto Medrano, o filme Adyós, dirigido por Omar L. de Barros Filho, foi revelado ao país depois de sua inclusão na Mostra do Cinema de Invenção, que circulou pelo Brasil por iniciativa do cineasta Julio Calasso. O filme mostra a saga do comandante paramilitar Medrano, seus delírios psicóticos, sua fome de poder e ordem. Sobre Adyós, General, o jornalista Marcos Faerman escreveu: “É a síntese de três escolas: Eisenstein, Mayakovski, Glauber Rocha.” Por sua vez, o crítico L.C. Merten também se referiu ao filme na revista Moviola: “Diferente é a alternativa de Omar de Barros Filho, o Matico, que retoma a bandeira de Glauber Rocha (Terra em Transe), e volta-se para a América hispânica: o filme foi feito em 16mm, na base do mutirão, envolvendo o trabalho de 350 pessoas.” O cinema da crueldade, da esquizofrenia e da violência que explode em Adyós, General, com roteiro do cineasta Luiz Rosemberg Filho em parceria com o diretor, foi assim descrito pelo jornalista Jorge Pinheiro, que organizava sessões especiais do copião sem cortes do filme em sua casa, em São Paulo: “É um choque, é um soco na cara, guerrilheiro e anarquista. “É Guernica!” afirmou o dramaturgo José Celso Martinez Correa, depois de uma maratona de cinco horas de projeção.
Amado e odiado pelas plateias, Adyos, General ganhou uma Lâmpada de Prata do Rio Cine Festival pela qualidade de sua fotografia. Vaiado e aplaudido, o filme foi destacado pelo diretor Carlos Reichenbach como um dos mais instigantes produzidos no país durante a transição para a democracia. Na vida real, Omar L. de Barros Filho conheceu a guerra e a morte de perto. Depois editar o jornal Versus em São Paulo, durante a ditadura, o repórter foi correspondente na guerra civil salvadorenha, sobre a qual escreveu com Hélio Goldzstjen um livro de reportagens sobre o assunto (El Salvador: Um Fuzil para Ana Guadalupe). Foi, portanto, no próprio cenário centro-americano, que o diretor identificou o potencial dramático da história do sanguinário general Medrano. No cinema, o protagonista de Adyós,
General foi o intuitivo e visceral ator Zeno Ribeiro. Antes de receber o Kikito de Melhor Ator de filmes de curta e média metragem no Festival de Gramado em 1987, por Viva a Morte, também de Omar L. de Barros Filho, Zeno Ribeiro, sempre no papel de “vilão”, atuou em telenovelas ao vivo e em produções de Teixeirinha. Quando foi “redescoberto”, ganhava a vida como garçom no cabaré Madrigal, na avenida Farrapos, em Porto Alegre. O ator morreu em 2006, aos 82 anos.
SANGUE, TRIPAS E DIVERSÃO NA MADRUGADA MALDITA
No sábado, 9 de fevereiro, a partir das 23h59, a Madrugada Maldita apresenta os filmes A História de Ricky, de Lam Ngai Kai, O Estripador de Nova York de Lucio Fulci, Dia dos Namorados Macabro, de George Mihalka, e um filme surpresa para celebrar o fim da maratona. O valor do ingresso para assistir a todos os filmes é R$ 20,00, mas todos podem pagar meia entrada na sessão.
A HISTÓRIA DE RICKY
(Lik Wong aka Riki Oh: The Story of Ricky, Hong Kong, 1991, 91′)
De Ngai Choi Lam.
Com: Siu-Wong Fan,
Mei Sheng Fan, Yukari Ôshima.
Após assassinar uma gangue de traficantes, o jovem Ricky é enviado para uma penitenciária dominada pela brutalidade. Para sobreviver neste inferno será necessário utilizar suas incríveis habilidades nas artes marciais, eliminando com extrema violência os guardas corruptos e as gangues que controlam o presídio. Baseado no mangá Riki-Oh, é uma das produções mais insanas dos anos 90. Sua violência gore e absurda, e seu senso de humor bizarro o transformaram num filme de culto.
O ESTRIPADOR DE NOVA YORK
(Lo Squartatore diNew York, Itália, 1982, 93’)
De Lucio Fulci.
Com Jack Hedley,
Almanta Suska, Howard Ross.
Nova York, um detetive e um psicanalista caçam um brutal serial killer de mulheres. A marca registrada do psicopata são suas ligações para a polícia onde narra seus crimes imitando a voz de Pato Donald. Devido a sua extrema violência “O Estripador de Nova York” é considerado um dos filmes mais polêmicos de Fulci.
DIA DOS NAMORADOS MACABRO
(My Bloody Valentine, Canadá, 1981, 90′)
De George Mihalka.
Com: Paul Kelman, Lori Hallier, Neil Affleck 20 anos após um serial killer aterrorizar uma cidade no dia dos namorados, a delegacia recebe um aviso de que a carnificina irá recomeçar: uma caixa de bombons contendo um coração humano. “Dia dos Namorados Macabro” é considerado um dos slashers mais violentos dos anos 80.
FILME SURPRESA (76 minutos)
PRÉ-ESTREIA DE MORTO NÃO FALA
A sessão encerramento apresenta Morto Não Fala, de Dennison Ramalho, um dos filmes de horror nacionais mais aguardados dos últimos tempos. Morto Não Fala é a estreia em longas-metragens de Dennison, um dos mais cultuados diretores brasileiros dedicados ao cinema fantástico, após uma exitosa carreira como curta-metragista, com filmes aterradores como Amor Só de Mãe e Ninjas. O valor do ingresso é R$ 10,00, mas todos podem pagar meia entrada na sessão.
MORTO NÃO FALA
(Brasil, 2018, 110’, DCP)
de Dennison Ramalho.
Com: Daniel de Oliveira,
Fabiula Nascimento, Bianca Comparato.Plantonista de um necrotério, Stênio (Daniel de Oliveira) possui o dom paranormal de se comunicar com os mortos. Trabalhando a noite, ele já está acostumado a ouvir relatos do além. Porém, quando essas conversas revelam segredos sobre sua própria vida, o homem ativa uma maldição perigosa para si e todos a sua volta.
GRADE DE HORÁRIOS
5 a 10 de fevereiro de 2019
05 de fevereiro
(terça-feira)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h – Lucio Fulci, Poeta da Crueldade:Os Quatro do Apocalipse
20h – Lucio Fulci, Poeta da Crueldade: Premonição
06 de fevereiro
(quarta-feira)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h – Por Ordem da Cosa Nostra
20h – Adyos, General + debate
7 de fevereiro (quinta)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h - A Máfia nunca Perdoa
20h - Lucio Fulci, Poeta
da Crueldade: O Segredo do Bosque dos Sonhos
8 de fevereiro (sexta)
14h - Estação do Diabo (pré-estreia)
18h - Lucio Fulci, Poeta da Crueldade: Premonição
20h - O Príncipe das Trevas + debate
9 de fevereiro (sábado)
15h - O Estranho Caso de Ezequiel
17h - Sessão Shoot or Die 2
20h30 - Perigo Extremo + debate
23h59 - Madrugada Maldita (A História de Ricky, O Estripador de Nova York, Dia dos Namorados Macabro + filme surpresa)
10 de fevereiro (domingo)
15h – A Mata Negra
17h - Lucio Fulci, Poeta da Crueldade: Terror nas Trevas
20h - Morto Não Fala + debate