...PROMOÇÃO PARA OS PRIMEIROS INSCRITOS...
APRESENTAÇÃO
O
horror, um gênero que durante muito tempo foi ignorado e pouco debatido
no cinema brasileiro, nos últimos anos tem se fortalecido com diversas
produções que abordam o tema das mais variadas formas. Filmes como A Antropóloga; Trabalhar Cansa; Quando Eu Era Vivo; Gata Velha Ainda Mia; Isolados; O Amuleto e A Misteriosa Morte de Pérola chegaram às telas mostrando a força e relevância do gênero no cinema atual. Produções independentes como Nervo Craniano Zero (Paulo Biscaia Filho); Mar Negro (Rodrigo Aragão) e Condado Macabro (Marcos DeBrito e André de Campos Mello) renovam o sangue a apontam caminhos alternativos para serem trilhados pelo gênero.
Entretanto,
o horror sempre esteve presente no cinema brasileiro, mesmo que de
maneira alegórica e vaga. Comédias assombradas, como O Jovem Tataravô (1936) e Fantasma por Acaso (1946),
mostram como o tema era tratado na época das chanchadas. Lendas
populares e personagens de nosso rico folclore também chegaram às telas
com sombras horroríficas, incluindo o saci, o caipora, a mula-sem-cabeça
e diversos lobisomens.
O impacto do cinema ousado e destemido de José Mojica Marins com seu ímpio e sádico personagem Zé do Caixão, refletiu nas significativas bilheterias de filmes como À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964) e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967) e influenciou outras gerações de realizadores a trilhar o caminho do cinema revoltado e inquieto. Até mesmo o popular cômico Mazzaropi abordou
a confusão religiosa típica do brasileiro em comédias nas quais reflete
de maneira simplória, porém sincera, sobre temas como fé,
charlatanismo, morte e reencarnação.
Entre os outros cineastas que se dedicaram de maneira representativa ao horror estão Walter Hugo Khouri, autor de obras densas, e o argentino Carlos Hugo Christensen,
que teve produção prolífica em toda a América do Sul e se radicou no
Brasil na segunda metade de sua carreira, também contribuiu com o
imaginário do horror nacional. A ‘Boca do Lixo’ paulistana também é
devidamente representada pelos surpreendentes filmes de erotismo mórbido
de Jean Garrett, os quais, a despeito dos títulos genéricos, são hipnotizantes mergulhos no universo fantástico. As obras de John Doo; David Cardoso; Ody Fraga e Fauzi Mansur, com sua acintosa sexualidade combinada com cenas violentas, grotescas e macabras, também marcaram o gênero.
O ‘terrir’ de Ivan Cardoso (O Segredo da Múmia; As Sete Vampiras; Um Lobisomem na Amazônia),
dramatizações sobre assassinos psicopatas e produções de sexo explícito
com vampiros, demônios e fantasmas dividem espaço na discussão com
realizações recentes, com filmes surreais e experimentais como O Fim da Picada;
"Mistéryos"; "FilmeFobia" e "A Percepção do Medo", todos contribuindo à
sua maneira particular com o imaginário do filme brasileiro de horror.
OBJETIVOS
O curso HORROR NO CINEMA BRASILEIRO, ministrado por Carlos Primati,
pretende promover uma discussão sobre o panorama do gênero no Brasil,
mostrar e contextualizar tanto as obras consagradas quanto filmes mais
obscuros e desconhecidos, e apresentar um apanhado das realizações
recentes, colocando em perspectiva o que pode indicar o futuro do gênero
no cinema brasileiro.
CONTEÚDO DAS AULAS
AULAS 1 e 2
- Como assim, “horror no cinema brasileiro”?
- Chanchadas do além: O Jovem Tataravô e outros fantasmas
- A era dourada dos estúdios: melodramas góticos e co-produções
- Lendas e folclore: saci, caipora, mula-sem-cabeça e lobisomem
- Zé do Caixão: terror e sadismo nacional sem fronteiras
- Experimentalismo udigrúdi: Sganzerla, Bressane e Visconti
- O misticismo caboclo das comédias de Mazzaropi
- Iemanjá, Iansã, Xangô: temores do candomblé e da macumba
- Espíritos inquietos: o vazio existencial de Walter Hugo Khouri
- Possuído pelo mal: o medo barroco de Carlos Hugo Christensen
AULAS 3 e 4
- Erotismo e morte à beira-mar: a poesia mórbida de Jean Garrett
- Sexploração: John Doo, David Cardoso e Ody Fraga
- Aos pedaços: o horror verídico dos assassinos psicopatas
- Sangue e pornografia: o sexo explícito de meter medo
- O horror espírita: Joelma; O Médium e outras reencarnações
- Terrir: os monstros irreverentes de Ivan Cardoso
- Medo e violência for export: os excessos de Fauzi Mansur
- Espectros do horror no ‘cinema da retomada’
- Teratologia disforme: monstruosidades da década de 2000
- As produções independentes e o futuro do gênero
Ministrante: Carlos Primati
Jornalista,
crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao
cinema de horror mundial e brasileiro. Publicou artigos em livros sobre a
obra do cineasta José Mojica Marins e sobre o Horror no cinema
brasileiro. Colaborou no livro "Maldito", de André Barcinski e Ivan
Finotti, e co-produziu a Coleção "Zé do Caixão" em DVD, vencedora do 1º
Prêmio DVD Brasil como a "Melhor Coleção" do ano.
Publicou
textos nas edições especiais "O Livro do Horror" (Herói); "Super Livro
dos Filmes de Ficção Científica" (Superinteressante) e "A História do
Rock" (Bizz). Criou e editou a revista "Cine Monstro", e trabalha na
organização de uma monumental enciclopédia sobre filmes de horror.
Editou o livro "Voivode: Estudos Sobre os Vampiros" e escreveu o volume
sobre "Séries de TV" da Coleção "100 Respostas" (Mundo Estranho).
Já
ministrou para a Cine UM os cursos "A Obra de Alfred Hitchcock";
"História do Cinema de Horror"; "Zé do Caixão: 50 Anos de Terror";
"Expressionismo Alemão: Uma Sinfonia de Luzes e Sombras" e "Ficção
Científica dos Anos 50".
Curso
HORROR NO CINEMA BRASILEIRO
de Carlos Primati
DATAS
Dias 29 e 30 / Agosto
HORÁRIO
Sábado
Aula 1: 14h às 15h50 / Aula 2: 16h10 às 18h
Domingo
Aula 3: 14h às 15h50 / Aula 4: 16h10 às 18h
LOCAL
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - 3º andar - Porto Alegre - RS)
INSCRIÇÕES
INFORMAÇÕES
REALIZAÇÃO
Cine UM Produtora Cultural
PATROCÍNIO
Sapere Aude Livros
Editora Aleph
Back in Black
Loja Jambô
APOIO
Cinemateca Capitólio
PARCERIA
Espaço Vídeo
Papo de Cinema